COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 12 (III TRIMESTRE DE 2017) VIVER EM ESPÍRITO
OBJETIVOS DA LIÇÃO: Compreender que, embora na vida de todos os cristãos
exista um conflito entre os desejos da carne e os do Espírito, a
vida cristã não precisa ser condenada ao fracasso. Sendo que Cristo
venceu o poder do pecado e da morte, o Espírito Santo pode reinar na
vida cristã, trazendo um suprimento diário da graça de Deus, que
nos capacita a manter sob controle os desejos da carne.
VERSO
ÁUREO: “Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo
nenhum satisfarão os desejos da carne” Gál 5:16.
INTRODUÇÃO
(sábado 9 de setembro) - Um
dos hinos cristãos mais amados é “Manancial de Toda Bênção”
do hinário adventista nº
214, de Robert Robinson. No entanto, esse compositor nem sempre foi
um homem de fé. A morte do pai o deixou irado, e ele caiu na
depravação e embriaguez. Depois de ouvir o famoso pregador George
Whitefield, Robinson entregou a vida ao Senhor, tornou-se um pastor
metodista e escreveu esse hino que, originalmente, incluía os
versos: “Oh, à graça quão grande devedor/Diariamente estou
constrangido a ser!/Que Tua bondade, como uma corrente, prenda a Ti
meu coração errante”.
Incomodado com as palavras sobre o desvio do coração do cristão, alguém mudou as palavras dessa estrofe: “Inclinado a adorar, Senhor, eu o sinto, inclinado a amar ao Deus a quem eu sirvo”.
Apesar das boas intenções do editor, as palavras originais descrevem com precisão a luta cristã. Como cristãos, temos duas naturezas, a carnal e a espiritual, e elas estão em conflito. Conquanto nossa natureza pecaminosa sempre esteja propensa a se afastar de Deus, se estivermos dispostos a nos render ao Seu Espírito, não temos que ser escravizados aos desejos da carne. Essa é a essência da mensagem de Paulo nos textos da lição desta semana.
“Ninguém
precisa deixar de alcançar em sua esfera a perfeição do caráter
cristão. Pelo sacrifício de Cristo, foi tomada providência para
que o crente receba todas as coisas que dizem respeito à vida e
piedade. Deus nos convida a alcançarmos a norma da perfeição, e
põe diante de nós o exemplo do caráter de Cristo. O Salvador
mostrou, por meio de Sua humanidade consumada por uma vida de
constante resistência ao mal, que, com a cooperação da Divindade,
podem os seres humanos alcançar nesta vida a perfeição de caráter.
Esta é a certeza que Deus nos dá de que também nós podemos
alcançar a vitória completa. Perante o crente é apresentada a
maravilhosa possibilidade de ser semelhante a Cristo, obediente a
todos os princípios da lei. ... A santidade que a Palavra de Deus
declara dever ele possuir antes que possa ser salvo, é o resultado
da operação da divina graça, ao submeter-se à disciplina e
restritoras influências do Espírito de verdade. A obediência do
homem só pode ser aperfeiçoada pelo incenso da justiça de Cristo,
o qual enche com a divina fragrância cada ato de obediência. A
parte do cristão é perseverar em vencer cada falta. Constantemente
deve orar para que o Salvador sare os distúrbios de sua alma enferma
do pecado. Ele não tem sabedoria ou a força para vencer; isso
pertence ao Senhor, e Ele os outorga a todos os que em humildade e
contrição dEle buscam auxílio.” Atos
dos apóstolos, 530- 532
Como
ser vencedor em Jesus? Muitos têm a ideia de que na hora da
conversão Deus tira de nós a natureza pecaminosa e a joga fora para
sempre, colocando em substituição a nova natureza que gosta de
obedecer e amar. Isto não é completamente verdade. Infelizmente não
é assim que as coisas acontecem. Ao converter-nos, Deus coloca
dentro de nós uma nova natureza, a natureza de Cristo. Mas o que
acontece com a velha natureza pecaminosa? Ela não sai, como muitos
imaginam. Ela fica ali, agonizante. Aquela parte que existe dentro de
nós que gosta de pecar, fica esmagada e mortalmente ferida.
