domingo, 19 de junho de 2016

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 3 (3º trimestre de 2016) JUSTIÇA E MISERICÓRDIA NO VELHO TESTAMENTO – PARTE I

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 3 (3º trimestre de 2016) JUSTIÇA E MISERICÓRDIA NO VELHO TESTAMENTO – PARTE I

VERSO ÁUREO: “O que faz justiça aos oprimidos, o que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados. O Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos; Senhor guarda os estrangeiros; sustém o órfão e a viúva, mas transtorna o caminho dos ímpios.” Salmo 146:7-9

INTRODUÇÃO (sábado 9 de julho) – As lições desta semana, e da outra semana, vão tratar do grande amor de Deus manifestado no Velho Testamento, mas vai mencionar também sobre a Sua justiça. Alguns são tentados a pensar que somente Jesus é cheio de amor e bondade, e que o Deus do V. T não revelou salvação, mas que foi tirano e mau, especialmente por permitir tantas guerras.


No Antigo Testamento, Deus ordenou aos israelitas: “Vinga os filhos de Israel dos midianitas” Números 31:2. Encontramos em Deuteronômio 20:16-17: “Porém, das cidades destas nações que o Senhor, teu Deus, te dá em herança, não deixarás com vida tudo o que tem fôlego. Antes, como te ordenou o Senhor, teu Deus, destruí-las-ás totalmente...” I Samuel 15:18 diz: “Enviou-te o Senhor a este caminho e disse: Vai, e destrói totalmente estes pecadores, os amalequitas, e peleja contra eles, até exterminá-los.” A Segunda Vinda de Jesus também será muito violenta. Apocalipse 19:11-21 descreve a guerra final com Cristo, o comandante conquistador que julga e faz guerra com justiça. Menciona que os pássaros vão comer a carne de todos aqueles que se opõem a Ele. v. 17-18. No juízo final Jesus não terá compaixão dos seus inimigos, os quais serão conquistados completamente e entregues a um lago de fogo.

Através de todo o Velho Testamento, vemos que Deus é “misericordioso, piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade.” Êxodo 34:6. Ver também  Números 14:18; Deuteronômio 4:31; Neemias 9:17; Salmo 86:5; Salmo 86:15; Salmo 108:4; Salmo 145:8 e Joel 2:13. No Novo Testamento, a bondade, amor e misericórdia se manifestam de maneira ainda mais abundante pelo fato de que: “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16.

Ao longo de todo o Velho Testamento, também observamos que Deus lida com Israel de uma maneira bem parecida com o que um pai amoroso lida com um filho desobediente. Quando eles, deliberadamente, pecaram contra Deus e começaram a adorar ídolos, Deus os disciplinou, mas mesmo assim os livrava cada uma das vezes, quando se arrependiam de sua idolatria. É desta forma que vemos Deus lidando com os cristãos no Novo Testamento. Por exemplo, Hebreus 12:6 nos diz que “porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.”

No Velho Testamento vemos o julgamento e ira de Deus derramados sobre pecadores que não se arrependeram. Vemos também no Novo Testamento: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça.” Romanos 1:18. Mesmo em uma leitura rápida do Novo Testamento, fica logo evidente que Jesus fala mais na punição dos ímpios do que no céu. Deus não é diferente no Velho e no Novo Testamentos. Ele ama o pecador, mas também faz justiça.

Por causa do caráter justo e santo de Deus, todos nós seremos julgados. Mesmo assim, em Seu infinito amor, Jesus providenciou um pagamento pelo pecado e um caminho de reconciliação para que o homem pecador possa escapar de Sua ira. Veja estes textos inspirados: “Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” I João 4:10

“Deus é amor. Quais raios de luz vindos do Sol, o amor e a luz e a alegria manam dEle para todas as Suas criaturas. Dar é Sua natureza. Sua vida mesma é o fluir de um desinteressado amor. Ele nos diz que sejamos perfeitos como Ele o é da mesma maneira. Cumpre-nos ser centros de luz e bênção para o nosso pequeno círculo, da mesma maneira que Ele o é para o Universo. Nada temos de nós mesmos, mas a luz de Seu amor resplandece sobre nós, e devemos refletir-lhe o fulgor. “Bons na bondade que Ele nos empresta”, podemos ser perfeitos em nossa esfera, da mesma maneira que Deus é perfeito na Sua.” O Maior Discurso de Cristo, 77

