terça-feira, 29 de novembro de 2016

Esboço de Sermão: Decisão: Uma Escolha Sábia

Decisão: Uma Escolha Sábia

TEXTO CHAVE - “Agora, pois, ó SENHOR, meu Deus, tu fizeste reinar teu servo em lugar de Davi, meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me. Teu servo está no meio do teu povo que elegeste, povo grande, tão numeroso, que se não pode contar. Dá, pois, ao teu servo coração compreensivo para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; pois quem poderia julgar a este grande povo?” (1Re 3:7-9).


INTRODUÇÃO - “Peça o que quiser e Eu lhe darei”. Se essa afirmação lhe fosse dirigida, o que você pediria? Uma BMW, uma conta bancária com sete milhões de dólares, o cônjuge mais maravilhoso do mundo, a cabeça de quem o feriu ou uma casa autolimpante com 1.200 metros? Salomão foi o rei mais bem-sucedido do mundo, seu governo se caracterizou por paz, prosperidade, organização administrativa e força militar. Ele também foi um profundo conhecedor do meio ambiente (animais e vegetais), compôs três mil provérbios e mil e cinco cânticos (1Re 4:32-33).



Em sua corte eram consumidos diariamente por volta de 11 toneladas de farinha de trigo, mais de 25 toneladas de carne, possuía 1.400 carros de guerra e 12 mil cavaleiros. Seu programa de construções era fenomenal, o destaque foi o Templo em Jerusalém que envolveu uma força tarefa com 150 mil trabalhadores sendo supervisionados por 3.850 capatazes. Salomão ganhou fama internacional.

Porém, há um capítulo triste em sua história, ele multiplicou o número de acordos internacionais, esposas e amantes, assimilou crenças estranhas, promoveu a idolatria e assim abriu o caminho para a futura divisão do reino comprometendo o bem-estar e a prosperidade da nação. Ele falhou em não permanecer ouvindo e obedecendo a vontade de Deus. No entanto, a primeira parte de seu reinado é espetacular, ela mostra a atitude mais honrosa de um ser humano, reconhecer sua total dependência de Deus.


I – Salomão conversa com Deus (3:4-9) - Uma conversa em meio à adoração (3:4-5). Gibeão era uma cidade que havia sido entregue a Benjamim e declarada como a cidade dos levitas. Ficava a dez quilômetros a noroeste de Jerusalém (Js 18:25 e 21:17). O tabernáculo móvel permaneceu ali até a construção do templo.


Foi nesse lugar que Deus apareceu a Salomão em sonho, para saber os desejos mais profundos e íntimos do seu coração. Viver em comunhão com Deus é desfrutar de um privilégio que somente os que praticam podem ter. Estar na presença do Senhor não significa ter êxtases espirituais, falar línguas estranhas, ter o corpo levitando; saindo do chão, ter reações sensoriais, emitir sons como urros de animais. Estar na presença do Senhor é poder se expressar diante dEle com o rosto aberto e poder ouvi-Lo por meio de Sua Palavra falando de forma suave à mente e ao coração.

“Peça o que desejares e Eu te darei”. Deus conhecia as necessidades de Salomão, mas colocou a responsabilidade pelo pedido nas mãos do jovem rei. O que ele pedisse revelaria a natureza do seu coração.


Uma conversa que reconhece a ação passada de Deus (3:6). Salomão reconhece a “grande benevolência” de Deus. No hebraico a palavra para benevolente é “ḥeseḏ” que significa “amor perseverante” ou “bondade”. Ele reconheceu que estava no trono não apenas por ser o filho herdeiro de Davi, reconheceu que a prosperidade de seu pai e o trono agora por ele ocupado
vinha das mãos de um Deus bondoso, cujo amor é perseverante, ou seja, um amor que não desiste. A grande motivação expressa no desejo de ser abençoado com sabedoria era em reconhecimento por tudo que vinha testemunhando por intermédio das ações de Deus na vida de Israel. Sua ascensão ao trono era por vontade de Deus, fato muito bem reconhecido por ele.


Situações complexas seriam enfrentadas, ele seria também uma espécie de rei-juiz, e seu desejo era julgar o povo de forma justa e correta. Diante de seus propósitos estava o bem-estar das pessoas. Neste momento ele não se lembra de si mesmo, nada pede em benefício próprio, visa unicamente a glória de Deus e o bem-estar dos outros, algo demonstrado na vida de Jesus (Fl 2:5-9).

Há muita gente se aproveitando de Deus. Aceitam se relacionar com Ele pensando em benefícios próprios e egoístas: quero ter mais saúde, quero prosperar, quero ser curado, quero ir para o céu, quero ser eterno, quero ter mais dinheiro, etc. Desta forma, Satanás tem feito crescer a cada dia o número de falsas igrejas, falsos pastores, falsos missionários, falsos profetas, falsos apóstolos que, em nome de Deus, estão oferendo um falso evangelho, uma mensagem com o foco somente no ser humano. Este é um tipo de evangelho que não visa à glória de Deus, mas apenas o bem-estar terreno de cada ser humano.


