quarta-feira, 1 de maio de 2019

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 8 (2º trimestre de 2019) ÉPOCA DE SER PAI E MÃE


COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 8 (2º trimestre de 2019) ÉPOCA DE SER PAI E MÃE

VERSO ÁUREO: “Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.” Salmos 127:3

INTRODUÇÃO (Sábado 18 de maio) – É um privilégio ser pai e mãe, mas trazer filhos ao mundo sem dar-lhes a devida educação é um grande prejuízo para a sociedade. Deus tem muito a dizer sobre como podemos ser bem-sucedidos em criar nossos filhos para que sejam pessoas tementes a Deus. A primeira coisa que devemos fazer é ensinar-lhes a verdade sobre a Palavra de Deus.

Além de amarmos a Deus e sermos exemplos piedosos de pessoas que se comprometem com Seus mandamentos, precisamos obedecer Deus: “E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas” Deuteronómio 6:7-9.

Disciplina e formação espiritual são partes importantes a serem desempenhadas pelos pais. Provérbios 13:24 diz: “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga.” Crianças que crescem em um lar sem disciplina se sentem pouco queridas e pouco dignas. Falta-lhes direção e autocontrole, e conforme crescem se rebelam e têm pouco ou nenhum respeito por qualquer tipo de autoridade, incluindo a de Deus. Deus orienta: “Castiga o teu filho enquanto há esperança, mas não deixes que o teu ânimo se exalte até o matar” Provérbios 19:18.

Ao mesmo tempo, a disciplina deve ser equilibrada com amor, ou os filhos podem crescer com ressentimentos, desânimo e rebeldia. Ver Colossenses 3:21. Deus reconhece que a disciplina é dolorosa quando ocorre, ver Hebreus 12:11, mas, se seguida de instruções em amor, é reconhecidamente benéfica aos filhos. “E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor” Efésios 6:4.

Os pais que tem uma vida longa sobrevivem para ver os netos ou bisnetos. Tudo começa na infância. Até os 7 anos, a criança está em formação da sua personalidade. A criança pequena é como uma esponja que absorve tudo o que lhe é ensinado. O que aprende nessa fase, vai levar para o resto da vida. A segunda fase é a adolescência. Enquanto que na infância a criança desenvolve mais a afectividade, na adolescência é hora de trabalhar a mentalidade. Na realidade adolescência é uma fase de desenvolver uma boa conversa com os filhos. Nesta fase, eles falam de muitas coisas: igreja, política, futebol e viagens.

O filho jovem tem muitas alegrias nesta fase tão especial. Esta é a fase da formatura, do namoro e da escolha da profissão e alguns já se casam! Quando os filhos se tornam adultos tornam-se homens e mulheres, e os pais  tem alegria de serem avós. Os netos são filhos duas vezes. Se os filhos são herança de Deus, os netos são uma dupla herança. Amém?

As pessoas hoje tem sofrido com a decadência e o enfraquecimento da paternidade. O diabo tem lutado com todas as suas forças para destruir a família, e a quantidade de filhos sem pais cresce absurdamente. Quanta tristeza! Que falta faz um pai de verdade, que ama a esposa e os filhos, que traz segurança e direção à família! Que falta faz um pai que guia o seu lar para o lugar mais seguro de todos: para a presença de Deus!

Este é o maior legado que um pai pode deixar para seus filhos: a fé e a obediência à Palavra de Deus. Como lemos em Provérbios 22:6, se ensinarmos os filhos no caminho em que devem andar, mesmo depois de muito tempo, eles não se desviarão dele.

“Que toda a mãe sinta serem inapreciáveis os seus momentos; sua obra será provada no dia solene do ajuste de contas. Achar-se-á então que muitos dos fracassos e crimes de homens e mulheres, resultaram da ignorância ou negligência daquelas cujo dever era guiar seus pés infantis no caminho direito. Ver-se-á então que muitos que têm abençoado o mundo com a luz do gênio, da verdade e santidade, devem os princípios que foram a mola mestra de sua influência e êxito, a uma mãe cristã, que orava.” Ellen White, Ser Mãe o que é?, 17

Ellen White, em seu livro Conselho aos Pais Professores e Estudantes, 107 assim expressa-se: “É no lar que a educação da criança deve ser iniciada. Ali está sua primeira escola. Ali, tendo seus pais como instrutores, a criança terá de aprender as lições que a devem guiar por toda a vida.” Amém?

