AS TRÊS CEIAS DO APOCALIPSE
O livro do Apocalipse está repleto de
revelações surpreendentes, dadas por Deus, para o crescimento espiritual da
Igreja, através dos séculos. E o próprio livro afirma que são
"bem-aventurados aqueles que lêem, e aqueles que ouvem as palavras da profecia,
e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo". Apoc. 1:3.
Ler, ouvir e guardar (praticar, vivenciar) a mensagem profética do Apocalipse é
o convite de Deus a todos aqueles que entram em contato com suas revelações.
Feliz o homem que entra em sintonia com o conteúdo do livro do Apocalipse,
"pois o tempo está próximo". Ora, se o tempo do cumprimento das
coisas reveladas nesse livro era considerado como estando "próximo",
já na época em que foi escrito (cerca do ano 100 A.D.), o que se pode dizer do
tempo atual?
Dentro desse contexto de proximidade
do fim do presente século, convido o leitor a refletir no conteúdo da revelação
apocalíptica a respeito das TRÊS CEIAS oferecidas por Deus à humanidade em
geral.
A Ceia da Graça Salvadora
Diz o Senhor: "Eu repreendo e
disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à
porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa, e cearei com ele e ele comigo." Apoc. 3:19 e 20.
A ceia da graça salvadora é o convite
de Deus ao arrependimento e à conversão. Em Seu grande amor pelo ser humano
(João 3:16; Rom. 5:6-8), Deus tudo fez para o salvar. Apesar disto, o homem
continua rebelde, arisco, fugindo de Deus. O Senhor, porém, não desiste de
procurá-lo. Vai às avenidas, aos becos, às favelas e aos morros, vai às
encruzilhadas da vida humana, qual amante e zeloso Pastor, à procura de Suas
ovelhas desgarradas. Por amar tanto ao homem, e não desejar vê-lo arruinado e
destruído pelos vícios e descaminhos da vida diária, Deus usa estratégias de
correção e orientação, chamadas disciplinas.
Enquanto disciplina, ama. Disciplina
para salvar, não para matar. Convida o homem ao arrependimento. Chama-o à
reflexão. Pede que o homem observe o caminho por onde está andando.' Note que é
um atalho perigoso. Solicita-lhe que dê meia-volta e caminhe pelo caminho da
VIDA.
Usando uma linguagem figurativa, Jesus
Se apresenta ao homem como alguém que chega a uma casa, e bate à porta, pedindo
pousada. Quer entrar e cear com o dono da casa, tomando-Se amigo íntimo daquela
pessoa. Quer conversar, trocar idéias, dialogar. Quer sentir o calor e a
acolhida de um lar.
É usando essa ilustração que Deus
oferece ao homem a preciosa chance de tornar-se um amigo íntimo da Divindade.
Deus quer restaurar o relacionamento que o pecado quebrou. Deus quer que o
homem O aceite como AMIGO ÍNTIMO, companheiros pela estrada da existência, tal
como fora Seu propósito, lá no Éden.
O ato de cear junto com alguém
representa familiaridade, intimidade. Jesus não quer ser um Amigo distante,
ausente, frio e indiferente às necessidades de Seus amigos. Se quisesse agir
assim, não precisaria vir até às mazelas humanas, sofrê-las e vivenciá-las.
Teria preferido ficar lá na casa do Pai, onde todos O amavam. Jesus, porém, sabia
que quem ama gosta de estar junto da pessoa amada. Somente os inimigos gostam
de viver separados uns dos outros. É por isso que as pessoas que não amam ao
próximo gostam de viver sozinhas, isoladas, ilhadas em seu próprio mundo de
mistérios, sombras, temores e tremores. Colocar-se junto à porta de alguém,
bater à porta e oferecer amizade e companheirismo só é possível àqueles que
sabem amar. "Deus é amor", afirmou João, o mesmo escritor do
Apocalipse. E por ser a personificação do amor, Jesus Cristo Se oferece a cada
homem e mulher, a cada moço e moça, a cada menino e menina, para fazer
companhia, para entrarem juntos em casa e juntos se banquetearem e se
regozijarem.
