domingo, 26 de julho de 2015

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 9 (3º trimestre 2015) PEDRO E OS GENTIOS

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 9 (3º trimestre 2015) PEDRO E OS GENTIOS

VERSO ÁUREO: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.” Atos 2:38,39

INTRODUÇÃO (sábado 22 de agosto) – A lição desta semana vai abordar a relação do apóstolo Pedro com os gentios. Jesus deu início à queda do muro que causava a separação entre judeus e gentios, mas foi com Pedro que os preconceitos começaram a ruir, especialmente com a visão clara e inconfundível que Pedro teve daquele grande lençol com animais, relatada em Atos 10. 

“Durante Seu ministério terrestre Cristo deu início à obra de derribar o muro de separação entre judeus e gentios e apregoou a salvação a toda a humanidade.” Atos dos Apóstolos, 19.

“Muitos dos gentios tinham sido ouvintes interessados da pregação de Pedro e dos outros apóstolos, e muitos dos judeus gregos se tinham tornado crentes em Cristo, mas a conversão de Cornélio foi a primeira de importância entre os gentios.” Atos dos Apóstolos, 75

A Palavra de Deus mostra a singela verdade de que é repudiada; a discriminação racial, pelo fato de que Jesus morreria até por uma única pessoa. Portanto, não deve haver racismo entre os homens. Deus mostra em Sua Palavra que o pecado alcançou a todos, daí não haver uma raça de elite, separada e isenta de pecados. Da mesma maneira, foi por todos, indiscriminadamente, que Jesus morreu numa cruz para salvar todo o que nele crê. Todos, de igual maneira, têm a oportunidade de conhecer e viver o evangelho que restaura e salva, e todos podem tornar-se cidadãos da família celestial. Nesta família não pode haver homens separados por qualquer status. A intolerância do judeu contra o gentio foi um deplorável procedimento, e hoje, qualquer intolerância reflete uma atitude fora dos ensinamentos de Jesus Cristo.

No Templo de Jerusalém havia um limite para os gentios. Uma placa dizia: “Nenhum estrangeiro pode passar além da cerca e da parede que envolvem o lugar santo. Quem quer que seja apanhado violando este regulamento será responsável por sua morte, que se seguirá.”

Pedro teve uma visão que está relatada em Atos 10, daquele lençol repleto de animais, puros e imundos, e esta visão tem sido utilizada para provar a liberação divina para se comer as carnes que foram proibidas ao homem, deixando os que assim crêem, e comem animais imundos, com a consciência tranquila. Várias leis, dadas aos judeus, já caducaram, por exemplo; as leis cerimoniais onde se faziam muitos rituais no tabernáculo e templo, que apontavam para Cristo, mas as leis da saúde relacionadas com a alimentação, continuam vigentes; ainda mais nos dias atuais em que as carnes de animais estão contaminadas. Comer carnes de animais mortos sempre traz alguns prejuízos para a saúde. A melhor alimentação é a natural!

A expressão divina: “Levanta-te, Pedro, mata e come”, Atos 10:13, quando isolada do seu contexto, dá a ideia de que se trata de animais mesmo, mas analisando o contexto completo, concluímos que Deus queria mostrar à todos que o muro de preconceitos entre os judeus e outras nações pagãs devia ser derrubado, de uma vez por todas, pois os judeus já não eram os porta-vozes de Deus, mas sim todos os crentes. Ver I Pedro 2: 9

A ordem dada ao Pedro para matar e comer suscitou imediatamente, no obediente apóstolo, a dramática e sincera declaração: “...De modo nenhum, Senhor. Porque nunca comi... coisa imunda.” Atos 10:14

Os judeus achavam-se os únicos dignos da salvação oferecida por Deus e, por isso, consideravam todas as demais raças e pessoas como imundas. Entretanto o evangelho não é exclusivo de grupos privilegiados ou nação isolada, embora Israel já tenha tido este privilégio, até a morte de Estêvão, e, como a mensagem do Evangelho Eterno deveria alcançar todas as pessoas, Deus decidiu providenciar um encontro entre o judeu e o gentio, Cornélio e Pedro. O apóstolo Pedro, que entre todos, parecia ser o mais apegado às tradições e ao exclusivismo nacional e espiritual judaico.