DOMINGO (19 de maio) PAIS SEM FILHOS - Nos países industrializados, como a Alemanha, por exemplo, existe um baixo índice de reprodução de crianças o que vem preocupando cada vez mais as autoridades. As taxas de natalidade diminuem a cada ano e levam a crer que a tendência dos alemães é querer ter cada vez menos filhos. Hoje, 15% das mulheres do país se dizem avessas à ideia, a margem de 26% dos homens. Segundo o Instituto de Pesquisa Populacional, sediado em Wiesbaden, cada alemã em idade reprodutiva possui apenas 1,3 criança. O que representa a taxa de natalidade mais baixa de toda a União Européia

A lição de hoje traz o exemplo de pais da bíblia que não podiam ter filhos, mas que Deus respondeu aos seus anseios da paternidade: “E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres.” Gênesis 18:11

“Porém a Ana dava uma parte excelente; porque amava a Ana, embora o Senhor lhe tivesse cerrado a madre. E a sua rival excessivamente a provocava, para a irritar; porque o Senhor lhe tinha cerrado a madre. E assim fazia ele de ano em ano. Sempre que Ana subia à casa do Senhor, a outra a irritava; por isso chorava, e não comia. Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” I Samuel 1:5-8.

“Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; e o seu nome era Isabel. E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.” Lucas 1:5-7

Como o casal que não pode ter filhos deve enfrentar essa realidade? O problema da esterilidade pode ser muito difícil, especialmente para os casais que ansiavam por filhos durante toda a vida. Os casais cristãos podem até se perguntar: "Por que nós, Senhor?" Certamente Deus quer que os cristãos sejam abençoados com crianças para amar e nutrir. Para casais fisicamente saudáveis, um dos aspectos mais dolorosos da infertilidade é não saber se a situação é temporária ou permanente. Se for temporária, por quanto tempo devem esperar? Se for permanente, como podem ter certeza, e qual caminho deve seguir?

Em primeiro lugar não deve negar os seus sentimentos. Diante da impossibilidade e engravidar, o casal deve assumir os sentimentos de frustração. Quanto mais o casal nega esses sentimentos, mais eles ganham forças destrutivas. A aceitação e enfrentar a situação ajuda a suportar as emoções e pressões com mais serenidade.

Outro ponto a considerar é que diante da dor, em não conseguir ter filhos, o casal não pode se auto-destruir procurando os culpados: “Ah, se eu tivesse engravidado antes!”, “Ah, se eu não tivesse esperando terminar o pós-doutorado para engravidar!”.

Não ter filhos não significa que o casal foi amaldiçoado por Deus. Sim, filhos são bênçãos de Deus! Então, se não os tenho, não sou abençoado por Ele?  Não é essa a lógica de Deus. De fato, é Deus quem dá o dom dos filhos, mas não quer dizer que, se você não os tem, seja pelo fato de que Deus não os quer dar a você! Deus permite para que os casais sem filhos possam descobrir outros valores pessoais e matrimoniais, estando disponíveis para servir a sociedade e igreja lives de filhos.

A incapacidade de ter filhos de Sara, Rebeca e Raquel, mães de Israel, é muito significativa porque a sua capacidade de finalmente ter filhos foi um sinal da graça e do favor de Deus. No entanto, casais inférteis não devem supor que Deus esteja retendo a sua graça e favor, nem devem supor que estejam sendo punidos de alguma maneira. Os casais cristãos devem se apegar ao conhecimento de que seus pecados são perdoados em Cristo e que a incapacidade de ter filhos não é uma punição de Deus.