DOMINGO (10 de julho) MISERICÓRDIA E JUSTIÇA: CARACTERÍSTICAS DISTINTIVAS DO POVO DE DEUS – Hoje vamos ver que os verdadeiros filhos de Deus; mantêm comunhão íntima com Jesus, revelam o amor às pessoas e praticam a justiça social. Veja nestes textos como Deus pediu para os judeus ajudarem o próximo: “O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito. A nenhuma viúva nem órfão afligireis. Se de algum modo os afligires, e eles clamarem a mim, eu certamente ouvirei o seu clamor.” Êxodo 22:21-23

“Não perverterás o direito do teu pobre na sua demanda. De palavras de falsidade te afastarás, e não matarás o inocente e o justo; porque não justificarei o ímpio. Também suborno não tomarás; porque o suborno cega os que têm vista, e perverte as palavras dos justos. Também não oprimirás o estrangeiro; pois vós conheceis o coração do estrangeiro, pois fostes estrangeiros na terra do Egito.” Êxodo 23:6-9

“Semelhantemente não rabiscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o Senhor vosso Deus.” Levítico 19:10
“O que oprime o pobre insulta àquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado o honra.” Provérbios 14:31.

No Novo Testamento também não é diferente. Veja esta declaração: “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” Tiago 1:27. Veja também em Mateus 25 a declaração de Jesus sobre a justiça social.

Em relação ao atendimento aos pobres, viúvas e estrangeiros, no passado, Deus delineou três tipos de sábados: 1) O sábado do mandamento. Aqui estava implícita a ideia dos servos e animais também usufruírem o descanso semanal. Ver Êxodo 20:8-11. 2) O ano sabático. De sete em sete anos as dívidas dos pobres eram canceladas, os escravos eram libertos e até os animais eram beneficiados com o descanso. Ver Levítico 25:6 e 7. 3) O ano do jubileu. Esse era o quinquagésimo ano, depois de sete anos sabáticos terminar o seu ciclo. As propriedades que tinham sido vendidas eram devolvidas aos proprietários anteriores, as dívidas eram perdoadas e os servos eram postos em liberdade. O jubileu era um equalizador da sociedade. Ellen White menciona que o ano jubileu era uma “salvaguarda contra os extremos, quer da opulência, quer da miséria.” A Ciência do Bom Viver, 128

“Como no ano sabático, não se devia semear nem colher, e tudo que a terra produzisse devia ser considerado propriedade lícita dos pobres. Certas classes de escravos hebreus, todos os que não recebiam liberdade no ano sabático, ficavam agora livres. Mas aquilo que especialmente distinguia o ano do jubileu era a reversão de toda a propriedade territorial à família do possuidor original. Por determinação especial de Deus, a terra fora dividida por sorte. Depois que a divisão fora feita, ninguém tinha a liberdade de negociar sua terra. Tampouco devia vendê-la, a menos que a pobreza o compelisse a tal; e, então, quando quer que ele ou qualquer de seus parentes desejasse resgatá-la, o comprador não devia recusar-se a vendê-la; e, não sendo remida, reverteria ao seu primeiro possuidor ou seus herdeiros, no ano do jubileu. O povo devia ser impressionado com o fato de que era a terra de Deus que se lhes permitia possuir por algum tempo; de que Ele era o legítimo possuidor, o proprietário original, e de que desejava se tivesse consideração especial pelos pobres e infelizes. A mente de todos devia ser impressionada com o fato de que os pobres têm tanto direito a um lugar no mundo de Deus como o têm os mais ricos. Tais foram as disposições tomadas por nosso misericordioso Criador a fim de diminuir o sofrimento, trazer algum raio de esperança, lampejar uma réstia de luz na vida dos que são destituídos de bens e se acham angustiados."  Patriarcas e Profetas, 533-534

Que cuidados têm tido para com os menos favorecidos do seu lado?

SEGUNDA-FEIRA (11 de julho) PREOCUPAÇÕES UNIVERSAIS – A lição de ontem mencionou sobre o ano sabático e o ano jubileu, que aconteciam de sete em sete anos e de cinquenta em cinquenta anos, respectivamente. A lição de hoje preocupa-se em mostrar o descanso semanal do sábado.

Descansar no dia de sábado deve ser uma preocupação de todas as pessoas, pois Deus deixou o sábado por causa do homem que havia sido criado. Veja este texto: “Assim os céus, a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.” Gênesis 2:1-3.