E
agora?
Depois
da conversão passamos a ser pessoas com duas naturezas: a natureza
de Cristo, nova, recém-implantada e a velha natureza pecaminosa,
"esmagada e mortalmente ferida" que continua dentro de nós.
O ideal seria que a velha natureza permanecesse sempre mortalmente
ferida. Mas essa situação não é definitiva; é circunstancial. Na
primeira oportunidade que receber alimento, ela ressuscitará; e se
continuar sendo alimentada, ela recuperará completamente as forças
e lutará para expulsar de nossa vida a nova natureza. Devemos
alimentar a natureza espiritual a cada dia.
DOMINGO
(10 de setembro) ANDAR EM ESPÍRITO - Andar
é uma metáfora tirada do Antigo Testamento que refere-se à maneira
pela qual uma pessoa deveria se comportar. Paulo, que era judeu,
muitas vezes fez uso dessa metáfora, em suas cartas, para descrever
o tipo de conduta que deve caracterizar a vida cristã. O uso que ele
fez dessa metáfora provavelmente estivesse ligado também ao
primeiro nome a ser associado com a igreja primitiva. Antes que os
seguidores de Jesus fossem chamados cristãos, eles eram conhecidos simplesmente como seguidores do
“Caminho." Isso sugere que, em uma época muito antiga, o cristianismo não era
apenas um conjunto de crenças teológicas centralizadas em Jesus,
mas era também um “caminho” de vida a ser “percorrido”.
De
que forma a metáfora de Paulo, sobre andar, era diferente daquela
encontrada no Antigo Testamento? Compare
Êxodo
16:4; Lev 18:4; Jer. 44:23 com
Gál
5:16,
25 e Rom 8:4. A
conduta no Antigo Testamento não era definida simplesmente como
“andar”, porém mais especificamente como “andar na lei”.
Halakhah é o termo legal que os judeus usavam para se referir às
regras e regulamentos encontrados tanto na lei quanto nas tradições
rabínicas de seus antepassados. Embora Halakhah normalmente seja
traduzida como “lei judaica”, na verdade a palavra tem por base o
termo hebraico para “andar” e significa literalmente “a maneira
de andar”.
Os comentários de Paulo sobre “andar no Espírito” não são contrários à obediência à lei. Ele não sugeriu que os cristãos devem viver de uma forma que transgrida a lei. É importante repetir: Paulo não se opôs à lei nem à obediência à lei.
O que ele combateu foi a forma legalista pela qual a lei estava sendo mal utilizada. A obediência genuína que Deus deseja nunca poderá ser alcançada por obrigação exterior, mas apenas pela motivação interior produzida pelo Espírito, conforme Gal. 5:18 “Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei.”
Como
tem sido sua experiência de “andar no Espírito”? Como você faz
isso? Que práticas em sua vida dificultam esse tipo de caminhada?
Como
vimos na introdução, após a conversão, temas duas naturezas em
nós. Os seres humanos alimentam mais a natureza pecaminosa e esta é
a causa do fracasso constante de muitos, mesmo depois de nossa
entrega a Cristo. Deus realizou em nós o milagre da conversão,
implantou em nosso coração a nova natureza, mas nós, tendemos a não cuidarmos
dela, não a alimentamos e em consequência disso a velha natureza está
sempre tomando o controle de nossa vida.
Como
é que devemos alimentar a natureza espiritual?
Através dos cinco sentidos. Tudo o que entra em nossa mente através
dos sentidos é alimento para uma ou para outra natureza.
Especialmente aquilo que vem através da visão e da audição. Este
é o motivo porque precisamos ser cuidadosos na escolha dos programas
que assistimos, dos filmes que vemos, das revistas e livros que
lemos, das conversas das quais participamos e das músicas que
ouvimos. Ler a Bíblia, o Espírito de Profecia, ouvir músicas
sacras, orar e participar das reuniões da igreja permite-nos viver no Espírito
Santo.
