RESUMO E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 7 – JESUS E OS SOCIALMENTE
MARGINALIZADOS
VERSO ÁUREO: “Deixou, pois, a mulher o seu cântaro, e foi à
cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto
tenho feito. Porventura não é este o Cristo?” João 4:28-29
INTRODUÇÃO (sábado 8
de fevereiro) Logo na introdução da lição encontramos a história de uma adolescente
que teve dois filhos e desde os 15 anos foi abandonada pelo pai das crianças,
assassinou uma assistente social e foi presa. Sem marido e tendo que lutar para
sobreviver, encontrou, em Deus, a resposta para os seus problemas e pôde reconstruir a sua vida.
Para compreendermos o
relacionamento de Jesus com os marginalizados do Seu tempo, temos que nos
lembrar que Jesus foi um judeu, carpinteiro de Nazaré da Galileia, o meio mais
pobre de seu país sedento de uma transformação social de base. Não temos
documentos e instrumentos capazes de afirmar, com absoluta certeza, o que Jesus
de Nazaré pensava ou pensou sobre este ou aquele aspecto da vida política, econômica,
religiosa ou social de Seu tempo.
Jesus de Nazaré, o carpinteiro, ver Marcos 6:3, com Seu
grupo de discípulos, ver Marcos 3:13-19, recrutados especialmente do meio da
classe trabalhadora; pescadores, artesãos, agricultores, pastores, iniciou uma
nova prática que causou espanto e escândalo aos grandes do Seu tempo:
autoridades religiosas e civis. O que produzia tal espanto e escândalo, e
acabou originando a perseguição à Jesus, foi o fato de que oferecia a salvação
aos pobres e marginalizados socialmente. Na mentalidade dos grandes de Israel,
guiados pelo sistema de pureza, afirmava-se que os pobres já estavam condenados
por antecipação, pois pelo fato de não conhecerem a Lei, tornavam-se
“malditos”. Ver João 7:49. A prática de Jesus e de Seu grupo sugere uma nova
maneira de interpretar a vida, a vida dos pobres, a Lei e consequentemente o
próprio Deus. Isso acarretou-lhe inúmeros ataques e perseguições e, no final do
processo, a própria condenação e morte.
A prática de Jesus indica que a vida é mais importante do
que o alimento e mais importante do que a Lei. Afirma na sua prática e na
prática de Seus discípulos que toda Lei deve ceder diante de uma necessidade vital.
Diante da fome, a lei perde a força. Em outras palavras, não se pode encobrir a
fome em nome de Deus. Ver Marcos 2:23-28 e Lucas 11:3. O que Jesus propõe é que
não pode haver uma Lei que proíba a satisfação das necessidades vitais, seja ou
não num sábado ou noutro dia da semana. A função de Jesus é a de salvar as pessoas
independente da classe social. Veja estes
textos: “E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam
cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor.” Mateus 9:36
“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia
perdido.” Lucas 19:10
DOMINGO (9 de fevereiro) PESSOAS INFERIORES – Quem são os marginalizados ou inferiores? A
lição de hoje traz dois exemplos de pessoas marginalizadas:
A) As meretrizes e publicanos. Veja o texto: “Mas, que vos parece? Um
homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai
trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas
depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual
modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a
vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade
vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de
Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os
publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos
arrependestes para o crer.” Mateus 21:28-32
B) Pecadores
declarados. Veja o texto: “E
chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. E os
fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com
eles. E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: Que homem dentre vós, tendo cem
ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai
após a perdida até que venha a achá-la?” Lucas 15:1-4
Quem são os
marginalizados e excluídos socialmente de hoje? É o alcoólatra, a mãe
solteira, o viciado em drogas, o menino de rua, o negro; branco ou estrangeiro, depende da cultura, que exerce funções inferiores. Excluídos são também aqueles
que estão isolados, seja nas prisões, lares de terceira idade, hospitais com
doenças graves, em albergues de recuperação de jovens ou os sem-abrigo.
Qual foi a atitude de
Cristo para com Zaqueu e a mulher adúltera? Qual é a sua atitude para com
aqueles que a sociedade considera marginalizados?
