COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 2 (3º trimestre 2016) RESTAURANDO O
DOMÍNIO
VERSO ÁUREO: “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves
dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se
move sobre a terra.” Gênesis 1:26
INTRODUÇÃO (sábado 2 de julho) – Durante esta semana vamos
estudar o domínio que Adão e Eva tiveram e perderam no Éden, devido ao pecado, e a
restauração que Cristo proporcionou para todos os que que nele confiam e
entregam a vida à Ele.
Encontramos no livro; No Deserto da Tentação, 41 e 43, de Ellen White, a seguinte descrição: “Satanás
teve tanto êxito em enganar os anjos de Deus e arruinar o nobre Adão, que
pensava que seria bem-sucedido em vencer a Cristo na Sua humilhação. Olhava com
exultação para o resultado de suas tentações e o aumento do pecado em
continuada transgressão da lei de Deus por mais de quatro mil anos. Ele causou
a ruína de nossos primeiros pais e trouxe o pecado e a morte ao mundo, arruinou
multidões em todas as eras, países e classes. Pelo seu poder tem controlado
cidades e nações até que seus pecados provocassem a ira de Deus para
destruí-los pelo fogo, água, terremotos, fome, espada e pestilência. Por sua
sutileza e infatigáveis esforços tem ele controlado o apetite, excitado e
reforçado as paixões a um ponto tão temerário que tem desfigurado e quase
obliterado a imagem de Deus no homem. Sua dignidade física e moral foi
destruída a tal ponto que apresentava uma pálida semelhança de caráter e nobre
perfeição da dignidade de Adão no Éden.”
“Antes do primeiro advento de Cristo, Satanás rebaixara o
homem de sua exaltada pureza original, ofuscando com o pecado aquele caráter
áureo. O homem a quem Deus criou como soberano no Éden transformou-se em
escravo na Terra, gemendo sob a maldição do pecado. A auréola de glória, dada
por Deus ao santo Adão para cobri-lo como vestimenta, foi dele tirada após a
transgressão. A luz da glória de Deus não podia cobrir a desobediência e o
pecado. Em lugar da saúde e plenitude de bênçãos, a pobreza, as doenças e os
sofrimentos de todo tipo tornaram-se a porção dos filhos de Adão.”
Em Gênesis 3:1-24 menciona a queda dos nossos pais e mostra
que eles decaíram da sua retidão original e da comunhão com Deus, tornaram-se
mortos e escravos do pecado, corrompidos em todas as suas faculdades. Antes
tinham consciência da nudez, mas não tinham vergonha. Veja estes textos: “Ora um e outro, o homem e sua mulher, estavam
nus e não se envergonharam.” Gên. 2:25.
“Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que
estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” Gên
3:7.
Após o pecado,
tiveram medo e fugiram. Adão e Eva se escondem ao chamado de Deus. A consciência
culpada sempre produz medo e fuga: “E ouviram a voz do Senhor Deus que passeava
no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do
Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão e
disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, e temi,
porque estava nu, e escondi-me.” Gên 3: 8-10.
Após o pecado nossos
pais procuraram uma solução inútil para o seu pecado. Ver Gên 3:7. Eles
tentaram salvar as aparências, ao invés de procurar o perdão de Deus. Fabricando
aquelas cintas de folha de figueira, eles estavam fazendo uma tentativa de
acalmar a própria consciência. Hoje também é assim no meio cristão. Os
descendentes de Adão têm medo de serem descobertos em suas transgressões. Mas
seu objetivo principal não é buscar o perdão, mas sim, aquietar a consciência e
fazem isto assumindo o papel de religiosos, parecendo aos outros que estão bem
vestidos. Cuidado!
Na verdade, necessitamos das vestes de Cristo: “Aconselho-te
que de mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e roupas
brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que
unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apocalipse 3:18
Após o pecado, a
terra foi amaldiçoada. Ver Gên. 3:17. A natureza sofre junto com a
humanidade, partilhando assim as consequências do pecado. A) A Bíblia descreve
esta maldição em três maneiras: O sustento seria obtido com fadiga, assim como
a mulher teria seus filhos com dor, o homem haveria de comer o fruto da terra
por meio de trabalho penoso. B) A terra produziria cardos e abrolhos v 18. O
cultivo da terra seria mais difícil do que antes. Cardos e abrolhos aqui
significam: plantas indesejáveis, desastres naturais, enchentes, insetos, secas
e doenças. A natureza foi subvertida com o pecado do homem. Ver Rom 8:20-21. C)
“No suor do rosto comerás”. v 19. O trabalho árduo se tornaria a porção do
homem. A vida não seria fácil.
