RESUMO E
COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 3 – TESSALÔNICA NOS DIAS DE PAULO
VERSO ÁUREO:
“Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda
mais.” I Coríntios 9:19
INTRODUÇÃO: A
conveniência política é bem expressa em João 11:48-50. Com o domínio dos
romanos, Israel sofreu severas consequências de proibições e perseguições, e os
romanos também estavam presentes em Tessalônica e isso afetou a situação com a
qual Paulo teve que lidar ao apresentar o evangelho. A dura realidade de estar
disposto a se sacrificar por causa das pessoas mostra o que acontece quando
você também pensa dessa forma.
Em I Cor.
9:19-27, Paulo expõe sua estratégia de testemunho; ser todas as coisas para
todas as pessoas de modo a ganhar alguns. Ele não se preocupava com qualquer
outro objetivo, mas colocava o seu interesse naquilo que os outros estavam
pensando e fazendo para que pudesse testemunhar a eles. Ele diz a mesma coisa,
com outras palavras, em I Cor. 9:19. I Cor. 16:19 refere-se às igrejas da Ásia;
e Tessalônica era vizinha dessas igrejas. Tratava-se, naturalmente, de igrejas
que se reuniam nos lares, já que prédios de igreja ainda não tinham sido
construídos. As pessoas se reuniam em seus respectivos lares, em íntima
comunhão com Deus.
I João
2:15-17 nos conclama a não amarmos este mundo, porque ele é passageiro; uma
importante mensagem para nós, como o era para as pessoas do mundo antigo. Embora
pertençamos mesmo a este mundo, precisamos manter nossos olhos fixos nos
aspectos espirituais, conforme disse Jesus a Nicodemos. Ver João 3:3-8.
Faça estas perguntas a si mesmo: Por que seria importante conhecer a
situação existente em Tessalônica? Como a aplicamos ao nosso próprio tempo?
Como nossa experiência pessoal tem impacto na forma como vemos a Deus? Apesar
de nossos problemas individuais, como podemos saber que Deus ainda está
trabalhando para nosso bem?
DOMINGO (15
de julho) - OS ROMANOS CHEGAM A TESSALÔNICA – Que dois problemas Roma apresentava para a população?
Impostos caros - Como a lição deixa claro, a vida em
Tessalônica era boa para uns poucos e dura para a maioria. Como cidade
“adotada” por Roma, Tessalônica tinha que pagar tributo, sendo que todo imposto
adicional representava um problema, pois colocava um fardo extra sobre os
habitantes.
Idolatria - Além disso, seus sistemas religiosos
não lhes ofereciam esperança. Muitas pessoas de sua população estavam presas
nas exigências de uma vida monótona. Para piorar, tudo parecia completamente
sem sentido. Os “velhos deuses” não tinham relevância; a religião parecia não
ter respostas para oferecer.
Então Paulo
entrou e ofereceu a esperança de Cristo como uma parte vital das boas novas.
Ele falava às pessoas comuns da rua, que eram receptivas às boas novas. Reuniam-se
nas casas uns dos outros e conversavam sobre o que tinham aprendido, adorando a
Deus e celebrando a dádiva de Jesus. Daí tiramos o nosso modelo. Enquanto o
desenvolvimento de uma ampla estrutura administrativa eclesiástica seja útil,
de algum modo, pois a igreja pode fazer mais do que podemos como indivíduos,
isso foi alcançado por um preço. Precisamos recuperar o espírito dessas igrejas
originais que funcionavam nos lares, pondo o foco nas pessoas e não em prédios
e instituições, trabalhando para a família, os amigos, e os vizinhos.
Precisamos abordar, muito especificamente, os seus problemas e suas
preocupações, mostrando-lhes como Deus pode ajudá-los e pode dar resposta a
suas indagações. Mais do que tudo, precisamos levá-los ao Salvador Jesus que
nos diz a todos: “se vocês me vêem, vêem também o Pai.”
Por que isso é tão importante? Porque só podemos ter o perfeito amor
se esse amor elimina o nosso temor, especialmente nosso temor de Deus. Não
podemos amar a Deus, se o tememos. Conhecer a Deus como se revelou a nós na
vida e nas palavras de Jesus significa que podemos verdadeiramente amá-lo e
aceitar a cura da salvação, tornando-nos Suas testemunhas para os que estão ao
nosso redor.
