Mateus 21:28-32
Introdução
1.
Certa
vez, alguém perguntou: “O que vale mais na vida religiosa? Os aspectos
doutrinários ou sua prática?”
2.
Para
muitas pessoas, a religião não passa de um credo de fé ou de uma relação de
ritos litúrgicos sem um correspondente acompanhamento prático.
3.
Um dos
meios de Cristo ensinar religião foram as parábolas (SI 78:2; Mt 13:34,35).
I.
Uma Parábola Significativa
1.
A
parábola dos dois filhos (Mt 21:28-32). Ellen G. White escreveu: “Esta parábola
foi pronunciada na última visita de Cristo a Jerusalém. [...] Nessa parábola, o
Pai representa Deus, a vinha, a igreja. Pelos dois filhos são representadas
duas classes de pessoas” Parábolas de Jesus, p. 271,274).
2.
Durante
essa visita, Ele fez um apelo à nação judaica para o arrependimento (ler Mt
23:37-39).
3.
Na
parábola, Cristo não mencionou os motivos que levaram o primeiro filho a não
cumprir sua promessa ou porque o segundo mudou de ideia. Porém, Ele
introduziu nessa história um elemento que faz toda a diferença: o
arrependimento.
a)
A
palavra “arrependimento” tem relação com o termo hebraico nâham. Ela indica mudança ou disposição de coração, mudança de
mente, de propósito e de conduta pessoal. Às vezes, ela se refere a Deus (ver
Gn 6:6; Êx 32:14), mas também tem conotações humanas.
b)
O Novo
Testamento emprega o termo grego metanoê,
que por sua vez indica mudança de mente e de propósito como resultado de
profunda reflexão (ver Dicionário Vine, 415).
4.
“Nessa
parábola, o primeiro filho que tão logo recebeu a ordem para trabalhar na
vinha do pai prometeu com muito entusiasmo que iria, mas que afinal não o fez
nunca, iguala-se aos religiosos professos cuja justiça própria os impede de
responder bem a qualquer chamado ao arrependimento.
O segundo
filho, que se negou a ir e depois mudou de ideia e foi, corresponde aos
publicanos e pecadores que, embora de início estivessem longe de ser justos,
se arrependeram como resultado da pregação de João Batista” (R. V. G. Tasker,
Mateus - Introdução e Comentário, p.161,162).
a)
João
Batista iniciou seu ministério enfatizando a necessidade do arrependimento
(Mt 3:2).
b)
Ellen
G. White confirma: “João devia ir como mensageiro de Jeová para levar aos
homens a luz de Deus. Devia imprimir-lhes nova direção aos pensamentos... João
proclamava a vinda do Messias, e chamava o povo ao arrependimento. Como
símbolo da purificação do pecado, batizava-os nas águas do Jordão (O Desejado
Todas as Nações, p. 100,104).
5.
Através
dessa parábola, relatada em Mateus 21:28-32, Cristo procurou resgatar e
valorizar o aspecto prático da religião.
II.
A prática da Religião
1.
No
Antigo Testamento, o povo de Israel disse: "Tudo o que o Senhor falou
faremos" (Êx 19:8).
2.
A
história demonstrou o contrário. A religião de Israel se tornou extremamente
ritualística sem o cunho prático (ver Is 1:10-15; 58:2-5; Mt 23).
3.
Como
igreja, estamos inseridos numa sociedade que precisa ver o evangelho na
prática (ver Mt 25:31-40; Tg 1:26,27).
a)
Ellen
G. White afirma: “Aqueles que Cristo louva no Juízo, talvez tenham conhecido
pouco de teologia, mas nutriram Seus princípios. Mediante a influência do
divino Espírito, foram uma bênção para os que os cercavam.
Mesmo entre
os gentios existem pessoas que têm cultivado o espírito de bondade; embora
ignorantes da lei escrita de Deus, ouviram Sua voz a falar-lhes por meio da
natureza, e fizeram aquilo que a lei requeria. Suas obras testificam que o
Espírito Santo lhes tocou o coração, e são reconhecidos como filhos de Deus” (O
Desejado de Todas as Nações, p. 638).
b)
Ilustração:
Um jovem casal saiu para a lua de mel. Eles estavam dirigindo por uma longa
estrada quando o carro se desviou e caiu numa vala. Despertando do acidente, o
rapaz encontrou sua amada sagrando e inconsciente. Desesperado, ele a carregou
nos braços em busca de socorro. De repente, o jovem ergueu os olhos e viu uma luz
brilhando na entrada de uma pequena casa.
Sabendo que
sua esposa não sobreviveria muito tempo naquelas condições, ele a carregou até
lá. Ao aproximar-se da casa suas esperanças reviveram porque havia uma placa na
entrada que dizia: “John Smith, médico”. Ele começou a bater intensamente. Um
senhor de idade veio à porta, olhou para ele e perguntou: “Posso ajudá-lo?” Ele
respondeu: “Senhor, minha esposa está morrendo. Por favor, salve-a!”
Aquele
senhor se retirou dizendo: “Sinto muito não poder ajudá-lo. Parei de praticar
a medicina há vinte anos.” Aquele jovem, desesperado, retrucou: “Senhor, sua
placa diz que o senhor é médico. Socorra minha esposa ou tire essa placa!” (Extraído
de Tony Evans, A igreja Gloriosa de Deus).
4.
Como
adventistas do sétimo dia, somos chamados por Deus para viver nossa religião
de forma prática. Deus espera isso de Sua igreja. Caso contrário, é melhor que
ela tire a placa.
Conclusão
1.
“As
palavras não são de valor algum se não forem acompanhadas de atos equivalentes.
Essa é a lição ensinada na parábola dos dois filhos" (Ellen G. White,
Parábolas de Jesus, p. 272).
2.
Fazer
a vontade do Pai é o que vale na vida cristã (ler SI 40:8; Jo 2:17).
Revista do Ancião Abr - jun 2012. Of. Depto de comunicações da UCB
Luís Carlos Fonseca
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