quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Esboço de Sermão: Jesus Cristo é Superior – Salmo Messiânico

Jesus Cristo é Superior – Salmo Messiânico
Ler o Salmo 2

Introdução – O salmo 2 é messiânico e pode ter sido usado na liturgia do tabernáculo e do templo na entronização de um novo rei de Israel. O Salmo 2 não revela o nome do autor, mas a tradição da igreja primitiva atribuiu sua autoria à Davi. Ver Atos 4:25-26 e o reconheceu como sendo o Salmo segundo. Ver  Atos 13.33. Este é o Salmo mais citado no Novo Testamento. São 18 citações. É um salmo de coroação ao Rei.

O Novo Testamento menciona o Salmo 2 como uma profecia messiânica que encontrou seu cumprimento na ressurreição gloriosa de Jesus Cristo. Os apóstolos explicam aos seus companheiros judeus na sinagoga: “Nós lhes anunciamos as boas novas: o que Deus prometeu a nossos antepassados ele cumpriu para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus, como está escrito no Salmo segundo: “ ‘Tu és meu filho; eu hoje te gerei’." Atos 13:32, 33. Em Atos 4:25-27, os cristãos em Jerusalém entenderam a aplicação desta profecia às perseguições que sofriam. Quando lembraram do Salmo 2, acharam conforto e confiança em suas palavras de vitória.

O Novo Testamento também considera este salmo como uma profecia messiânica de grande importância para todos os cristãos e fala da esperança no segundo advento de Cristo: "Ele as governará com cetro de ferro. Ele pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus todo-poderoso.” Apoc. 19:15.

As interpretações do Salmo 2, no Novo Testamento, nos conduzem à conclusão que este Salmo Messiânico recebe um novo cumprimento toda vez que Cristo entra em uma nova fase do Seu ministério. A princípio vemos a inauguração de Cristo como Rei depois de Sua ressurreição, ver Sal. 2:7, depois o governo de Cristo sobre o povo na terra em misericórdia e paciência, ver Sal. 2:10-12, e finalmente o governo de Cristo como o Juiz do mundo para executar a justiça final, ver Sal. 2:9. Esta é a tripla interpretação cristológica do Salmo 2 no Novo Testamento. Isso revela satisfatoriamente o enfoque cristocêntrico dos apóstolos pelos quais eles viram e compreenderam o significado do Antigo Testamento para o seu tempo e o futuro.

I - Cristo é Superior aos Ímpios e a Todos – “Por que se amotinam os gentios, e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo: Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.” Salmos 2:1-3. Estes versos mostram a rebeldia dos povos e dos governos humanos. Os gentios são pessoas que não se submetem a Deus. Seus príncipes e líderes se exaltam contra o Senhor e contra o Seu “Ungido”, o significado da palavra é Cristo.

A grande verdade é que os ímpios não suportam os caminhos de Deus. Eles não suportam a exclusividade e a supremacia de Cristo, o Ungido. V. 2. Lúcifer no céu também não suportou e transferiu para a terra o seu ódio. Os desobedientes preferem seus próprios conselhos, valorizam a sua conduta deplorável e amam participar da roda dos escarnecedores.

Os ímpios ignoram a supremacia de Cristo e enaltecem o seu orgulho e realizações. Vivem do que lhes convém, dá prazer e é imoral. Para eles, submeter-se a Deus é sinônimo de escravidão e eles querem viver livres, sem o Ungido. O versículo 3 descreve muito bem a atitude dos homens rebeldes. Ao invés de receberem o evangelho como uma mensagem de libertação, eles enxergam apenas as limitações postas na vida dos justos. Os ímpios não entendem que seu próprio pecado é escravizador. Ver II Pedro 2:17-22 e Prov. 5:22. A perspectiva dos justos é totalmente diferente. Ver Salmo 1:2.

O livro de Hebreus argumenta que Cristo é superior em todas as coisas. Cristo como o nosso Grande Sumo-Sacerdote é superior ao sacerdote que oficiava no sistema levítico. A aliança de Cristo é superior à Velha Aliança dada aos judeus no passado. Cristo é maior que Moisés e Arão. Cristo também é superior aos anjos, que é o tema de Hebreus 1:4-14. Jesus é maior do que o templo: “Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo. Mateus 12:6. Cristo é maior do que Salomão: “…E eis que está aqui quem é maior do que Salomão.” Mateus 12:42. Jesus é o próprio Deus: Em Hebreus 1:8 o Pai declara a respeito de Jesus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.” Amém?

II - Cristo é Superior Quando Fala – “Aquele que habita nos céus se rirá; o Senhor zombará deles. Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os turbará. Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião. Salmo 2:4-6. Vemos que Jesus despreza a atitude dos ímpios e valoriza os Seus fiéis. Do Seu trono Jesus ri da atitude de independência dos rebeldes. Deus Se desagrada da atitude dos ímpios. E, em Sua ira Deus os repreende e em Seu furor os aterroriza e diz: “Eu mesmo estabeleci o meu rei em Sião, no meu santo monte”. E vemos que com amor Deus vai implantando o Seu reino no coração das pessoas que desejam.