Pedro e Paulo foram as colunas na pregação do evangelho aos gentios. Eis a revelação da visão de Atos 10: “E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo.” Atos 10:28. Percebeu?

DOMINGO (23 de agosto) – PEDRO NO DIA DE PENTECOSTE – O Pentecostes era a festa das colheitas, ver Êxodo 23:16; 34:22, celebrada 50 dias após as primícias, ver Lev. 23:15-21. “Cristo é as primícias dos que dormem”. I Co 15:20.

O Pentecostes aconteceu 50 dias após a morte de Cristo, e Jesus quando ascendeu ao céu; 10 dias antes do Pentecostes, pois Ele ficou na terra 40 dias após a Sua morte, disse aos discípulos: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra.” Atos 1:8

O Pentecostes foi o ponto de virada na vida de Pedro. Pedro, há poucas semanas antes, revelava sérios defeitos de carácter; era um dorminhoco, Luc. 22:39-46, Mat. 14:32-42;  presunçoso, Luc. 22:33; intempestivo, Luc 22:50; medroso Luc 22:54; covarde Luc. 22:55-61, derrotado, Luc. 22:62. Mas, quando Jesus ressuscitou Pedro, ele sentiu uma extraordinária transformação: ficou maravilhado, Luc. 24:1-12 e foi pacientemente restaurado por Jesus. Ver João 21:15-23. Mas ainda faltava o mais importante: autoridade! No pentecostes Pedro foi revestido do poder do Espírito Santo e começou a pregar. E nunca mais parou até quando foi martirizado pelos romanos.

Sabe amigo, sem um genuíno pentecostes na nossa vida continuamos crentes; salvos e  escolhidos, mas estamos fadados a um fracasso pessoal, familiar, existencial e ministerial, pois permanecemos escravos da comodidade, do orgulho, das emoções mal administradas, da incredulidade, das derrotas do passado e  permanecemos “assentados com as portas fechadas”.... No pentecostes o Espírito Santo nos põe de pé, capacita-nos e autoriza-nos a fazermos agora, eficientemente, a tarefa que Deus reservou para nós e que não pode ser feita por outra pessoa.

O Pentecostes foi na terra a confirmação da exaltação de Jesus no céu. Logo, a autoridade que ele confere está baseada na autoridade do trono de Jesus e é ministrada a todo aquele que, como servo obediente,  reconhece a Sua divindade e aceita o Espírito Santo na Vida

No Pentecostes, Pedro tomou a Palavra e pregou um poderoso sermão. O sermão de Pedro continua importante para os nossos dias. As profecias e promessas do Velho Testamento são cumpridas em Cristo. Ver Atos 2:17-21. Jesus foi exaltado e ocupou o lugar que lhe é devido como único intercessor e Senhor sobre nós. Ver Atos 2:33-36. Pedro, cheio do Espírito Santo falou para as 15 nações que estavam presentes; e, depois espalhados pelo mundo, puderam proclamar o evangelho poderosamente para a implantação do Cristianismo.

Estamos vivendo o Pentecostes pessoal e sendo testemunhas de Cristo? O valor do nosso testemunho é mostrado na forma como vivemos. Em Filipenses 2:15 define-nos este objetivo: "Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo." A efetiva testemunha cristã viverá sua vida de forma irrepreensível no poder do Espírito Santo, cujo fruto exibimos quando permanecemos em Cristo. Ver João 15:1-8 e Gálatas 5:22-23.

William Ayer disse: “Um grama de testemunho vale mais do que uma tonelada de propaganda.”

Gandhi, o pacifista indiano, sendo certa vez evangelizado por um cristão disse: “No vosso Cristo eu creio, eu não creio é no vosso cristianismo.”

O testemunho mais eficaz que podemos dar não é o de simplesmente dizermos o que Cristo pode fazer pela vida dos outros, mas o que Ele tem feito por cada um de nós.

