quarta-feira, 3 de agosto de 2011

HISTÓRIA REAL DE UM CRENTE NA ERA LAODICEANA (Parte VIII)


 Chegamos ao final de nossa entrevista. Estamos agradecidos a Deus pelo privilégio de testemunhar de Seu amor e poder. Tudo que é de bom vem do Senhor. Respondendo a alguns, o irmão “Z” disse ter escolhido especificamente esse pseudônimo por identificar-se com Zaqueu, que ao conhecer pessoalmente Jesus recebeu perdão e salvação, e como consequência tomou decisões de mudanças radicais em sua vida.
Se você tiver algum comentário ou crítica sobre o conteúdo da entrevista, fique à vontade para enviar-nos. Nosso desejo é fazer o melhor para Cristo e Sua Causa, mas lembre-se que somos humanos e falíveis, portanto, seja um bereano e use o critério de Isaías 8:20.


Irmão “Z”, o bloco anterior terminou com sua declaração de que podemos vencer assim como Jesus venceu. Isso significa que se vivemos uma vida sem esse tipo de vitória, essa responsabilidade é nossa?
Preciso fazer uma pequena correção na sua pergunta. A declaração de que podemos vencer como Jesus venceu não é minha, mas da mensageira do Senhor, registrada em dezenas e dezenas de textos inspirados pelo Espírito Santo. Pesquise e você ficará admirado de como esse assunto é tratado com tanto destaque. Apesar de ser um aluno iniciante na escola de Cristo, tenho buscado, com oração e súplica, passar essa mensagem desde o primeiro bloco desta entrevista. Lembre-se de que somos salvos pela fé, mas julgados pelas obras. Compreender esse aspecto do Plano da Redenção é fundamental para entender o significado de fé e ação. Jesus disse a nós laodiceanos: conheço as tuas obras e sei que és morno. Veja que as obras refletem se somos mornos; foi Jesus quem disse, não eu. “A melhor evidência que podemos ter de nossa ligação com Deus é que O obedecemos” (coloque entre aspas, por favor, pois essa frase é de Ellen White). Veja: obra sem fé genuína é legalismo que leva à perdição, por outro lado, fé sem obras é presunção e nada vale, é morta como diz o apóstolo Tiago. Veja quão importante é suplicar por clareza sobre a relação entre fé e obras. Antes de minha conversão não considerava esse assunto relevante, mas como está escrito em Mensagens aos Jovens, à página 148, “não há na vida de um verdadeiro cristão, coisas não essenciais”.

Gostaria de um exemplo para ilustrar esse conceito. É possível?
Você se lembra quando a arca de Deus foi indevidamente manuseada pelos filisteus ao devolverem-na aos israelitas? Tocaram nela e nada lhes aconteceu porque desconheciam as ordens de Deus, mas... Uzá, que conhecia os estatutos, morreu ao tocar a mesma arca, apesar do pretexto de ampará-la de uma queda; e milhares de israelitas também morreram porque “apenas” olharam para o seu interior, porque tinham instrução sobre isto, portanto eram responsáveis.

Irmão “Z”, quando então nos tornamos responsáveis por nossos atos?
Na medida de nossa capacidade de escolher entre o certo e o errado. Sabe por que nossa Igreja não batiza crianças? Porque elas não possuem discernimento, portanto não são responsáveis por seus atos. Veja como Deus é justo: em Efésios 1 lemos que todos foram destinados à salvação. Quer dizer então que todos serão salvos? De forma alguma, a minoria será salva. Lembra-se do dilúvio? Quantos entraram na arca? Assim como foi nos dias de Noé, assim será também na vinda do Filho do homem. São palavras do próprio Jesus. Em Romanos 9:27 lemos que só um restinho será salvo. Jesus também falou que poucos entrarão pela porta estreita que conduz à vida. Então, meu amigo, em Efésios 1:5 está escrito que a salvação é oferecida a todos, não atribuída a todos. Somente aqueles que aceitam o convite do Espírito e vivem pelo poder do Espírito podem ser salvos pela graça de Cristo. Você concorda?