Aconselho também ao casal não ficar tentando ter filhos sem que se tenha um parecer médico favorável. Lembre-se: desistir dos meios humanos não quer dizer perder a fé que Deus pode realizar o impossível como no caso dos exemplos bíblicos citados acima.

SEGUNDA-FEIRA (20 de maio) PAIS SOLTEIROS – Geralmente há mães solteiras e não pais solteiros O que é ser mãe solteira? Padecer no paraíso em dobro? Não podemos fazer uma comparação quantitativa entre mães casadas ou mães solteiras. Afinal, a maternidade é um desafio diário à todas as mulheres, independentemente de seu estado civil. Socialmente, essa condição às vezes traz percalços. Como é a vida dos pais solteiros. Eles passam pelos mesmos percalços? Também são alvos da cultura machista?

Vejam que importantes promessas de Deus todos podem aproveitar incluindo os pais solteiros:

“Porque satisfiz a alma cansada, e toda a alma entristecida saciei.” Jeremias 31:25

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.” Mateus 11:28

“Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.” Jeremias 29:11

“Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.” Provérbios 3:5,6

Embora a Bíblia não traga muitos textos específicos sobre pais solteiros, sabemos que esse estado social tem aumentado cada dia no mundo e também na igreja, e como igreja temos a responsabilidade de ajudar os pais e mães solteiros. Deus disse: “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” Tiago 1:27.

Temos o exemplo da serva de Abraão, chamada Hagar, que, devido a circunstâncias de serva, foi pressionada a ter um filho com Abraão e depois teve que criar o filho Ismael, errantes pelo deserto. Ver esse exemplo em Gênesis 16:3 e 4 e 21:17. Outro exemplo também é o caso da viúva de Sarepta que teve que criar o filho sozinha. Ver I Reis 17:9.

No exemplo de Hagar, Deus viu o que era melhor para todos e deixou que ela fosse para o deserto. À primeira vista Deus pareceu injusto com ela em permitir que criasse o filho sozinha, porém, Deus Se mostrou presente durante seus problemas. Deus sempre sabe e nos guia, se deixarmos, para um plano de vida melhor, ainda que pareça a pior solução no início. Ele vê o futuro, vê o que podemos aprender com as falhas e com as situações difíceis e quer moldar o nosso caráter onde nós mais temos dificuldade de aceitar e mudar pelas nossas próprias forças.

Outra situação a considerar, nos tempos bíblicos, são as viúvas e que tinham filhos. Uma primeira discriminação vem da própria condição de ser mulher. A mulher tinha pouca participação na sociedade, e seu mundo era o cuidado da casa e filhos. Sem condições para trabalhar, com o peso de seus filhos, tinham condição desprezível na sociedade. Hoje não é muito diferente para as mães que são solteiras e que são abandonadas pelos maridos e as deixam sem o pagamento de pensão.

Para além da ajuda financeira, de que outras maneiras podemos auxiliar os pais que são solteiros, na sociedade e na igreja?

TERÇA-FEIRA (21 de maio) A ALEGRIA E A RESPONSABILIDADE DA FUNÇÃO PATERNAL – Quase todas as pessoas desejam ter filhos, e, quando a pessoa tem esse privilégio, deve começar cedo, ainda durante o período da gravidez, através da mudança de comportamentos em relação à esposa e ao bebé, bem como pela partilha de preocupações e de sentimentos relativamente a esta nova etapa nas suas vidas.Ser pai ou mãe desde as primeiras horas permite acima de tudo conhecer melhor o seu filho, as suas características e as suas necessidades.

Nos últimos 30 anos, eu vivo a linda experiência de ser pai de dois filhos maravilhosos: Igor Raniel e Iuri Gabriel. O Igor chegou primeiro, e desde o início transformou a nossa vida. Sempre alegre, esperando por um abraço e por um beijo espontâneo. O Iuri era bem diferente. Quando chegou, o irmão já tinha quase 3 anos. Desde cedo foi reservado, sério, olhava o mundo com desconfiança e interesse. Um beijo era uma conquista. A esposa e eu fomos vendo que a expectativa de que os filhos fossem pelo menos parecidos, era absolutamente utópica, pois o que descobrimos é que eles são totalmente diferentes!

