COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 3 (3º trimestre de 2016) JUSTIÇA E
MISERICÓRDIA NO VELHO TESTAMENTO – PARTE I
VERSO ÁUREO: “O que faz justiça aos oprimidos, o que dá pão
aos famintos. O Senhor solta os encarcerados. O Senhor abre os olhos aos cegos;
o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos; Senhor guarda os
estrangeiros; sustém o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios.”
Salmo 146:7-9
INTRODUÇÃO (sábado 9 de julho) – As lições desta semana, e da
outra semana, vão tratar do grande amor de Deus manifestado no Velho Testamento,
mas vai mencionar também sobre a Sua justiça. Alguns são tentados a pensar que
somente Jesus é cheio de amor e bondade, e que o Deus do V. T não revelou
salvação, mas que foi tirano e mau, especialmente por permitir tantas
guerras.
No Antigo Testamento,
Deus ordenou aos israelitas: “Vinga os filhos de Israel dos midianitas” Números
31:2. Encontramos em Deuteronômio 20:16-17: “Porém, das cidades destas nações
que o Senhor, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o que tem
fôlego. Antes, como te ordenou o Senhor, teu Deus, destruí-las-ás
totalmente...” I Samuel 15:18 diz: “Enviou-te o Senhor a este caminho e disse:
Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra
eles, até exterminá-los.” A Segunda Vinda de Jesus também será muito violenta.
Apocalipse 19:11-21 descreve a guerra final com Cristo, o comandante
conquistador que julga e faz guerra com justiça. Menciona que os pássaros vão
comer a carne de todos aqueles que se opõem a Ele. v. 17-18. No juízo final Jesus não terá compaixão dos seus inimigos, os quais serão conquistados completamente e
entregues a um lago de fogo.
Através de todo o Velho Testamento, vemos que Deus é
“misericordioso, piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade.”
Êxodo 34:6. Ver também Números 14:18;
Deuteronômio 4:31; Neemias 9:17; Salmo 86:5; Salmo 86:15; Salmo 108:4; Salmo
145:8 e Joel 2:13. No Novo Testamento, a bondade, amor e misericórdia se
manifestam de maneira ainda mais abundante pelo fato de que: “Deus amou o mundo
de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16.
Ao longo de todo o Velho Testamento, também observamos que Deus
lida com Israel de uma maneira bem parecida com o que um pai amoroso lida com
um filho desobediente. Quando eles, deliberadamente, pecaram contra Deus e começaram a adorar
ídolos, Deus os disciplinou, mas mesmo assim os livrava cada uma das vezes,
quando se arrependiam de sua idolatria. É desta forma que vemos Deus lidando
com os cristãos no Novo Testamento. Por exemplo, Hebreus 12:6 nos diz que
“porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.”
No Velho Testamento vemos o julgamento e ira de Deus
derramados sobre pecadores que não se arrependeram. Vemos também no Novo
Testamento: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e
injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” Romanos 1:18. Mesmo em
uma leitura rápida do Novo Testamento, fica logo evidente que Jesus fala mais
na punição dos ímpios do que no céu. Deus não é diferente no Velho e no Novo
Testamentos. Ele ama o pecador, mas também faz justiça.
Por causa do caráter justo e santo de Deus, todos nós
seremos julgados. Mesmo assim, em Seu infinito amor, Jesus providenciou um
pagamento pelo pecado e um caminho de reconciliação para que o homem pecador
possa escapar de Sua ira. Veja estes textos inspirados: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que
ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.”
I João 4:10
“Deus é amor. Quais raios de luz vindos do Sol, o amor e a
luz e a alegria manam dEle para todas as Suas criaturas. Dar é Sua natureza.
Sua vida mesma é o fluir de um desinteressado amor. Ele nos diz que sejamos
perfeitos como Ele o é da mesma maneira. Cumpre-nos ser centros de luz e bênção
para o nosso pequeno círculo, da mesma maneira que Ele o é para o Universo.
