quinta-feira, 11 de outubro de 2018

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 5 (4º trimestre 2018) A EXPERIÊNCIA DA UNIDADE NA IGREJA PRIMITIVA


COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 5 (4º trimestre 2018) A EXPERIÊNCIA DA UNIDADE NA IGREJA PRIMITIVA

VERSO ÁUREO: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” Atos 2:42

INTRODUÇÃO (sábado 27 de outubro) – A lição desta semana trata da experiência que os primeiros cristãos tiveram logo após  a ascensão de Cristo e o Pentecostes. A unidade é diferente de uniformidade. A uniformidade é coisa dos homens, já a unidade, vem de Deus. Os soldados podem estar vestidos com roupas parecidas, mas podem discordar entre si.
O que entendemos por unidade? A unidade é um presente de Deus. Chegamos a ela porque estamos vinculados a um Deus que vive em perfeita unidade e une os Seus filhos. Por nós mesmos provocamos a divisão: "andeis como é digno da vocação com que fostes chamados... procurando guardar a unidade do Espírito...” Efésios 4:1,3.

O apóstolo Pedro pede para os crentes serem de um mesmo sentimento. Ele não está dizendo que todos devem pensar e agir do mesmo modo, isso seria uniformidade, ele está falando de unidade. Eis o texto: “E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis. Não tornando mal por mal, ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo; sabendo que para isto fostes chamados, para que por herança alcanceis a bênção. Porque Quem quer amar a vida, E ver os dias bons, Refreie a sua língua do mal, E os seus lábios não falem engano. Aparte-se do mal, e faça o bem; Busque a paz, e siga-a. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; Mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal.” I Pedro 3: 8-12.

Paulo menciona, em I Corintios 12:1-26, que todos os membros são membros de um mesmo corpo, que devemos ter a nossa maneira e estilo no ministério, mas que devemos estar unidos ao corpo de Cristo, em amor. Os crentes são chamados para serem unidos nos propósitos da igreja.

Em Atos 2:42 encontramos o propósito da igreja unida: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão da e nas orações.” As atividades da igreja devem ser o ensino da doutrina bíblica, o providenciar um espaço de adoração para os crentes, observar a Ceia do Senhor, estar em constante oração e também devemos atentar para a pregação do evangelho. Mas também devemos abrir a porta da nossa casa para recebermos os irmãos e amigos para celebrarmos a nossa fé juntos, através de um refeição, como faziam os apóstolos.

“Trabalhemos com ardor em prol da união. Oremos e trabalhemos para alcançá-la. Ela nos produzirá saúde espiritual, elevação de pensamento, nobreza de caráter, mentalidade celestial que nos capacitará para vencer o egoísmo e as ruins suspeitas, e a ser mais do que vencedores por Aquele que nos amou e a Si mesmo Se deu por nós. Crucifiquemos o eu; consideremos os outros superiores a nós; e assim realizaremos a unidade em Cristo. Perante o Universo celestial, bem como a igreja e o mundo, daremos prova indiscutível de que somos filhos e filhas de Deus. Deus será glorificado através de nosso exemplo. O milagre que o mundo necessita ver é o que une o coração dos filhos de Deus, uns aos outros, por um amor cristão. Precisa ver os do povo do Senhor assentados juntos no lugares celestiais em Cristo. Não quereremos dar através de nossa vida uma prova do que a verdade divina pode fazer em favor dos que O amam e servem? Deus sabe o que poderemos chegar a ser. Sabe o que a divina graça pode fazer em nosso favor, se nos tornarmos participantes da natureza divina.” Testemunhos Para a Igreja vol. 9, 188

DOMINGO (28 de outubro) DIAS DE PREPARAÇÃO – Após a ascensão de Jesus, os discípulos voltaram para Jerusalém aonde ficaram, no cenáculo, orando e suplicando pelo poder do alto que o próprio Cristo tinha anunciado, e com eficiência conseguiram, como vemos, depois dos dez dias aconteceu o Pentecostes: “Então voltaram para Jerusalém, do monte chamado das Oliveiras, o qual está perto de Jerusalém, à distância do caminho de um sábado. E, entrando, subiram ao cenáculo, onde habitavam Pedro e Tiago, João e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, irmão de Tiago. Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos”. Atos 2:12-14

Quando retornaram a Jerusalém, os discípulos subiram ao cenáculo, onde habitavam os onze apóstolos. O cenáculo pode ter sido o lugar onde se realizou a última ceia; provavelmente a casa pertencia a Maria, a mãe de João Marcos, pois encontramos a sua casa mencionada em Atos 12:12 descrita como o principal local das reuniões cristãs. Com exceção de Judas Iscariotes, esta lista dos apóstolos é semelhante àquelas que são encontradas nos outros Evangelhos.