O sábado é o dia universal da alegria. Deus deixou o sábado para todos usufruírem o descanso semanal. Este dia deve ser reservado para a libertação da ansiedade e stress acumulados durante a semana. Prevendo o esquecimento das pessoas, Deus disse: “Lembra-te do dia do sábado para o santificar.” O sábado foi dado ao homem na criação mais de dois mil anos antes do povo judeu surgir. Logo o sábado foi dado para todas as pessoas. Ver S. Marcos 2.27

O sábado é uma espécie de inauguração da criação. Primeiro se constrói para depois inaugurar. O sábado é o dia de festa, é o dia de comemorações por causa da criação. Quando guardamos este dia estamos dando demonstração de que somos bons mordomos, no uso do tempo. Durante a semana devemos dedicar pelo menos uma hora diária para a comunhão com o Senhor Deus, e durante todo o dia de sábado devemos estar envolvidos com as coisas de Deus. O mandamento é claro: “Lembra-te do dia de sábado para o santificar.”

Como o sábado pode contribuir com o meio ambiente? Você já imaginou se todas as indústrias do mundo desligassem as suas turbinas e motores no sábado? Se todos os trens, caminhões, tratores, aviões e carros deixassem de fazer o trabalho no sábado? Se todos os animais também descansassem neste dia? Se não houvesse pescarias no sábado? Seria de grande benefício para a atmosfera e planeta e economia em menos co2, gases e lixos depositados.

Pois, Deus, em Sua bondade, nos permite usar o tempo para ganharmos o nosso sustento, para nosso descanso, para recreio e todas as demais atividades da vida. Tão acostumados estamos a usar esse tempo, que com facilidade nos esquecemos de que ele não é nosso, mas sim um depósito sagrado de Deus.

Para além de pertencermos a Deus, Ele nos confere a responsabilidade de administrar a Sua propriedade em forma de mordomia. Somos feitos cooperadores de Deus. Assim como o sábado nos foi dado para restaurar nosso organismo, a sua observância nos ensina a responsabilidade para manter o equilíbrio e a saúde do meio ambiente. A cada sábado os trabalhadores devem cessar suas atividades, bem como todos os animais que prestam serviços em favor do homem. O sábado deveria ser um dia de equilíbrio da natureza e restauração espiritual para todos.

TERÇA-FEIRA (12 de julho) A VOZ PROFÉTICA – PARTE I – A lição de hoje preocupa-se em mostrar que Deus revelava-Se aos profetas para que eles defendessem as pessoas menos favorecidas. 
A função dos profetas era receber e transmitir a palavra de Deus de forma escrita e falada.
Veja o texto para hoje: “Abre a tua boca a favor do mudo, pela causa de todos que são designados à destruição. Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados.” Provérbios 31:8,9. 

Os profetas recebiam revelações de Deus que apontavam para o futuro, mas o presente devia ser vivido com intensidade no cuidado das viúvas, dos órfãos e estrangeiros necessitados. Na verdade, Deus Se preocupa que cuidemos dos oprimidos e faz essa relação com a nossa adoração a Ele. Veja este outro texto: “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das assembléias; não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são pesadas; já estou cansado de as sofrer. Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue. Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” Isaías 1:13-17.

Quem Deus escolhe hoje para praticar a lei do amor? O maior sermão pregado em toda história não foi aquele de Martin Luter King, ou o do apóstolo Paulo, no areópago em Atenas, nem mesmo o de Charlles Spurgeon, em Londres, mas o Sermão da Montanha. Convém destacar algo que, às vezes, não é percebido, a frase: “Jesus vendo as multidões teve compaixão por elas.” Mais do que olhar, houve uma contemplação de Cristo para com o ser humano; seus sonhos, suas dificuldades, suas crises, suas depressões e seus abismos. Esta prévia empatia, o colocar-Se no lugar dos outros, foi a causa do sucesso deste inesquecível tratado sobre a vida humana e do amor prático que Jesus demonstrou em Seu ministério. Mas, e eu e você o que temos com isso? A questão é simples; se não ajudarmos o próximo, os samaritanos vão fazer, aliás já estão fazendo. E no dia do juízo como será?