Essa primeira ceia juntos é o ponto de
partida para uma grande amizade entre o Criador e a criatura. Outras ceias
virão, e a amizade se repetirá, continuamente, até os amigos não mais se
separarem.
Jesus Cristo está batendo à porta de
sua vida. Ele quer fazer parte do seu dia-a-dia. Ele deseja partilhar com você
o manjar celestial (João 6; Apoc. 2:7), que o alimentará para a vida eterna.
Quer alegrar-Se junto a você. Quer transformar sua vida triste e sofrida, cheia
de lágrimas e decepções, em uma vida feliz, abençoada, transbordante de
alegria. Quer penetrar nos escuros recantos de sua mente, iluminando-a com a
luz diáfana de Sua glória. Quer abrir as janelas de sua alma, para que sua vida
receba a brisa vivificante do Espírito Santo.
Jesus, entretanto, é muito educado.
Ele usa o lugar certo para entrar na casa: a porta. Bate, e solicita entrada.
"Se alguém abrir a porta", Ele entra. A porta de sua vida só abre por
dentro. Somente você controla a maçaneta. É a você que cabe tomar a decisão de
abrir a porta da vida para Jesus. Jesus respeita integralmente sua decisão. Ele
não violenta a porta, pondo-a abaixo, forçando entrada. Ele não é um marginal,
um assaltante, mas um amigo. Você vai deixá-Lo entrar?
"Se.. .abrir"... Essa é uma
declaração importante. Está condicionada à vontade do dono da casa. Jesus não
deseja forçar a amizade. Ele quer sua amizade e companheirismo voluntário. Nada
de constrangimento. A pior coisa é alguém chegar à casa de outrem, e forçar
entrada. Torna-se um intruso, uma pessoa indesejada, "persona non
grata". Jesus quer evitar o constrangimento de uma presença indesejada. Por
isso, Ele bate à porta, solicitando entrada.
Isto representa a salvação vindo ao
homem, gratuitamente. Deus não apenas criou a salvação para o homem, ao
oferecer Jesus como oferta pelo pecado, como também oferece essa salvação
gratuita, de porta em porta, à semelhança de um vendedor ambulante. Quanta
humildade há em Deus! Quanta grandeza!
A ceia da graça salvadora é oferecida
a todos. E, porém, partilhada somente com aqueles que abrem a porta de sua vida
para Jesus Cristo, deixando-0 entrar. Rejeitar a entrada do amigo Jesus Cristo
é constrangê-Lo, decepcioná-Lo, entristecê-Lo. É dizer para Jesus: "Não
quero Tua amizade. Não Te desejo como amigo. Não Te quero em minha vida,
partilhando minhas emoções e meu dia-a-dia. Vai embora, já tenho companhia."
Vai você abrir a porta? Abra-a já. É
urgente.
A Ceia das Bodas do Cordeiro
"Bem-aventurados aqueles que são
chamados à ceia das bodas do Cordeiro." Apoc. 19:9.
"Então dirá o Rei aos que
estiverem à Sua direita: Vinde, benditos de Meu Pai! entrai na posse do reino
que vos está preparado desde a fundação do mundo." Mat. 25:34.
".. .Porque o reino de Deus está
dentro em vós." Luc. 17:21.
Quando Deus criou o homem, criou-o
para Sua glória (Isaías 43:7). O Reino de Deus incluía o homem. O homem vivia,
interior e exteriormente, a realidade feliz e gloriosa do Reino de Deus, num
clima de bem-aventurança. Deus havia criado a vida na Terra; criara o homem, e
partilhara com este o domínio do planeta (Gên. 1:26-28). Amizade perfeita,
perfeita sintonia entre o querer de Deus e o querer do homem. Felicidade plena
e absoluta.
O pecado, porém, criou uma mancha
negra no planeta Terra, estabelecendo a quebra do bom relacionamento entre o
Criador e a criatura. Acabou-se a amizade do homem com Deus. O homem escolheu
ser amigo de Satanás, rejeitando o companheirismo com o Senhor. Como
"todos pecaram e carecem da glória de Deus" (Rom. 3:23), o Reino de
Deus, em glória, abandonou o planeta Terra, deixando na escuridão e sombra da
morte, controlado por Satanás. O príncipe das trevas reinou quase absoluto por
muito tempo, com a aquiescência de todos os homens.