Uma das características de Lucas é a menção dos momentos de oração. Na verdade, a oração para ele era algo muito importante. Devemos observar três fatos relacionados à oração: Primeiro, os cristãos primitivos costumavam orar. Assim como a oração havia caracterizado a vida de Jesus, ela caracterizava a de seus seguidores. Ver Lucas 2:42; 3:1; 4:24 e 6:4. Portanto, a oração desempenha um papel importante, ainda que não bem definido, no estabelecimento e cumprimento dos propósitos de Deus.

Aqui Lucas menciona a presença de mulheres nessas reuniões de oração. O grego é indefinido; diz apenas “mulheres”, como que apresentando-as pela primeira vez. Entretanto, é possível que se incluam aqui algumas mulheres anteriormente mencionadas no evangelho como seguidoras de Jesus. Ver Lucas 8:2; 23:49, 55 e 24:10. Outras mulheres seriam as esposas dos discípulos. Maria, mãe de Jesus, merece menção especial. Temos aqui a última menção de Maria no Novo Testamento; é significativo que tenhamos nossa última imagem dela assim, a de uma mulher ajoelhada. Amém?

Assim deve acontecer conosco também. Devemos ter comunhão com Deus e com os nossos irmãos, somos um só corpo. Devemos nos unir para orar e buscar, de forma unânimes, a presença de Cristo. Hoje há crentes que não tem o costume de orar , mas na verdade todos temos a necessidade de oração continuando a ação dos nossos irmãos e irmãs primitivos.
  
Cento e vinte discípulos ficaram reunidos no cenáculo orando e meditando. Foram dez dias de intensa comunhão com o Pai. Durante esse período, eles foram sendo misteriosamente transformados, do desejo de um reino terrestre para um reino espiritual e celestial. Até a ascensão de Cristo, eles ainda sonhavam com o poder político terrestre, mas foram transformados pelo poder do Espírito Santo e tiveram que recomeçar. Hoje muitos sonham da mesma maneira como os discípulos sonhavam, construindo a vida aqui como se não existisse o céu e a eternidade! Após aprenderem com o Espírito Santo sobre a eternidade, eles anunciariam o reino de Deus com poder! Agora eles estavam transformados. Eles eram aquilo que Jesus esperava que fossem!

Os discípulos necessitaram de ter um novo começo, e nós também necessitamos. Recomeçar significa começar de novo, ou seja, voltar ao ponto que houve problema. Onde você parou? Onde sua motivação foi furtada? Deus diz em Romanos 12:2: “Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”

Quantos crentes estão voltando para a velha vida, para os compromissos mundanos e para o pecado! Afastam-se dos outros discípulos, saem da igreja e isolam-se. Este pode ser o princípio da apostasia. Precisamos esquecer o passado negativo e avançar! Assim como Jesus mostrou um recomeço para os discípulos, Ele continua conosco, embora não o reconheçamos de imediato. Ele não desistiu de nós. Sua presença vem acompanhada por Sua palavra, e Ele continua falando ao nosso coração através do Espírito Santo.

