CASAMENTOS PROIBIDOS
Casamentos de
cristãos com descrentes - Há no mundo cristão uma assombrosa, alarmante
indiferença para com os ensinos da Palavra de Deus acerca do casamento de
cristãos com descrentes. Muitos que professam amar e temer a Deus preferem
seguir a inclinação de seu próprio espírito, em vez de tomarem conselho com a
Sabedoria Infinita. Em uma questão que interessa vitalmente à felicidade e
bem-estar de ambas as partes, para este mundo e o por vir, a razão, o juízo e o
temor de Deus são postos de parte, permitindo-se que domine o cego impulso, a
obstinada determinação.
Homens e mulheres de outro modo sensatos e conscienciosos,
fecham os ouvidos aos conselhos; são surdos aos apelos e rogos de amigos e
parentes, e dos servos de Deus. A expressão de um aviso ou advertência é
considerada impertinente intromissão, e o amigo que é fiel bastante para
pronunciar uma admoestação, é tratado como inimigo. Tudo isto é como Satanás
deseja. Ele tece seu encanto em volta da alma, e esta se torna enfeitiçada,
apaixonada. A razão deixa cair as rédeas do domínio próprio sobre o pescoço da
concupiscência, a paixão não santificada toma o domínio até que, demasiado
tarde, a vítima desperta a uma vida de miséria e escravidão. Não é este um
quadro traçado pela imaginação, mas apresentação de fatos. Deus não dá Sua
sanção a uniões que Ele proibiu expressamente.
São positivos os
mandamentos de Deus - O Senhor
ordenou ao Israel antigo que não deveria haver casamentos com pessoas das
nações idólatras ao seu redor: “Nem te aparentarás com elas; não darás tuas
filhas a seus filhos e não tomarás suas filhas para teus filhos.” Deuteronômio
7:3. É dada a razão para isso. A Infinita Sabedoria, prevendo o resultado de
semelhantes uniões, declara: “Pois elas fariam desviar teus filhos de Mim, para
que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra vós e
depressa vos consumiria.” Deuteronômio 7:4. “Porque povo santo és ao Senhor,
teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que Lhe fosses o Seu povo
próprio, de todos os povos que sobre a Terra há.” Deuteronômio 7:6. ...
No Novo Testamento existem proibições semelhantes acerca do
casamento de cristãos com ímpios. O apóstolo Paulo, em sua primeira carta aos
coríntios, declara: “A mulher casada está ligada pela lei todo o tempo em que o
seu marido vive; mas, se falecer o seu marido, fica livre para casar com quem
quiser, contanto que seja no Senhor.” 1 Coríntios 7:39. De novo, em sua segunda
epístola, escreve: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque
que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as
trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o
infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o
templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei;
e Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo. Pelo que saí do meio deles, e
apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei; e Eu
serei para vós Pai, e vós sereis para Mim filhos e filhas, diz o Senhor
todo-poderoso.” 2 Coríntios 6:14-18.
A maldição de Deus repousa sobre muitas das ligações
inoportunas e impróprias que se formam nesta época atual. Se a Bíblia deixasse
estas questões vaga e imprecisamente, então seria mais desculpável o
procedimento que muitos jovens de hoje estão seguindo em suas relações. Mas os
reclamos bíblicos não são ordens incompletas; requerem perfeita pureza de
pensamento, palavras e atos. Somos gratos a Deus porque Sua Palavra é uma luz
para os nossos pés, e porque ninguém precisa errar o caminho do dever. Os
jovens devem constituir seu dever consultar suas páginas e atender a seus
conselhos; pois lamentáveis erros são sempre cometidos ao desviar-se de seus
preceitos.
Deus proíbe que
crentes se casem com descrentes - Nunca se deve o povo de Deus aventurar em
terrenos proibidos. O casamento entre crentes e descrentes é proibido por Deus.
