sexta-feira, 18 de março de 2011

DIA DO PAI – 19 DE MARÇO (PORTUGAL) - NÓ AFETIVO


 HOMENAGEM AOS PAIS

Os pais foram convidados a irem à escola para dialogar sobre seus filhos. Certo pai explicou, com seu jeito humilde, que ele, devido à sua profissão, era representante comercial e não tinha muito tempo para falar com o  filho, nem  vê-lo, durante a semana. Saía para trabalhar muito cedo, quando seu filho ainda estava dormindo. Ao retornar do serviço, já era muito tarde. E, o garoto não estava mais acordado. Explicou, ainda, que não havia jeito. Ele tinha de trabalhar para prover o sustento da família. Mas, contou também que isso o deixava angustiado. Por não ter tempo para o filho, tentava se redimir indo beijá-lo todas as noites ao chegar em casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, dava um nó na ponta do lençol que o cobria.  Isso acontecia todas as noites quando ia beijá-lo. Quando  o filho acordava, vendo o nó, sabia, então, que o pai tinha estado  ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles. A diretora da escola ficou  surpresa e emocionada quando constatou que o filho desse pai era um dos “melhores” alunos  da  escola.

Tal fato nos faz refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes e de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples e eficiente.  E, o mais importante é que o filho percebia, através do “nó afetivo”, o que o pai estava lhe dizendo. Por vezes, nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito  mais que presentes ou desculpas vazias.  É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é mais importante que elas saibam, que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afeto, os sentimentos sempre falam mais  alto que as palavras.  É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor  de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro. Enfim, as pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas sabem registrar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó. Um nó cheio de afeto e carinho.

A primeira lição deixo aos pais. Vivemos num mundo extremamente agitado. É trabalho, são estudos. São muitos os compromissos. O mundo nos envolve com seus afazeres. A igreja também pode acelerar essa correria. É algo semelhante à parábola do semeador no que se refere à sementinha que caiu em meio aos espinhos. Ela foi sufocada, perdendo a sua força. Facilmente isso pode acontecer conosco. Perdemos a clareza sobre a importância das coisas. Tudo é importante, mas existem diferentes escalas de valores, diferentes prioridades. A família sempre deve ocupar o segundo lugar. O lugar mais alto cabe ao nosso Deus. Na parábola a semente é a Palavra de Deus. Quando deixamos de amar a Deus acima de tudo, quando deixamos de amar aos nossos queridos, podemos estar entronizando nosso trabalho, ou nossos bens, ou até mesmo podemos nos tornar pessoas egoístas, cujo centro é a nossa própria pessoa. A velha história do “Eu sou o bom.” Por isso, mesmo em meio à correria, não se esqueça do Senhor Deus e de sua família. Pequenos gestos para com o conjuge e filhos são necessários e trazem um bom tempero à vida. Por isso, seja criativo e invente seus “nós afetivos”.


A segunda lição deixo aos filhos. A vida dos filhos hoje está tão agitada quanto à dos pais. Por vezes, o filho se fecha em seu espaço, tornando-se cego com respeito a Deus e aos seus familiares. Cria um mundinho próprio, deixando de perceber os pequenos fatos familiares que acontecem à sua volta, os quais por vezes são carregados de afetividade. Devo dizer que não existe família perfeita, mas também nenhuma família é um inferno. Aos filhos que não enxergam as pequenas atitudes amorosas que perpassam o ambiente familiar, indico como caminho ir ao encontro de Jesus, como aconteceu com Bartimeu, dizendo: “Jesus! Eu quero tornar a ver.” Deus tem a capacidade de curar nossa cegueira espiritual. Ele é a luz.

A terceira lição deixo à todos. Dou um passo adiante, passando a falar de nossa família maior na fé. Todos nós temos um único Deus, que é Pai. Por vezes me vejo na situação de chefe querendo determinar o que Deus deve ou não fazer. Faço de Deus um empregado e quero que tudo aconteça segundo minha vontade. O que difere do Pai Nosso, onde Jesus ensina: Seja feita a tua vontade. Esperamos grandes milagres. Esperamos que todos os nossos pedidos sejam atendidos. Na verdade, se pararmos e observamos com atenção o mundo que nos cerca, veremos “muitos pequenos nós afetivos” que Deus prepara para nós. São bênçãos diárias e cotidianas que escapam de nossos olhos. Os judeus esperavam e esperam um “grande messias”, Jesus  veio montado num jumentinho. O profeta Elias esperava revelação no fogo e terremoto, Deus apareceu na leve brisa. É lindo. Ver a Deus nas pequenas coisas é um exercício diário. Deus se revela e quer se revelar. Deus quer colocar em nosso coração um espírito de gratidão. Por isso, aprenda a parar e  a observar. Aprenda a dizer: Eu quero ver! Aprenda a agradecer.

Por fim, vale dizer que, na história, a professora constatou que o menino que recebia o “nó afetivo” de seu pai destacava-se dos demais. Ele tinha maior capacidade para aprender e conviver. Se você viver na presença de Deus, você será uma pessoa melhor e mais útil à sociedade. Cristão e bom cidadão!

Feliz dia do Pai!

Adaptado por Luís Carlos Fonseca de (Euclécio Schieck)

Luís Carlos Fonseca

2 comentários:

  1. Fascinante esta lição de vida. se os filhos do Pai Eterno observasem os pequenos nós deixados nos nossos lençóis da vida, seríamos com toda certeza mais gratos a Ele. O único problema é que só enxergamos o nosso Pai quando Ele satisfaz as nossas vontades e realiza coisas grandes que desejamos. devemos ver o nosso Pai nos pequenos gestos de amor para que possamos contemplá-lo na grandeza de nossas realizações, pois é Ele quem nos dá todas as coisas. Parabéns a todos os pais de Portugal, e que sejam rica e grandemente abençoados por Deus.

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  2. Olá Vivia. Concordo com Você. Esta mensagem faz-nos pensar. Desejo a ti muitas felicidades sempre regadas com as bênçãos de Deus

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