Veja os textos inspirados: “Os discípulos oraram com intenso fervor para ser habilitados a se aproximar dos homens e, em seu trato diário, falar palavras que levassem os pecadores a Cristo. Pondo de parte todas as divergências, todo desejo de supremacia, uniram-se em íntima comunhão cristã”. Atos dos Apóstolos, 37

“A nós hoje, tão certamente como aos primeiros discípulos, pertence a promessa do Espírito. Deus dotará hoje homens e mulheres com poder do alto, assim como dotou aqueles que, no dia de Pentecostes, ouviram a palavra de salvação. A promessa do Espírito Santo não é limitada a algum século ou etnia. Cristo declarou que a divina influência do Espírito deveria estar com Seus seguidores até o fim”. Serviço Cristão, 250

SEGUNDA-FEIRA (24 de agosto) A CONVERSÃO DE CORNÉLIO: PARTE I - A visão de Pedro em Atos 10 foi eficaz, pois o lençol cheio de animais, se repetiu por três vezes, voltando a se recolher ao Céu. Ver Atos 10: 15 e 16. Os versos 17 e 18 relatam que Pedro estava desconcertado com aquela visão, e, tentando chegar a uma conclusão razoável para colocar em ordem os seus desencontrados pensamentos, quando; alguém bateu a porta. De que religião eram aqueles homens? Eram os servos de Cornélio, conforme instrução de Deus. Atenção agora para o verso seguinte: “...Eis que três varões te buscam.” Pedro foi avisado de que deveria descer e se apresentar aos estrangeiros, pois foi Deus quem os havia enviado.

A que horas do dia Pedro teve a visão? Ao meio dia. Deus lhe deu a visão exatamente na hora em que Pedro estava com fome, para melhor aguçar a lição que desejava ensinar ao apóstolo. O apetite é um grande teste. No verso 22, os homens falaram a Pedro a respeito de Cornélio, da aprovação de Deus para com ele e do anjo que os enviou à sua procura. Pedro então, imediatamente recebeu-os em casa, e no dia seguinte, tomando alguns irmãos de Jope, rumaram à Cesaréia, a fim de realizar um grandioso trabalho missionário, conforme a leitura do verso 23. Um dia depois, chegaram ao seu destino, e maravilhados contemplaram um grupo de gentios, sedentos do evangelho, almejando a salvação; bem como trilhar os caminhos de Deus, segundo se compreende da leitura dos versos 24-27.

Diante deste quadro, Pedro conteve as lágrimas, cumprimentou os gentios afetuosamente, e se preparou para lhes anunciar as boas novas da salvação. Sinceridade, submissão e humildade são características daqueles que verdadeiramente almejam fazer a vontade de Deus e que estão a se preparar para o céu; sob essa bandeira que deve ser a minha e a sua atitude para com a Bíblia, ouçamos o apóstolo Pedro: “E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo.” Atos 10:28.

Do verso 29 ao 33, Cornélio, o gentio a quem Deus amava e queria que ouvisse do evangelho que vem dos judeus, relatou a visão que teve e como tomou a decisão de mandar buscar Pedro, declarando: “...Agora, pois, estamos todos diante de Deus para ouvir tudo quanto, por Deus, te é mandado.” V 33. Diante de tão sublimes acontecimentos, vendo a operação maravilhosa do Espírito Santo naqueles corações, observando como o Senhor estava demonstrando Seu amor por pessoas de outra raça, Pedro deixou cair por terra sua tradição e preconceitos, de que os gentios não eram dignos da salvação nem do favor de Deus, e, exclamando com toda veemência, submisso diante da Onipotência divina, disse: “...Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, O teme e obra o que é justo.” Vs. 34 e 35

Como foi clara a verdade divina ensinada ao apóstolo Pedro! Deus ama todos os homens e quer salvar a todos indistintamente. Morreu por todos: judeus e gentios. A cruz atrai todas as raças e une todos os povos.

Conhecendo melhor Cornélio: “Cornélio era centurião romano. Era homem rico e de nobre nascimento, e seu cargo era de confiança e honra. Gentio de nascimento, ensino e educação, pelo contato com os judeus adquirira o conhecimento de Deus,e O adorava com coração verdadeiro, mostrando a sinceridade de sua fé pela compaixão para com os pobres. Era conhecido longe e perto pela sua beneficência, e sua vida reta o fazia de boa reputação entre judeus e gentios. Sua influência era uma bênção a todos os que com ele entravam em contato. O relato inspirado descreve-o como um homem “piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus”. Atos 10:2 Atos dos Apóstolos, 73