Mesmo antes
de Paulo, a presença e decisões dos romanos nos territórios de Israel
influenciaram as decisões políticas e religiosas a respeito de Cristo e outros
fiéis. Ver João 11:48-50
SEGUNDA-FEIRA
(16 de julho) - UMA RESPOSTA PAGÃ A ROMA – Roma não teve que tratar apenas com
o cristianismo que florescia em seus dias de governo; mas teve que tratar
também com filosofias pagãs que prejudicavam o seu governo, pois a classe trabalhadora
era devota ao deus “Cabirus”. Quem foi
esse personagem? Cabirus, falava em favor dos marginalizados. De acordo com
a tradição ele foi assassinado por seus dois irmãos e foi enterrado com os
símbolos da realeza, e o movimento passou a tratá-lo como herói martirizado.
As classes
operárias acreditavam que Cabirus havia manifestado poderes miraculosos
enquanto vivia. Eles também acreditavam que de tempos em tempos, Cabirus, silenciosamente,
voltava à vida a fim de ajudar as pessoas; pensavam que ele voltaria para
trazer justiça às classes trabalhadoras e devolver à cidade a independência e
grandeza do passado. O culto de Cabirus oferecia esperança aos oprimidos, em
termos que lembram a esperança bíblica.
Quando o
culto ao imperador surgiu, na época de Augusto, os romanos proclamaram que
Cabirus já tinha vindo na pessoa de César. Em outras palavras, o poder de
ocupação se apropriou da esperança dos oprimidos, mas logo perceberam que a
opressão de Roma sobre eles era muito grande. E achavam que Cabirus os tinha
abandonado. Como resultado, a vida espiritual de Tessalônica não mais
proporcionava alívio para as classes trabalhadoras. As pessoas comuns ficaram
sem uma religião significativa. A existência do culto ao imperador também
significava que, se alguém parecido com o verdadeiro Cabirus chegasse à cidade,
seria uma ameaça imediata ao sistema estabelecido. Por isso os cristãos eram
perseguidos.
De que modo a idolatria atual afeta a
visão das pessoas para não enxergarem o lindo evangelho de Cristo? Como podemos
aproveitar as oportunidades para levar um evangelho que realmente leve
esperança para as pessoas?
TERÇA-FEIRA
(17 de julho) - O EVANGELHO COMO PONTO DE CONTACTO – Por que razão os tessalonicenses reagiram positivamente ao evangelho
- Tendo em vista o vazio de alma em que se encontravam pela opressão do
romanos, no sentido político e religioso quando Paulo apresentou o evangelho
puro de Cristo, eles ficaram encantados, e especialmente a classe trabalhadora
aceitou o evangelho de Jesus. O evangelho tem maior impacto quando vai ao
encontro das necessidades, esperanças e sonhos da audiência.
O texto de
hoje traz dois pontos importantes a serem considerados:
1) Primeiro Paulo cativou a atenção das
pessoas. O povo aceitou mais facilmente a mensagem da salvação porque Paulo
primeiramente procurou entender o público para o qual ia pregar. Primeiro Paulo
procurou cativar a amizade das pessoas e entender as suas necessidades físicas
e emocionais.
“Porque,
sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. E
fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão
debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão
debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não
estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os
que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos.
Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu
faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele. I Cor.
9:19-22
2) Só depois Paulo apresentou o evangelho de
Cristo - “Não sabeis
vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o
prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo
se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma
incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato,
não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para
que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar
reprovado.” I Coríntios 9:23-27
QUARTA-FEIRA
(18 de julho) – PAULO, O “PREGADOR DA RUA” – Quando trabalhei no Brasil não via
a necessidade de falar de Jesus para pessoas, na rua. Mas, quando cheguei a
Portugal e fui designado para trabalhar no arquipélago da Madeira, onde as
pessoas são muito apegadas a tradição católica, percebi que estar onde as
pessoas estavam, seria uma boa solução para despertá-las ao evangelho.