O que me chama mais a atenção não são as diferenças, mas sim a alegria que a paternidade traz, não uma alegria qualquer, mas aquela que vem junto ao desafio e à responsabilidade. Ter uma pequena vida para cuidar é uma bênção e um dos maiores compromissos de uma pessoa. Por isso, não adianta ser pai ou mãe antes de saber governar a própria vida, pois breve terá que administrar outra. Pais precisam saber para onde vão. Se não souberem tampouco seus filhos o saberão. Por isso, temos no mundo tantos filhos perdidos.

A Bíblia narra a história de um filho que foi embora por livre e espontânea vontade, gastou tudo que tinha e acabou pobre, cuidando de porcos. Porém, apesar de suas escolhas nunca esteve perdido, pois tinha uma referência segura em sua vida: o Pai. Sabia para onde voltar. Um filho que tem um pai verdadeiro, dificilmente se perde, ao contrário, pode dar muitas voltas, mas volta para casa do pai. O mundo hoje sofre com a decadência e o enfraquecimento da paternidade.

Quanta falta faz um pai que ame a mãe e os filhos, que traga segurança e direção à sua família. Que falta faz um pai, que leve sua casa para um lugar ainda mais seguro: para junto de Deus. Acredito que o maior legado de um pai além do que já falei, é a fé. Não apenas a crença religiosa, dogmática e com tradições, mas aquela com princípios bem firmados, que levam a criança à uma edificação interior, a ser grande por dentro, em que a Palavra de Deus é o caminho.

Leia o Salmo 127 e perceba qual é a mensagem principal deste salmo.

QUARTA-FEIRA (22 de maio) A AÇÃO PARENTAL COMO MODO DE DISCIPULAR – A lição de hoje traz os exemplos das casas de Abraão e de Eli, e somos convidados a analisarmos as diferentes maneiras que cada pai adotou na maneira de educação que deram aos filhos e os seus consequentes resultados:

“Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão benditas todas as nações da terra? Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado.” Gênesis 18:18,19

“Então veio o Senhor, e pôs-se ali, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve. E disse o Senhor a Samuel: Eis que vou fazer uma coisa em Israel, a qual todo o que ouvir lhe tinirão ambos os ouvidos. Naquele mesmo dia suscitarei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa, começarei e acabarei. Porque eu já lhe fiz saber que julgarei a sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia, porque, fazendo-se os seus filhos execráveis, não os repreendeu. Portanto, jurei à casa de Eli que nunca jamais será expiada a sua iniquidade, nem com sacrifício, nem com oferta de alimentos.” I Samuel 3:10-14.

A psicóloga Fernanda Spengler, que também é educadora infantil, escreveu um livro chamado 10 erros dos pais na educação disciplinar dos filhos. Achei o tema muito interessante e vou mencionar alguns: Não conseguir comunicar-se assertivamente com seus filhos. Repreender comportamentos usando o “não”. Não disponibilizar tempo para momentos em família. Dar explicações excessivas sobre os comportamentos errados. Abusar dos elogios, sem correlação com o comportamento. Eximir os filhos das responsabilidades. Preferir um ao outro! A lição de hoje menciona o caso de Isaque e rebeca que tinham filhos favoritos, Esaú de Jacó, e Jacó em relação aos seus filhos.

Como disciplinar os filhos da melhor maneira  pode ser uma tarefa difícil de aprender, mas é de importância crucial. Alguns afirmam que a disciplina física como a chinelada ou palmadas seja o único método que a Bíblia apoie. Outros insistem que "castigos" e outras punições que não envolvam a disciplina física são muito mais eficazes. O que diz a Bíblia sobre o tema?

A fim de aplicar a disciplina, de forma correta e de acordo com os princípios bíblicos, os pais devem estar familiarizados com o que a Bíblia diz sobre a disciplina. O livro de Provérbios contém sabedoria abundante em relação à educação dos filhos, tais como: "A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe" Provérbios 29:15. Este versículo descreve as consequências de não disciplinar uma criança, os pais passam vergonha. Naturalmente, a disciplina deve ter como objetivo o bem da criança e nunca deve ser usado para justificar o abuso e maus-tratos infantis. Nunca deve ser usado para descarregar raiva ou frustração.