SEGUNDA-FEIRA (10 de
fevereiro) PERDÃO PARA UMA ADÚLTERA
– No caso da mulher adúltera as leis do seu país até permitia o apedrejamento;
mas Jesus, além de a absolver deste triste fim, concedeu-lhe o perdão. Ver a
história em João 8:1-11.
A tentativa de identificar Maria Madalena como sendo a mulher
surpreendida em adultério em João 8:1-11 é passível de contestação. Em primeiro
lugar nem a Bíblia e nem Ellen White jamais chamam esta mulher de Maria
Madalena. Independente de quem era, sabemos que a mulher era marginalizada e foi
salva da morte e perdoada por Deus.
Os escribas armaram a
cilada: De repente, chegaram os escribas e os fariseus, trazendo consigo
uma mulher apanhada em flagrante adultério. Eles a colocaram no meio da roda
entre Jesus e o povo. Conforme a lei, esta mulher deveria ser apedrejada. Ver
Lev. 20:10 e Deut. 22:22-24. Eles perguntam: "E qual é a sua
opinião?" Era uma cilada. Se Jesus dissesse: "Apliquem a lei",
eles diriam: "Ele não é tão bom como parece, porque mandou matar a pobre
da mulher". Se dissesse: "Não matem", diriam: "Ele não é
tão bom quanto parece, porque nem sequer observa a lei!"
Jesus escreveu no
chão: Parecia um beco sem saída. Mas Jesus não se apavorou nem ficou
nervoso. Pelo contrário: Calmamente, como quem é dono da situação, Ele inclinou-Se e começou a escrever no chão com o dedo. Quem ficou nervoso foram os
adversários. Eles insistiram para que Jesus desse a Sua opinião. Então, Jesus levantou-Se e disse: "Quem for sem pecado seja o primeiro a jogar a
pedra!" E, inclinando-Se, tornou a escrever no chão. Jesus não discutiu a
lei. Apenas mudou o alvo do julgamento. Em vez de permitir que eles colocassem
a luz da lei em cima da mulher para poder condená-la, pediu que eles se
examinassem a si mesmos à luz do que a lei exigia deles.
Jesus concedeu o
perdão: A resposta de Jesus derrubou os adversários. Os fariseus e os
escribas retiraram-se envergonhados, um depois do outro, a começar pelos mais
velhos. Jesus ficou sozinho com a mulher
no meio da roda. Ele levantou-Se e olhou para ela: "Mulher, onde estão
eles? Ninguém te condenou!" Ela responde: "Ninguém, Senhor!" E
Jesus disse: "Nem Eu te condeno! Vai, e de agora em diante não peques
mais!" Que maravilha de amor!
TERÇA-FEIRA (11 de fevereiro) O MAIS DESPREZÍVEL DOS
DESPREZÍVEIS – O texto para o estudo de hoje está em Marcos 5:1-20. Conta a
história de um homem endemoninhado que morava nos sepulcros e que nem as
cadeias o podiam prender. Este homem andava entre os montes e cavernas e se
cortava com pedras; e quando ele viu Jesus O adorou. Quando Jesus quis expulsar o
demônio, este perguntou para Jesus: “O que tenho eu contigo?” Jesus perguntou
qual era o nome do homem e ele respondeu: “Legião é o meu nome, porque somos
muitos.” Jesus mandou os demônios entrarem na manada de porcos que ali pastava e como resultado, o homem foi curado e anunciou sobre o feito de Jesus.
Veja o resto da
história “E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a
legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram. E os que aquilo
tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado, e acerca dos
porcos. E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos. E, entrando ele no
barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus,
porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e
anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de
ti. E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe
fizera; e todos se maravilharam.” Marcos 5:15-20
As pessoas marginalizadas não têm valor para os homens e
mulheres bem posicionados. Mas Jesus tratou essa classe de pessoas de modo
diferente. Então, pessoas assim não merecem ouvir da verdade eterna de salvação
para sua vida? Jesus nunca desprezou ninguém. E nós também devemos considerar
todas as pessoas. É bom considerarmos também que há pessoas de bons princípios
morais que, pelas circunstâncias da vida, dão muito duro e tem que viver abaixo
do nível de pobreza e sofrem discriminação social por alguns. Com certeza não existe pessoa mais desprezível do que alguém
completamente, com possessão demoníaca. Mas mesmo para estas pessoas, os servos de
Deus devem levar a libertação de Cristo.
