sábado, 6 de abril de 2013

ESBOÇO DE SERMÃO - “Negue-se a si mesmo”


“Negue-se a si mesmo”
Mateus 16:21-25

Introdução
  1.      Como seres humanos, todos diferimos em muitas coisas: temperamento, inte­resses, preferências, perspectivas em re­lação à vida, personalidade...

a)    Porém, em meio a essa variedade, existe algo comum a todos nós: o selo pela pre­servação do eu.

b)    Independentemente de nossas origens, herança genética, faixa etária, religião professada, essa é a marca universal que alguns até chamam de “o lado escuro da humanidade”: a febre do Eu primeiro.


2.      Essa filosofia de vida traz embutida a crença de que a detenção de poder, pos­se de fama ou dinheiro são instrumen­tos que medem o sucesso de alguém. E o nosso mundo a celebra com entusias­mo. Ela está presente no mundo fashion, esportivo, político, no mundo dos negócios, nas decisões tomadas pelos poderosos, nem sempre fundamenta­das em valores dignos ou no verdadeiro senso de justiça. Também se encontra nas perguntas que fazemos, quando so­mos confrontados com requerimentos para fazer algum trabalho ou viver cer­tos modelos de conduta: “O que vou ga­nhar com isso?” “Que lucrarei?” “Como serei visto?”

3.      A mensagem é clara: não abra mão de ser o primeiro. Defenda seus interesses, sem restrições. Assim, a nutrição do egoísmo não é apenas tolerada, mas ativamente promovida e encorajada.

I.       Noção perdida
1.    No vendaval de mudanças e transforma­ções experimentadas pela sociedade, uma palavra parece ter sido atingida em cheio: serviço. Numa época em que as pessoas pensam mais em si mesmas, essa palavra tem virtualmente desapare­cido do vocabulário de muitos.

a)    Por isso, aplaudimos como raridade im­pensável pequenos gestos e iniciativas de beneficiar alguém. O gesto de uma pes­soa fazer chegar ao seu verdadeiro dono um objeto encontrado na estação do metrô ou no banheiro de algum aeroporto é recebido com extrema surpresa!...

b)    Temos sido ensinados insistentemente que a vida se resume nisto: mais e me­lhor para mim. Que importa o resto?

c)    Precisamos despertar para o potencial destrutivo da mentalidade “eu primeiro”. Necessitamos compreender que não po­dem ser esquecidas as coisas que tornam a vida realmente importante: valores, fraternidade, unidade, disposição em ser­vir, solidariedade, doação, entrega.

II.      A lógica divina
1.   Não nos surpreende que Jesus tenha gas­tado tempo e esforço para ensinar aos discípulos um novo caminho de vida. Ele tentou reverter na mente deles a lingua­gem comumente usada: “Em vez de ‘meu’, ‘nosso’; ‘dar’ antes de ‘receber’; ‘servir’ em substituição do ‘ser servido’ ”.

a)    Mas os discípulos nem sempre demons­travam compreender. Para eles, com suas perspectivas e expectativas nacionalistas, nada disso parecia lógico.
2.   No texto de Mateus, Cristo acabara de lhes falar que deveria sofrer e morrer. Pedro, no entanto, O repreendeu, dizendo-Lhe que isso jamais aconteceria. Em sua mente, tal curso de ação representa­va desperdício de sabedoria, vida e auto­ridade. Depois de tudo, para onde iriam as expectativas (interesses) deles? O so­nho da destituição do sistema governa­mental vigente e estabelecimento de um reino em que eles ocupassem os primei­ros lugares? Não, isso não tinha que ter­minar em pó, na sepultura.

a)    A reação de Cristo surpreendeu Pedro. O Mestre reconheceu o inimigo manipulando o pensamento e as palavras do Seu incons­tante discípulo. Durante todo o tempo, Ele tentara ensinar que a atitude do “eu pri­meiro” não era o melhor estilo de vida.

b)    Noutra ocasião, chegou a esclarecer a di­ferença entre o modo de ser dos líderes mundanos e o verdadeiro sentido do Seu reino - Mat. 20:25-28.

3.   Toda a Sua vida foi uma demonstração de amor, altruísmo e serviço. Sua mor­te seria o último exemplo de amor e doação a outros.

a)     Mas Pedro e os demais, assim como nós, tinham o foco direcionado para o “eu pri­meiro”. Todos estavam enfeitiçados pelo sistema de valores, poder, promoção e privilégios do mundo.

III.    Morte do Eu
1.    A atitude de Pedro demonstra a obstina­ção e nocividade da mentalidade “eu pri­meiro”. Não é algo como uma virose passageira, um desajuste psicológico, ou sim­ples traço de herança genética. Por isso mesmo, não pode ser erradicada com an­tibióticos nem seções de psicanálise.

a)    Esse é um mal profundamente arraigado no coração e, a menos que seja tomada medida radical, ele drenará a plenitude de nossa vida e nos custará a eternidade.

b)    A única medida radical que funciona nesse caso é a morte. Morte do eu. A mentalidade “eu primeiro” deve ser cru­cificada. Pois, “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue...”

2.    Nesse ponto, nos deparamos com um paradoxo magnífico: essa morte, essa re­núncia de nós mesmos, finalmente nos leva a experimentar justamente o que mais desejamos e procuramos pelo ata­lho movediço do “eu primeiro”: profun­da, plena e absoluta realização pessoal. Afinal, “quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por Mi­nha causa, achá-la-á”.

Conclusão
1.      Se temos seguido o modelo humano de sempre buscar a satisfação do eu, passe­mos a permitir que Deus reverta nossos interesses.

a)    Certamente, nossa vida terá outro signifi­cado, nossos frutos serão outros e estare­mos mais identificados com o caráter do Salvador.

 Pr. Zinaldo Santos - Revista do Ancião - Oferecido por Dept de Comunicações da UCB

Luís Carlos Fonseca

Sem comentários:

Enviar um comentário