“Embora Cornélio cresse nas profecias e estivesse a esperar pela vinda do Messias, não tinha conhecimento do evangelho como foi revelado na vida e morte de Cristo. Não era membro da igreja judaica e teria sido considerado pelos rabinos como um gentio e imundo. Mas o mesmo santo Vigia que dissera de Abraão: “Eu o tenho conhecido” (Gênesis 18:19), conhecia também Cornélio, e lhe enviou uma mensagem direta do Céu. O anjo apareceu a Cornélio quando ele se achava em oração. Ouvindo o centurião alguém a ele dirigir-se pelo nome, ficou atemorizado; todavia compreendeu que o mensageiro viera de Deus, e disse: “Que é, Senhor?” Atos 10:4. O anjo respondeu: “As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de Deus. Agora, pois, envia homens a Jope, e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele está com um certo Simão curtidor, que tem a sua casa junto ao mar”. Atos 10:32. Atos dos Apóstolos, 74

TERÇA-FEIRA (25 de agosto) A CONVERSÃO DE CORNÉLIO. PARTE II – Depois que Pedro e os irmãos foram à casa de Cornélio, vemos esse gentio com o coração todo recetivo às orientações de Deus através de Pedro. Cornélio que já tinha sido preparado previamente por Deus, recebeu a Palavra de Deus e converteu-se ao cristianismo de forma maravilhosa! Depois das palavras de Pedro, encontradas nos versos 36 a 48, vemos a convicção de Pedro de que aqueles gentios tinham sido aceitos por Deus, e assim não hesitou em pregar-lhes com poder as boas novas da salvação. E, Deus confirmou a aceitação dos gentios para o Seu reino, revelando publicamente o Seu agrado, enviando-lhes o Espírito Santo e causando um espanto geral. Como pode, gentios receberem o Espírito Santo? Era a aprovação total. O amor de Deus alcançou a todos, judeus e gentios, graças a Deus!

O episódio não terminou aqui. Quando a igreja em Jerusalém soube do que tinha acontecido na casa de Cornélio, levantou-se contra Pedro, por ele se ter misturado com gente impura, os gentios. A igreja Intimou-o a se retratar. O apóstolo então, cheio do Espírito Santo, apresentou-se diante da Igreja-mãe, e relatou como Deus lhe mostrou, através de uma visão de animais, em um lençol, que todas as pessoas, de toda tribo, raça e língua, desde que O temam e guardem os Seus mandamentos, são dignas do amor, da graça e da salvação pelo sacrifício eterno de Jesus. E muito mais! Deus não somente revelou Seu amor pelos gentios como os agraciou com o derramamento do Espírito Santo. Ver o testemunho de Pedro em  Atos 11:1-17.

Não houve reação contra a argumentação de Pedro, pois Deus estava dirigindo todas as situações, e portanto a posição da Igreja-mãe não poderia ser diferente. Veja a reação da igreja de Jerusalém: “E ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida.” Atos 11:18. A Igreja de Jerusalém foi humilde e sincera.

Resultados da conversão de Cornélio: “Essa visão tanto serviu para repreender a Pedro como para instruí-lo. Revelou-lhe o propósito divino, de que pela morte de Cristo os gentios deviam tornar-se co-herdeiros dos judeus nas bênçãos da salvação. Até então nenhum dos discípulos pregara o evangelho aos gentios. Em seu pensamento, o muro de separação posto abaixo pela morte de Cristo ainda existia, e seus trabalhos limitavam-se aos judeus, pois tinham considerados os gentios excluídos das bênçãos do evangelho. O Senhor buscava então ensinar a Pedro a extensão universal do plano divino.” Atos do Apóstolos, 135 e 136.

“ A conversão de Cornélio e sua casa não foi senão o início de uma preciosa colheita. Dessa família estendeu-se uma vasta obra de graça naquela cidade gentílica. Deus está hoje buscando pessoas entre os grandes bem como entre os humildes. Há muitos como Cornélio, homens a quem o Senhor deseja colocar em contato com Sua obra na Terra. Suas simpatias estão com o povo do Senhor, mas os laços que os retêm ao mundo, mantêm-nos firmemente seguros. Requer-se força moral para que tomem posição ao lado de Cristo. Devem ser feitos esforços especiais por essas pessoas em tão grande perigo, por causa de suas responsabilidades e relacionamentos. Deus chama obreiros humildes e fervorosa, que desejem levar o evangelho às mais altas classes. Há milagres a serem operados em conversões genuínas, milagres que não são agora discernidos. Os maiores homens deste mundo não estão além do poder de um Deus que realiza maravilhas. Se todos os que são Seus colaboradores se dispuserem a ser homens de oportunidade, cumprindo destemida e fielmente o dever, Deus converterá homens que ocupam posições de responsabilidade, homens de intelecto e de influência. Pelo poder do Espírito Santo, muitos aceitarão os princípios divinos. Convertidos à verdade, tornar-se-ão instrumentos na mão de Deus, para comunicar luz. Sentirão especial responsabilidade por outras pessoas desse grupo negligenciado. Consagrarão tempo e dinheiro à obra do Senhor, e uma nova eficiência e poder serão adicionados à igreja.” Atos do Apóstolos, 77