Nada temos de nós mesmos, mas a luz de Seu amor resplandece sobre nós, e
devemos refletir-lhe o fulgor. “Bons na bondade que Ele nos empresta”, podemos
ser perfeitos em nossa esfera, da mesma maneira que Deus é perfeito na Sua.” O
Maior Discurso de Cristo, 77
DOMINGO (10 de julho) MISERICÓRDIA E JUSTIÇA:
CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS DO POVO DE DEUS – Hoje vamos ver que os verdadeiros
filhos de Deus; mantêm comunhão íntima com Jesus, revelam o amor às pessoas e
praticam a justiça social. Veja nestes
textos como Deus pediu para os judeus ajudarem o próximo: “O estrangeiro
não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito. A
nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligires, e eles
clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor.” Êxodo 22:21-23
“Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda. De
palavras de falsidade te afastarás, e não matarás o inocente e o justo; porque
não justificarei o ímpio. Também suborno não tomarás; porque o suborno cega os
que têm vista, e perverte as palavras dos justos. Também não oprimirás o estrangeiro; pois vós conheceis o coração do estrangeiro, pois fostes
estrangeiros na terra do Egito.” Êxodo 23:6-9
“Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os
bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o
Senhor vosso Deus.” Levítico 19:10
“O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que
se compadece do necessitado o honra.” Provérbios 14:31.
No Novo Testamento também não é diferente. Veja esta declaração: “A religião pura
e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas
tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” Tiago 1:27. Veja também em Mateus 25 a declaração de Jesus sobre a justiça social.
Em relação ao atendimento aos pobres, viúvas e estrangeiros,
no passado, Deus delineou três tipos de sábados: 1) O sábado do mandamento. Aqui estava implícita a ideia dos servos e animais também usufruírem o descanso semanal. Ver Êxodo 20:8-11. 2) O ano sabático. De sete em sete anos as
dívidas dos pobres eram canceladas, os escravos eram libertos e até os animais
eram beneficiados com o descanso. Ver Levítico 25:6 e 7. 3) O ano do jubileu. Esse era o quinquagésimo ano, depois de sete anos
sabáticos terminar o seu ciclo. As propriedades que tinham sido vendidas eram
devolvidas aos proprietários anteriores, as dívidas eram perdoadas e os servos
eram postos em liberdade. O jubileu era um equalizador da sociedade. Ellen
White menciona que o ano jubileu era uma “salvaguarda contra os extremos, quer
da opulência, quer da miséria.” A Ciência do Bom Viver, 128
“Como no ano sabático, não se devia semear nem colher, e
tudo que a terra produzisse devia ser considerado propriedade lícita dos
pobres. Certas classes de escravos hebreus, todos os que não recebiam liberdade
no ano sabático, ficavam agora livres. Mas aquilo que especialmente distinguia
o ano do jubileu era a reversão de toda a propriedade territorial à família do
possuidor original. Por determinação especial de Deus, a terra fora dividida
por sorte. Depois que a divisão fora feita, ninguém tinha a liberdade de
negociar sua terra. Tampouco devia vendê-la, a menos que a pobreza o compelisse
a tal; e, então, quando quer que ele ou qualquer de seus parentes desejasse
resgatá-la, o comprador não devia recusar-se a vendê-la; e, não sendo remida,
reverteria ao seu primeiro possuidor ou seus herdeiros, no ano do jubileu. O
povo devia ser impressionado com o fato de que era a terra de Deus que se lhes
permitia possuir por algum tempo; de que Ele era o legítimo possuidor, o
proprietário original, e de que desejava se tivesse consideração especial pelos
pobres e infelizes. A mente de todos devia ser impressionada com o fato de que
os pobres têm tanto direito a um lugar no mundo de Deus como o têm os mais
ricos. Tais foram as disposições tomadas por nosso misericordioso Criador a fim
de diminuir o sofrimento, trazer algum raio de esperança, lampejar uma réstia
de luz na vida dos que são destituídos de bens e se acham angustiados." Patriarcas
e Profetas, 533-534
Que cuidados têm tido
para com os menos favorecidos do seu lado?
SEGUNDA-FEIRA (11 de julho) PREOCUPAÇÕES UNIVERSAIS – A
lição de ontem mencionou sobre o ano sabático e o ano jubileu, que aconteciam de
sete em sete anos e de cinquenta em cinquenta anos, respectivamente. A lição de
hoje preocupa-se em mostrar o descanso semanal do sábado.
Descansar no dia de sábado deve ser uma preocupação de todas
as pessoas, pois Deus deixou o sábado por causa do homem que havia sido criado.
Veja este texto: “Assim os céus, a
terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia
sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha
feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de
toda a sua obra que Deus criara e fizera.” Gênesis 2:1-3.