Mas demasiadas vezes o coração não convertido segue seus próprios desejos, e
formam-se uniões matrimoniais não sancionadas por Deus. Por isso muitos homens
e mulheres se acham sem esperança e sem Deus no mundo. Suas nobres aspirações
se acham mortas; por uma cadeia de circunstâncias eles estão detidos na rede de
Satanás. Os que são dominados pela paixão e os impulsos terão amarga colheita a
ceifar nesta vida, e sua direção pode dar em resultado a perda de sua alma. —
Fundamentos da Educação Cristã, 500, 501.
Os que professam a verdade desprezam a vontade de Deus
desposando incrédulos; perdem-Lhe o favor, e fazem dura a obra do
arrependimento. O incrédulo poderá ser dotado de excelente caráter moral; o
fato, de que ele ou ela não atendeu às reivindicações de Deus, e negligenciou
tão grande salvação, é razão suficiente para que se não consume tal união. O
caráter do incrédulo talvez seja semelhante ao do jovem a quem Jesus dirigiu as
palavras: “Ainda te falta uma coisa” (Lucas 18:22), aquilo era coisa
necessária. — Testemunhos Selectos 1:574.
O exemplo de Salomão -
Há homens pobres e obscuros cuja vida Deus aceitaria e tornaria cheia de
utilidade na Terra e de glória no Céu, mas Satanás está operando persistentemente
para derrotar Seus desígnios e arrastá-los à perdição mediante o casamento com
pessoas cujo caráter é de tal natureza que eles como que se lançam diretamente
atravessados na estrada da vida. Bem poucos saem vitoriosos desse emaranhado. —
Testimonies for the Church 5:124.
Satanás bem sabia os resultados que se seguiriam à
obediência; e durante os primeiros anos do reinado de Salomão — anos gloriosos
por causa da sabedoria, beneficência e retidão do rei — ele procurou introduzir
influências que haviam de desarraigar traiçoeiramente a lealdade de Salomão aos
princípios e fazê-lo separar-se de Deus. E que o inimigo foi bem-sucedido nesse
esforço, sabemos pelo relato: “E Salomão se aparentou com Faraó, rei do Egito,
e tomou a filha de Faraó, e a trouxe à Cidade de Davi.” 1 Reis 3:1.
Formando concerto com uma nação pagã, e selando o pacto pelo
casamento com uma princesa idólatra, rejeitou Salomão temerariamente as sábias
providências que Deus fizera para manter a pureza de Seu povo. A esperança de
que essa esposa egípcia se convertesse não foi senão uma fraca desculpa ao
pecado. Em violação de um positivo mandamento de permanecer separado de outras
nações, o rei uniu sua força com o braço da carne.
Por algum tempo, em Sua compassiva misericórdia, Deus dominou
esse terrível erro. A mulher de Salomão se converteu; e o rei, por uma sábia
liderança, poderia ter feito muito para combater as forças do mal que sua
imprudência pusera em operação. Salomão começou porém, a perder de vista a
Fonte de seu poder e glória. A inclinação tomou ascendência sobre a razão. À
medida que crescia sua confiança em si mesmo, ele procurou cumprir os desígnios
do Senhor ao seu modo. ...
Muitos professos cristãos pensam, como Salomão, que podem se
unir com os descrentes porque sua influência sobre os que se acham no erro será
benéfica; mas muitas vezes eles próprios, enredados e vencidos, cedem sua fé
sagrada, sacrificam os princípios e separam-se de Deus. Um passo em falso induz
a outro, até que afinal eles se colocam onde não podem esperar romper as
cadeias que os prendem.