O que a vida e conversão de Cornélio nos ensina sobre qualidades cristãs que devemos desenvolver e preconceitos que devemos eliminar?

QUARTA-FEIRA (26 de agosto) - A VISÃO DE PEDRO - A visão de Pedro em Atos 10 impactou os sentidos de Pedro, pois o lençol cheio de animais, se repetiu por três vezes, voltando a se recolher ao Céu. Em Atos 10 Deus deixou clara a ideia de que a salvação é para todas as pessoas. A Palavra de Deus mostra a singela verdade de que é repudiada; a discriminação racial, pelo fato de que Jesus morreria até por uma única pessoa. Portanto, não deve haver racismo entre os homens.

Vamos analisar essa visão por passos: A) “E havia em Cesaréia um varão por nome Cornélio, centurião da côrte chamada italiana.” Atos 10:1. Cesaréia era um porto marítimo de Saron, construído por Herodes, o grande, em 13 a.C. Era uma cidade residência dos procuradores romanos. Cornélio era um romano. Embora Cornélio já tivesse conhecimento dos judeus e de Jeová, ele não era judeu, era um gentio.

B) A Bíblia menciona que ele era: “Piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus.” V. 2 – “Embora Cornélio cresse nas profecias e estivesse a esperar pela vinda do Messias, não tinha conhecimento do evangelho como foi revelado na vida e morte de Cristo. Não era membro da igreja judaica e teria sido considerado pelos rabinos como um gentio e imundo. Mas o mesmo santo Vigia que dissera de Abraão: “Eu o tenho conhecido” (Gênesis 18:19), conhecia também Cornélio, e lhe enviou uma mensagem direta do Céu.” Atos dos Apóstolos, 74

C) Em Atos 10:3-7 menciona a visão que  Cornélio teve para mandar chamar Pedro à sua casa dando-lhe para tanto as indicações, como: cidade, rua, casa e nº. Deus faz coisas que contraia a nossa compreensão. Um gentio ter uma visão do Deus Criador era muita coisa para um judeu compreender. Lembra-se de Nabucodonosor, um rei pagão, que teve o sonho da grande estátua?  Mas Deus age da maneira dele e  de forma independente da nossa ação ou aceitação. O amor de Deus envolveu Cornélio e o prestigiou com a comissão de um anjo que trazia do Céu.  

D) Nos versos 9 e 10 encontramos: “E no dia seguinte, indo eles seu caminho, e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta. E tendo fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos.” Atos 10:9,10 – “O anjo, depois de sua entrevista com Cornélio, foi a Pedro em Jope. Na ocasião, Pedro estava orando no terraço da casa em que se achava, e lemos que, “tendo fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos”. Atos 11:5. Não era unicamente do pão material que Pedro tinha fome. Ao ver do terraço a cidade de Jope e o território circunvizinho, teve fome de salvação para os seus patrícios. Tinha intenso desejo de indicar-lhes as profecias das Escrituras relativas ao sofrimento e morte de Cristo.” Atos dos Apóstolos, 75.

E) No verso 13 encontramos a ordem: “... levanta-te Pedro, mata e come.” Tal ordem suscitou no obediente apóstolo a declaração: “...De modo nenhum, Senhor. Porque nunca comi... coisa imunda.” No momento exato em que Pedro estava confuso com os seus pensamentos, alguém bateu na porta; eram os homens que Cornélio enviou, conforme instrução de Deus. Atenção agora para o verso seguinte: “...Eis que três varões te buscam.” Verso 19. Pedro recebeu o soldado e os dois servos de Cornélio em casa, e no dia seguinte, tomando alguns irmãos de Jope, rumaram para Cesaréia. Pedro foi obediente e não questionou tal ordem. Vejam; eram gentios que tinham ido lá. Mas Pedro sabia que tudo aquilo era de Deus.