O sábado é o dia universal da alegria. Deus deixou o sábado
para todos usufruírem o descanso semanal. Este dia deve ser reservado para a
libertação da ansiedade e stress acumulados durante a semana. Prevendo o
esquecimento das pessoas, Deus disse: “Lembra-te do dia do sábado para o
santificar.” O sábado foi dado ao homem na criação mais de dois mil anos antes
do povo judeu surgir. Logo o sábado foi dado para todas as pessoas. Ver S. Marcos 2.27
O sábado é uma espécie de inauguração da criação. Primeiro
se constrói para depois inaugurar. O sábado é o dia de festa, é o dia de
comemorações por causa da criação. Quando guardamos este dia estamos dando
demonstração de que somos bons mordomos, no uso do tempo. Durante a semana
devemos dedicar pelo menos uma hora diária para a comunhão com o Senhor Deus, e
durante todo o dia de sábado devemos estar envolvidos com as coisas de Deus. O
mandamento é claro: “Lembra-te do dia de sábado para o santificar.”
Como o sábado pode
contribuir com o meio ambiente? Você já imaginou se todas as indústrias do
mundo desligassem as suas turbinas e motores no sábado? Se todos os trens,
caminhões, tratores, aviões e carros deixassem de fazer o trabalho no sábado?
Se todos os animais também descansassem neste dia? Se não houvesse pescarias no
sábado? Seria de grande benefício para a atmosfera e planeta e economia em
menos co2, gases e lixos depositados.
Pois, Deus, em Sua bondade, nos permite usar o tempo para
ganharmos o nosso sustento, para nosso descanso, para recreio e todas as demais
atividades da vida. Tão acostumados estamos a usar esse tempo, que com
facilidade nos esquecemos de que ele não é nosso, mas sim um depósito sagrado
de Deus.
Para além de pertencermos a Deus, Ele nos confere a
responsabilidade de administrar a Sua propriedade em forma de mordomia. Somos
feitos cooperadores de Deus. Assim como o sábado nos foi dado para restaurar
nosso organismo, a sua observância nos ensina a responsabilidade para manter o
equilíbrio e a saúde do meio ambiente. A cada sábado os trabalhadores devem
cessar suas atividades, bem como todos os animais que prestam serviços em favor
do homem. O sábado deveria ser um dia de equilíbrio da natureza e restauração
espiritual para todos.
TERÇA-FEIRA (12 de julho) A VOZ PROFÉTICA – PARTE I – A
lição de hoje preocupa-se em mostrar que Deus revelava-Se aos profetas para que
eles defendessem as pessoas menos favorecidas.
A função dos profetas era
receber e transmitir a palavra de Deus de forma escrita e falada.
Veja o texto para
hoje: “Abre a tua boca a favor do mudo, pela causa de todos que são designados
à destruição. Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos
necessitados.” Provérbios 31:8,9.
Os profetas recebiam revelações de Deus que
apontavam para o futuro, mas o presente devia ser vivido com intensidade no
cuidado das viúvas, dos órfãos e estrangeiros necessitados. Na verdade, Deus Se preocupa que cuidemos dos oprimidos e
faz essa relação com a nossa adoração a Ele. Veja este outro texto: “Não continueis a trazer ofertas vãs; o
incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação
das assembléias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene. As
vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são
pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas
mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas
orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus
olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo;
ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” Isaías
1:13-17.
Quem Deus escolhe
hoje para praticar a lei do amor? O maior sermão pregado em toda história
não foi aquele de Martin Luter King, ou o do apóstolo Paulo, no areópago em
Atenas, nem mesmo o de Charlles Spurgeon, em Londres, mas o Sermão da Montanha.
Convém destacar algo que, às vezes, não é percebido, a frase: “Jesus vendo as multidões teve compaixão por elas.” Mais
do que olhar, houve uma contemplação de Cristo para com o ser humano; seus
sonhos, suas dificuldades, suas crises, suas depressões e seus abismos. Esta
prévia empatia, o colocar-Se no lugar dos outros, foi a causa do sucesso deste
inesquecível tratado sobre a vida humana e do amor prático que Jesus demonstrou
em Seu ministério. Mas, e eu e você o
que temos com isso? A questão é simples; se não ajudarmos o próximo, os
samaritanos vão fazer, aliás já estão fazendo. E no dia do juízo como será?
O amor não substitui a obediência à lei de Deus. Hoje é
comum dizer: “Devemos amar a Deus e o próximo como a nós mesmos”. Sim, está
muito bem, essas são palavras de Jesus. Mas devemos cuidar com dois pontos:
primeiro; não apenas recitarmos esta declaração bíblica sem estender a mão ao
necessitado, e termos o cuidado de praticar os 10 mandamentos. Os dez
mandamentos foram distribuídos em duas tábuas. Os quatro primeiros, contidos na
primeira tábua, dizem respeito às exigências relacionadas com Deus, e os outros
seis, às exigências relacionadas com o próximo.
