quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

COMPREENDENDO O VERDADEIRO DOM DE LÍNGUAS.


COMPREENDENDO O VERDADEIRO DOM DE LÍNGUAS.

Quando conversamos com crentes pentecostais, eles logo perguntam se temos o dom de línguas.  Eu respondo que Deus concede o dom de línguas à quem Ele quer: Jesus garantiu aos Seus discípulos a capacidade de falar outros idiomas como um dom do Céu. Observe:  "... em meu nome expulsarão os demônios; falarão outras línguas." Marcos 16:17. Deus preocupa-Se em pregar o evangelho para todas as tribos, raças e povos. Portanto, Deus capacitaria os Seus discípulos para pregarem o evangelho com este dom. É inegável que se trata da capacidade de falar outros idiomas sem o conhecer, ou os haver estudado na escola. E nunca barulhos labiais indefinidos ou estáticos como vamos ver neste breve estudo.


A LÍNGUA DO PENTECOSTES - O Pentecostes foi a comprovação maravilhosa, irrefutável e cristalina, de que este dom é realmente a capacitação divina para cumprir a ordem da pregação do evangelho. No cenáculo, aguardando a promessa de Cristo,ver Luc. 24:49, estavam quase 120 crentes reunidos, ver Atos 1: 15, com um mesmo pensamento, um só propósito e ligados por um puro e genuíno amor fraternal, ver Atos 2: 44-47, uns com os outros e todos ao Senhor. A pureza de Cristo emanava destes discípulos e era vista e sentida pelo povo. Havia uma ordem para pregar o evangelho à todo o mundo. E uma ocasião especial para tal, a reunião em Jerusalém , de representantes de todas as nações da terra para assistirem a festa de Pentecostes que, na oportunidade acontecia foi oportuna. Então cumpriu-se a promessa, veio o Espírito Santo, capacitando-os com o dom de línguas, e, imediatamente, passaram a pregar o evangelho no idioma dos estrangeiros presentes que estavam na festa e depois nas suas pátrias. Em Atos 2: 4, 6, 11 lemos: "...começaram a falar noutras línguas... Cada um, os estrangeiros em Jerusalém,  os ouvia falar em sua própria língua... Cretenses e árabes, todos os temos ouvido em nossa própria língua ." Ali estavam 18 idiomas representados, e ouviram a Palavra na sua própria língua. Aquele foi o verdadeiro dom de línguas. A glossolalia, dom de línguas, do Pentecostes, foi praticamente uma reprodução do milagre ocorrido junto a torre de  Babel, ver Gên. 11: 1-9, quando Deus, de uma fala única, produziu muitos idiomas. E daí, as pessoas agruparam-se de acordo com o entendimento de cada língua e povoaram a Terra. Paulo também reconheceu e, ensinou, que o dom de línguas é, realmente, a capacitação de falar novas línguas, outros idiomas,  pelo poder de Deus, ao mencionar termos facilmente identificáveis, conforme o capítulo 12 de I Coríntios, a saber:  verso 10 – "... e a outro variedade de línguas" verso 28 – "... variedade de línguas" verso 30 – "... falam todos diversas línguas". Vemos aqui que Paulo estava tratando da línguas inteligíveis e não estranhas.

O QUE PENSAM ALGUNS PENTECOSTAIS? - "É claro que se tratava de um dom, um milagre que se operou, quando os crentes, sem haverem estudado, sem conhecerem idiomas, falaram de forma a serem entendidos na linguagem dos que assistiam ao grande acontecimento... Os crentes falaram claramente na língua dos estrangeiros presentes ‘as grandezas de Deus’ (Atos 2: 7-11), e muitos deles se converteram ao serem admoestados pelo Senhor." – O Mensageiro da Paz, 1/9/54, pág. 5.
O então diretor responsável pela publicação mundial do periódico das Assembleias de Deus, Donald Gee, também  disse:"O sinal se tornava ainda mais impressionante quando a providência divina concedia ao crente falar no próprio idioma do descrente, como no dia do Pentecostes. – Acerca dos Dons Espirituais, pág. 77. Citado por Elemer Hasse, em Luz Sobre o Fenômeno Pentecostal.

Também o pentecostal Brumback, assim se expressa, a respeito deste envolvente tema: - "Milhares de judeus emocionados desviaram-se do caminho para resolver o mistério do som de uma tormenta naquela manhã calma. Ao ajuntarem-se, encontraram mais outro mistério, as línguas repartidas de fogo sobre as cabeças dos galileus. Mas iam presenciar maior mistério do que o som estranho das línguas flamejantes, o falar em outras línguas. Os observadores ficaram muito perplexos ao notarem que esses galileus, identificados como seguidores de Jesus de Nazaré, não estavam falando o idioma simples da Galiléia, mas ‘em outras línguas’; eram seus próprios idiomas! De fato, quase toda a multidão, ao escutarem, podiam discernir seu próprio idioma ou dialeto falado pelos adoradores extasiados." – Que Quer Isto Dizer?, págs. 18-19. Citado por Elemer Hasse, idem.