Cuidado com os sinais da apostasia! Quais são eles? Deixar de participar das reuniões de oração, deixar de devolver os dízimos e ofertas, começar encontrar defeitos nos irmãos e na igreja, não participar da escola sabatina, rejeitar cargos, etc... Após o recomeço: “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.” Atos 1:14

“Os discípulos de Cristo tinham profundo senso da própria ineficiência e, com humilhação e oração, uniam sua fraqueza a Sua força, sua ignorância a Sua sabedoria, sua indignidade a Sua justiça e sua pobreza a Sua inesgotável riqueza. Assim fortalecidos e equipados, não hesitaram em avançar a serviço do Mestre. Pouco tempo após a descida do Espírito Santo, e imediatamente depois de um período de fervorosa oração, Pedro e João, subindo ao templo para adorar, viram à porta Formosa, um coxo, de quarenta anos de idade, cuja vida, desde o seu nascimento, tinha sido de dor e enfermidade. Esse infeliz havia durante muito tempo desejado ver Jesus para ser curado, mas encontrava-se quase ao desamparo, e estava muito afastado do cenário dos labores do grande Médico. Seus rogos finalmente induziram alguns amigos a levá-lo à porta do templo, mas chegando ali, soube que Aquele em quem suas esperanças se centralizavam havia sido morto cruelmente.” Atos do Apóstolos, 32

SEGUNDA-FEIRA (29 de outubro) DE BABEL AO PENTECOSTES – O Pentecostes foi uma demonstração de como será a vida no céu. Um aspecto importante do dia de Pentecostes é o milagroso falar em línguas estrangeiras que permitiu que pessoas de vários grupos étnicos compreendessem a mensagem dos apóstolos. Na Torre de Babel vemos Deus confundindo as línguas, porque as pessoas estavam desobedecendo a vontade de Deus. Em Babel ocorreu a confusão das línguas, quando cada família passou a falar uma língua diferente, formando nações hostis entre si. Ver Gên. 10:5, 20, 31 e 32. Daí surgiram as fronteiras nacionais, o preconceito entre raças e  a guerra.

Já no Pentecostes vemos Deus facilitando a compreensão das línguas porque o povo obedeceu a palavra de Deus. O Pentecostes é a festa da união, da compreensão e da comunhão humana, Babel é símbolo de confusão e desunião.  Em Babel os homens quiseram fazer-se de deus, no Pentecostes os homens reconheceram Deus como soberano. Amém?  

O Pentecostes é muito importante tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos. Pentecostes é o nome grego para uma festa judaica conhecido no Velho Testamento como a Festa das Semanas. Ver Levítico 23:15 e Deuteronômio 16: 9

A palavra grega significa cinquenta, e refere-se aos 50 dias que se passaram desde a Páscoa. A Festa das Semanas comemorava o fim da safra de grãos ou das colheitas. Mais interessante é a sua utilização em Joel e Atos. Ao olhar para trás à profecia de Joel, ver Joel 2: 8-32 e para frente à promessa do Espírito Santo nas últimas palavras de Cristo na terra, antes da Sua ascensão ao céu, ver Atos 1:8, o Pentecostes marca o início da era da igreja.

No dia de Pentecostes, descrito em Atos 2, os discípulos testemunharam o nascimento da igreja do Novo Testamento com a vinda do Espírito Santo para habitar todos os crentes. A descrição do fogo e vento mencionados no relato de Pentecostes ressoa por todo o Antigo e o Novo Testamentos. O som do vento no dia de Pentecostes foi impetuoso. Temos muitas referências bíblicas ao poder do vento e sempre entendido como estando sob o controle de Deus. Ver Êxodo 10:13, Salmo 18:42, Isaías 11:15 e Mateus 14: 23-32. Mais significativo do que o vento como poder é o vento como vida no Antigo Testamento. Ver Jó 12:10, e como Espírito no Novo, ver João 3:8.
  
“A promessa do Espírito Santo não é limitada a uma época ou povo. Cristo declarou que a divina influência do Espírito deveria estar com Seus seguidores até o fim. Desde o dia do Pentecostes até ao presente, o Confortador tem sido enviado a todos os que se rendem inteiramente ao Senhor e a Seu serviço. A todos os que aceitam a Cristo como Salvador pessoal, o Espírito Santo vem como consolador, santificador, guia e testemunha. Quanto mais intimamente os crentes andam com Deus, tanto mais clara e poderosamente testificam do amor do Redentor e da Sua graça salvadora. Os homens e mulheres, que, através dos longos séculos de perseguição e prova, desfrutaram, em larga escala, a presença do Espírito em sua vida, permaneceram como sinais e maravilhas no mundo. Revelaram, diante dos anjos e dos homens, o transformador poder do amor que redime.” Atos dos Apóstolos, 27.