O livro Beneficência Social de Ellen White é um grande guia
sobre o que podemos fazer em favor dos pobre e necessitados. Veja este texto
inspirado de Ellen White: “A religião pura e imaculada perante o Pai é esta:
“Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção
do mundo.” Tia. 1:27. Boas obras são os frutos que Cristo requer que
produzamos; palavras amáveis, atos de benevolência, de terna consideração para
com os pobres, os necessitados, os aflitos. Quando corações simpatizam com
corações oprimidos por desânimo e angústia, quando a mão dispensa ao
necessitado, é vestido o nu, bem-vindo o estrangeiro a um assento em vossa sala
e um lugar em vosso coração, os anjos chegam muito perto, e acordes
correspondentes ecoam no Céu.” Beneficência Social, 35.
QUARTA-FEIRA (13 de julho) A VOZ PROFÉTICA: PARTE II - Os
homens tem uma maneira egoísta de avaliar o carácter das pessoas. Deus mede o
caráter de uma pessoa pela capacidade que ela tem de demonstrar amor através de
boas ações. É claro que não somos salvos por causa da realização de boas obras;
somos salvos pela fé e obediência, mas a realização de boas obras é um grande
indicador de que a pessoa ama a Deus e pelo menos o respeita.
Jesus mostrou esse ponto, de forma clara, quando contou a
parábola do bom samaritano, relatada em Lucas 10. Nem sempre os religiosos têm
a aprovação de Deus. A ação de um samaritano, que era considerado excluído do
reino de Deus, foi aceita por Deus. A nossa sensibilidade em atender as
necessidades dos pobres e os nossos atos de misericórdia realizados contam mais
diante de Deus do que algumas ações religiosas. Quando atendemos os pobres
estamos agradando Deus. Veja estes textos:
“Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu
benefício.” Provérbios 19:17.
“O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, ele mesmo
também clamará e não será ouvido.” Provérbios 21:13.
Quando atendemos os pobres estamos levando conforto à eles.
Deus criou tanto o pobre quanto o rico. “O rico e o pobre se encontram; a todos
o Senhor os fez.” Provérbios 22:2. Cabe ao rico a responsabilidade de ajudar o
pobre. Temos várias promessas e orientações de Deus sobre o atendimento que devemos
dar aos pobres. Deus abençoa os que ajudam os pobres. No Salmo 41:1 lemos: "Bem-aventurado é aquele que considera o
pobre; o Senhor o livrará no dia do mal."
Honramos a Deus quando cuidamos
dos pobres. Em Provérbios 14:31 encontramos: "O que oprime ao pobre
insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do
necessitado." A igreja, como indivíduos e como instituição, deve auxiliar
e ajudar os pobres que não têm famílias. Veja o texto de I Timóteo 5:5-6.
"Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus, e
persevera de noite e de dia em súplicas e orações; mas a que vive em prazeres,
embora viva, está morta."
A lição de hoje traz o texto de Isaías 58:1-14 onde mostra
no que consiste a verdadeira religião. Entre os pecados da liderança do passado
estava o desprezo das viúvas e órfãos: Este também era um mandamento do Senhor
Deus que o povo devia seguir, mas desprezavam esta parte social da religião.
Deus da mesma forma lembrou-lhes da necessidade de voltarem a praticar esta
parte da fé Israelita, como vemos em Isaías 58, logo abaixo.
Essa é a verdadeira
religião que Deus pede dos Seus filhos: “Porventura não é este o jejum que
escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo
e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é
também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres
abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?
Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a
tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se
tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; e se abrires
a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas
trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia.” Isaías 58:6-10
“Pois nunca cessará o pobre do meio da Terra; pelo que te
ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu
necessitado, e para o teu pobre na tua terra. Deuteronômio 15:11….
Bem-aventurados os misericordiosos. O Senhor Jesus disse: “Bem-aventurados os
misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.” Nunca houve tempo em que
fosse maior a necessidade do exercício da misericórdia do que hoje. Ao redor de
todos nós estão os pobres, os sofredores, os aflitos, os tristes, os que estão
prestes a perecer….Os que têm adquirido riquezas, adquiriram-nas pela aplicação
dos talentos que lhes foram dados por Deus; mas esses talentos para a conquista
de bens foram-lhes dados a fim de que pudessem aliviar os que estão na pobreza.