“Embora
a obra do Espírito seja silenciosa e imperceptível, seus efeitos
podem ser vistos. Se o coração foi renovado pelo Espírito de Deus,
a vida dará testemunho disso. Apesar de nada podermos fazer para
mudar o coração e entrar em harmonia com Deus, mesmo que não
devamos em absoluto confiar em nós mesmos, nem em nossas boas ações,
a vida vai revelar se a graça de Deus habita em nós. Uma mudança
será notada no caráter, hábitos e propósitos. Será claro e
decisivo o contraste entre o que eram antes e o que são agora. O
caráter é revelado não por boas obras nem por erros ocasionais,
mas pela tendência que palavras e atos costumeiros revelam.”
Caminho
a Cristo, 372.
SEGUNDA-FEIRA (11 de setembro) O CONFLITO DO CRISTÃO – Este é o texto principal para hoje: “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” Gálatas 5:17. Ver também Rom 7:14-24
Você
tem experimentado a realidade difícil e dolorosa dessas palavras?
A
luta que Paulo descreveu não é a luta de todo ser humano. Esta luta refere-se especificamente a luta
interior
que existe no cristão. Visto que os seres humanos nascem em harmonia
com a
natureza pecaminosa,
ver Rom. 8:7, é somente quando nascemos de novo pelo Espírito Santo, que um conflito
espiritual realmente começa a surgir, ver João 3:6. Isso não significa que os não cristãos nunca experimentam
conflitos morais; eles certamente os experimentam. Mas, mesmo esse
conflito, em última análise, é resultado da atuação do Espírito.
A luta do cristão, no entanto, assume nova dimensão, porque o
cristão tem duas naturezas que estão em guerra uma com a outra: a
carnal
e a espíritual.
Ao longo da história, os cristãos têm ansiado por alívio dessa luta. Alguns têm procurado pôr fim ao conflito retirando-se da sociedade, enquanto outros têm afirmado que a natureza pecaminosa pode ser erradicada por algum ato da graça de Deus. Ambas as tentativas estão equivocadas. Embora certamente possamos subjugar os desejos da carne pelo poder do Espírito, o conflito continuará de várias formas, até que recebamos um novo corpo na segunda vinda de Jesus. Fugir da sociedade não ajuda porque, não importa aonde formos, levaremos a luta conosco até a morte ou até a volta de Cristo.
Quando Paulo escreveu em Romanos 7 sobre o conflito interior nos cristãos, como impedindo-os de fazer o que querem, ele estava enfatizando a total extensão desse conflito. Visto que possuímos duas naturezas, estamos literalmente nos dois lados da batalha ao mesmo tempo. Nossa natureza espiritual deseja o que é espiritual e detesta o que é carnal. Nossa natureza carnal, no entanto, anseia as coisas da carne e se opõe ao que é espiritual. Sendo que a mente convertida, por si mesma, é muito fraca para resistir à carne, a única esperança que temos de subjugar a carne é tomar uma decisão diária de nos colocarmos ao lado do Espírito contra nossa natureza pecaminosa. Por isso Paulo insistiu tanto em que os cristãos decidissem andar no Espírito.
Com
base em sua experiência da batalha entre essas duas naturezas, que
conselho você daria para um cristão que esteja tentando resolver
essa luta interminável contra si mesmo?
Enquanto
estivermos neste mundo, não há meios de nos livrarmos da natureza
carnal completamente, embora possamos tornar a luta mais leve,
deixando de alimentar a natureza má. Podemos manter a natureza má
mortalmente ferida e agonizante, mas jogá-la fora de nosso ser, não
é possível. Esta obra pertence a Deus.
E,
graças a Deus, o apóstolo Paulo diz: "Eis
aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas
todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de
olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque
convém que isto que é corruptível se revista da
incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da
imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade,
então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte
na vitória I Coríntios 15:1-54. Amém?