Amigo, se existe um motivo que não deve motivar nossa decisão é pensar somente no que você poderá receber. Quando somos convidados a ir à casa de alguém, vamos até lá não pela casa ou pelo que nos pode ser oferecido, vamos por causa de quem nos convidou. Um dos maiores desafios do ser humano é esquecer-se de si mesmo e pensar reverentemente em Deus, quem Ele é, o que já fez, o que faz, o que fará, Seu amor, bondade e misericórdia. É por honrar a Deus e obedecer aos Seus mandamentos que o homem se torna verdadeiramente grande.


Uma conversa com o rosto descoberto (3:7-8). Salomão nunca foi tão rico, tão sábio ou tão verdadeiramente grande como quando confessou: “Sou apenas um jovem, a população é grande, não sei liderar”. O uso de máscaras é muito antigo, acompanha a história da humanidade e é utilizada de acordo com a cultura e religiosidade. Os fins são muito distintos, mas uma característica interessante da máscara é dar a sensação de duplicidade, algo ilusório e dissimulado.


Você enxerga uma coisa, mas por trás tem outra. Para que as coisas aconteçam entre nós e Deus, as máscaras têm de ser colocadas de lado. Foi isso que Salomão fez ao dizer “sou jovem, o povo é numeroso e eu não sei liderar.” O grande problema entre as pessoas é que aprenderam a usar máscaras. Pessoas usam máscaras para destruir a vida de inocentes, esconder o pecado, ocultar a tristeza em sua alma, usam máscaras a fim de parecerem boas, para enganar, roubar, usam máscaras a fim de parecer que são bons cristãos, para esconder o vazio em seu coração, usam máscaras para esconder a verdade. Nesta ocasião Salomão já estava casado e tinha um filho (2Cr 12:13; 1Re 11:42), mas se considerava como uma criança diante das pesadas responsabilidades para conduzir aquela numerosa nação, por isso assumiu esta postura: Sou jovem, limitado e não sei o que fazer. Salomão estava diante do Senhor com o rosto descoberto.


Uma conversa humilde (3:9-15). O pedido de Salomão é um modelo de espiritualidade e humildade. Ele se coloca diante do Senhor como servo e pede um coração sábio e inteligente. A maior necessidade do ser humano é de um coração compreensivo que entenda seus próprios problemas, carências, a vontade de Deus e que seja sensível com o seu semelhante. Como chefe de estado e administrador público, Salomão estaria lidando com situações difíceis, portanto era necessário ter sabedoria, discernimento e claridade de juízo. Se nas diversas esferas que compõem a sociedade este princípio fosse seguido, nossa história seria bem diferente.


Imagine, esposos e esposas pedindo a Deus sabedoria, quantos divórcios seriam evitados. Pais pedindo a Deus sabedoria, quantos filhos estariam livres das maldades deste mundo com uma boa educação. Patrões pedindo a Deus sabedoria, quantos empregados estariam felizes e longe das greves e outros movimentos. Governantes pedindo a Deus sabedoria, o resultado seria um povo sendo bem conduzido com ordem, harmonia e progresso. Líderes mundiais pedindo a Deus sabedoria, o resultado seriam nações diferentes marchando unidas para enfrentar os problemas mundiais até a volta de Jesus. O mundo está cheio de problemas que vão se agravar ainda mais por falta de sabedoria. O pedido de Salomão agradou o Senhor.


II – Salomão e os tipos de sabedoria (3:9) Sabedoria segundo a filosofia e os homens. Algumas tentativas têm sido feitas para se definir o que é sabedoria. O filósofo Platão considerou a sabedoria como uma das quatro grandes virtudes do ser humano: sabedoria, coragem, temperança e justiça. Para ele um homem sábio é aquele que consegue aplicar em qualquer situação da vida o conhecimento adquirido. Ressaltava que ter sabedoria é uma qualidade divina.


Aristóteles considerava a sabedoria como especulativa, neste sentido referia-se ao rigor da aplicação de princípios para se ter um raciocínio bem controlado. Já a sabedoria prática, ou a conduta prudente na vida diária, era o pensamento seguido por Tomás de Aquino.


O filósofo Nicolau de Cusa preferiu dar outro nome ao que muitos consideravam como sabedoria humana, ele a chamava de “ignorância informada”. Spinosa falava de sabedoria como “conhecimento intuitivo”, o homem pode chegar a ver o universo em todos os particulares da existência. De uma perspectiva humana, sabedoria é participar tanto do bem como do mal em todas as coisas, e não se apegar a nada como verdade absoluta.