TERÇA-FEIRA (30 de outubro) UNIDADE DE COMUNHÃOEste é o texto para hoje: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister. E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” Atos 2:42-47

O primeiro sermão conduziu três mil convertidos! Talvez alguns pensaram: “Agora, o que faremos com todas estas pessoas?” Lucas resumiu as atividades destes primeiros crentes em um versículo: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” Atos 2:42. Os crentes primitivos perseveravam na Palavra. Encontramos em Atos 5:42: “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.” Estavam em torno das Escrituras e todos os dias se reuniam para orar e aprender sobre a Palavra de Deus. Além disso, o texto diz que eles perseveravam, ou venciam os obstáculos através da Palavra de Deus, ver Atos 2: 42,43, crendo verdadeiramente nas verdades bíblicas.

Os crentes da igreja primitiva tinham o objetivo comum de anunciar a Palavra. Veja este texto: “Pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos.” Atos 4:20. Além de conhecer a Palavra, tinham um objetivo em comum que era pregar o Evangelho. Todos eram missionários, pregadores, e todos testemunhavam a obra de Deus em suas vidas.

Os crentes primitivos pregavam a palavra na sua simplicidade. Em Atos 3: 6 lemos: “não possuo ouro nem prata, mas o que tenho isso te dou: em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta e anda”. Nos seguintes exemplos vemos palavras simples e poderosas devido à fé que tinham: Atos 10:34: “Deus não faz acepção de pessoas” Atos 16:31: “crê no Senhor Jesus e serás salvo tu e tua casa”.

Outro fator importante na vida dos apóstolos era a oração. O verdadeiro crente não pode viver sem oração. Charlles. H. Spurgeon ao pregar sobre Atos 1:14; “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.” Atos 1:14, disse: “Como esperar o Pentecostes se nem ainda fomos despertados para orar? Primeiro, vem a igreja toda, unânime, perseverando em oração, só depois vem o Pentecostes”. A oração particular é importante, mas a congregacional também o é. Portanto, frequente as reuniões de oração da sua igreja com seus filhos e amigos. Amém?

Os apóstolos discutiam os seus problemas à luz da Palavra: Veja este texto: “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.” Atos 6:1-4

O livro de Atos é um dos livros mais emocionantes da Bíblia porque mostra os atos do Espírito Santo movendo os apóstolos e crentes primitivos na proclamação do evangelho. De um pequeno grupo de crentes tímidos, relatado no capítulo 1, estes homens e mulheres crentes, movidos pelo Espírito Santo, tornaram-se em uma grande força ao ponto de abanar as estruturas do império romano. No entanto, num período relativamente curto de tempo, de pouco mais de 30 anos, os primeiros 120 discípulos de Cristo e seus convertidos mudaram o mundo.

Em torno de 200 anos depois do nascimento da igreja cristã primitiva, Tertuliano, um dos pais da igreja primitiva, escreveu esta declaração sobre o impacto do evangelho no mundo de então: “ocupamos todos os lugares que pertencem a vocês; vilas, ilhas, fortalezas, cidades, comércios, os próprios acampamentos militares, tribos, conselhos municipais, o palácio, o senado, o mercado local; nós não deixamos nada, a não ser os vossos templos.” Os primeiros crentes invadiram a cultura romana, e, embora o Império Romano dominou o mundo, o evangelho prevaleceu! Amém?

Como os crentes daquele tempo conseguiram essa façanha? Eles entenderam um segredo simples: cada homem e cada mulher era parte da equipe e uniram-se em amor. O Ministério não era somente para um seleto grupo chamado;  "apóstolos". O Ministério era para todos os que ingressavam na igreja. Cada membro da igreja era um missionário e hoje temos a mesma tarefa diante de nós! Amém?