Somos
convidados a fugir da tentação: “Em vista dos tempos
perigosos que atravessamos, não deveríamos, como um povo que guarda
os mandamentos de Deus, renunciar a todo pecado, iniqüidade e
perversidade? Não deviam as mulheres que professam a verdade pôr-se
em estrita guarda, a fim de não darem o menor pretexto para qualquer
intimidade indevida? Poderão fechar muitas portas à tentação
observando perfeito recato e conduta exemplar. Que os homens se
inspirem no exemplo de José, sustentando firmemente seus princípios
por mais tentados que sejam. Temos de ser homens e mulheres fortes ao
lado do direito. Há ao redor de nós muitas pessoas fracas do ponto
de vista moral. Essas necessitam da comunhão das que são fortes e
cujo coração está estreitamente ligado ao de Cristo. Os princípios
de cada um hão de ser postos à prova. Mas há pessoas que correm ao
encontro da tentação como um louco que se mete a si próprio em
cadeias. Convidam o inimigo a tentá-las. Debilitam-se e
enfraquecem-se em força moral, e a vergonha e a confusão são a
natural conseqüência.” Test. para a Igreja, vol 5, 601
TERÇA-FEIRA
(12 de setembro) AS OBRAS DA CARNE - Tendo
introduzido o conflito que existe entre a carne e o Espírito, em Gálatas 5:18-26, Paulo discorreu sobre a natureza desse contraste, por meio de uma
lista de vícios e virtudes éticas. A lista de vícios e virtudes
era uma característica bem estabelecida tanto na literatura judaica
quanto na greco-romana. Essas listas identificavam o comportamento a
ser evitado e as virtudes a ser imitadas.
Examine
cuidadosamente a listas de vícios e virtudes na passagem
a seguir:
“Porque
as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério,
fornicação, impureza, lascívia,
idolatria,
feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias,
invejas,
homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas,
acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que
cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.
Mas
o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança.
Contra
estas coisas não há lei.
E
os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências.” Gál.
5:19-24.
Ver também Marcos
7: 21 e 22; I Pedro 4:3; I Timoteo 3:2 e 3 e Apoc 21:8
Embora
Paulo estivesse bem consciente da lista de vícios e virtudes,
existem diferenças significativas na maneira pela qual ele usou as
duas listas em Gálatas. Em primeiro lugar, Paulo contrastou as duas
listas, mas não se referiu a elas da mesma forma. Ele rotulou a
lista dos vícios como “obras da carne” e a lista das virtudes
como “fruto do Espírito”. Essa é uma distinção importante.
Como James D. G. Dunn escreveu: “A carne exige, mas o Espírito
produz. Enquanto uma lista respira uma ansiosa auto
afirmação
e frenética satisfação pessoal, a outra fala mais de preocupação
pelos outros, serenidade, capacidade de recuperação e
confiabilidade. Uma lista é caracterizada pela manipulação humana;
a outra, pela capacitação divina ou pela atuação da graça,
reforçando a ideia de que a transformação interior é a fonte da
conduta responsável” The Epistle to the Galatians - A Epístola aos
Gálatas, p. 308.
A segunda diferença interessante entre as duas listas de Paulo é que a lista dos vícios é deliberadamente colocada no plural: “obras da carne”. “Fruto do Espírito”, no entanto, está no singular. Essa diferença pode sugerir que viver de acordo com a carne pode promover nada mais do que divisão, tumulto, discórdia e separação. Em contrapartida, viver no reino do Espírito produz o fruto do Espírito, que se manifesta em nove qualidades que promovem a unidade.
Nesse contexto, algumas pessoas afirmam que, seja qual for a crença de alguém acerca de Deus, isso realmente não importa, desde que a pessoa seja sincera. Nada poderia estar mais longe da verdade. A lista dos vícios, apresentada por Paulo, sugere o oposto: a crença pervertida sobre Deus leva a ideias distorcidas sobre o comportamento sexual, religião e ética, resultando na degradação das relações humanas. Além disso, também podem levar à perda da vida eterna como vemos em Gálatas 5:21
Examine
a lista de obras da carne. Você considera cada uma delas como
violação de um ou mais dos Dez Mandamentos?