Quando Deus Se fez homem, em Jesus
Cristo, tomou a Si a tarefa de iluminar o mundo dos homens, com a luz radiante
e confortadora de Sua presença. Mas, para que a Luz prevalecesse, teria de ser
mais forte do que as trevas. Teria de vencer as trevas. Jesus Cristo, a Luz
(João 8:12) não deveria fazer nenhuma amizade com as Trevas (Satanás). Satanás
bem que tentou captar a amizade de Jesus. Muitas e variadas vezes bateu à Sua
porta, querendo entrada. Jesus, porém, recusou insistentemente que as trevas
viessem encobrir a claridade de Sua alma pura e santa.
Quando Jesus morreu, por causa dos
pecados alheios, Ele desceu à região da sombra da morte, o sepulcro. Tudo era
escuro e tétrico. Lugar muito próprio para Satanás, o rei das trevas. Mas, para
Jesus, o Príncipe da Luz, o sepulcro era indesejável. Aquela não era Sua casa.
Sua casa era a Casa do Pai (João 14:1-3), onde a Luz dominava.
Glorioso, cheio de luz, iluminou a
casa dos mortos, o sepulcro, naquele dia da ressurreição, triunfando sobre a
morte e as trevas, abrindo o poço da escuridão, para que a Luz da esperança
brilhasse em cada coração que se dirigia à região do inferno. Hoje, graças a
Jesus Cristo, podemos olhar para a sepultura não mais com terror, mas com
esperança. Depois de um breve estágio ali, sairemos também para a Casa do Pai,
no dia glorioso da breve vinda de Jesus Cristo.
Ao sairmos da sepultura, receberemos
de Deus o convite pessoal para irmos a uma grande e reluzente ceia: a ceia das
bodas do Cordeiro. A comemoração do reencontro do Noivo, Jesus Cristo, com Sua
amada noiva, a Igreja.
Para o banquete da Ceia das Bodas do
Cordeiro, somente são convidados os amigos do Noivo.
Em Sua primeira vinda à Terra, Jesus
Cristo veio convidar todos os habitantes do planeta para se juntarem a Ele,
para serem amigos, e partilharem juntos da ceia da salvação, através da qual o
Noivo, também chamado de "0 Cordeiro de Deus", Jesus Cristo, estaria
selando Seu compromisso de noivado com a Igreja. Ele veio do Céu, a Casa do
Pai, para a Terra, nossa casa, para nos convidar para o banquete da redenção.
Pagou o preço do banquete, e nos ofereceu gratuitamente a ceia celestial: vida
eterna a todo aquele que O recebe como amigo.
Também o Noivo pediu a Seus amigos,
chamados de discípulos, que estendessem o convite para a ceia da salvação a
todos os homens do planeta Terra, aos quais Ele não pode ir pessoalmente.
Passou-nos uma procuração, documentada na Palavra de Deus (Mat. 28:18-20; Atos
1:8), autorizando-nos a ir aos morros, às favelas, às mansões principescas, às
encruzilhadas, convidando os moradores da Terra para que 0 recebam como Amigo.
Aqueles que aceitaram Seu convite para
a Ceia da Salvação, são chamados de "amigos". Formaram uma sociedade
de "AMIGOS DO NOIVO", reunindo-se periodicamente para relembrar as
promessas feitas pelo Noivo. Esperaram fielmente pelo cumprimento da promessa
que o Noivo fizera, de levá-los para a Casa do Pai, a fim de participarem da
Ceia das Bodas do Cordeiro.
Quando Jesus voltar, voltará para Seus
amigos. Chamá-los-á da Terra, onde estiverem, em cima da terra ou embaixo da
terra, o lugar não é importante; importante é ser amigo do Noivo. Convidá-los-á
para a grande ceia comemorativa das Suas bodas, isto é, Sua união definitiva
com a Igreja. Nunca mais Se separará de Seus amigos terrestres. Morará com eles
para sempre. Alegrar-se-ão para sempre (Apoc. 21:1-4).