F) Nos versos 24-27 vemos Pedro e os homens chegando na casa de Cornélio e  diante deste quadro, Pedro cumprimentou os gentios afetuosamente, e se preparou para lhes anunciar as boas novas da salvação. Ainda antes da pregação, Pedro declarou aos gentios: “E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um homem judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo.” Atos 10:28. No início da pregação de Pedro, ele repetiu o que tinha dito na saudação: “E, abrindo Pedro a boca, disse: Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas; mas que lhe é agradável aquele que, em qualquer nação, o teme e faz o que é justo.” Atos 10:34,35.

Resultado da visão: “Quando os irmãos na Judéia ouviram que Pedro havia entrado na casa de um gentio e pregara aos que ali estavam reunidos, ficaram surpresos e escandalizados. Receavam que tal conduta, que a eles parecia presunçosa, tivesse como resultado contrariar seu próprio ensino. Quando, a seguir, viram Pedro, defrontaram-no com severa censura, dizendo: “Entraste em casa de varões incircuncisos, e comeste com eles”. Atos 11:3. Pedro lhes expôs toda a questão. Relatou sua experiência, com referência à visão, e alegou que isso o ensinara a não mais observar a distinção cerimonial da circuncisão e incircuncisão, bem como a não considerar os gentios como imundos. Contou-lhes acerca da ordem que lhe fora dada para ir aos gentios, da vinda dos mensageiros, de sua viagem para Cesaréia e do encontro com Cornélio. Relatou a substância de sua entrevista com o centurião, na qual este lhe contara a visão que lhe determinava mandasse chamar Pedro.” Atos dos Apóstolos, 78

QUINTA-FEIRA (27 de agosto) O DECRETO DE JERUSALÉM – Com a compreensão de que o evangelho devia ser anunciado aos gentios, a igreja cristã começou a crescer para além das fronteiras de Israel, e com isso os problemas aumentaram. Conforme os gentios começaram a se converter do paganismo e judaísmo ao Cristianismo, surgiram divergências de pensamentos e práticas, como; se eles deveriam ou não observar todos os mandamentos da lei de Deus. Em particular, se debatia se os gentios judeus convertidos precisariam ou não de serem circuncidados e se precisavam observar as regras alimentares dos judeus. Além da circuncisão havia outros assuntos envolvendo judeus e gentios, como o consumo de carne sacrificada aos ídolos e algumas práticas sexuais. Muitos dos gentios convertidos viviam entre pessoas que faziam frequentes sacrifícios e ofertas aos deuses pagãos, e os sacerdotes destes cultos comercializavam essas carnes oferecidas aos ídolos. Isso ocasionava nos judeus receio de que os gentios cristãos levassem descrédito a igreja ao comprar aquilo que tinha sido sacrificado a esses ídolos; o que de certa forma seria uma aprovação de costumes idólatras. Mas o ponto que mais causou problemas foi a circuncisão, tanto é que houve necessidade de uma reunião especial que conhecemos como o "Concílio de Jerusalém", presidida por Tiago e relatada em Atos 15.

Em Atos 15:1 menciona um problema que começou ainda em Antioquia e que causou um conflito na igreja local, em Antioquia, e requeria uma solução. O assunto era se os judeus conversos ao cristianismo, deviam ou não ser circuncidados. Então, esta igreja enviou uma pequena delegação, incluindo Paulo e Barnabé à Jerusalém para que o Conselho Geral resolvesse a questão. Muito bem acolhidos pelos anciãos e apóstolos, eles explicaram o assunto de sua missão que, ao ser debatido gerou muita discussão. Finalmente Pedro relatou, nos versos 7-14, Que Deus o tinha mostrado que a salvação era também para os gentios. O discurso de Pedro preparou a comissão para ouvir Paulo e Barnabé. Quando estes acabaram de argumentar, Tiago, irmão de Jesus, que estava presidindo o Concílio, baseou a síntese do seu sermão na declaração de Pedro a respeito da aceitação de Deus dos novos crentes em Sua igreja. Tiago reconheceu que a conversão dos gentios havia sido profetizada em Amós 9:12 e era parte do plano de Deus. Tiago propôs que não se trouxessem dificuldades desnecessárias a esses novos crentes, mas que se lhes enviasse uma carta detalhando a decisão do Concílio, com a seguinte solução: “Por isso julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus. Mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da fornicação, do que é sufocado e do sangue. Porque Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e cada sábado é lido nas sinagogas.” Atos 15:19-21