A desculpa: “é
favorável à religião” - Alega-se por vezes que o incrédulo é favorável à
religião, e é tudo quanto se poderia desejar para um companheiro, a não ser uma
coisa: não ser cristão. Se bem que o melhor discernimento do crente lhe sugira
ser inconveniente unir-se para toda a vida com uma pessoa que não partilha da
fé, todavia, em nove casos em cada dez, triunfa a inclinação. O declínio
espiritual começa no momento em que se proferem os votos no altar; o fervor
religioso é arrefecido, e vão sendo derribadas uma após outra as fortalezas,
até que se encontram ambos unidos sob a negra bandeira de Satanás. Mesmo nos
festejos das bodas, o espírito mundano triunfa da consciência, da fé e da
verdade. No novo lar não é respeitada a hora da oração. A noiva e o noivo
preferiram-se um ao outro e despediram a Jesus.
A mudança no crente -
A princípio talvez o incrédulo não manifeste oposição; quando, porém, é
apresentado à sua atenção o assunto da verdade bíblica, para que o considere,
ergue-se imediatamente o sentimento: “Você casou comigo sabendo que eu era o
que sou; não quero ser incomodado. Daqui em diante fique entendido que são
proibidas as conversas sobre seus peculiares pontos de vista.” Caso o crente
manifeste qualquer zelo especial com relação a sua fé, pareceria descortês para
com aquele que não toma nenhum interesse na vida cristã.
O crente raciocina que, nas novas relações, tem de conceder
alguma coisa ao companheiro de sua escolha. São patrocinados entretenimentos
sociais, mundanos. A princípio com grande relutância de sentimentos por parte
do crente ao fazer isto, mas depois o interesse na verdade vai-se tornando cada
vez menor, e a fé se transforma em dúvida e incredulidade. Ninguém haveria
suspeitado que aquele outrora firme e consciencioso crente e consagrado
seguidor de Cristo pudesse se tornar um dia duvidoso, vacilante, como agora é.
Oh! a mudança operada por aquele casamento imprudente! — Testimonies for the
Church 4:505, 506.
Coisa perigosa é formar uma aliança mundana. Bem sabe
Satanás que o momento que testemunha o enlace de muitos rapazes e moças, põe um
ponto final em sua história religiosa, em sua utilidade nesse sentido. Acham-se
perdidos para Cristo. Poderão, por algum tempo, fazer um esforço para viver a
vida cristã; todos esses esforços, no entanto, são feitos contra decidida
corrente em sentido contrário. Outrora era para eles um privilégio e prazer
falar acerca de sua fé e esperança; chegam, porém, a relutar para mencionar tal
assunto, sabendo que aquele com quem uniram o destino não tem nenhum interesse
no mesmo. Em conseqüência, perece no coração a fé na preciosa verdade, e
Satanás tece perigosamente em torno deles uma rede de dúvida.
Arriscar o céu - “Andarão dois juntos, se não estiverem de
acordo?” Amós 3:3. “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na Terra
acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por Meu Pai, que
está nos Céus.” Mateus 18:19. Quão estranho, porém, o que se nos depara!
Enquanto um daqueles que se acham tão estreitamente unidos está empenhado em
devoção, o outro vive indiferente e descuidoso; ao passo que um busca o caminho
da vida eterna, o outro segue a estrada larga que conduz à morte.
Centenas de pessoas têm sacrificado a Cristo e ao Céu em
conseqüência de haverem desposado um não-convertido. Acaso pode ser que o amor
e o companheirismo com Cristo seja de tão pouco valor para eles, que preferiram
a companhia de pobres mortais? É o Céu tão pouco estimado, que estejam
dispostos a arriscar sua vida por alguém que não sente amor algum para com o
precioso Salvador? — Testimonies for the Church 4:507.
Unires-te a um incrédulo é colocares-te no terreno de
Satanás. Ofendes o Espírito de Deus e perdes Sua proteção. Podes sujeitar-te a
tão terríveis desvantagens na peleja da batalha pela vida eterna? — Testimonies
for the Church 5:364.
Pergunta-te a ti mesma: “Não desviará um marido descrente os
meus pensamentos de Jesus? Ele é amante dos prazeres mais do que amante de
Deus; não me levará a apreciar as coisas de que gosta?” O caminho para a vida
eterna é íngreme e áspero. Não tomes sobre ti fardos além dos necessários, que
retardam o teu progresso.