A Ceia dos Animais - A Ceia de Deus
Logo após relatar a visão sobre a Ceia
das Bodas do Cordeiro, João anotou uma outra revelação que Deus lhe mostrou.
Nessa nova revelação, João foi levado, em espírito, a contemplar um ambiente
escuro, tétrico, fétido, onde estaria acontecendo uma outra ceia. Ele
contemplou a visão, e relatou o que viu:
"Então vi um anjo posto em pé no
Sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do
céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus, para que comais carnes de
reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus
cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, assim pequenos como
grandes." Apoc. 19:17 e 18.
Uma estranha ceia! Uma ceia no escuro.
Tudo negro, pois o Sol não mais estará brilhando sobre a Terra (Jer. 4:23-26).
A ceia do abismo. A ceia dos perdidos. Somente aqueles que rejeitaram o convite
para participarem com Deus da Ceia da Graça, e que não puderam participar da
Ceia das Bodas do Cordeiro, em glória, estarão envolvidos na Ceia das Trevas.
Porém, é necessário atentar para um detalhe: Na Ceia das bodas do Cordeiro, os
amigos do Noivo são comensais, deliciam-se com os finos e preciosos manjares do
Céu. Enquanto que na ceia dos animais, os desobedientes serão o alimento. Serão
comidos pelos animais de rapina. Servirão de repasto a todas as aves de rapina,
as quais, convidadas por Deus, fartar-se-ão naquele alimento imundo.
Triste sorte desses homens e mulheres
que, feitos à imagem de Deus, para a glória de Deus, rejeitaram viver em
glória, preferindo a escuridão do pecado e da morte. Foi um ato voluntário.
Jesus bateu à porta de sua vida, pedindo entrada, mas foi impedido de entrar.
Sua presença, na ocasião, foi tida como indesejada.
Deixaram-nO de fora da vida,
preferindo continuar na companhia de Satanás. Agora, quando tudo está selado e
definido; quando o quem é quem do destino já confirmou as opções que cada um
fez quando em vida terrena, nada mais pode ser mudado. Quem escolheu ser amigo
de Jesus Cristo, e Lhe abriu a porta da alma, está vivendo na "Casa do
Pai", na companhia do Cordeiro de Deus, dos anjos e de todos os seus
conservos, "os que guardam os mandamentos de Deus e têm a fé de
Jesus". Apoc. 14:12. Quem rejeitou o amor divino, o qual, gratuitamente,
ofereceu a salvação, agora está morto, estendido sobre a face de toda a Terra,
como coisa fétida, esterco e comida para as aves de rapina. Alimento apodrecido
para a ceia dos animais.
O profeta Jeremias recebeu uma visão
de Deus sobre esse acontecimento, a qual ele escreveu em seu livro:
"Os que o Senhor entregar à morte
naquele dia, se estenderão de uma à outra extremidade da Terra; não serão
pranteados, nem recolhidos, nem sepultados; serão como esterco sobre a face da
Terra." Jer. 25:33.
Querido amigo e irmão em Cristo, você
hoje está sendo convidado à salvação. Tudo já foi feito. Jesus Cristo já
realizou sua salvação. Ela já é uma realidade. Agora Jesus Cristo vem a sua
casa (sua mente, sua vida) e pede entrada. Ele não Se conforma em trazer a
salvação ao mundo, de maneira geral, como fato histórico. Vem até você,
pessoalmente, e quer trazer essa salvação eterna à sua vida íntima. Quer que
você reconheça que o "Reino de Deus" está dentro de você, pois você
não foi criado para as trevas, mas para a luz. Você foi criado "à imagem
de Deus". Seu lugar é no Reino da Glória, não no reino das trevas. Abra,
pois, sua vida para Jesus. Não o deixe passar adiante, para salvar outros, e
você ficar de fora do Reino. Escancare as portas da alma para Cristo, e deixe-0
ficar aí. Isto será gozo e alegria para o seu coração. E para o coração de
Jesus.
Nós e Jesus devemos ser AMIGOS PARA
SEMPRE.
Que isto se cumpra em mim e em você.
Amém.
Autor. Pr. Otoniel Tavares de Carvalho
Luís Carlos Fonseca
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