A
carne representa a
nossa
natureza humana que
está
manchada pelo pecado.
Todos sofremos com as tentações que vêm de nossa natureza
pecaminosa, porque todos somos pecadores. Mas quem é salvo por Jesus
tem uma vida nova, dedicada a Deus e
não
ao pecado. Todo filho
de Deus
é chamado para viver pelo Espírito Santo. Quem é salvo agora
enfrenta uma luta interna entre seu espírito, que é guiado pelo
Espírito Santo, e sua carne, que ainda é influenciada pelo pecado.
Lutar contra a carne significa lutar
contra as tentações naturais
da vida, rejeitando o pecado. Amém?
A
Bíblia diz que quem pratica essas coisas não tem lugar no Céu.
Mas,
quando uma pessoa se converte, Deus muda sua natureza e purifica do
pecado, ver Romanos 8:9. Agora o crente tem uma vida nova, guiada pelo Espírito Santo! Amém?
QUARTA-FEIRA
(13 de setembro) O FRUTO DO ESPÍRITO – Este é
o texto para hoje: “Mas
o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas
coisas não há lei.” Gál
5:22, 23
Os
Dez Mandamentos não são uma alternativa ao amor; eles ajudam a nos
guiar na maneira pela qual devemos demonstrar o amor a Deus e à
humanidade. Por mais que possa transcender à letra da lei, o amor
não está em conflito com a lei. A ideia de que o amor a Deus e ao
próximo anula os Dez Mandamentos faz quase tanto sentido quanto
dizer que o amor pela natureza anula a lei da gravidade.
Além disso, em contraste com as quinze palavras que descrevem as obras da carne, o fruto do Espírito é descrito em nove virtudes graciosas. Estudiosos acreditam que essas nove virtudes estão organizadas em três grupos de três, mas quase não há consenso sobre o significado da sua ordem. Alguns vêem no número três uma implícita referência à trindade; outros acreditam que os três trios refletem as maneiras pelas quais devemos nos relacionar com Deus, com o próximo e, finalmente, com nós mesmos. Outros veem a lista como, essencialmente uma descrição de Jesus. Embora cada um desses pontos de vista tenha algum mérito, não devemos ignorar o ponto mais significativo, que é a importância suprema que Paulo dá ao amor na vida cristã.
Não é acidental o fato de que o amor aparece como a primeira das nove virtudes na lista de Paulo. Ele já havia destacado o papel central do amor na vida cristã em Gálatas 5:6 e1 3, e o tinha incluído em suas listas de virtudes em outros lugares como em II Cor. 6:6 e I Tim 4:12. Enquanto todas as outras virtudes aparecem também em fontes não cristãs, o amor é distintamente cristão. Tudo isso indica que o amor deve ser visto não apenas como uma virtude entre muitas, mas como a principal virtude cristã, que é a chave para todas as outras virtudes. O amor é o mais elevado fruto do Espírito. Ver I Cor. 13:13 e Rom. 5:5 e deve definir a vida e as atitudes de todo cristão por mais difícil que seja, às vezes, demonstrar amor.
Quanta
abnegação está envolvida no amor? Você pode amar sem renunciar a
si mesmo? O que Jesus nos ensina sobre amor e abnegação?
“Quando
uma pessoa está inteiramente vazia do próprio eu, quando todo falso
deus é expulso da alma, o vazio é preenchido com a comunicação do
Espírito de Cristo. Essa pessoa possui a fé que purifica a alma de
contaminação. Está de conformidade com o Espírito, e pensa nas
coisas do Espírito. Não confia em si mesma. Cristo é tudo em
todos. Recebe com mansidão a verdade que vai sendo continuamente
revelada, e rende a Deus toda a glória, dizendo: “Deus no-las
revelou pelo Seu Espírito”. ...O Espírito que revela, também
opera na pessoa os frutos da justiça. Cristo está nela, “uma
fonte de água a jorrar para a vida eterna". João 4:14...