Sabedoria segundo a Bíblia 1. As escrituras sagradas, no entanto, enfatizam que a sabedoria
de Deus é conhecer a diferença entre o bem e o mal e escolher somente o bem. O pedido de Salomão é muito claro: “para que prudentemente discirna entre e bem e o mal” (1Re 3:9). O poder para escolher o bem e praticá-lo se torna possível apenas por meio da vida, morte e ressurreição de Jesus (1Co 1:30-31). A Bíblia define sabedoria centrando-a totalmente em Deus (Pv 9:10) e verso após verso mostra o contraste entre o agir de Deus e o agir do mundo, oferecendo uma linda promessa para a pessoa que busca a sabedoria em Deus (Pv 2:6-8).


Não é bíblica a ideia de sabedoria como ponto de adesão, ou seja, viver se equilibrando entre o bem e o mal. Infelizmente muitos têm assimilado esse conceito e assim desencadeia-se uma série de problemas que afetam homens e mulheres, jovens e crianças a cada dia. Você consegue perceber porque o mundo está tão caótico? Discernir entre o bem e o mal, e escolher o bem, foi esta a sabedoria que Salomão pediu a Deus.


Sabedoria segundo a Bíblia 2. Deus sempre foi muito claro com os Seus filhos, nenhuma de
Suas mensagens dão margem para compreensões equivocadas sobre a nossa salvação. Salomão estava certo em seu pedido, discernir entre um e outro. Assim Deus age: vida ou morte (Dt 30:19), esquerda ou direita (Dt 5:32), porta estreita ou larga (Mt 7:13); servo fiel ou infiel (Mt 24:45-51).

Tudo o que o inimigo deseja é que sejam tomadas posturas neutras em relação à salvação. Este não é um assunto novo, nos dias do profeta Elias ele teve que sacudir o povo para que acordasse (1Re 18:21). Discernir entre o bem e o mal, e escolher o bem, foi esta a sabedoria que Salomão pediu a Deus.


CONCLUSÃO - A sabedoria é um dom magnífico de Deus, ser capaz de discernir entre o bem e o mal e escolher diariamente o bem honrando a Deus e obedecendo aos Seus mandamentos. Equilibrar o bem e o mal é perigoso, é vida dupla, abandone isto em nome de Jesus. Buscar um relacionamento com Deus apenas para se beneficiar é egoísmo, clame ao Senhor e seja liberto desta forma de viver. Entrar de igreja em igreja atrás das coisas materiais e não por causa de Deus é perigoso, clame ao Senhor e passe a servi-Lo com um amor desinteressado.


Permanecer indeciso imaginando a hipótese de um terceiro caminho, tipo, nem do bem e nem do mal, nem de Deus e nem de Satanás, é perigoso. Amigo, não existe a possibilidade de um terceiro caminho. Ou é do bem ou do mal, de Deus ou de Satanás. Salomão foi capaz de fazer um julgamento preciso envolvendo duas mães, uma verdadeira e uma falsa (1Re 3:16-28). A sabedoria de Deus fará com que você tenha condições de discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado, o verdadeiro e o falso. Assim você saberá discernir entre a verdadeira igreja e a falsa igreja, o verdadeiro dom de línguas e o falso dom de línguas, o verdadeiro dízimo e o falso dízimo, o verdadeiro dia de guarda e o falso dia de guarda, o verdadeiro pastor e o falso pastor, o verdadeiro Cristo e o falso Cristo, quem fala a verdade e quem fala a mentira, o verdadeiro caminho e o falso caminho.


APELO - Por bondade, leia comigo esta promessa: 2Co 10:4-7. Que mensagem encorajadora! Ele destrói as fortalezas, pois somos propriedade dEle. Deus o trouxe aqui para lhe dar sabedoria, a fim de que consiga discernir entre o que é certo e o que é errado e poder para fazer o que é certo. Você saberá discernir entre o verdadeiro convite e o falso convite. O verdadeiro convite diz: “Entregue-se a Jesus, volte para Jesus, seja batizado, aceite o perdão de Deus”. O falso convite: “Não se entregue a Jesus, não volte para Jesus, não seja batizado, Deus não vai perdoá-lo”. Escute, você já está abençoado com a sabedoria, portanto vai saber tomar a sua decisão.


Os que estão afastados da igreja, os que estão estudando a Bíblia e entraram aqui indecisos quanto ao batismo, os que já se decidiram, aqueles que ainda estão presos por alguma fortaleza, venham aqui à frente, pois hoje é o dia de escolher a Jesus. É por honrar a Deus e obedecer aos Seus mandamentos que o homem se torna verdadeiramente grande.

Este sermão é um oferecimento do Departamento de Comunicação da Associação Paulista Sudoeste

Luís Fonseca

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