Após o pecado, a
morte alcançou o homem. v 19. A palavra morte ocorre na Bíblia, com 3
sentidos diferentes, embora o conceito de separação seja comum aos três: a)
Morte física: Ecl 12:7 b) Morte espiritual: Rom 6:23 e 5:12 c) Morte e
separação eterna: Mat. 25:46
Após o pecado Deus
providenciou a salvação. Foi anunciada a morte de Cristo para restaurar a
humanidade: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a
sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
Gênesis 3:15
DOMINGO (3 de julho) CRIADOS PARA DOMINAR – Um dos nossos
mais distintos aspectos como seres vivos é o nosso potencial para a alegria,
para nos divertirmos, para a emoção, entusiasmo, cuidado, interesse e também
para demonstrar a cordialidade e o calor humano; e isso só é possível através
da comunicação. Veja como os textos de hoje revelam que fomos criados para a
adoração, comunhão intima com o Criador e domínio sobre as coisas e animais
criados por Deus. Ver Gên. 1:26-28. “Direi ao norte: Dá; e ao sul: Não
retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da
terra, a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para a minha
glória: eu os formei, e também eu os fiz.” Isaías 43:6,7.
“Quando vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as
estrelas que preparaste; que é o homem mortal para que te lembres dele? e o
filho do homem, para que o visites? Pois pouco menor o fizeste do que os anjos,
e de glória e de honra o coroaste. Fazes com que ele tenha domínio sobre as
obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: todas as ovelhas e bois,
assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do mar, e tudo o
que passa pelas veredas dos mares. Salmo 8:3-8
Depois da queda ao pecado, a humanidade perdeu muito, pois o
homem natural fica separado de Deus e do seu próximo. Antes da queda o homem
tinha uma comunhão plena com Deus. Deus comunicava-se face a face com Seus
filhos.
Adão e Eva é que
deveriam cuidar do jardim. “Adão havia sido coroado rei no Éden e lhe foi
dado o domínio sobre todas as coisas criadas por Deus.” No Deserto da Tentação,
13. Embora os anjos também tenham sido enviados para dar orientações ao par,
era o próprio Deus que ensinava a Adão o que ele precisava saber. Adão e Eva
tinham que aprender a como cuidar do jardim, e ao cultivarem, aprendiam os
mistérios das plantas e das flores. Havia perfeita harmonia na terra, e Deus
estava satisfeito com Sua criação; aliás, é por isso que Ele declarou que “era
muito bom.” Gênesis 1:31.
Encontramos no livro
Educação, 15 esta citação inspirada: “Aquela comunhão com Seu criador, face
a face e toda íntima, era o seu alto privilégio. Houvesse ele permanecido fiel
a Deus, e tudo isto teria sido seu para sempre. Através dos séculos
infindáveis, teria ele continuado a obter novos tesouros de conhecimentos, a
descobrir novas fontes de felicidade e a alcançar concepções cada vez mais
claras da sabedoria, do poder e do amor de Deus. Mais e mais amplamente teria
ele cumprido o objetivo de sua criação, mais e mais teria ele refletido a
glória do Criador."
Deus deu a Adão domínio
sobre todos os animais. Deus fez com que os animais que viviam sobre a
terra temessem e obedecessem Adão. Com o dilúvio, alguns animais grandiosos
foram destruídos, pois ofereciam perigo à humanidade. No tempo em que Ellen
White escreveu suas primeiras declarações sobre criação, dilúvio, ciência e fé,
em 1864, o termo dinossauro já era comum nos livros e revistas. Ellen White
limita-se em dizer que Deus pediu a Noé receber na arca apenas animais que não
ofereciam algum perigo para a humanidade.
“Desde o pecado de Adão, estivera a raça humana cortada da
direta comunhão com Deus; a comunicação entre o Céu e a Terra fizera-se por
meio de Cristo; mas agora, que Jesus viera “em semelhança da carne do pecado”
(Rom. 8:3), o próprio Pai falou. Dantes, comunicara-Se com a humanidade por
intermédio de Cristo; fazia-o agora em Cristo. Satanás esperara que, devido ao
aborrecimento de Deus pelo pecado, se daria eterna separação entre o Céu e a
Terra. Era, no entanto, agora manifesto que a ligação entre Deus e o homem fora
restaurada.” O Desejado de Todas as Nações, 116.