Mas irmão “Z”, e quem não escolhe a salvação, mas também não escolhe a perdição?
Impossível, não existe neutralidade, Jesus disse: Quem comigo não ajunta, espalha. Também disse que é impossível servir a dois senhores. O destino do homem, quer para a salvação quer para a condenação eterna, é resultado de escolha. Há muitos textos bíblicos que ensinam assim: escolhei hoje a quem sirvais...; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta...; se hoje ouvirdes a minha voz não endureçais vosso coração; etc. Portanto, nem a salvação, nem a condenação eterna são atribuídas automaticamente por nascimento, mas por escolha. Deus é justo, Ele não condena alguém por crer em uma mentira, mas por descrer ou rejeitar a verdade quando esta de alguma maneira lhe alcança o entendimento.

Irmão “Z”, mas a condenação não vem pelo nosso nascimento, como por herança?
Meu amigo, em Apocalipse está dito que o lago de fogo foi preparado para o diabo e seus anjos, não para os filhos de Adão. Veja que o diabo e seus anjos já foram condenados porque definiram tal escolha, mas ao homem é dado um tempo de graça para usarem o livre arbítrio,
isto é, o direito de escolha. O diabo deve ter muita inveja de você e de mim, pois nós podemos escolher a salvação, creio que por pouco tempo ainda, mas ele não. A morte do Cordeiro desde a fundação do mundo concedeu-nos a oportunidade de viver para escolhermos se queremos ou não servir a Deus de todo o coração, ou seja, se vamos usar o dom do livre arbítrio para escolher se queremos a vida eterna ou a morte eterna. Se fôssemos condenados ao lago de fogo ao nascer que direito de escolha nos teria sido dado? Note que estamos falando da segunda morte.

Então, o que de fato herdamos de Adão?
Pela culpa de seu pecado, herdamos de Adão a primeira morte e a natureza pecaminosa, que como vimos, por si só não é pecado. A segunda morte cada um escolhe ao rejeitar a salvação. Vou ilustrar: ao nascer recebemos uma arma carregada (natureza pecaminosa), portar a arma não é pecado. Pecar é apertar o gatilho, e todos os homens escolheram apertar, exceto Cristo. Glória a Deus, que em Cristo encontramos perdão e poder para viver segundo o Espírito e não segundo a carne. O fato de termos uma arma carregada, mesmo depois de aceitar a salvação (conversão), não nos obriga a sair atirando quando provocados. Lembre-se: nenhuma tentação nos sobrevirá acima do que podemos suportar. Quem fez essa promessa nunca falhou e nunca falhará. Louvado seja o Senhor pelo poder que outorga a nós, frágeis e falíveis criaturas; assim somos mais do que vencedores, por Aquele que nos amou.

Irmão “Z”, por gentileza, parece-me que ficou claro que a salvação é por aceitação e não por herança, mas a questão da condenação eterna ser também por escolha não me parece que ficou claro, ainda.
Meu objetivo em participar desta entrevista é motivar os leitores a buscarem uma experiência íntima com Deus, a fim de viverem segundo a Sua vontade. Sugiro que o leitor interessado em se aprofundar sobre qualquer assunto que aqui foi abordado sem preocupação com a formalidade de um estudo, busque a direção do Espírito e a Fonte Pura da Verdade (Bíblia e Espírito de Profecia). No entanto, gostaria apenas de comentar Romanos 5:18, onde lemos que a condenação veio a todos nós por um homem – Adão, e a salvação também veio a todos nós por um homem – Jesus. Note que este verso inicia pela expressão: “assim como”, em outras versões “semelhantemente”, indicando que há um paralelo entre a salvação e a condenação. Sabemos que a salvação é por escolha do homem, e pela expressão “semelhantemente” podemos crer que a condenação aqui citada também é por escolha, não por nascimento. Ou seja, assim como a salvação não é atribuída automaticamente, mas depende da escolha do homem, da mesma forma ocorre com a condenação eterna. Deus é justo.

E o que seria então a primeira morte?
A respeito da primeira morte o mesmo autor de Romanos diz em Filipenses: “para mim o morrer é lucro”. Logo, essa morte não é o castigo eterno. Jesus disse que a primeira morte é apenas um sono. Vejamos também Romanos, verso 12, que diz: ”Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, visto que todos pecaram” (versão SBB). Veja o que está escrito: não é porque todos nasceram que a morte passou a todos os homens, mas porque todos pecaram. Portanto, é da segunda morte que o apóstolo está falando nestes versos. Se não tivermos claro essa diferença, fica comprometido o entendimento desse assunto.