Esses dons foram concedidos aos homens por Aquele que faz o Seu Sol brilhe e a
Sua chuva caia sobre todos, justos e injustos, para que pela produtividade da
terra tenham abundante provisão para todas as suas necessidades. Os campos têm
sido abençoados por Deus, e em Sua bondade fez “provisão para os necessitados.”
The Signs of the Times, 13 de Junho de 1892. Beneficência Social, 15.
QUINTA-FEIRA (14 de julho) UMA FORÇA PARA DEUS – Medite nos versos para o estudo de hoje:
“Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado.” Salmo
82:3
“Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o
oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” Isaías 1:17
A igreja de Cristo é chamada para estar inserida na
comunidade e ajudar as pessoas que necessitam. As pessoas precisam não só de
alimentos ou da Palavra de Deus, mas de muitas outras coisas e devemos estar
disponíveis para ajudar.
Um dos propósitos da existência da igreja é sair e pregar o
evangelho: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as
coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até
a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28:19-20. Antes de você sair para
evangelizar, você deve fazer as seguintes perguntas: Como era minha vida antes
de conhecer Jesus? Como percebi que precisava de Jesus? Como comprometi minha
vida com Cristo? Que diferença faz Jesus em minha vida?
A mensagem da cruz não pode ser teológica, nem tão pouco
deve ser misturada com teses pessoais ou com opiniões próprias; e, sim deve
conter a mensagem da cruz. Você também deve dar um bom testemunho na vida, e
deve contar do seu testemunho: conte a história de como você iniciou o seu relacionamento
com Cristo. Suas lições de vida que Deus lhe ensinou. Encontre amigos e
famílias com quem estudar a Bíblia. Convide pessoas para assistir aos programas
da sua igreja. Participe da evangelização!
Mas temos muitas outras coisas que podemos fazer. As sociedades de hoje são cada vez mais multiculturais e
diversificadas. Deus convida você e eu para auxiliarmos as pessoas. Todos os
que se encontram em situação de olhar com olhos e sentir com o coração, que se
dispõem a estender a mão sem considerar os resultados, tem lugar para ajudar.
Como igreja temos uma ação a realizar.
No círculo da família, a igreja tem uma palavra a dizer.
Pelo incentivo à construção de relacionamentos conjugais fortes, tendo como
base o respeito mútuo e a mútua aceitação, no desenvolvimento de laços de amor
e interdependência que privilegiem a partilha de um projeto de vida. Pelo
ensino de uma paternidade responsável, encorajadora de uma geração que
determina o futuro com solidez , integridade e valor.
A igreja tem uma participação na educação e no ensino dos
valores morais e espirituais, na construção do caráter, como meio de encontrar
resposta às grandes questões da vida e suporte na decisão. Através da
dinamização de grupos de jovens e de crianças, que aprendam a relacionar-se
consigo, com Deus e com o outro ao tempo em que crescem e se divertem. A igreja
Adventista desenvolve as classes de evangelização infantil na igreja, tendo
como base o estudo da Bíblia através da escola sabatina. A sociedade também
pode contar com o apoio do clube dos desbravadores.
A igreja também tem um papel a desempenhar no apoio social,
o rosto visível de uma fé invisível. Os desfavorecidos necessitam do apoio da
igreja. Há pessoas vítimas da guerra, como em alguns países da África e Asia,
ou da falta de recursos naturais, como Moçambique e Niger, são pessoas que
morrem precocemente desidratados, desnutridos e doentes. O excesso de uns
poderia acabar com a fome de outros. A da Adra local e Internacional tem ajudado.
Na sociedade deste século os sofrimentos emocionais e
espirituais crescem em virtude das expectativas não alcançadas e do ritmo
alucinante da vida. E há pessoas que sofrem. Sofrem por relacionamentos
quebrados, por não se encontrarem, não se realizarem, não serem tão bem sucedidas
nem tão competitivas. Precisam da Igreja. É também essa a sua vocação. Oferecer
um ouvido que ouve em empatia e compreensão e que não julga, mas ajuda a
encontrar caminhos para além do sofrimento.
Existem também os marginalizados, que a igreja pode estender
a mão em trabalhar com pessoas com dependências químicas como drogas e álcool,
referimos o desafio de reinserir essas pessoas na sociedade. Eu considero esta a missão mais difícil da igreja. Mas conheço igrejas adventistas e outras que começam por servir
alimentos onde estas pessoas se encontram. As exortações bíblicas para cuidar dos pobres
são mais no âmbito individual do que das instituições e sociedade como um todo.