Após a queda o homem perdeu essa comunicação e parte do
domínio que tinha recebido de Deus. O desejo de Deus em nos guiar e salvar é
tão intenso que Ele planejou um meio para comunicar-Se conosco. Amós 3:7 nos diz: “Certamente o Senhor
Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o Seu segredo aos Seus servos, os
profetas.” Podemos ter a certeza de que Deus sempre fará conhecidos os Seus
planos para nós quanto ao que acontecerá neste mundo e, portanto, nada temos a
temer quanto ao futuro. Amém?
SEGUNDA-FEIRA (4 de julho) O PRIVILÉGIO DO DOMÍNIO – Este é o texto principal para hoje: “E
disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e
sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou
Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E
Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a
terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus,
e sobre todo o animal que se move sobre a terra.” Gênesis 1:26-28
Por que Adão e Eva
foram criados por último? Nossos primeiros pais foram criados no final do
sexto dia por várias razões: Uma delas é porque o homem é a coroa da criação. O
homem foi o ponto mais alto e o principal propósito da criação de Deus. O homem
foi criado por último, a fim de que todos soubessem que ele nem aconselhou, e
nem ajudou a Deus na obra da criação. Ver Jó 38:1-4.
Porque tudo foi criado
para o benefício do homem. Deus terminou a habitação do homem antes de criar
Adão e Eva, e eles foram colocados em um ambiente perfeito. Somente o homem foi criado à imagem de Deus, os animais não.
A importância disto é enfatizada quando Deus, na primeira vez na semana da
criação, disse isto consigo mesmo: “Façamos o homem a nossa imagem e
semelhança”. O pronome no plural novamente indica a Tri-unidade de Deus. Deus
Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Na luta pela sobrevivência, de acordo
com a cadeia alimentar, até hoje o homem é único que é temido pelos animais.
Deus não deu apenas ao homem a ordem para povoar a terra,
mas também para dominá-la. Toda a natureza foi criada para uso do homem. Neste
mandamento vemos o mandato para toda a verdadeira ciência. Todo avanço na
agricultura, criação de animais, transporte, energia, química, medicina e
outros campos é incluído neste termo. A ideia de o homem estar no comando
refuta os modernos ambientalistas, que vêem o homem como um intruso no mundo.
Enquanto é uma tolice abusar da generosidade da terra, o seu uso legítimo é um
privilégio que Deus deu ao homem.
Em Hebreus 2:6-8 nós temos uma citação do Salmo 8, que expõe
o plano de Deus para que o homem exercesse domínio como originalmente
declarado em Gênesis cap. 1 e 2. Entretanto, na última parte de Hebreus 2:8 nós
vemos que o homem falhou por causa do pecado. A ciência tem andado a passos
largos, mas por causa da maldição, Gênesis 3:17-18, uma grande parte da
natureza está fora do controle do homem. Fomes, secas, tempestades, animais
cruéis, pragas, plantas e insetos perigosos, e ainda doenças, envelhecimento e morte amaldiçoam a terra. A ciência está limitada às suas habilidades. A morte é o destino
final de tudo.
Tudo o que o homem precisava lhe foi concedido em
abundância. Não somente as coisas necessárias, mas também variedade e beleza
foram doadas. Mesmo hoje nós devemos ver a natureza como a provisão divina para
nós. Sem dúvida, a maldição do pecado reduziu grandemente a variedade e
tranquilidade do cultivo e da colheita, entretanto, nós ainda vivemos em um
mundo de abundantes coisas produzidas pela terra.
“A natureza e a revelação dão testemunho do amor de Deus.
Nosso Pai celestial é a fonte de vida, sabedoria e felicidade. Olhe para as
coisas maravilhosas e lindas que há na natureza. Observe como, de forma
surpreendente, elas se adaptam às necessidades das pessoas e de todos os seres
criados. O brilho do sol e a chuva, que alegram e refrescam o solo, as colinas,
os mares, as planícies, tudo isso fala-nos do amor do Criador. É Deus quem
supre as necessidades diárias de todas as Suas criaturas. Nas bonitas palavras
do salmista: “Em Ti esperam os olhos de todos, e Tu, a seu tempo, lhes dás o
alimento. Abres a mão e satisfazes de benevolência a todo vivente”. Salmos
145:15, 16. Deus fez o homem perfeito, santo e feliz; a Terra, ao sair da mão
do Criador, não mostrava qualquer sinal de degeneração, nem sombra da maldição.