Lembro-me de uma vez que fui ao cais do Porto Santo e comecei a conversar com
um senhor que estava pescando. Pude entreter uma boa conversa com ele, e em
vários encontros com ele, desenvolvi uma boa amizade com ele e sua esposa e
logo passaram a visitar a igreja e tornei-me frequentador do seu lar, além, é
claro de poder apresentar-lhes a Palavra de Deus.
A lição de
hoje fala deste método que Paulo também usou no seu evangelismo. Ele ia onde as
pessoas estavam.
Naquele tempo
havia os mestres de filosofias humanas que usavam este método para ensinar a
população a respeito das suas doutrinas. Eles frequentavam as feiras e outros
lugares públicos, e convidavam pessoas para os lugares designados e discursavam
sobre as suas filosofias, e diziam que as pessoas deviam deixar acontecer uma
mudança interior dos seus conceitos e tradições antigas para as novas verdades
filosóficas que ouviam. E com isso cativavam muitas pessoas.
Paulo também
utilizou este método, mas com dois pontos diferentes dos filósofos: 1) Paulo
dava seguimento aos primeiros contatos e conduzia os seus ouvintes para uma
sequência de palestras cristãs. 2) Paulo ensinava que a conversão não era
apenas uma decisão interior, como ensinavam os filósofos populares, mas que era
uma obra sobrenatural de Deus que acontecia uma transformação na vida das
pessoas, operada por Jesus.
Veja estes versos: - “Meus filhinhos, por quem de novo
sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós.” Gálatas 4:19
“Tendo por
certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até
ao dia de Jesus Cristo.” Filipenses 1:6.
QUINTA-FEIRA
(19 de julho) – IGREJAS NOS LARES – Nos tempos bíblicos havia dois tipos de
residência. Havia a Domus, que era uma casa grande, construída em torno de um
pátio interior, que era de pessoas de maiores posses financeiras. Este tipo de
residência comportava em torno de 200 pessoas. Havia a Insua que com lojas e
oficinas no andar térreo com moradias nos andares superiores. E os cristãos
primitivos se reuniam nestes espaços.
Hoje as
reuniões de pequenos grupos nos lares são uma réplica das igrejas nos lares
daquele tempo. A função da igreja é para louvar a Deus, mas também é de
evangelização.
Como tenho colaborado para a pregação
do evangelho?
Acompanhe os seguintes textos:
“Saudai
também a igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que é as
primícias da Acáia em Cristo.” Romanos 16:5
“As igrejas
da Ásia vos saúdam. Saúdam-vos afetuosamente no Senhor áqüila e Priscila, com a
igreja que está em sua casa.” I Coríntios 16:19
“Saudai aos
irmãos que estão em Laodicéia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa.”
Colossenses 4:15
SEXTA-FEIRA (
20 de julho) - “Foi Deus quem deu aos homens a faculdade da razão, e o mais
nobre uso que se pode fazer das faculdades intelectuais encontra-se no estudo
de Sua Palavra. E quando, por meio diligente e fervorosa aplicação, a vontade
de Deus é discernida, não se deve permitir que nada se interponha entre Deus e
a alma a fim de desviá-la da vereda da obediência estrita. Não deveríamos
considerar, sequer por um momento, os ditames da propriedade, os motivos da conveniência,
o desejo egoísta de ganho, o medo do prejuízo, da desonra ou da reprovação.
Deus ordena, e isso basta. A luz brilha, e é nossa obrigação caminhar
nela.” Signs of the Times, 24 de julho
de 1884
“Em Jesus,
misericórdia e verdade se encontram, justiça e paz se beijam. Em Sua vida e
caráter, Ele não apenas revela o caráter de Deus, mas as possibilidades do
homem… Quando o pecador olha para o Redentor, encontra esperança, certeza e
gozo. A fé se apodera de Cristo em amor. A fé opera por amor, e purifica a
alma.” Mensagens escolhidas, v. 1, 349
“Nesta época,
os sistemas pagãos iam perdendo o domínio sobre o povo. Os homens estavam
cansados de aparências e fábulas. Ansiavam por uma religião capaz de satisfazer
o seu coração. DTN, 24
Luís Carlos
Fonseca.
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