É um ramo da Videira Verdadeira, e produz ricos cachos de fruto para
a glória de Deus. Qual é o caráter do fruto produzido? O fruto
do Espírito é “amor”, não ódio; “alegria”, não
descontentamento e queixumes; “paz”, não irritação, ansiedade.
É “longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão,
domínio próprio”. Os
que possuem esse Espírito são sinceros coobreiros de Deus; os seres
celestiais cooperam com eles, e vão cheios do espírito da verdade
que levam. Falam palavras de sólido juízo, e do tesouro do coração
tiram coisas puras, sagradas, segundo o exemplo de Cristo.Obreiros Evangélicos, 286 e 287.
QUINTA-FEIRA
(14 de setembro) O CAMINHO PARA A VITÓRIA -
Embora
sempre aconteça um angustiante conflito entre a carne e o Espírito
no coração de cada cristão, a vida cristã não precisa ser
dominada pela derrota, fracasso e pecado. Jesus
garantiu
a nossa vitória na cruz. Ele está bem pertinho de nós
nas horas de luta. Nos momentos em que você acha que todo mundo o
abandonou, que você nunca conseguirá, que você é um fracasso
completo, lembre-se
de que Ele está aí, amando-o, perdoando-o, sustentando-o. Amém?
De
acordo com, Gál. 5:16-26 qual é a chave para ter uma vida em que o Espírito domine
sobre a carne?
Gálatas
5:16-26 contém
cinco verbos fundamentais que descrevem o tipo de vida na qual o
Espírito reina. Em primeiro lugar, o cristão precisa “andar” no
Espírito, v 16 O verbo grego é peripateo, que significa literalmente “passear”
ou “seguir”. Os seguidores do famoso filósofo grego Aristóteles
passaram a ser conhecidos como peripatéticos porque eles seguiam
Aristóteles em todos os lugares aonde ele ia. O fato de que o verbo
está no presente do indicativo significa que Paulo não estava
falando de uma caminhada ocasional, mas de uma contínua experiência
diária. Além disso, uma vez que a ordem também é para andar no
Espírito, isso implica que andar no Espírito é uma escolha que
temos que fazer diariamente.
O segundo verbo é “ser guiado" v 18 Isso sugere que também precisamos permitir que o Espírito nos guie aonde devemos ir, ver Rom. 8:14 e I Cor. 12:12. Nossa tarefa não é liderar, mas seguir.
Os próximos dois verbos aparecem em Gál. 5:25. O primeiro é “viver”, zao em grego. Com o verbo “viver”, Paulo se referiu à experiência do novo nascimento, que deve marcar a vida de cada cristão. O uso que Paulo fez do tempo presente aponta para a experiência do novo nascimento, que deve ser renovada diariamente. Conforme o que Paulo escreveu, desde que vivemos pelo Espírito, também precisamos “andar” pelo Espírito. A palavra traduzida como “andar” é diferente da utilizada no v. 16. Aqui a palavra é stoicheo, um termo militar que significava literalmente “colocar em ordem”, “manter-se no mesmo passo”, ou “sujeitar-se”. A ideia aqui é de que o Espírito não apenas nos dá vida, mas também deve orientar diariamente nossa vida.
O verbo que Paulo usou no verso 24 é “crucificar”. Isso é um pouco chocante. Se devemos seguir o Espírito, precisamos tomar uma firme decisão de sacrificar os desejos da carne. Naturalmente, Paulo estava falando no sentido figurado. Crucificamos a carne alimentando nossa vida espiritual e matando de fome os desejos da carne.
Que
mudanças e escolhas você deve fazer para alcançar as vitórias
prometidas em Cristo, e que até hoje não conseguiu obter?