Um lar sem sombras
- O coração anela o amor humano, mas esse amor não é bastante forte, ou
bastante puro, ou precioso bastante, para suprir o lugar do amor de Jesus.
Unicamente em seu Salvador pode a esposa encontrar sabedoria, força e graça
para enfrentar os cuidados, responsabilidades e tristezas da vida. Deve
constituí-Lo sua força e guia. Que a mulher se entregue a Cristo antes de se
entregar a qualquer amigo terreno, e não assuma qualquer relação que entre em
atrito com isso. Os que encontram a verdadeira felicidade, precisam da bênção
dos Céus sobre tudo que possuem e fazem. É a desobediência a Deus que enche de
miséria a tantos corações e lares. Minha irmã, a menos que desejes ter um lar
de onde nunca se levantem as sombras, não te unas com um homem que é inimigo de
Deus.
O raciocínio do
cristão - Que deve fazer todo crente quando levado a essa posição difícil
para a solidez dos princípios religiosos? Com firmeza digna de imitação, ele
deve dizer francamente: “Sou um cristão consciencioso. Creio que o sétimo dia
da semana é o sábado bíblico. Nossa fé e princípios são tão diversos que levam
a direções opostas. Não nos é possível ser felizes juntos, pois se prossigo em
adquirir mais perfeito conhecimento da vontade de Deus, me tornarei mais e mais
diferente do mundo, e mais me assemelharei a Cristo. Se você continua a não ver
nenhuma beleza em Jesus, nenhuma atração na verdade, amará o mundo, que eu não
posso amar, ao passo que eu me deleitarei nas coisas de Deus, a que você não
pode ter amor. As coisas espirituais discernem-se espiritualmente. Sem
discernimento espiritual você será incapaz de ver os direitos que Deus tem sobre
mim, ou de avaliar minhas obrigações para com o Mestre a quem sirvo; então você
achará que o negligencio por causa de meus deveres religiosos. Não se sentirá
feliz; terá ciúmes da afeição que consagro a Deus; e me sentirei só em minha
crença religiosa. Quando se mudarem seus pontos de vista, quando seu coração
atender aos reclamos de Deus, e aprender a amar a meu Salvador, então poderemos
reatar nossas relações.”
O crente faz então por Cristo um sacrifício que sua
consciência aprovará, e que mostra que ele estima a vida eterna demasiado alto
para correr o risco de perdê-la. Sente que melhor lhe é permanecer solteiro do
que ligar seus interesses por toda a vida com uma pessoa que prefere o mundo a
Jesus, e que o buscaria levar para longe da cruz de Cristo.
Um casamento bem
fundamentado - Só em Cristo é que se pode com segurança entrar para o
casamento. O amor humano deve fazer derivar do amor divino os seus laços mais
íntimos. Só onde Cristo reina é que pode haver afeição profunda, verdadeira e
altruísta.
Quando um dos
cônjuges se converte depois de casado - A pessoa que entrou para a relação
matrimonial quando ainda não convertida, coloca-se pela sua conversão sob uma
obrigação maior de ser fiel à pessoa consorte, por mais que difiram com
respeito à fé religiosa; todavia, as exigências de Deus devem ser postas acima
de toda a relação terrena, mesmo que provas e perseguições possam ser o
resultado. Com espírito de amor e mansidão, esta fidelidade pode ter influência
no sentido de ganhar o descrente.
fonte: Livro "O Lar Adventista" - Capítulo 9
Luís Carlos Fonseca
Eu descordo dessa coisa de proibições se duas pessoas se amam mas uma é crente e outra católica o Deus não seria o mesmo?
ResponderEliminarObrigado por sua opinião. Fique com Deus
EliminarObrigado por sua opinião. Fique com Deus
Eliminar