O amor não substitui a obediência à lei de Deus. Hoje é comum dizer: “Devemos amar a Deus e o próximo como a nós mesmos”. Sim, está muito bem, essas são palavras de Jesus. Mas devemos cuidar com dois pontos: primeiro; não apenas recitarmos esta declaração bíblica sem estender a mão ao necessitado, e termos o cuidado de praticar os 10 mandamentos. Os dez mandamentos foram distribuídos em duas tábuas. Os quatro primeiros, contidos na primeira tábua, dizem respeito às exigências relacionadas com Deus, e os outros seis, às exigências relacionadas com o próximo.

O livro Beneficência Social de Ellen White é um grande guia sobre o que podemos fazer em favor dos pobre e necessitados. Veja este texto inspirado de Ellen White: “A religião pura e imaculada perante o Pai é esta: “Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.” Tia. 1:27. Boas obras são os frutos que Cristo requer que produzamos; palavras amáveis, atos de benevolência, de terna consideração para com os pobres, os necessitados, os aflitos. Quando corações simpatizam com corações oprimidos por desânimo e angústia, quando a mão dispensa ao necessitado, é vestido o nu, bem-vindo o estrangeiro a um assento em vossa sala e um lugar em vosso coração, os anjos chegam muito perto, e acordes correspondentes ecoam no Céu.” Beneficência Social, 35.

QUARTA-FEIRA (13 de julho) A VOZ PROFÉTICA: PARTE II - Os homens tem uma maneira egoísta de avaliar o carácter das pessoas. Deus mede o caráter de uma pessoa pela capacidade que ela tem de demonstrar amor através de boas ações. É claro que não somos salvos por causa da realização de boas obras; somos salvos pela fé e obediência, mas a realização de boas obras é um grande indicador de que a pessoa ama a Deus e pelo menos o respeita.

Jesus mostrou esse ponto, de forma clara, quando contou a parábola do bom samaritano, relatada em Lucas 10. Nem sempre os religiosos têm a aprovação de Deus. A ação de um samaritano, que era considerado excluído do reino de Deus, foi aceita por Deus. A nossa sensibilidade em atender as necessidades dos pobres e os nossos atos de misericórdia realizados contam mais diante de Deus do que algumas ações religiosas. Quando atendemos os pobres estamos agradando Deus. Veja estes textos: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício.” Provérbios 19:17.

“O que tapa o seu ouvido ao clamor do pobre, ele mesmo também clamará e não será ouvido.” Provérbios 21:13.

Quando atendemos os pobres estamos levando conforto à eles. Deus criou tanto o pobre quanto o rico. “O rico e o pobre se encontram; a todos o Senhor os fez.” Provérbios 22:2. Cabe ao rico a responsabilidade de ajudar o pobre. Temos várias promessas e orientações de Deus sobre o atendimento que devemos dar aos pobres. Deus abençoa os que ajudam os pobres. No Salmo 41:1 lemos: "Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal." 

Honramos a Deus quando cuidamos dos pobres. Em Provérbios 14:31 encontramos: "O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado." A igreja, como indivíduos e como instituição, deve auxiliar e ajudar os pobres que não têm famílias. Veja o texto de I Timóteo 5:5-6. "Ora, a que é verdadeiramente viúva e desamparada espera em Deus, e persevera de noite e de dia em súplicas e orações; mas a que vive em prazeres, embora viva, está morta."

A lição de hoje traz o texto de Isaías 58:1-14 onde mostra no que consiste a verdadeira religião. Entre os pecados da liderança do passado estava o desprezo das viúvas e órfãos: Este também era um mandamento do Senhor Deus que o povo devia seguir, mas desprezavam esta parte social da religião. Deus da mesma forma lembrou-lhes da necessidade de voltarem a praticar esta parte da fé Israelita, como vemos em Isaías 58, logo abaixo.

Essa é a verdadeira religião que Deus pede dos Seus filhos: “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne? Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda. Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente; e se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia.” Isaías 58:6-10

“Pois nunca cessará o pobre do meio da Terra; pelo que te ordeno, dizendo: Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra. Deuteronômio 15:11…. Bem-aventurados os misericordiosos. O Senhor Jesus disse: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.” Nunca houve tempo em que fosse maior a necessidade do exercício da misericórdia do que hoje. Ao redor de todos nós estão os pobres, os sofredores, os aflitos, os tristes, os que estão prestes a perecer….Os que têm adquirido riquezas, adquiriram-nas pela aplicação dos talentos que lhes foram dados por Deus; mas esses talentos para a conquista de bens foram-lhes dados a fim de que pudessem aliviar os que estão na pobreza. Esses dons foram concedidos aos homens por Aquele que faz o Seu Sol brilhe e a Sua chuva caia sobre todos, justos e injustos, para que pela produtividade da terra tenham abundante provisão para todas as suas necessidades. Os campos têm sido abençoados por Deus, e em Sua bondade fez “provisão para os necessitados.” The Signs of the Times, 13 de Junho de 1892. Beneficência Social, 15.

