RESUMO E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 12 – A REFORMA: RESTAURAR
RELACIONAMENTOS QUEBRADOS
VERSO ÁUREO: “Se nós, quando inimigos, fomos reconciliados
com Deus mediante a morte de Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados,
seremos salvos pela Sua vida.” Rom. 5:10.
INTRODUÇÃO: O ser humano foi feito para viver e interagir em
sociedade. Somos seres gregários e necessitamos uns dos outros. Não conseguimos
viver isoladamente. No decorrer de nossas vidas, vamos desenvolvendo uma série
de habilidades para relacionar-nos com o mundo que nos cerca. Assim formamos o
nosso jeito de ser, nos desenvolvemos intelectual, social e religiosamente, e
aprendemos a viver com outras pessoas, das quais necessitamos para concretizar
nossos projetos de vida e felicidade. Alguns, por não conseguirem relacionar-se,
vivem tristes e provocam atritos.
Na igreja, precisamos desenvolver uma dose de paciência e
tolerância ainda maior do que em outros níveis sociais. Deus disse assim: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns
aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos
outros.” João 13:34-35
“Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente, toda
vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai
também vós.” Colossenses 3:13
A igreja cristã primitiva passou por momentos tensos de
relacionamentos, e houve necessidade dos irmãos humilharem-se e perdoarem-se
mutuamente para restaurar os relacionamentos, no poder e direção do Espírito
Santo. Na lição desta semana, vamos dar atenção a relacionamentos que foram restaurados e a necessidade que temos de, também, restauramos alguns relacionamentos na nossa vida familiar e entre irmãos da fé.
DOMINGO (15 de setembro) DO CORTE DE RELAÇÕES ATÉ À AMIZADE
- A lição de hoje relata o problema que houve entre Paulo e Barnabé, por causa de
João Marcos, que era primo de Barnabé. Na primeira viagem de Paulo com Barnabé
e João Marcos, este desistiu da viagem diante dos perigos e insegurança, e
Paulo imaginou que esse homem nunca teria fibra para enfrentar os desafios e
riscos dessas viagens. Quando, mais tarde, Barnabé desejava dar uma segunda
oportunidade a João Marcos, Paulo não concordou, e houve grave desavença entre
os dois.
Veja o texto: “E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a
João, chamado Marcos. Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo
aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou naquela
obra. E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro. Barnabé,
levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E Paulo, tendo escolhido a Silas,
partiu, encomendado pelos irmãos à graça de Deus. E passou pela Síria e
Cilícia, confirmando as igrejas.” Atos 15:37-41
Paulo via a atitude de João Marcos como uma deserção.
Esqueceu-se daquilo que ele mesmo ensinava, de perdoar, de reconciliar, de dar
outras oportunidades. Paulo esqueceu-se de oferecer a graça salvadora ao jovem
Marcos.
Veja este texto: “Esta
deserção fez com que Paulo julgasse por algum tempo desfavoravelmente a Marcos;
severamente mesmo. Por outro lado, Barnabé se inclinava a desculpá-lo devido a
sua inexperiência. Estava ansioso por que Marcos não abandonasse o ministério,
pois nele via qualidades que o habilitariam para ser útil obreiro de Cristo.
Anos depois sua solicitude por Marcos foi ricamente recompensada; pois o jovem
se entregou sem reservas ao Senhor e à tarefa de proclamar a mensagem do
evangelho em campos difíceis. Sob a bênção de Deus e a sábia orientação de
Barnabé, ele se tornou um valoroso obreiro. Paulo se reconciliou mais tarde com
Marcos, recebendo-o como colaborador. Recomendou-o também aos colossenses, como
“cooperador no reino de Deus” e como tendo para ele “sido consolação”. Col.
4:11. Não muito tempo antes de sua morte, Paulo tornou a falar de Marcos como
lhe sendo “muito útil para o ministério”. II Tim. 4:11.” Atos dos Apóstolos,
170.
Estamos dispostos a
perdoar as pessoas e a receber o seu perdão?
SEGUNDA-FEIRA (16 de setembro) DE ESCRAVO A FILHO – A lição
de hoje fala de Onésimo e Filemom. Filemom era o senhor e Onésimo o seu
escravo. Esta história encontra-se no pequeno livro de Filemom. Onésimo, que
era pagão, vivia com o seu senhor, que era cristão e rico, em Colossos. Onésimo
furtou algum objeto de Filemom e fugiu para Roma. Estando lá ele foi alcançado
pelas pregações de Paulo, aceitou Jesus como salvador, e foi batizado.
Havia dois problemas a serem resolvidos: O primeiro problema
era com Onésimo, o escravo pagão. Ele havia furtado algo e fugido de seu
patrão. O segundo problema era com seu patrão, que sendo cristão, adotava o
sistema de escravidão. Paulo com toda diplomacia resolveu o problema e
reconciliou os dois irmãos. É curioso que Onésimo foi o portador da carta à
Filemón .Ver a história toda no livro de Filemom, é muito linda!