Foi a transgressão da lei de Deus a lei do amor que trouxe a dor e a morte.
Entretanto, mesmo em meio ao sofrimento resultante do pecado, o amor de Deus é
revelado. Está escrito que Deus amaldiçoou a Terra por causa do homem. Gênesis
3:17. Os espinhos e as ervas daninhas, as dificuldades e provações que tornam
a vida tão cansativa e cheia de preocupações foram designados para o bem do
ser humano, como parte do preparo necessário no plano de Deus para erguê-lo da
ruína e degradação causadas pelo pecado. O mundo, embora caído, não se resume a
tristeza e miséria. Na própria natureza existem mensagens de esperança e
conforto. Flores crescem no mato e espinhos são cobertos pelas rosas.” Caminho
a Cristo, 9
TERÇA-FEIRA (5 de julho) LIMITES – Por sermos criaturas de
Deus, Ele nos criou com limitações. Mesmo os anjos nos céus estão limitados ao
poder e ordens de Deus. Quando Lúcifer tentou ultrapassar esse limite, eles e
os anjos rebeldes foram lançados do céu para a terra. Adão e Eva, no jardim do
Éden, ficaram limitados em não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem
e do mal. Ver Gêm 2:15-17. Quando pecaram, foram lançados fora do Jardim e ficaram limitados no espaço da terra, mas não puderam entrar novamente no
jardim do Éden, para não comeram do fruto da árvore da vida: “E havendo lançado
fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada
inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.”
Gênesis 3:24.
Como Lúcifer e o homem ultrapassaram alguns limites deixados
por Deus, a terra toda sofre. Veja este
texto: “Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas
por causa do que a sujeitou, Na esperança de que também a mesma criatura será
libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de
parto até agora.” Romanos 8:20-22. Ver também Isaías 24
Deus coloca limites
ao mal. Em todas as épocas Satanás tentou destruir a humanidade e para
isso, ele instiga pessoas e instituições. Faraó foi usado pelo inimigo para prejudicar
os escravos hebreus, mas Deus libertou o povo. Ver Êxodo capítulos 1-14.
Herodes foi usado para destruir Jesus quando nasceu, para não cumprir a missão
de redimir a raça humana. Ver Mateus 2. Roma sempre foi o símbolo de oposição
aos planos de Deus e em Apocalipse 13 vemos que o inimigo usa a igreja Romana
para anular a obra da redenção de Cristo. Só Jesus salva, perdoa, intercede e
merece a nossa adoração. Esse poder religioso também é limitado ao poder de
Cristo. O próprio diabo pretende destruir o mundo à sua maneira, mas Deus
coloca limites às suas acções.
Veja este texto:
“E depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da
terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre
a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do
lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz
aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar,
dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos
selado nas suas testas os servos do nosso Deus.” Apocalipse 7:1-3.
Quais são os nossos
limites? Embora o pecado tenha feito com que a humanidade perdesse alguma
parte do domínio recebido na criação, ainda temos o domínio sobre muitas
coisas. Temos o domínio próprio. Como crentes precisamos compreender os nossos
limites, e dentro desses limites procurar ser verdadeiros mordomos. Devemos
perceber os limites do domínio próprio e também exercer a temperança. Eu não
posso fazer tudo o que me dá vontade. Veja
este texto: “E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para
alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim
corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo
o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não
venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I Coríntios 9:25-27.
Deus deixou-nos os mandamentos para serem obedecidos, logo,
eles nos limitam para não fazermos coisas erradas. Veja êxodo 20:1.17. Estamos limitados também as ações na terra, por exemplo,
cuidar da natureza, pois se Deus criou, como mordomos, devemos cuidar: “Toda a
boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em
quem não há mudança nem sombra de variação.” Tiago 1:17
A salvação e bênçãos
de Deus são sem limites: “As provisões e concessões de Deus, em nosso favor, não têm limites. O próprio trono da graça se acha ocupado por Alguém que nos
permite chamá-Lo Pai. ... Colocou a Seu lado um Advogado revestido de nossa
natureza. Como nosso Intercessor, a obra oficial de Cristo é apresentar-nos a
Deus como Seus filhos e filhas. Ele intercede em favor dos que O recebem.