Na verdade, a igreja cristã primitiva não seria formada, e não existiríamos hoje como igreja, se não fosse a atuação do Espírito Santo para promover a unidade entre os crentes. Jesus é a cabeça da igreja e nós somos o corpo de Cristo. Ver Efésios 1:22, 23 e 5:23. “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.” Efésios 2:20-22

É o Espírito Santo que une a cabeça ao corpo. E o Seu trabalho é maravilhoso, pois Ele tem a tarefa de unir Deus, que é santo, ao homem que é pecador. Como Deus não baixa a Sua norma de santidade ao padrão humano, somos nós que devemos nos elevar ao Seu padrão de santidade. Veja estes textos: “Como Deus é puro em Sua esfera, assim o homem deve ser na sua. E será puro, se Cristo, a esperança da glória, habitar no interior; pois ele imitará a vida de Cristo e refletirá Seu caráter.” Obreiros Evangélicos, 366

QUARTA-FEIRA (31 de outubro) GENEROSIDADE E GANÂNCIA – A lição de hoje compara a generosidade de Barnabé com a ganância de Ananias e Safira. Veja os textos: “Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé, que, traduzido, é Filho da consolação, levita, natural de Chipre, possuindo uma herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos.” Atos 4:36,37

“Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma propriedade, e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos. Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.” Atos 5:1-4

Uma das passagens mais dramáticas do Novo Testamento encontra-se em Atos 5:1-11 e nos remete ao estudo de hoje; o que causou a morte de Ananias e Safira. Como sabemos, eles morreram após mentirem aos apóstolos sobre uma propriedade que haviam vendido. Mas, na verdade, a mentira foi ao Espírito Santo de Deus. Esta morte poderia ser evitada. Nós também precisamos ter cuidado com alguns aspectos apresentados neste texto bíblico, pois foi colocado como uma advertência para os cristãos.

Não foi Deus e nem os apóstolos que pediram a venda da propriedade. Foi algo que nasceu no coração deles, e seria apresentada como oferta. Ofertar era uma marca da igreja primitiva, e o casal, de início, estava de acordo na venda da referida propriedade e em dar como oferta. Ver Atos 1:14, 2:1,46, 24, 32-37. Em Atos 5:3 Pedro faz uma pergunta a Ananias: “por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisse ao Espírito Santo”?

Havia duas formas deles não morrerem, pois a morte física foi consequência primeiramente de uma cegueira e morte espiritual: A primeira forma, era não ser voluntário, ou seja; não precisavam ter vendido nada, nem tão pouco querer repartir o valor, ou ainda dar todo o valor. Pois Deus não pediu para que vendessem alguma coisa. A segunda forma de evitarem o pecado, seria o seguinte: já que vendeu, não omitir o preço real da venda! Com isso, eles acabaram mentindo ao Espírito Santo e consequentemente aos apóstolos.

“Depois, Ananias e Safira ofenderam o Espírito Santo cedendo a sentimentos de cobiça. Começaram a lamentar o haverem feito aquela promessa e logo perderam a suave influência da bênção que lhes havia aquecido o coração com o desejo de fazer grandes coisas em benefício da causa de Cristo. Julgaram haverem-se precipitado e sentiam ser necessário reconsiderar sua decisão. Falaram entre si sobre o caso e resolveram não cumprir a promessa. Viam, porém, que os que entregavam seus bens para suprir as necessidades de seus irmãos mais pobres, eram tidos em alta estima pelos crentes e, com vergonha de que os irmãos viessem a saber que sua mesquinhez de alma regateara aquilo que haviam solenemente dedicado a Deus, resolveram deliberadamente vender sua propriedade e fingir que davam todo o produto para o fundo comum, guardando, porém, para si mesmos, grande parte. Desse modo garantiriam para si o pão do depósito comum, ao mesmo tempo que alcançariam a alta estima de seus irmãos. Mas Deus aborrece a hipocrisia e a falsidade. Ananias e Safira praticaram fraude em sua conduta para com Deus. Mentiram ao Espírito Santo, e seu pecado foi punido com juízo rápido e terrível. Quando Ananias chegou com sua oferta, Pedro disse: “Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus”. Atos 5:3, 4. “E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou. E um grande temor veio sobre todos os que isto ouviram”. Atos 5:5. Atos dos Apóstolos, 40