Veja este texto: “Entre
os que deram o coração a Deus por intermédio do trabalho de Paulo em Roma,
estava Onésimo, escravo pagão que havia lesado a seu senhor, Filemom, crente
cristão de Colosso, e havia escapado para Roma. Na bondade de seu coração,
Paulo procurou aliviar a pobreza e angústia do desventurado fugitivo, e em seguida
procurou derramar a luz da verdade em sua mente obscurecida. Onésimo ouviu as
palavras da vida, confessou seus pecados e foi convertido à fé em Cristo. Onésimo tornou-se caro a Paulo por sua
piedade e sinceridade…. Paulo viu nele traços de caráter que poderiam torná-lo
útil auxiliar no labor missionário, e aconselhou-o a retornar sem delonga à
Filemom, suplicar-lhe perdão, e fazer planos para o futuro. O apóstolo prometeu
responsabilizar-se pela soma de que Filemom havia sido roubado. Estando pronto
para despachar a Tito com cartas para várias igrejas na Ásia menor, enviou com
ele Onésimo. Era uma severa prova esta para o servo, apresentar-se ao senhor a
quem havia lesado, mas havia sido convertido de verdade, e não se furtou a este
dever.” Atos dos Apóstolos, 456.
O que você faz quando
sabe que deve reconciliar duas pessoas? E se você for o motivo e objeto da
reconciliação, qual será a sua reação?
TERÇA-FEIRA (17 de setembro) DA COMPARAÇÃO AO COMPLEMENTO – A
lição de hoje faz a comparação do edifício, lavoura, dons espirituais e pessoas
que se louvam a si mesmas. Dentro deste contexto Deus nos chama para
desenvolvermos relacionamentos saudáveis no nível horizontal e vertical. Quando
buscamos Deus, em comunhão com Ele, aceitamos exercer os dons espirituais
recebidos de Deus e desenvolvemos relacionamentos saudáveis e permanentes.
Veja os exemplos para
hoje: “Pois, quem é Paulo, e quem é Apolo, senão ministros pelos quais
crestes, e conforme o que o Senhor deu a cada um? Eu plantei, Apolo regou; mas
Deus deu o crescimento. Por isso, nem o que planta é alguma coisa, nem o que
rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um;
mas cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos
cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.” I Coríntios
3:5-9.
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é
dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da
ciência; e a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito,
os dons de curar; e a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a
outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a
outro a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas
estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” I Coríntios
12:4-11.
“Porque não ousamos classificar-nos, ou comparar-nos com
alguns, que se louvam a si mesmos; mas estes que se medem a si mesmos, e se
comparam consigo mesmos, estão sem entendimento. Porém, não nos gloriaremos fora
da medida, mas conforme a reta medida que Deus nos deu, para chegarmos até vós;
porque não nos estendemos além do que convém, como se não houvéssemos de chegar
até vós, pois já chegamos também até vós no evangelho de Cristo.” II Coríntios
10:12-14
Deus chama-nos à cooperação e não à competição. Toda
comparação e competição provoca-nos o desânimo. Deus chama-nos à unidade e não ao
desentendimento. O ato de unir é do Espírito Santo e a desunião vem do diabo.
Cada um de nós é chamado para cooperar com o corpo de Cristo, que é a sua
igreja.
Veja este texto: “Em
todos os atos do Senhor, nada existe mais belo do que Seu plano de conceder aos
homens e mulheres uma diversidade de dons. A igreja é um jardim, adornada com
variedade de plantas, árvore e flores…. Cada talento deve se tornar um poder
para o bem, porque Deus trabalha com o obreiro.” Ellen White
QUARTA-FEIRA (18 de setembro) DOS ATRITOS AO PERDÃO – Quem, de nós, nunca teve algum
desentendimento, e depois a necessidade de pedir ou conceder o perdão? A
lição de hoje fala sobre esse assunto muito delicado.
O perdão é libertar o outro da nossa condenação, porque
Cristo nos libertou da condenação que nos era devida. O perdão não justifica o
comportamento da outra pessoa, mas faz um bem muito grande àquele que oferece o
perdão. O nosso perdão não pode estar vinculado ao arrependimento do ofensor.
Ele pode nunca se arrepender e eu não posso ficar sempre zangado com ele, pois
tenho um céu a ganhar e um fogo do inferno a evitar. Assim como Cristo tomou a
iniciativa de reconciliar Consigo o mundo pecador, através da Sua morte, eu
também tenho o dever de reconciliar relacionamentos que foram quebrados. O ato
de perdoar é um escolha sábia que os verdadeiros filhos de Deus fazem para não
tomar o veneno da raiva. William Shakespeare disse assim: “Guardar
ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.”