Qual
é a sua reação quando um mendigo estende-lhe a mão pedindo uma esmola; quando
um bêbado quer conversar consigo ou quando é convidado para ajudar a expulsar um demônio?
QUARTA FEIRA (12 de fevereiro) A MULHER JUNTO AO POÇO - Essa
é uma história muito rica em detalhes. Os judeus e os samaritanos não se davam.
Os judeus desprezavam os samaritanos, pois julgavam-se superiores a eles. Um Judeu,
estava no poço de Jacó, em Samaria, quando veio uma mulher samaritana buscar
água.
Samaria era a antiga capital do Reino do Norte, fundada por
Onri, rei de Israel. Ver I Reis 16:24. Foi
por muito tempo um centro de idolatria. Ver Jer.23:13 e Oséias 7:1. Em 722
a.C., quando Sargon II, ver Isaías 20, rei da Assíria, levou para o cativeiro as
dez tribos do reino do Norte, ver II Reis 17:5 e 6:23,24, enviou para a cidade
de Samaria os povos oriundos de outras terras e nações. Era uma mistura de
babilônicos e gente de Ava, de Hamata e de Servavim. Ver II Reis 17:24. Foram
esses povos que vieram para colonizar Samaria, resultando daí uma raça mista
que provocou muitos conflitos com os judeus, pois tornaram-se pagãos.
Jesus pediu água à
samaritana: As barreiras religiosas e sociais foram um impedimento para a
mulher samaritana. Havia três barreiras para ela não aproximar-se de Jesus: a) A barreira racial: Jesus era judeu, e
ela samaritana. B) A barreira material:
Jesus não tinha para ela, os utensílios para tirar a água da vida. Para tirar
água do poço era necessário corda e balde. c) A barreira espacial: O poço era fundo, mas para Jesus as barreiras
foram encurtadas. Jesus derrubou as barreiras e disse para a mulher tirar a
água viva, que é a graça salvadora de Deus. Para esta água não precisamos nem
de balde nem de cordas; precisamos sim de conhecer o dom de Deus que é a graça
que salva.
A visão materialista
da mulher: As palavras de Jesus despertaram o interesse material da mulher
samaritana. Ver João 4:15. O propósito da mulher era não ir mais ao poço de
Jacó tirar água. O poço de Sicar é uma figura do mundo. Quem beber desse poço
voltará a ter sede. Existem muitos crentes que voltaram a beber em Sicar, por
isso não tem uma vida consagrada a Deus. A mulher samaritana nunca mais voltou
a beber água do velho poço de Jacó. Daquele dia em diante encontrou uma fonte
melhor, Cristo a fonte das águas vivas. Ver Apoc. 22:1
A visão espiritual da
mulher foi despertada: Ela desejava saber onde e como adorar a Deus. Os
samaritanos consideravam sagrado o monte Gerizim. Nele estava o templo samaritano. Por isso, a
mulher argumentou com Jesus e Jesus ensinou-lhe que Deus não pode estar em
lugar determinado por homens, e mostrou-lhe que o Pai é adorado em espírito e verdade. O único canal de comunicação com Deus é a fé. Ver Rom. 8:26. Existem três tipos de adoradores: 1) 0s
que adoram o que não sabem. 2) Os que adoram o que sabem. 3) Os que adoram em
espírito e em verdade.
Qual foi a reação da
mulher marginalizada quando foi salva por Jesus? “Deixou, pois, a mulher o
seu cântaro, e foi à cidade, e disse àqueles homens: Vinde, vede um homem que
me disse tudo quanto tenho feito. Porventura não é este o Cristo?” João 4:28-29
QUINTA-FEIRA (13 de fevereiro) PUBLICANOS E PECADORES – Quem eram os publicanos? A palavra
publicano aparece na Bíblia nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas. Para compreender
a aplicação que os evangelistas fazem dessa palavra, precisamos aprofundar um
pouco a nossa noção a respeito de quem eram os publicanos e o que faziam. Não é
de hoje que os governos estabelecidos cobram seus impostos com o objetivo de
manter a máquina pública funcionando e trazer algum “benefício” à população, ou também manter a corrupção cada vez mais
lucrativa. Na época de Jesus Cristo isso acontecia também. O imperador romano mantinha cobradores de impostos em todo seu território, que
tinham como meta cobrar a população e remeter o dinheiro ao controle do
império. Os cobradores de impostos judeus a serviço do império
Romano eram chamados de publicanos. Em vários textos da Bíblia essas
pessoas eram comparadas aos piores tipos de gente: “Porque, se amardes os que
vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo?”