QUINTA-FEIRA (14 de julho) UMA FORÇA PARA DEUSMedite nos versos para o estudo de hoje: “Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado.” Salmo 82:3

“Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” Isaías 1:17

A igreja de Cristo é chamada para estar inserida na comunidade e ajudar as pessoas que necessitam. As pessoas precisam não só de alimentos ou da Palavra de Deus, mas de muitas outras coisas e devemos estar disponíveis para ajudar.

Um dos propósitos da existência da igreja é sair e pregar o evangelho: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28:19-20. Antes de você sair para evangelizar, você deve fazer as seguintes perguntas: Como era minha vida antes de conhecer Jesus? Como percebi que precisava de Jesus? Como comprometi minha vida com Cristo? Que diferença faz Jesus em minha vida?

A mensagem da cruz não pode ser teológica, nem tão pouco deve ser misturada com teses pessoais ou com opiniões próprias; e, sim deve conter a mensagem da cruz. Você também deve dar um bom testemunho na vida, e deve contar do seu testemunho: conte a história de como você iniciou o seu relacionamento com Cristo. Suas lições de vida que Deus lhe ensinou. Encontre amigos e famílias com quem estudar a Bíblia. Convide pessoas para assistir aos programas da sua igreja. Participe da evangelização! 

Mas temos muitas outras coisas que podemos fazer.  As sociedades de hoje são cada vez mais multiculturais e diversificadas. Deus convida você e eu para auxiliarmos as pessoas. Todos os que se encontram em situação de olhar com olhos e sentir com o coração, que se dispõem a estender a mão sem considerar os resultados, tem lugar para ajudar. Como igreja temos uma ação a realizar.

No círculo da família, a igreja tem uma palavra a dizer. Pelo incentivo à construção de relacionamentos conjugais fortes, tendo como base o respeito mútuo e a mútua aceitação, no desenvolvimento de laços de amor e interdependência que privilegiem a partilha de um projeto de vida. Pelo ensino de uma paternidade responsável, encorajadora de uma geração que determina o futuro com solidez , integridade e valor.

A igreja tem uma participação na educação e no ensino dos valores morais e espirituais, na construção do caráter, como meio de encontrar resposta às grandes questões da vida e suporte na decisão. Através da dinamização de grupos de jovens e de crianças, que aprendam a relacionar-se consigo, com Deus e com o outro ao tempo em que crescem e se divertem. A igreja Adventista desenvolve as classes de evangelização infantil na igreja, tendo como base o estudo da Bíblia através da escola sabatina.  A sociedade também pode contar com o apoio do clube dos desbravadores.

A igreja também tem um papel a desempenhar no apoio social, o rosto visível de uma fé invisível. Os desfavorecidos necessitam do apoio da igreja. Há pessoas vítimas da guerra, como em alguns países da África e Asia, ou da falta de recursos naturais, como Moçambique e Niger, são pessoas que morrem precocemente desidratados, desnutridos e doentes. O excesso de uns poderia acabar com a fome de outros. A da Adra local e Internacional tem ajudado.

Na sociedade deste século os sofrimentos emocionais e espirituais crescem em virtude das expectativas não alcançadas e do ritmo alucinante da vida. E há pessoas que sofrem. Sofrem por relacionamentos quebrados, por não se encontrarem, não se realizarem, não serem tão bem sucedidas nem tão competitivas. Precisam da Igreja. É também essa a sua vocação. Oferecer um ouvido que ouve em empatia e compreensão e que não julga, mas ajuda a encontrar caminhos para além do sofrimento.