Em Efésios 6:4, os pais são orientados a não provocarem os seus filhos à ira. Em vez disso, devem criá-los nos caminhos do Senhor. Educar uma criança na doutrina e admoestação do Senhor inclui disciplina física controlada, corretiva e carinhosa. Amém?

Alguns pais, de forma equivocada, pensam que seus filhos são muito pequenos para corrigi-los e definir hábitos retos, mas, quanto antes melhor. Este foi o erro de Eli, de não administrar sua casa desde cedo. Ele foi indulgente com seus filhos e, com frequência passou por alto as faltas e pecados em sua meninice, pensando que ao crescer melhorariam seu comportamento, mas equivocou-se. Suas tendências malignas foram fortalecidas e depois já era muito tarde. Uma declaração impressionante desta situação está em Patriarcas e Profetas, 625, 626: “São muito novos para serem castigados. Esperemos que fiquem mais velhos, e possamos entender-nos com eles. Assim os maus hábitos são deixados a se fortalecerem até que se tornam uma segunda natureza. Os filhos crescem sem sujeição, com traços de caráter que são para eles uma maldição por toda a vida, e que podem reproduzir-se em outros.”

QUINTA-FEIRA (23 de maio) LUTAR PELO FILHO PRÓDIGO – Provérbios 22:6 é uma garantia, uma promessa ou possibilidade? “Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.” Provérbios 22:6

A missão que os pais recebem de ensinar a criança no caminho em que deve andar é um dos grandes desafios daqueles que possuem filhos na adolescência. É nesta época que surgem os conflitos e os questionamentos. Pais e filhos acham difícil manter aquela comunhão, carinho e proximidade que havia durante a infância. A questão é pertinente e nos leva a refletir sobre quem se afasta de quem, o filho ou a família? E ainda, como mantê-los na igreja?

A psicóloga Leila Silva Moreira diz que muitos adolescentes reclamam que os pais não sabem nada de suas vidas, pois simplesmente não se interessam. “A situação acaba se tornando motivo para fazerem coisas erradas, pois se acham independentes. E acabam se rebelando contra os pais em busca desta independência. Se envolvem com grupos alternativos da sociedade e se deixam levar pelos costumes da turma. Vários consomem drogas, álcool, e alguns não estão interessados para as coisas de Deus, mas entendem no fundo que a situação deveria ser diferente”

Mais da metade dos jovens cristãos deixam de frequentar suas igrejas quando chegam na adolescência e juventude. Um filho que está exibindo um período de rebeldia pode estar fazendo isso por vários motivos. Um tratamento duro, não amoroso e crítico por parte dos pais vai quase sempre resultar em rebeldia. Inclusive o filho mais obediente também vai mostrar rebeldia em pensamentos ou ações contra tal tipo de tratamento. Mesmo quando criadas em bons lares, os filhos, às vezes, se rebelam ou até mesmo se desviam, e os pais sentem que de alguma forma fracassaram.

A grande parte dos adolescentes que se afasta da fé é porque não aprofundou suas habilidades sociais e espirituais dentro da igreja. Outros, porque viram seus amigos de infância se distanciarem da fé. Daí a necessidade de incentivar as crianças a fazerem o lado social com outros amigos da igreja. Essa troca fortalece a vida espiritual delas. Muitos pais saem do culto correndo para casa e se esquecem de que os filhos precisam desenvolver essas amizades. Além disso, os pais precisam mostrar a alegria de estar na igreja para que os filhos sintam o desejo de  permanecer mais tempo ali.