Mateus 5:46. Observe como os publicanos eram vistos de forma negativa.
Mas por que eles eram
tão mal vistos pelos judeus? 1) Em primeiro lugar, as pessoas os viam como uma
espécie de traidores, pois trabalhavam para o império Romano, que as dominava
com violência. 2) Em segundo lugar, temos a questão dos impostos abusivos que eram
cobrados pelo império, trazendo muitas dificuldades à população e não trazendo
benefícios ao povo, antes, apenas enriquecendo cada vez mais o império e seus
governantes. Isso revoltava o povo trabalhador. 3) Um último ponto ainda tem a ver
com o fato de que a maioria dos publicanos eram corruptos, cobrando além do que
era taxado pelo império. Com isso, muitos publicanos enriqueciam explorando seu
próprio povo e atraindo o ódio deles para si.
Dois exemplos bíblicos bastante famosos de publicanos são; o discípulo que é chamado de Levi e também de Mateus e Zaqueu. São exemplos de
publicanos que se converteram diante da mensagem de Jesus Cristo. Zaqueu, por
exemplo, arrependido, prometeu devolver tudo aquilo que tinha roubado:
“Entrementes, Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: Senhor, resolvo dar aos
pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém,
restituo quatro vezes mais.” Lucas 19:8. Mateus largou o trabalho de cobrador
de impostos e seguiu Jesus.
SEXTA-FEIRA (14 de fevereiro) LEITURA COMPLEMENTAR DA LIÇÃO –
A ajuda aos marginalizados da sociedade representa um dos mais grandiosos
desafios do mundo. Isso, contudo, não quer dizer que não devamos; como
indivíduos, família cristã e igreja, fazer todo o possível para ajudar. A lição
desta semana aborda este tema e mostra que devemos seguir o exemplo de Cristo
para ajudar os marginalizados da sociedade a se levantarem e tomarem um novo
rumo na vida familiar, social e espiritual.
É bem mais difícil fazer trabalho missionário com pessoas
cheias de problemas. É necessário um maior preparo técnico e espiritual para se
obter algum resultado satisfatório. Por isso seria bom que todos os profissionais
da igreja se envolvessem para ajudar; levando conforto emocional, informação
espiritual, ajuda psicológica e também alimentos e roupas. Geralmente os
excluídos socialmente são mal vistos pela sociedade, eles são rejeitados e tem
poucas chances de sair dessa situação. Assim como Jesus ajudava essas pessoas,
precisamos também fazê-lo.
Até que ponto Deus
espera que nos desviemos do nosso caminho para ajudar quem está em necessidade?
A lição desta semana dá-nos quatros exemplos do tipo de pessoas, que
frequentemente chamamos de “marginais”. O serviço a Cristo requer muita coragem
e consagração para sairmos da nossa zona de conforto e levar a mensagem da
salvação às pessoas que fazem a vida no seu próprio carro, toxicodependentes,
prostitutas, imigrante ilegal, pedinte, jovem mãe solteira, etc…
Veja estes textos:
“As pessoas que Jesus nunca tolerava eram aquelas que se colocavam à parte na
sua autoestima e olhavam os outros de cima para baixo.”
“Os caídos devem ser levados a sentir que não é demasiado
tarde para serem verdadeiros homens.”
“Fossem quais fossem os maus hábitos, os fortes preconceitos
ou as dominantes paixões das criaturas humanas, Jesus as encarava a todas com
piedosa ternura.”
“Então nos aproximemos das pessoas de modo a não as
desanimar nem as repelir, mas a suscitar a esperança em seu coração.” O
Desejado de Todas as Nações, 164-166
Luís Carlos Fonseca
Sem comentários:
Enviar um comentário