Pagou-lhes o resgate com o próprio sangue. Pela virtude de Seus méritos, dá-lhes
poder de se tornarem membros da família real, filhos do celeste Rei. E o Pai
demonstra Seu infinito amor por Cristo recebendo e acolhendo cordialmente como
amigos os amigos de Cristo. Ele está satisfeito com a expiação feita. É
glorificado pela encarnação, vida, morte e mediação de Seu Filho. Em nome de
Cristo elevam-se nossas petições ao Pai. Ele intercede em nosso favor, e o Pai
revela os tesouros de Sua graça para que dela nos apoderemos, para fruí-la e
comunicá-la a outros. “ Meditações Matinais, o Cuidado de Deus, 125
QUARTA-FEIRA (6 de julho) CUIDADO DA TERRA – Este é o verso para hoje: “E tomou o
Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar.”
Gênesis 2:15.
Tanto o ser humano como os animais receberam de Deus duas
ordens: frutificar e multiplicar, mas somente os humanos receberam a ordem de
cuidar da terra e de tudo o que nela existe. A humanidade é especial, acima de
todas as outras criaturas, porque carrega a imagem de Deus e tem a
responsabilidade de cuidar e dominar a terra. Toda a criação, em toda a sua
vasta gama e beleza maravilhosa, foi concluída em seis dias. Os seis dias
literais de 24 horas não têm intervalos de tempo que os separa. Deus anunciou
que Sua criação era muito boa. Em Gênesis 2 Deus considera a realização de Sua
obra e dá um relato detalhado da criação do homem.
De acordo com Gênesis 2:15 e 1:26, o domínio de Adão
estendia-se à todas as outras entidades criadas; no mar, na terra e no ar.
Domínio inclui a ideia de controlar ou de ter o poder sobre essas criaturas.
Nada é dito acerca do domínio sobre as forças da natureza em si, mas unicamente
sobre os seres criados. E, de acordo com o texto, este domínio estendia-se ao
seres criados da terra; Adão devia ser o governador da terra.
De acordo com Génesis 2:19, uma das primeiras tarefas de
Adão foi a de dar nomes aos animais. Os nomes tinham grande significado. O nome
de qualquer pessoa representava essa pessoa e, muitas vezes, o seu próprio caráter.
A autoridade de atribuir nomes às aves e às outras criaturas foi uma
confirmação do estatuto de Adão como dominador sobre os animais. Leia Génesis 2:15. Em que aspetos vê aí revelado o princípio
da mordomia?
Em Gên 2:15 foi confiada a Adão a tarefa de cuidar do
Jardim, de o gerir e de atender às suas necessidades. Vemos neste verso o
princípio da verdadeira mordomia cristã. A raiz hebraica, smr, traduzida por guardar, significa frequentemente vigiar ou proteger. O Jardim era uma
dádiva concedida à Adão, uma expressão do amor de Deus, e a Adão foi dada a
responsabilidade sobre ele, mais um exemplo do domínio que Adão recebeu no
momento da Criação.
Como a nossa compreensão de Deus como o Criador, ou mesmo
até a nossa compreensão da história da criação, pode influenciar as maneiras
como tratamos o ambiente? Por que deve a nossa compreensão destas coisas nos proteger tanto da indiferença grosseira para com o ambiente como, em
contraste, duma devoção fanática para com ele?
Em Salmo 50:10 encontramos: “Pois todos os animais dos
bosques me pertencem, bem como os que se encontram nos altos montes.” A criação
dos animais não foi um acidente. Deus os criou intencionalmente. Foi Sua
vontade que eles existissem, e este princípio deve orientar a maneira como os
tratamos. Ver Êxo. 23:5 e 12; Prov. 12:10 e Lucas 14:5. Hoje em dia tem muita
gente que manifesta crueldade para com os animais ou a indiferença para com o
seu sofrimento. Estabeleceram-se muitas organizações para a promoção de um bom
tratamento dispensado aos animais, e com muita razão.