A Bíblia diz: “Havia um pai que tinha dois filhos, o filho mais novo veio ter com ele e pediu sua porção da herança, e não demorou muito para que aquele menino tivesse gasto toda sua fortuna com prostitutas, embriaguez e todo tipo de coisas”, destacou. Certo  dia, o filho, morrendo de fome, infeliz e quebrado, volta para casa. O pai viu o filho e começou a correr em direção a ele, jogando os braços ao redor dele, dizendo: ‘Este meu filho estava morto e está vivo novamente, ele estava perdido e foi encontrado”. Ver Lucas 15: 11-24.

Muitos pais e líderes de igrejas enfrentam momentos muito difíceis, quando seus filhos se recusam a falar com eles, e não querem ouvir sobre a fé de seus pais. Mas, a persistência e a fé nesses momentos têm valor inestimáveis. Os pais e líderes da igreja devem aplicar alguns princípios na tentativa de recuperar os seus filhos. O primeiro princípio é não desistir. Nunca devemos desistir de nossos filhos. Outro passo importante é continuar orando pelos filhos. Continue orando por eles.  Os nossos filhos podem fugir da nossa presença, mas nunca podem escapar de nossas orações. Amém?

Os pais não podem ficar envergonhados de informar a igreja e pedirem para orar em favor dos filhos desviados. O verso de hoje não dá garantias de que o filho educado nos caminhos do Senhor nunca vai se afastar de Deus e nem que o filho pródigo vai voltar para Cristo, mas dá a certeza de muitas bênçãos aos pais que oram e a esperança de um dia poderão voltar. Não fazer nada em favor dos filhos errantes é que seria muito mal.

Um jornal recente conta a história de um homem com 87 anos de idade, que reencontrou sua filha depois de quarenta anos. Ele tinha se divorciado de sua mãe, quando a filha tinha quatro anos, e ele a viu pela última vez quando ela tinha doze anos. Por mais de quarenta anos, ele não tinha visto sua filha.

Ela cresceu, casou-se, teve filhos e netos. Um dia, ela chamou-o ao telefone e disse: “Sou Donna, sua filha”. O homem descobriu que tinha uma família a respeito da qual nada sabia. Ele rapidamente concordou em marcar um encontro e começou a recuperar o tempo perdido, mesmo sabendo que o tempo não podia ser recuperado, mas estava determinado a não perder mais tempo.

É assim que vai ser um dia para aqueles que esperam. Isso é o que esta parábola está falando. Os pródigos voltarão. Eles vão ter um momento de reflexão e dirão: “Eu quero me relacionar novamente com aqueles que me amam e oram por mim. Eu preciso voltar para casa!”.

SEXTA-FEIRA (24 de maio) LEITURA ADICIONAL E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 8 (2º trimestre de 2019) ÉPOCA DE SER PAI E MÃE - A parábola do filho pródigo é uma ilustração para nós. Ela oferece esperança para todos que anseiam por reconciliação. Quer seja com um filho, um pai ou um amigo do passado, essa história aponta para a esperança. Ela ensina que, mesmo quando a esperança é adiada e o coração se entristeça, há a promessa da esperança que vai florescer em uma árvore da vida. Ver Provérbios 13:12.

Como Manter os Filhos na Igreja? Esta é uma tarefa que só Deus pode fazer, pois trata-se de assunto espiritual, mas; especialmente os pais, podem e devem colaborar com Deus. Desde o início da história humana, a família tem sido a base principal da sociedade. Os costumes, os comportamentos e até mesmo os cenários se modificam com o passar dos séculos. Mas o papel da família continua sendo essencial. É desse pequeno núcleo que vem a formação de caráter de uma pessoa e até mesmo de sua personalidade. E, nesse contexto, é preciso destacar a importância da educação religiosa no seio das famílias, especialmente, nos lares cristãos.

O Que Fazer Para Ajudar os Filhos?

1. Lembre-se de que presença vem antes de presentes. Certo executivo só podia passar 15 minutos, por dia, com a sua filha de 8 anos. E ele usava esses momentos para contar-lhes histórias antes da filha dormir. Certo dia a filha estava ouvindo a história contada pelo pai e o telefone tocou. Era uma chamada de trabalho; e o pai, após atender o telefone, retornou e quis continuar a história. A filhinha disse assim: “Pai tu és terrível, eu não gosto de ti. Nunca podes estar comigo, e quando estás tens de atender o telefone.”