A liderança pentecostal reconhece que o  dom de línguas é, de fato, falar idiomas estrangeiros sem os conhecer ou os haver estudado. É dom de Deus!

COMO ENTENDER  A “LÍNGUA” DE CORINTO - Como este dom é divino, útil e necessário à igreja, logicamente também dizia respeito aos crentes Coríntios, e Paulo queria que tivessem esta capacidade.  Disse ele em I Coríntios 14: 5: "E eu quero que todos vós faleis em outras línguas"

TRATAVA-SE DE UM DOM REAL. Não há dúvidas de que é a condição de falar um idioma desconhecido pelo poder de Deus. Entretanto, os coríntios se "perderam" na busca deste dom. É curioso que foi só lá, naquela igreja, e em mais nenhuma outra, mesmo em todo o Novo Testamento, que o dom de línguas tornou-se um problema, pois este dom  nunca foi problema na Igreja Cristã. Esta bênção do Céu, Deus a repetirá quando Lhe aprouver.Se for da vontade de Deus, Ele certamente dará o dom de línguas para finalizar Sua Obra.  
Examinando alguns aspectos da igreja de Corínto, deparamo-nos com situações realmente desconcertantes, como: dissensão. Ver I Cor. 1:11. 11:18; demandas. Ver I Cor. 6: 6-7; adultério.Ver  I Cor. 5: 1; carnalidade. I Cor. 3: 1,3. Que se pode esperar dos carnais? Muita confusão. E havia outros problemas como: prostituição. Ver II Cor. 12: 19-21; o uso do véu. Ver I Cor. 11: 5-6; cabelo rapado. Ver I Cor. 11: 15-16; usura. Ver  II Cor. 11: 8-9; desvirtuação da Santa Ceia. Ver  I Cor. 11.
Então, o que houve em Corinto, aquela igreja dilacerada por divisões doutrinárias, sufocada por práticas imorais, destruída pelo orgulho e licenciosidade? Paulo convenceu-se que aqueles irmãos estavam desvirtuando o dom de línguas, pois procediam contrário ao determinado pelo Espírito Santo. Desejavam o dom a qualquer custo. Mas, o dispensá-lo ou não, compete a Deus. Ver I Cor. 12: 11, e como o ambiente não era propício, por causa das desavenças e carnalidade, desavisadamente emitiam, a esmo, sons "que ninguém entende". I Coríntios 14: 2.  Diante deste desconcertante episódio, Paulo teve que por  ordem na igreja. Ele disse:  "...o que fala em língua desconhecida, ore para que a possa interpretar."  I Coríntios 14: 13

Nas demais manifestações deste dom no Novo Testamento, tanto quem falava, quanto quem ouvia, entenderam a língua. Aqui, porém, em Corinto, foi necessário tal orientação em virtude da visível contrafação do dom. Assim que, se não for uma língua interpretável, semelhante a qualquer idioma terrestre, ou não tendo quem a traduza, a língua para nada se aproveita. Estará falando ao ar, trazendo confusão e não edificando a igreja. "...se eu for ter convosco falando em outras línguas, em que vos aproveitarei... O entendimento fica sem fruto."  I Coríntios 14: 6, 14  
Que proveito trarão à igreja, ao indivíduo e ao mundo, a emissão de sons que não se entendem? Paulo deixa claríssimo que o problema é realmente de idioma estrangeiro e não de barulhos e sons desconexos, histéricos, incompreensíveis e esquisitos. E mais, Paulo classifica de indouto aquele que só conhece e fala seu próprio idioma, perto de quem fala outros. Ver I Cor. 14:16. Mais uma prova de que se trata de língua de nações e não barulhos sem sentido, feitos com a boca. Efetivamente, a língua só é útil quando entendida não só por quem a pronuncia, como por quem a ouve. Caso contrário, não terá nenhum valor. Paulo era um poliglota, isto é, falava vários idiomas, línguas de outras nações, por exemplo: grego. Ver Atos 21: 37,40; hebraico. Ver Atos 22: 2 ; e mais o aramaico e o latim, entre outros, porque cursou nas melhores escolas judaicas e romanas; mas ele só pregava para os Coríntios em seu próprio idioma. Diz ele:  "...porque falo mais línguas do que todos vós...quero, porém  falar cinco palavras na minha própria inteligência... do que dez mil palavras em língua desconhecida." I Coríntios 14: 18-19.
Que Deus abençoe a todos para termos a boa compreensão da Palavra de Deus sobre este tema.
  
Luís Carlos Fonseca


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