Devemos ter cuidado com os exageros. Ao mesmo tempo, algumas
pessoas foram tão longe que afirmam que os seres humanos não são mais
importantes do que os animais, pelo que os seres humanos não devem ter um
tratamento preferencial. Isto é, em muitos aspetos, uma linha de pensamento que
deriva logicamente do modelo evolucionista das origens humanas. Eles afirmam: “Afinal
de contas, se nós e os animais estamos separados só pelo tempo e pelo acaso,
por que razão devíamos nós ser mais especiais do que eles? Houve até um
filósofo que defendeu que uma galinha, ou mesmo um peixe, tem mais pessoalidade do que um feto no ventre materno ou do que um recém-nascido. Fomos
criados a imagem e semelhança de Deus, mas os animais não foram.
O cuidado da terra envolve também extrair dela aquilo que
ela tem para oferecer que são os alimentos e os recursos naturais para o
benefício do homem. Na criação, e depois do pecado, vemos Deus dando alimentos à Adão e Eva através da terra. Veja
estes textos: “E plantou o Senhor Deus um jardim no Éden, do lado oriental;
e pôs ali o homem que tinha formado. E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a
árvore agradável à vista, e boa para comida…”Gênesis 2:8,9. Devemos consumir as
coisas naturais que Deus deixou a nossa disposição, em abundância.
Tendemos frequentemente a pensar em mordomia em termos de
dinheiro. Mas, como vimos na lição de hoje, a mordomia envolve muito mais do que
simplesmente isso. Contudo, quer lidando com dinheiro quer com preocupações
ambientais ou com a nossa própria saúde, há certos princípios envolvidos numa
boa mordomia, princípios esses que têm o seu fundamento supremo na criação, tal
como relatada em Gênesis. No fim, porque Deus é o nosso Criador, e porque tudo
o que temos é uma dádiva vinda da Sua parte, somos obrigados perante Ele a ser
bons mordomos do uso sábio dos recursos da terra, da saúde, dos dons
espirituais e do dinheiro.
O cuidado do meio ambiente envolve não somente plantas,
animais e paisagens bonitas; mas todos os seres vivos e os ambientes em que
eles vivem. Dentro do contexto da lição de hoje entendemos que os filhos de
Deus devem contribuir com o controle da natalidade, devem conter o consumo
exagerado, ou seja: não usar ou desperdiçar aquilo que não é necessário. Tudo o
que consumimos, de forma direta ou indireta, vem de recursos da natureza, e
alguns não se renovam. O consumo produz lixo e, como sabemos, alguns materiais
demoram para se decompor. Reciclar também é um gesto muito importante que os
filhos de Deus podem e devem fazer em favor do meio ambiente. Outro aspecto sério é evitar o desperdício de
alimentos, pois inúmeras pessoas morrem de fome.
QUINTA-FEIRA (7 de julho) RESTAURANDO O DOMÍNIO – Adão foi o
representante da terra enquanto viveu em harmonia com as leis de Deus. Após o
pecado Satanás tornou-se o representante do planeta, mas, depois da morte de
Cristo, Jesus é o nosso representante junto ao Pai. Jesus veio para restaurar a
imagem de Deus em nós.
Veja estes textos: “Jesus veio para restaurar a imagem moral de
Deus no homem, e iniciou Sua obra sancionando a relação matrimonial.”
Manuscrito 16, 1899. Lar Adventista, 99
“Jesus tornou-Se homem a fim de poder ser mediador entre o
homem e Deus, ... para que pudesse restaurar ao homem a mente original, que ele
perdera no Éden, graças à sedutora tentação de Satanás. ... A desobediência não
está de acordo com a natureza que Deus deu ao homem no Éden. Podemos dar graças
a Deus por isso que, mediante o poder moral que Cristo concedeu ao homem, nos
fez idôneos para a herança com os santos na luz. Por Jesus Cristo, todo homem
pode vencer, em seu próprio benefício e por sua própria iniciativa, mantendo a
sua individualidade de caráter.” Carta 121, 1897. Para Conhecê-lo, 288
Jesus veio salvar o mundo e aquele que o aceita como Salvador
e Senhor passa pelo processo de restauração. A restauração passa por alguns
passos. O primeiro é o reconhecimento da fragilidade humana. O segundo é e fé
em Deus de que podemos ser restaurados e depois vem a nossa iniciativa em
buscar a fonte da restauração que é Cristo. Veja como no milagre do leproso curado por Cristo, aquele homem seguiu estes
passos: “E, descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão. E, eis que
veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me
limpo. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo
ficou purificado da lepra.” Mateus 8:2,3
Deus não se impressiona com formas, programas, ritos
e cerimônias. Ele busca um povo humilde, piedoso, fiel e que busca a
santidade. O caminho da restauração é aberto quando voltamos as costas para o
pecado e a face para Deus. Não é apenas um retorno à igreja, à doutrina, à uma
vida moral pura, mas uma volta para uma relação pessoal com Deus. Os fariseus,
por exemplo, amavam mais a religião do que a Deus. Eles estavam mais apegados
aos costumes religiosos do que a comunhão com Deus.