“Não apenas para a igreja primitiva, mas para todas as gerações futuras, este exemplo de como Deus aborrece a cobiça, a fraude, a hipocrisia, foi dado como um sinal de perigo. Foi a cobiça que Ananias e Safira tinham acariciado em primeiro lugar. O desejo de reter para si a parte que haviam prometido ao Senhor, levou-os à fraude e à hipocrisia. Deus tem feito depender a proclamação do evangelho do trabalho e dos donativos de Seu povo. As ofertas voluntárias e os dízimos constituem o meio de manutenção da obra do Senhor. Dos bens confiados aos homens, Deus reclama certa porção - o dízimo. A todos deixa Ele liberdade para decidirem se desejam ou não dar mais do que isto. Mas quando o coração é tocado pela influência do Espírito Santo, e é feito um voto de dar certa importância, aquele que fez o voto não tem mais nenhum direito sobre a porção consagrada. Promessas desta espécie feitas aos homens são olhadas como obrigatórias; seriam menos obrigatórias as feitas a Deus? São as promessas julgadas no tribunal da consciência menos obrigatórias que as escritas nos contratos humanos?” Atos dos Apóstolos, 74

QUINTA-FEIRA (1º de novembro) LEMBREM-SE DOS POBRES – O atendimento aos pobres e necessitados foi a marca da igreja cristã primitiva. Que advertências nos são feitas sobre a atenção que devemos dar aos pobres, necessitados e pessoas vulneráveis? Veja os textos para hoje: “Não roubes ao pobre, porque é pobre, nem atropeles na porta o aflito; porque o Senhor defenderá a sua causa em juízo, e aos que os roubam ele lhes tirará a vida.” Provérbios 22:22-23.

O seguinte texto bíblico faz menção aos ricos que oprimem os pobres: “Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos”. Tiago 5:4. Existem outras referências bíblicas que mencionam a importância dos cristãos darem a devida atenção aos pobres. Veja este outro texto: “O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, ele mesmo também clamará e não será ouvido”. Prov. 21:13.

O dinheiro hoje domina as casas de leis, as cortes e os palácios dos governos. O dinheiro é o maior “deus” deste mundo. Por ele as pessoas roubam, mentem, corrompem-se, casam-se, divorciam-se, matam e morrem. O problema não é possuir dinheiro, mas ser possuído por ele. O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão. Não é pecado ser rico, pois a riqueza é uma bênção. É Deus quem nos dá sabedoria para adquirirmos riquezas. O problema é colocar o coração nas riquezas. A raiz de todos os males não é o dinheiro, mas o amor ao dinheiro. Os ricos sentenciados por Deus ajuntam para eles o que devem pagar aos trabalhadores. Algumas pessoas fraudulentas prejudicam os pobres e ainda jogam a culpa neles e alguns ricos até condenam os pobres nos tribunais. Ver Tiago 2:6 e 5:6.

Ao contrário de roubar os pobres, Deus exige de nós cuidados em favor dos necessitados. A Bíblia ensina que Deus exerce justiça. De fato, "Deus é... justo e reto". Deuteronômio 32:4. Além disso, a Bíblia sustenta a noção de justiça social na qual a preocupação e os cuidados são mostrados em favor dos pobres e aflitos. Ver Deuteronômio 10:18, 24:17 e 27:19. A Bíblia, muitas vezes, se refere ao órfão, à viúva e ao estrangeiro, ou seja; pessoas que não eram capazes de cuidar de si mesmas ou não tinham um sistema de apoio, como merecendo a nossa especial atenção. A nação de Israel foi ordenada por Deus para cuidar dos menos afortunados da sociedade, e seu eventual fracasso de fazer isso foi, em parte, a razão para o seu julgamento e expulsão da terra.

A noção cristã de justiça social é diferente da noção contemporânea de justiça social. As exortações bíblicas para cuidar dos pobres são mais no âmbito individual do que das instituições e sociedade como um todo. Em outras palavras, cada cristão é encorajado a fazer o que puder para ajudar os pobres. A base para tais mandamentos bíblicos encontra-se no segundo dos grandes mandamentos; "amar ao próximo como a si mesmo." Ver Mateus 22:39. A noção de justiça social dos homens de hoje substitui o indivíduo pela instituição. Jesus ordena que cada cristão se torne responsável por cuidar dos menos favorecidos da sociedade e da igreja. A abordagem bíblica vê Cristo como Salvador e motivador do amor e cada cristão deve seguir os Seus passos.