Existem também os marginalizados, que a igreja pode estender a mão em trabalhar com pessoas com dependências químicas como drogas e álcool, referimos o desafio de reinserir essas pessoas na sociedade. Eu considero esta a missão mais difícil da igreja. Mas conheço igrejas adventistas e outras que começam por servir alimentos onde estas pessoas se encontram. As exortações bíblicas para cuidar dos pobres são mais no âmbito individual do que das instituições e sociedade como um todo. Em outras palavras, cada cristão é encorajado a fazer o que puder para ajudar o menor destes. Primeiro devemos ver o que se pode fazer, só se não pudermos é que encaminhamos à uma instituição de caridade. Praticar justiça social é um dever individual assim com a salvação é pessoal.

“Não é sábio dar indiscriminadamente a todo aquele que solicite nosso auxílio; porque podemos assim encorajar a ociosidade, a intemperança e a extravagância. Mas se alguém chegar à vossa porta dizendo que está com fome, não o despeçais vazio. Dai-lhe algo a comer, do que tendes. Não sabeis em que circunstâncias está, e pode ser que sua pobreza resulte de infortúnio.Mas entre aqueles cujas necessidades reclamam nosso interesse, são as viúvas e os órfãos que mais apelam para a nossa terna simpatia e cuidado. “A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” Conselho sobre Mordomia, 103

SEXTA-FEIRA (15 de julho) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 3 (3º trimestre de 2016) JUSTIÇA E MISERICÓRDIA NO VELHO TESTAMENTO – PARTE I - Qual é a visão cristã da justiça social? A Bíblia ensina que Deus é cheio de justiça. De fato, "Deus é... justo e reto". Deuteronômio 32:4. Além disso, a Bíblia sustenta a noção de justiça social na qual a preocupação e os cuidados são mostrados em favor dos pobres e aflitos. Ver Deuteronômio 10:18, 24:17 e 27:19.

A Bíblia, muitas vezes, se refere ao órfão, à viúva e ao estrangeiro, ou seja; pessoas que não eram capazes de cuidar de si mesmas ou não tinham um sistema de apoio, como merecendo a nossa especial atenção. A nação de Israel foi ordenada por Deus para cuidar dos menos afortunados da sociedade, e seu eventual fracasso de fazer isso foi em parte a razão para o seu julgamento e perda de privilégios como nação escolhida de Deus.

Quando Jesus pregou o Sermão do Monte, Ele mencionou cuidar dos pequeninos. Mateus 25:40 e Tiago, em sua epístola, expõe a natureza da "verdadeira religião". Tiago 1:27. Assim, se por justiça social queremos dizer que a sociedade tem a obrigação moral de cuidar dos menos afortunados, então isso é correto. Deus sabe que, devido o pecado sempre haverá viúvas, órfãos, peregrinos e pobres na sociedade, e Ele fez provisões no Antigo e Novo Testamentos para cuidar deles. O modelo de tal comportamento é o próprio Jesus, o qual refletiu o senso de justiça de Deus ao levar a mensagem do evangelho até mesmo aos parias da sociedade. No entanto, a noção cristã de justiça social é diferente da noção contemporânea de justiça social.

As exortações bíblicas para cuidar dos pobres são mais no âmbito individual do que das instituições e sociedade como um todo. Em outras palavras, cada cristão é encorajado a fazer o que puder para ajudar o menor destes. A base para tais mandamentos bíblicos encontra-se no segundo dos grandes mandamentos; amar ao próximo como a si mesmo. Ver Mateus 22:39. A noção de justiça social dos homens de hoje substitui o indivíduo pela instituição. Jesus ordena que cada cristão se torne responsável por cuidar dos menos favorecidos da sociedade e da igreja. A abordagem bíblica vê Cristo como Salvador e motivador do amor e cada cristão seguindo os Seus passos.

“Na história do bom samaritano, ilustra Cristo a natureza da verdadeira religião. Mostra que consiste, não em sistemas, credos ou ritos, mas no cumprimento de atos de amor, no proporcionar aos outros o maior bem, na genuína bondade. ... Essa lição não é menos necessária hoje no mundo, do que ao ser proferida pelos lábios de Jesus. Egoísmo e fria formalidade têm quase extinguido o fogo do amor, dissipando as graças que seriam por assim dizer a fragrância do caráter. Muitos dos que professam Seu nome, deixaram de considerar o fato de que os cristãos têm de representar a Cristo. A menos que haja sacrifício prático em bem de outros, no círculo da família, na vizinhança, na igreja e onde quer que estejamos, não seremos cristãos, seja qual for a nossa profissão.”  O Desejado de Todas as Nações, 372, 376


Luís Carlos Fonseca

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