Fomos criados para glorificar a Deus e desfrutar da Sua intimidade.
As pessoas tendem a buscar as bênçãos de Deus e não o Deus das bênçãos. Correm
atrás da bênção e não do abençoador. O nosso alvo, por vezes, é satisfazer a
nós mesmos e não voltarmos para o Senhor. Quando Jesus foi restaurar Pedro Ele
lhe deu uma lista de coisas para fazer, mas lhe perguntou: tu me amas? A volta
para Deus é o primeiro degrau na estrada da restauração espiritual. Estamos
envolvidos com a obra de Deus, mas não temos intimidade com o Deus da obra.
Somos ativistas, mas não nos assentamos aos pés do Senhor. Deus está muito interessado
em nossa relação com Ele para depois realizarmos o trabalho missionário.
Hoje, o Espírito Santo desempenha uma parte ativa na
salvação da humanidade. Ele atrai e convence os seres humanos; e os que se
mostram sensíveis são por Ele renovados e transformados à imagem de Deus.
Enviado pelo Pai e pelo Filho para estar sempre com Seus filhos, Ele concede
dons espirituais à Igreja, a habilita a dar testemunho de Cristo e, em harmonia
com a Bíblia, guia-a em toda a verdade. Temos a responsabilidade de pregar
o evangelho de Cristo às pessoas para que a imagem de Cristo seja restaurada
nelas. Ver os seguintes textos: Lucas 14: 12-14; I Pedro 3:15; Tiago 1:27; II
Tess. 3:10
“ Na vida de Cristo, de perfeita obediência à vontade de
Deus, e em Seu sofrimento, morte e ressurreição, Deus proveu o único meio de
expiação do pecado humano, de modo que os que aceitam esta expiação pela fé
possam ter vida eterna, e toda a criação compreenda melhor o infinito e santo
amor do Criador. Esta expiação perfeita vindica a justiça da lei de Deus e a
benignidade de Seu caráter; pois ela não somente condena o nosso pecado, mas
também garante o nosso perdão. A morte de Cristo é substituinte e expiatória,
reconciliadora e transformadora. A ressurreição de Cristo proclama a vitória de
Deus sobre as forças do mal, e assegura a vitória final sobre o pecado e a
morte para os que aceitam a expiação. Ela declara a soberania de Jesus Cristo,
diante do qual se dobrará todo joelho, no Céu e na Terra. João 3:16; Isaías 53;
1 Pedro 2:21, 22; 1 Coríntios 15:3, 4, 20-22; 2 Coríntios 5:14, 15, 19-21;
Romanos 1:4; 3:25; 4:25; 8:3, 4; 1 João 2:2; 4:10; Colossences 2:15; Filipenses
2:6-11. Caminho a Cristo, 84
Depois da volta de Cristo e do período dos mil anos os salvos
terão as coisas restauradas a semelhança de antes do pecado. Quando os novos
céus e nova terra forem criados por Deus ficará definida, por toda a eternidade, a restauração de todas as coisas. Até o Jardim do Édem foi levado para o céu
antes do dilúvio.
“O jardim do Éden permaneceu na terra muito tempo depois que
o homem fora expulso de seus agradáveis caminhos. Gênesis 4:16. Foi permitido à
raça decaída por muito tempo contemplar o lar da inocência, estando a sua
entrada vedada apenas pelos anjos vigilantes. À porta do Paraíso, guardada
pelos querubins, revelava-se a glória divina. Para ali iam Adão e seus filhos a
fim de adorarem a Deus. Ali renovaram seus votos de obediência àquela lei cuja
transgressão os havia banido do Éden. Quando a onda de iniquidade se propagou
pelo mundo, e a impiedade dos homens determinou sua destruição por meio de um
dilúvio de água, a mão que plantara o Éden o retirou da Terra. Mas, na
restauração final de todas as coisas, quando houver “um novo céu e uma nova
Terra” (Apocalipse 21:1), será restabelecido, mais gloriosamente adornado do
que no princípio. Então os que guardaram os mandamentos de Deus respirarão um
vigor imortal, por sob a árvore da vida (Apocalipse 2:7; 22:14); e, através de
infindáveis séculos, os habitantes dos mundos que não pecaram contemplarão no
jardim de delícias um modelo da obra perfeita da criação de Deus, sem qualquer
sinal da maldição do pecado — modelo do que teria sido a Terra inteira se
tão-somente houvesse o homem cumprido o plano glorioso do Criador.” Patriarcas
e Profetas, 32.