Veja os textos
bíblicos para hoje: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos
homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.”
Mateus 6:14-15
“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo
morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido
justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se nós,
sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito
mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. E não somente
isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual
agora alcançamos a reconciliação.” Romanos 5:8-11
“Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao
seco? E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem
mortos. E, quando chegaram ao lugar chamado a Caveira, ali o crucificaram, e
aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. E dizia Jesus: Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. E, repartindo as suas vestes,
lançaram sortes.” Lucas 23:31-34.
“De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se
Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que vos
reconcilieis com Deus. Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós;
para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” II Coríntios 5:20-21
Veja este texto
inspirado: “Aquele que não perdoa, obstrui o próprio conduto pelo qual,
unicamente, pode receber misericórdia de Deus. Não deve pensar que, a menos que
os que nos prejudicaram, confessem o mal, estamos justificados ao privá-los de
nosso perdão. É dever deles, sem dúvida, humilhar o coração pelo arrependimento
e confissão; cumpre-nos, porém, ter espírito de compaixão para com os que
pecaram contra nós, quer confessem quer não suas faltas. Não importa quão
cruelmente nos tenham ferido, não devemos acariciar nossos ressentimentos,
simpatizando com nós mesmos pelos males que nos são causados; mas, como
esperamos nos sejam perdoadas nossas ofensas contra Deus, cumpre-nos perdoar a
todos os que nos têm feito mal.” O Maior Discurso de Cristo, 113
Se é você o causador
do problema e necessitar de pedir perdão, o que faz; procura a pessoa ofendida
ou foge dela?
QUINTA-FEIRA (19 de
setembro) DO RANCOR À RESTAURAÇÃO – Encontramos nas palavras de Jesus os três
passos que devemos seguir para restaurarmos os relacionamentos quebrados. Eis o texto:
“Ora, se teu irmão pecar
contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu
irmão; mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca
de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as
escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como
um gentio e publicano.” Mateus 18:15-17
O quarto passo e último, deste processo, seria a aplicação
da disciplina ao membro da igreja. Lamentavelmente esse ensinamento de Cristo
não tem sido seguido devidamente e muita confusão se tem visto no seio de
algumas igrejas. Há ocasiões em que todas as tentativas de reconciliação
falham; neste caso Jesus pediu para que o assunto fosse apresentado à igreja.
Depois do assunto ser apresentado perante a igreja, em uma reunião
administrativa, e ao a pessoa continuar irreconciliável, aí a medida de
disciplina do membro se faz necessária.
Veja este texto: “Seja
qual for a natureza da ofensa, ela não impede que se adote o mesmo plano divino
para redimir mal-entendidos e ofensas pessoais. Falar a sós e no espírito de
Cristo com a pessoa que praticou a falta, bastará às vezes para remover as
dificuldades. Vai ter com a pessoa que cometeu a ofensa e com um coração cheio
do amor e da simpatia de Cristo procura entender-se com ela. Arrazoa com ela
com calma e mansidão. Não se exprima em termos violentos. Fala-lhe num tom que
apele para o bom senso. Lembre-se das palavras: “Aquele que fizer converter do
erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão
de pecados. Tia. 5:20” Obreiros Evangélicos, 499.
Quando você é
ofendido por alguém ou ouve coisas negativas a respeito dos outros, você segue
os passos sugeridos por Jesus ou fala para outras pessoas promovendo a
confusão?
SEXTA-FEIRA (20 de setembro) – LEITURA ADICIONAL – A lição
desta semana fala da necessidade que temos de promover a reconciliação.
O que é a reconciliação
cristã? Por que precisamos de reconciliar-nos com as pessoas e com Deus?
Imagine dois amigos que têm uma briga ou desentendimento sério. O bom
relacionamento que eles tinham agora está tenso, ao ponto de chegar bem perto
de um rompimento. Eles pararam de falar um com o outro e já não há comunicação.
Os amigos gradualmente se tornam como estranhos um ao outro. Essa separação só
pode ser revertida através da reconciliação. Reconciliar é restaurar a amizade
ou harmonia. Quando velhos amigos resolvem suas diferenças e restauram seu
relacionamento, a reconciliação acontece. Como já vimos, na lição de
quarta-feira, em II Coríntios 5:18-19 declara: “Ora, tudo provém de Deus, que
nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra
da reconciliação.”
Jesus manifestou o espirito de perdão quando não o
merecíamos, de modo a que possamos perdoar aos outros quando eles não o
merecem. A medida que crescia, na graça e no conhecimento de Cristo, o apóstolo
Paulo tornou-se um exemplo e ensinou essa mesma atitude de perdão. Eis um texto: “E não entristeçais o
Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. Toda a
amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam
tiradas dentre vós, antes sede uns para com os outros benignos,
misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em
Cristo.” Efésios 4:30-32
Luís Carlos Fonseca
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