“Ser
nascido de novo, justificado, convertido; esse é o começo. E o
crescimento em Cristo? E a experiência que deve durar o restante de
nossa vida, a qual é chamada de santificação? Os cristãos
verdadeiramente nascidos de novo não apenas falam de Cristo, mas
através de sua vida testificam, de fato, que são seguidores de
Jesus Cristo. O reavivamento depende do novo nascimento, e a reforma
é o resultado de uma vida de obediência pelo poder do Espírito
Santo, que “o Céu espera para nos conceder”...
A
vida cheia do Espírito resulta não apenas em vitória pessoal sobre
o pecado, mas também em um renovado desejo e especial habilidade
para partilhar a vida cristã e a esperança com outras pessoas.
Revestidos do poder do Espírito Santo, os fiéis saem para proclamar
a última mensagem que deve preparar um povo para o retorno do
Senhor. Satanás fará tudo que estiver ao seu alcance para frear
esse processo. Ele vai tentar nos convencer de que existem
atalhos, outras formas de desenvolver o relacionamento com Deus que
garante uma vida cristã frutífera. Ele vai apresentar imitações
do poder do Espírito, que parecerão tão reais, a ponto de
conseguir enganar os que não mantêm uma relação profunda e viva
com Deus, fundamentada na Bíblia. Este livro serve, entre outras
coisas, para ajudar os leitores a distinguir entre a verdade e o
engano.” Reavivamento
Verdadeiro, 75
SEXTA-FEIRA
(15 de setembro) LEITURA ADICIONAL DA
LIÇÃO 12 (III TRIMESTRE DE 2017) VIVER
EM
ESPÍRITO – Com a volta de Cristo Deus arrancará de nós a velha natureza e a jogará fora, para sempre. Aí sim, não haverá
mais luta, mais conflito interior, mais vontade de pecar. Tornaremos
a ser homens com uma só natureza, a natureza de Cristo, perfeita e
que se deleita em amar, obedecer e andar nos caminhos de Deus.
Enquanto esse dia não chegar, vamos aprender a conviver com a velha
natureza, matando-a de fome, desnutrindo-a, asfixiando-a e
alimentando constantemente a nova natureza.
“A
vida do cristão não é muito fácil. Ele tem duros conflitos a
enfrentar. Tentações difíceis o assaltam. ‘A carne deseja o que
é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à
carne’ (Gl 5:17, NVI). Quanto mais perto chegarmos do fim da
história da Terra, mais ilusórios e sedutores serão os ataques do
inimigo. Seus ataques se tornarão mais violentos e mais frequentes.
Os que resistirem à luz e à verdade se tornarão mais endurecidos,
insensíveis e mais severos contra os que amam a Deus e guardam os
Seus mandamentos” MS 33, 1911; Comentários de Ellen G. White, SDA
Bible Commentary, v. 6, p. 1.111.
“A influência do Espírito Santo é a vida de Cristo no coração. Não vemos Cristo nem falamos com Ele, mas o Espírito Santo está bem perto de nós tanto em um lugar como no outro. Ele atua em e através de todos os que recebem Cristo. Aqueles que conhecem a presença do Espírito no íntimo revelam os frutos do Espírito; amor, alegria, paz, longanimidade, mansidão, bondade e fé” MS 41, 1897; Comentários de Ellen G. White, SDA Bible Commentary, v. 6, p. 1.112.
Perguntas
para reflexão da lição:
1.
Pense mais na ideia de crucificar os desejos da carne. O que isso
significa? Como podemos fazer isso? Com que frequência temos que
fazer isso? Por que Paulo usou um verbo tão forte? O que o uso da
palavra crucificar nos diz sobre quanto é difícil a batalha contra
o eu?
2.
O esforço humano desempenha algum papel na produção do fruto do
Espírito? O que sua experiência diz sobre esse papel?
3.
Paulo disse que os que praticam as obras da carne não herdarão o
reino de Deus. Como você concilia essa declaração com o fato de
que Paulo diz que somos salvos pela fé e não pelas obras?
Luís
Carlos Fonseca
Mais uma vez, obrigado Luis! Seus comentários nos beneficiam muito.
ResponderEliminarDeus o abençoe!
Onofre