Quando os inimigos de Deus atacam com toda a sua força, ele zomba deles. O nosso Deus vê as nações como uma gota de água num balde, ver Isaías 40:15, Ele não teme a força humana. O mais forte dos reis do mundo não passa de uma criatura minúscula, ver Daniel 4:32. Deus ri e confunde os homens que se exaltam. Ver Salmo 2: 4-5.

Em contraste com a fraqueza dos homens, este Salmo destaca o poder do Cristo que viria. Deus fala sobre a coroação do Messias como um fato já realizado. Ver o v 6. Mesmo revelando estas palavras mil anos antes da vinda de Jesus, ele usou o passado, “constituí o meu Rei” para mostrar a certeza do cumprimento da profecia. Deus prometeu que o Messias viria e Ele veio mesmo, nasceu e cumpriu a Sua missão. Deus não mente e as profecias se cumpriram corretamente. Quando Deus fala as pessoas escutam, pois as Suas palavras são verdadeiras.

Veja que o versículo 7 não fala de criação, nem do nascimento de Jesus, mas já salta para o estabelecimento do reino do Messias, e alguns textos do Novo Testamento mostram claramente e aplicam este versículo à ressurreição e à ascensão do Cristo à sua posição de domínio no céu. Ele venceu a morte e tomou o Seu lugar como Sumo-Sacerdote eterno no lugar santíssimo. Ver Atos 13:33; Hebreus 1:5 e 5:5 e Hebreus 9:12.

O Ungido reina sobre todas as nações, domina com Sua vara de ferro, intercede em favor das pessoas e exerce o juízo sobre as nações. E depois dos mil anos virá para criar novos céus e nova terra. Antes do estabelecimento definitivo do reino de Cristo acontece o juízo em três fases: 1) O juízo investigativo se dará antes da volta de Jesus, pois é mais do que justo, Deus já ter decidido, com antecedência, o destino daqueles que serão salvos, e aqueles que se perderão. A Palavra menciona: “Eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra.” Apoc. 22:12. 2) A segunda fase do juízo será durante os mil anos. Nesta fase, serão julgados os perdidos que estarão mortos na terra desolada. Ver Jeremias 4: 23 a 27 e Jeremias 25:33. Os perdidos não terão mais oportunidade de salvação. Em Apocalipse 20:13 e I Corintios 6:3, mostra as atividades dos salvos durante os mil anos: eles auxiliarão Deus no processo de julgamento dos perdidos que estarão mortos e inconscientes.  Este será um juízo de confirmação apenas. 3) Em Apocalipse 20:7 mostra o juízo final, depois dos mil anos, quando Satanás será solto da sua prisão para conduzir os ímpios ressuscitados; num ataque final contra Deus, os salvos e a cidade Nova Jerusalém. A absolvição de Satanás só será possível, porque os ímpios irão ressuscitar. Apocalipse 20:9 menciona que Satanás e suas hostes serão finalmente destruídos com o fogo do inferno a arder até destruir todos, e o mesmo fogo que destrói purificará a terra. Este será o juízo final. Ver Apocalipse 20:7-15

III – Cristo é Superior ao Revelar o Seu Reino – “Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei. Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão. Tu os esmigalharás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.” Salmos 2:7-9. Só Jesus tem um reino eterno para mostrar. Jesus veio cumprir o plano de Deus para redimir a humanidade dos seus pecados. Vemos nas entrelinhas do verso 7 que Jesus veio para vencer a morte através da ressurreição e Lucas confirma isso da seguinte forma: “Nós lhes anunciamos as boas novas: o que Deus prometeu aos nossos antepassados Ele cumpriu para nós, Seus filhos, ressuscitando Jesus, como está escrito no Salmo segundo: “‘Tu és meu filho; eu hoje te gerei’, Salmo 2:7”. At. 13.33. Jesus veio para morrer, ressuscitar, subir ao céus, interceder por todos e voltar pela segunda vez, ressuscitar os salvos e reinar sobre todos por toda a eternidade. Ver Salmo 2:8. E dentro da autoridade de Cristo, Ele tem atribuições de julgar os ímpios, ver Salmo 2:9, Como vimos no ítem anterior.