Esta foi a decisão do Concílio de Jerusalém e não de Tiago: “Então pareceu bem aos apóstolos e aos anciãos, com toda a igreja eleger homens dentre eles e enviá-los com Paulo e Barnabé à Antioquia, a saber: Judas, chamado Barsabás, e Silas, homens distintos entre os irmãos.” Atos 15:22. A carta “solução” foi escrita assegurando aos novos cristãos que eles e os líderes em Jerusalém eram todos irmãos em Cristo. Ela foi enviada por representantes escolhidos para os membros em Antioquia, e recebida com muita gratidão! Após muita oração e discussão do assunto, a crise foi evitada e o assunto resolvido. Foram tomados aqui passos significativos na organização da igreja!

Quanto a circuncisão, o Concílio decidiu que aqueles judeus conversos que desejassem continuar com a prática da circuncisão, podiam fazer e que os gentios pagãos conversos não necessitavam de ser circuncidados. Sabemos, portanto, que todos que eram e são admitidos ao Cristianismo necessitam de ser batizados nas águas.

“Os conversos gentios, porém, deviam abandonar os costumes incoerentes com os princípios do cristianismo. Os apóstolos e anciãos, portanto, concordaram em instruir por carta os gentios a se absterem de carnes sacrificadas aos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Deviam ser ensinados a guardar os mandamentos e a levar vida santa. Deviam também estar certos de que os que declaravam ser a circuncisão obrigatória não estavam autorizados a fazê-lo em nome dos apóstolos.” Atos dos Apóstolos, 108

SEXTA-FEIRA (28 de agosto) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 9: PEDRO E OS GENTIOS  - A visão do lençol de Atos 10 foi uma iniciativa de Deus para mostrar a Pedro que todos são iguais a Sua vista e prepará-lo para o derramamento do Espírito Santo sobre Cornélio, semelhante ao Pentecostes. Ver Atos 10:44-47. E isto foi a comprovação de que Deus não faz acepção de pessoas.Veja este texto de Paulo: “Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” Romanos 10:12,13.

O Espírito Santo foi concedido aos gentios, dando-lhes o dom de línguas. Acreditamos que tenha sido de forma semelhante do Pentecostes. E Pedro entendeu este sinal de Deus como confirmação da aceitação dos gentios por Deus, e mandou que eles fossem batizados. Veja o texto: “E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra. E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os gentios. Porque os ouviam falar línguas, e magnificar a Deus. Respondeu, então, Pedro: Pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, que também receberam como nós o Espírito Santo? E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.” Atos 10:44-48

“Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida”. Atos 11:18. Assim, sem controvérsias, foi vencido o preconceito, abandonou-se o exclusivismo estabelecido pelo costume durante séculos, e abriu-se o caminho para que o evangelho fosse proclamado aos gentios.” Atos dos Apóstolos, 78

“O concílio que decidiu esse caso era composto dos apóstolos e mestres que se haviam destacado no trabalho de fundar igrejas cristãs judaicas e gentias, juntamente com delegados escolhidos de vários lugares. Estavam presentes anciãos de Jerusalém e delegados de Antioquia, e as igrejas mais influentes estavam representadas. O concílio se conduziu de acordo com os ditames de iluminado juízo e com a dignidade de uma igreja estabelecida pela vontade divina. Como resultado de suas deliberações, todos eles viram que o próprio Deus dera resposta à questão, concedendo aos gentios o Espírito Santo; e sentiram que era sua parte seguir a orientação do Espírito.” Atos dos Apóstolos, 108

Devemos tomar muito cuidado para que as tradições e ideias humanas não tomem o lugar da verdade revelada por Deus na Bíblia. O progresso da mensagem do evangelho não deve ser detido por preconceitos e preferências pessoais, mas sim devemos estar desbloqueados para anunciar o evangelho à todas as pessoas, pois para Deus “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” Gálatas 3:28. E, “É porventura Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente.” Romanos 3:29


Luís Carlos Fonseca

Sem comentários:

Enviar um comentário