2. Procure sempre mostrar que disciplina é um ato de amor. A Palavra de Deus aconselha a disciplina. Os pais devem encher os filhos de atenções e carinho, mas devem colocar limites. Veja estes textos

“Castiga o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma.” Provérbios 29:17

“Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.” Provérbios 23:13-14

Não anule a disciplina que foi aplicada, se achar conveniente negocie a disciplina, mas nunca a anule. Ensine-os a se submeter à dor da disciplina fazendo o que não gostam hoje, para terem o que dá prazer amanhã.

3. Conte história bíblicas aos filhos ensinando-lhes sobre Jesus. Nossos filhos nunca dormiam sem antes ouvir uma história da Bíblia. Isso a minha esposa sabe fazer muito bem e foi a principal em formar os nossos filhos nos caminhos do Senhor.

4. Ensine hinos para os filhos. A música exerce uma importância muito grande na vida das pessoas. Se, desde crianças, ensinarmos os hinos sobre Deus, depois eles não terão prazer nas músicas do mundo. Ainda mais sabemos que a música exerce um pode enobrecedor e dá suporte espiritual para enfrentamos as dificuldades do dia-a-dia. Veja estes textos: “Vi que diariamente devemos nos levantar e dominar os poderes das trevas. Nosso Deus é poderoso. Vi que cantar para a glória de Deus afasta o inimigo, e que louvar a Deus o derrota e nos concede a vitória.” Mensagens Escolhidas vol. 3, 332.

“Quando Cristo era criança, era tentado a pecar, porém não cedia à tentação. Ao ter mais idade, ainda era tentado, mas os cânticos que Sua mãe Lhe ensinara vinham-Lhe à mente, e Ele erguia a voz em louvor. E antes de os companheiros se aperceberem, estavam cantando com Ele. Deus quer que nos sirvamos de todos os recursos que o Céu tem providenciado para resistir ao inimigo.” Evangelismo, 498.

5. Viva o que procura ensinar. O exemplo arrasta pessoas. Essa máxima é muito importante. Os sermões mais convincentes são aqueles pregados em casa, na sala de estar, às refeições, nos momentos de lazer e no seio da família. Crianças e jovens geralmente observam tudo e procuram verificar se aquilo que os pais dizem, sobre religião e fé, faz parte da experiência de vida deles. Se os pais estão dispostos a obedecerem àquilo que ensinam, então, são dignos de inteira confiança. Cabe também à igreja o papel de auxiliar e dar suporte à educação dos filhos de seus membros. Esse trabalho deve ser desenvolvido para todas as idades. É aqui que entra a importância da escola sabatina, organização de classes bíblicas para as várias idades, grupos de música e ainda retiros e outras atividades da igreja. É importante fazer as crianças pegarem gosto pelos desbravadores e encaminhá-las para lá.

Veja o que menciona Ellen White: “As lições que a criança aprende durante os primeiros sete anos de vida têm mais que ver com a formação do seu caráter que tudo que ela aprenda em anos posteriores.” Manuscrito 2, 1903. Orientação da Criança, 119

“É em grande medida nos primeiros anos que o caráter é formado.” Temperança Cristã, 45

Os filhos que, em tenra idade, receberam uma influência errônea do lar levarão consigo hábitos errôneos por toda a sua vida. O rei Saul representa um triste exemplo do poder dos maus hábitos adquiridos durante a primeira parte de sua vida, não havia aprendido a submeter-se a Deus, e quando ocupou a posição de rei, não tinha as faculdades mentais desbloqueadas para seguir o caminho do Senhor. Por outro lado, “uma criança pode receber instrução religiosa saudável, mas se os pais, os professores ou os tutores permitem que seu caráter se torça devido a um mau hábito, esse hábito, se não é vencido, se converterá num poder predominante, e a criança está perdida.” Testemunhos para a Igreja, vol. 5, 50.

Luís Fonseca

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