Em outras palavras, cada cristão é encorajado a fazer o que puder para ajudar o
menor destes. Primeiro devemos ver o que se pode fazer, só se não pudermos é
que encaminhamos à uma instituição de caridade. Praticar justiça social é um dever individual assim com a salvação é pessoal.
“Não é sábio dar indiscriminadamente a todo aquele que
solicite nosso auxílio; porque podemos assim encorajar a ociosidade, a
intemperança e a extravagância. Mas se alguém chegar à vossa porta dizendo que
está com fome, não o despeçais vazio. Dai-lhe algo a comer, do que tendes. Não
sabeis em que circunstâncias está, e pode ser que sua pobreza resulte de
infortúnio.Mas entre aqueles cujas necessidades reclamam nosso interesse, são
as viúvas e os órfãos que mais apelam para a nossa terna simpatia e cuidado. “A
religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” Conselho
sobre Mordomia, 103
SEXTA-FEIRA (15 de julho) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 3 (3º
trimestre de 2016) JUSTIÇA E MISERICÓRDIA NO VELHO TESTAMENTO – PARTE I - Qual é a visão cristã da justiça social?
A Bíblia ensina que Deus é cheio de justiça. De fato, "Deus é... justo e
reto". Deuteronômio 32:4. Além disso, a Bíblia sustenta a noção de justiça
social na qual a preocupação e os cuidados são mostrados em favor dos pobres e
aflitos. Ver Deuteronômio 10:18, 24:17 e 27:19.
A Bíblia, muitas vezes, se
refere ao órfão, à viúva e ao estrangeiro, ou seja; pessoas que não eram
capazes de cuidar de si mesmas ou não tinham um sistema de apoio, como
merecendo a nossa especial atenção. A nação de Israel foi ordenada por Deus
para cuidar dos menos afortunados da sociedade, e seu eventual fracasso de
fazer isso foi em parte a razão para o seu julgamento e perda de privilégios como nação escolhida de Deus.
Quando Jesus pregou o Sermão do Monte, Ele mencionou cuidar
dos pequeninos. Mateus 25:40 e Tiago, em sua epístola, expõe a natureza da
"verdadeira religião". Tiago 1:27. Assim, se por justiça social
queremos dizer que a sociedade tem a obrigação moral de cuidar dos menos
afortunados, então isso é correto. Deus sabe que, devido o pecado sempre haverá
viúvas, órfãos, peregrinos e pobres na sociedade, e Ele fez provisões no Antigo
e Novo Testamentos para cuidar deles. O modelo de tal comportamento é o próprio
Jesus, o qual refletiu o senso de justiça de Deus ao levar a mensagem do
evangelho até mesmo aos parias da sociedade. No entanto, a noção cristã de
justiça social é diferente da noção contemporânea de justiça social.
As exortações bíblicas para cuidar dos pobres são mais no
âmbito individual do que das instituições e sociedade como um todo. Em outras
palavras, cada cristão é encorajado a fazer o que puder para ajudar o menor
destes. A base para tais mandamentos bíblicos encontra-se no segundo dos
grandes mandamentos; amar ao próximo como a si mesmo. Ver Mateus 22:39. A noção
de justiça social dos homens de hoje substitui o indivíduo pela instituição.
Jesus ordena que cada cristão se torne responsável por cuidar dos menos
favorecidos da sociedade e da igreja. A abordagem bíblica vê Cristo como
Salvador e motivador do amor e cada cristão seguindo os Seus passos.
“Na história do bom samaritano, ilustra Cristo a natureza da
verdadeira religião. Mostra que consiste, não em sistemas, credos ou ritos, mas
no cumprimento de atos de amor, no proporcionar aos outros o maior bem, na
genuína bondade. ... Essa lição não é menos necessária hoje no mundo, do que ao
ser proferida pelos lábios de Jesus. Egoísmo e fria formalidade têm quase
extinguido o fogo do amor, dissipando as graças que seriam por assim dizer a
fragrância do caráter. Muitos dos que professam Seu nome, deixaram de
considerar o fato de que os cristãos têm de representar a Cristo. A menos que
haja sacrifício prático em bem de outros, no círculo da família, na vizinhança,
na igreja e onde quer que estejamos, não seremos cristãos, seja qual for a
nossa profissão.” O Desejado de Todas as
Nações, 372, 376
Luís Carlos Fonseca
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