Amar o pecador e aborrecer o mundo – Como conciliar?
“E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas." Mat. 22:37-40
“Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom." Lc 16.13
“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.” I Jo 2.15.
“Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?” Mat. 5:44-46
Os textos acima, e outros, nos colocam em um dilema: temos que amar o próximo, seja quem for, mas ao mesmo tempo não podemos “amar o mundo”.
Para sairmos do dilema, temos que entender realmente o que é “amar o próximo” e o que é “amar o mundo”.
Amar o próximo é identificar-nos com ele, seja quem for, sem nos igualarmos com ele; é reconhecer que também somos pecadores carentes da graça de Deus. Amar o mundo é aprovar, aceitar e adotar os seus padrões morais e espirituais, é pactuar com o mundo e seus males.
Jesus Cristo se identificou com cada um de nós, mas não se tornou igual a nós, em nossa imperfeições e misérias morais. Ver II Co 5.14-15. Cristo nos amou tanto que se identificou com “todos”, morreu por “todos”, mas não se igualou a nós, não pactuou conosco.
Notemos que o amor de Cristo não foi jamais um amor “de palavras”; foi um amor real, demonstrado em tudo o que Ele fez. O verbo “fazer” aí é absolutamente necessário e indispensável. É desse modo que temos de amar: sentir amor e compaixão em nosso íntimo, e expressá-lo em palavras e atos.
Em Mt 25.34-36 lemos: “Então dirá o Rei aos que estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; pois tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era estrangeiro e me hospedastes; estava nu e me vestistes; adoeci e me visitastes, estive na prisão e fostes ver-me." Isso significa que o que caracteriza o salvo, o cristão, é ação que corresponde ao amor que sente, atendendo as necessidades legítimas do próximo. Certamente não é só no atendimento às suas necessidades físicas e materiais, mas é também atendendo as de ordem moral e espiritual. Cristo não só curou enfermos, mas ofereceu-lhes a salvação. Jesus repreendeu a multidão à qual dera pão em abundância, e exortou-a a aceitar a comida que permanece para sempre.Ver João 6.26-27.
João e Tiago ensinam que o verdadeiro amor não é o amor apenas declarado com palavras, mas o amor expresso em ação. Ver Tg 2.14-17 e 1Jo 3.26-28.
Finalmente, Jo 4.20 diz: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e aborrece, não ama, a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?”
Você ama, realmente, ou apenas diz que ama?
Luís Carlos Fonseca
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