Mesmo que você quisesse, não poderia oferecer a si mesmo como pagamento por seus pecados, pois esse mesmo pecado o desqualifica como um sacrifício aceitável. Deus providenciou no Velho Testamento o sistema de sacrifícios de certos animais selecionados, cujo sangue era derramado vicariamente pelos pecados dos que se arrependiam e acreditavam em Deus. Todos aqueles animais inocentes, sem mácula, que foram oferecidos como sacrifício apontavam para o grande sacrifício realizado por Jesus Cristo na cruz do Calvário. João Batista introduziu a Cristo, dizendo: “eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1:29. Jesus sofreu na cruz, e os apóstolos explicam o sofrimento dizendo: "Isto era para demonstrar a justiça de Cristo, porque, através de sua presciência, Deus pode perdoar pecados cometidos anteriormente." Romanos 3:25

Deus, o Filho; revestido de forma humana, derramou o Seu sangue pelo pecado do homem, satisfazendo assim a justiça santa de Deus. E, através de seu sangue precioso, Deus Se mostrou ao mesmo tempo "o justo e justificador de todos aqueles que crêem em Jesus." Romanos 3:26. A Bíblia mostra o homem, sem Deus, como um escravo do pecado e fala sobre a sua liberdade da mesma maneira que um escravo era redimido no mundo antigo. Em Cristo "nós temos a redenção através de seu sangue, o perdão dos pecados, de acordo com as riquezas de sua graça.” Efésios 1:7. Na revelação do reino de Deus ao ser humano encontramos a parte mais difícil de entender e a mais linda de aceitar; a morte de Cristo.

IV - Cristo é Superior ao Revelar o Espírito Santo – “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.” Salmo 2:10-12. Após descrever a revolta dos ímpios, a resposta de Deus e o reinado de Cristo, o salmista anuncia a recomendação do Espírito Santo. O Senhor ainda convida o ímpio ao arrependimento, dando-lhe suas últimas chances enquanto existe tempo. A recomendação do Espírito Santo é que o ímpio se submeta completamente ao Senhor. O Rei disse: “Por isso, ó reis, sejam prudentes; aceitem a advertência, autoridades da terra."

Os desobedientes são convidados à procurarem Jesus: “Beijai o Filho, para que se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se acender a sua ira; bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.” Como este é um salmo de coroação, é lógico percebermos a opressão que o rei antigo infringia ao povo. Este salmo parece ter sido composto para a festa de coroação de Davi e usado no culto no tabernáculo e depois no templo de Salomão, enquanto filisteus, inimigos e parte de Israel se opunham a ele. Ver II Salmo 5:17-25; 8: 1-14 e 10:1-19. A referência é clara aos inimigos de Cristo que recebem o convite ao arrependimento.

A função do Espírito Santo é mostrar-nos Deus e fazer-nos acreditar nele, em Jesus e em Sua palavra. De todos os presentes que Deus deu à humanidade não há um maior do que o Espírito Santo, agindo em nós. O Espírito Santo tem muitas funções e atividades. Em primeiro lugar Ele trabalha nos corações de todas as pessoas e em todos lugares. Jesus disse aos Seus discípulos que enviaria o Espírito ao mundo para convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” João 16:7-11. A outra função  do Espírito Santo é nos capacitar à entender e interpretar a Sua Palavra. Jesus disse aos seus discípulos: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade.” João 16:13. 

Outra função do Espírito Santo é distribuir dons aos santos. Em I aos Coríntios 12 descreve os dons espirituais distribuídos aos crentes para que possamos funcionar como o corpo de Cristo na terra. Todos esses dons, grandes e pequenos, são dados pelo Espírito para que possamos ser Seus embaixadores ao mundo, mostrando Sua graça e glorificando Jesus. O Espírito Santo também tem a função de produzir frutos em nós. Quando Ele habita em nós, logo começa o processo de colher fruto em nossa vida; amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” Gálatas 5:22-23

V – Conclusão - Além do Salmo 2  ser um salmo de coroação é especialmente um salmo messiânico, referindo-se a Jesus. Ver Lucas 24:27,44 e  Atos 4:24-25. O salmista, inspirado pelo Espírito Santo, revelou que Cristo já é vencedor e que por fim estabelecerá o Seu reino na terra. O valor desse Salmo está na certeza de que o nosso Senhor já triunfou na cruz e estabelecerá o Seu reino para sempre, apesar de todo ódio, obstáculos e oposições dos inimigos. Quando somos desencorajados pelos obstáculos, amedrontados pelo ódio, impedidos de continuar devido aos problemas e intimidados pelas oposições faremos sempre muito bem em voltar a mente e coração para este Salmo, recobrando a fé e a esperança de que o Senhor Jesus e os seus servos fiéis triunfarão.

Em um mundo onde parece que Jesus Cristo perdeu a supremacia e muitos crentes ficam desanimados e levados à intimidação e alguns tendo perdido o primeiro amor, precisamos ouvir de novo a mensagem do Salmo 2: a) Cristo é Superior aos Ímpios e a Todos. B) Cristo é Superior Quando Fala. 3) Cristo é Superior ao Revelar o Seu Reino. 4) Cristo é Superior ao Revelar o Espírito Santo.


Luís Carlos Fonseca

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