SEXTA-FEIRA (8 de julho) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 2 (3º
trimestre 2016) RESTAURANDO O DOMINIO – A lição desta semana ensina-nos que
devemos refletir a imagem de Deus em três aspectos; no nosso relacionando com Deus,
com o próximo e o cuidado que devemos ter com o meio-ambiente. Pois, Deus é o
Criador de todas as coisas e revelou na bíblia o relato autêntico da
criação: “Em seis dias fez o Senhor os céus e a Terra” e tudo que tem vida
sobre a terra, e descansou no sétimo dia dessa primeira semana. Assim Ele
estabeleceu o sábado como perpétuo monumento comemorativo de Sua esmerada obra
criadora. O primeiro homem e a primeira mulher foram formados à imagem de Deus
como obra-prima da Criação, foi-lhes dado domínio sobre o mundo e atribuiu-se-lhes
a responsabilidade de cuidar dele. Quando o mundo foi concluído, Deus disse
que era muito bom, proclamando a glória
de Deus. Ver Gênesis 1; 2; Êxodo 20:8-11; Salmos 19:1-6; 33:6, 9; 104; Hebreus
11:3.
“Toda a humanidade está agora envolvida num grande conflito
entre Cristo e Satanás, quanto ao caráter de Deus, Sua lei e Sua soberania
sobre o Universo. Este conflito originou-se no Céu quando um ser criado, dotado
de liberdade de escolha, por exaltação própria tornou-se Satanás, o adversário
de Deus, e conduziu à rebelião uma parte dos anjos. Ele introduziu o espírito
de rebelião neste mundo, ao induzir Adão e Eva em pecado. Este pecado humano
resultou na deformação da imagem de Deus na humanidade, no transtorno do mundo
criado e em sua consequente devastação por ocasião do dilúvio mundial.
Observado por toda a criação, este mundo tornou-se o palco do conflito
universal, dentro do qual será finalmente vindicado o Deus de amor. Para ajudar
Seu povo nesse conflito, Cristo envia o Espírito Santo e os anjos leais, para
os guiar, proteger e amparar no caminho da salvação.” Caminho a Cristo, 84.
Veja esta declaração
de compromisso dos Adventistas com o meio ambiente: “O mundo no qual
vivemos é uma dádiva de amor do Deus Criador, que “fez o céu, e a terra, e o
mar, e as fontes das águas” (Apoc. 14:7; 11:17-18). Nesta criação, colocou os humanos, criados intencionalmente
para relacionarem-se com Ele, com as outras pessoas e com o mundo ao
redor. Assim, os adventistas do sétimo
dia mantêm que a preservação e manutenção da criação estão intimamente relacionadas
com o culto a Ele. Deus separou o sábado como um memorial e lembrança perpétua
de Seu ato criativo e do estabelecimento do mundo. Ao repousar nesse dia, os adventistas do
sétimo dia reforçam o senso especial de relacionamento com o Criador e com Sua
criação. A guarda do sábado acentua a importância de nossa integração com o
meio ambiente geral….Visto que a pobreza humana e a degradação ambiental estão
inter-relacionadas, comprometemo-nos a melhorar a qualidade de vida de todas as
pessoas. Nosso objetivo é o desenvolvimento sustentável dos recursos, enquanto
atendemos às necessidades humanas. [...] “Nesse compromisso, confirmamos nossa
condição de mordomos da criação de Deus e cremos que a total restauração será
alcançada somente quando Deus fizer novas todas as coisas” Extraído de
“Cuidando da Criação, uma Declaração da Associação Geral dos Adventistas do
Sétimo Dia sobre o Meio Ambiente”, votada em 12 de outubro de 1992.
Luís Carlos Fonseca
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