Veja quais foram os resultados da generosidade que foram sentidos na vida dos crentes da igreja de Corinto: “E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem graças a Deus. Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também é abundante em muitas graças, que se dão a Deus. Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão, que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para com eles, e para com todos; e pela sua oração por vós, tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há. Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.” Coríntios 9:8-15

SEXTA-FEIRA (2 de novembro) LEITURA ADICIONAL E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 5 (4º trimestre 2018) A EXPERIÊNCIA DA UNIDADE NA IGREJA PRIMITIVA – Os gentios, convertidos ao cristianismo, disponibilizaram-se em socorrer os cristãos de Jerusalém, pois, de lá veio o Messias e a mensagem da salvação. Eles queriam retribuir de alguma forma, e isso foi fácil para eles. Os ex-gentios foram mais prudentes, não venderam tudo, contribuíram de tal modo que eles mesmos não viessem depois a necessitar da ajuda dos de fora. Os primeiros cristãos judeus foram tão generosos que venderam tudo, ao menos os de Jerusalém. Havia um entusiasmo por disseminar o evangelho da salvação!

A disposição generosa dos gentios, da mesma forma como antes, dos cristãos de Jerusalém, fortaleceu a unidade na igreja. É que quando um é por todos e todos são por um, quando há genuína vontade de colaborar, de socorrer, de contribuir, a unidade se manifesta como que automaticamente, afinal, todos estão revelando amor. Ou ainda, quando em lugar do ódio existir amor, nessa condição existirá unidade. Amém?

Somos convidados a sustentar a obra de Deus através dos nossos dízimos e ofertas. A nossa motivação, ao devolver o dízimo, não é conseguir bênçãos materiais de Deus, mas expressar gratidão e adoração pelas dádivas recebidas. Deus não faz troca com ninguém. Existem igrejas que ensinam a teologia da prosperidade, um tipo de troca com Deus; “quanto mais dinheiro dá mais bênçãos recebe”. Deus só quer aquilo que é dele. Deus não pode ser comparado por um fundo de investimentos, não é essa a relação que Ele deseja ter com Seus filhos. Deus ensina-nos a ofertarmos humildemente e com sinceridade, não por ostentação ou interesse. Ver Lucas 21:1-4. Portanto a devolução dos dízimos e ofertas coloca Deus e o homem em suas devidas posições: Criador e criatura, Doador e receptor, Deus e mordomo. Amém? A infidelidade é considerado roubo a Deus!

“Deus lê os propósitos e intenções do coração, e prova os motivos dos filhos dos homens. Pode ser que Seu assinalado e visível desagrado não se manifeste como no caso de Ananias e Safira, contudo, no fim, o castigo não será de modo algum mais leve do que o que lhes foi infligido.” Conselho sobre Mordomia, 335

“A harmonia e a união que existem entre homens de disposições várias constituem o mais forte testemunho que se possa dar de que Deus enviou Seu Filho ao mundo para salvar os pecadores. É nosso privilégio dar este testemunho. Mas para isso fazer, precisamos colocar-nos sob a ordem de Cristo. Nosso caráter tem que ser moldado de conformidade com o caráter dEle, nossa vontade tem que ser rendida à Sua. Então trabalharemos juntos sem um pensamento de colisão….Quando o povo de Deus crer plenamente na oração de Cristo, quando praticar na vida diária as instruções nela contidas, a unidade de ação será um fato em nossas fileiras. Irmão estará ligado a irmão, pelos laços áureos do amor de Cristo. O Espírito de Deus, unicamente, é que pode efetuar essa unidade. Aquele que santificou a Si mesmo, pode santificar também a Seus discípulos. Unidos a Ele, estaremos também unidos entre nós, na mais santa fé. Quando buscarmos essa unidade com o empenho que Deus deseja, iremos alcançá-la. Não é o grande número de instituições, grandes edifícios, e a aparência externa, que Deus requer, mas a ação harmoniosa de um povo peculiar, um povo escolhido por Deus e precioso, unido um ao outro, tendo a vida escondida com Cristo em Deus. Cada homem deve estar em seu lugar, desempenhando a sua tarefa, exercendo influência correta em pensamento, palavras e ações. Quando todos os obreiros assim procederem, e não antes, Sua obra será um todo completo e simétrico.” Testimonies for the Church vol 8, 243. Conselhos para a Igreja, 44.

Luís Fonseca

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