A afirmação de Davi “em pecado me concebeu minha mãe”, não quer dizer que ele herdou o pecado da mãe?
Leia o que diz o verso, é perigoso ir além do que está escrito. Se você me diz “em Minas Gerais me concebeu minha mãe”, devo entender que você nasceu dentro do Estado de Minas Gerais ou que você nasceu com Minas dentro de você? Ou ainda, “em dor me concebeu minha mãe”, devo entender que a dor era da mãe ou do bebê? A resposta me parece óbvia. Davi foi concebido por uma mãe pecadora e nasceu em um mundo de pecado, mas não está escrito que o bebê herdou o pecado de sua mãe. Além disso, temos que ver o que os demais textos sobre esse tema nos revelam. Há muitos, mas vou citar dois apenas: Jeremias 31:29 e 30, “Naqueles dias nunca mais dirão: Os pais comeram uvas verdes e os dentes dos filhos se embotaram. Mas cada um morrerá pela sua iniquidade...”, e Ezequiel 18:20, “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele”. Gostaria também de dar um contra-exemplo.

Contra-exemplo? Agora fiquei curioso. Vá em frente, por gentileza.
É muito perigoso basearmos nossa crença em um único verso. Deus nos ensina como devemos estudar a Sua Palavra, um pouco aqui, um pouco ali, mandamento sobre mandamento, regra sobre regra. Crenças baseadas em um único verso são perigosas, pois mesmo Satanás fez uso de versos isolados das Escrituras para tentar a Cristo. Vejamos, agora, o que a Bíblia nos revela sobre o nascimento de João Batista. Peço licença para ler Lucas 1:6 que fala sobre Zacarias e Isabel: “E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor”. Que declaração! Quão maravilhoso seria que cada um de nós pudesse obter hoje essa mesma declaração dos Céus. Se foi possível a eles, pelo poder
de Deus, por que não seria possível a mim e a você? E veja que Lucas não os classificou como perfeccionistas! Vou continuar a leitura no verso 15, agora a respeito do bebê João Batista: “Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe”. Como se vê, João Batista nasceu cheio do Espírito Santo; então como poderia ele ter ao mesmo tempo algum pecado? A luz e as trevas não coexistem. Ninguém que abriga algum pecado pode ao mesmo tempo ser cheio do Espírito. No entanto, ele nasceu com uma natureza pecaminosa semelhante a todo filho de Adão, portanto ter uma natureza pecaminosa, por si só, não é pecado. Atender aos impulsos ou reclamos dessa natureza sim é pecado. E o único que nunca o fez foi Jesus, nem mesmo por um só pensamento.

Irmão “Z”, muito esclarecedor, já havia lido diversas vezes esses textos, porém nunca relacionei os fatos. Mas, fiquei ainda com algumas dúvidas, por exemplo, e o caso dos que não tem discernimento, como os portadores de deficiência mental?
Meu amigo, teremos a eternidade para estudar o Plano da Redenção. Impossível imaginar quão glorioso será ouvir dos lábios de Jesus a respeito desse inefável tema. Não vejo a hora de irmos para o Lar! A despeito de não compreendermos tudo, o Senhor nos promete suficiente luz e a direção do Espírito para não errarmos o caminho que conduz à salvação. O Espírito de Profecia nos diz que não só os dementes, mas aqueles que não puderem exercer o poder de escolha, como os escravos, sofrerão apenas a primeira morte; será como se nunca tivessem existido. Note, meu caro, que esses não ressuscitarão para receber a salvação, nem a condenação eterna com o diabo e seus anjos no lago de fogo, porque não tiveram como escolher entre o bem e o mal. Mas sofrerão a primeira morte porque está é a herança de todo filho de Adão. Da mesma forma nós, que temos o livre arbítrio, também herdamos de Adão a primeira morte; todavia, como temos capacidade para escolher entre o bem e o mal, receberemos a salvação em Cristo ou a morte eterna com o diabo e seus anjos, conforme nossa escolha. Depende de quem escolhemos como senhor de nossa vida. Seria muito bom decorar Romanos 6:16 : “Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?”.

Irmão “Z”, isso seria uma nova luz?
De forma alguma. Até 1957 não há registro de dúvidas sobre esse tema entre os Adventistas do Sétimo Dia. Pesquise e estude por si mesmo na Bíblia e no Espírito de Profecia com oração e esvaziado de ideias preconcebidas; isto é bem mais do que simplesmente ler. Ao estudar
suplique pela guia do Espírito Santo, pois assuntos espirituais se discernem espiritualmente. O errôneo conceito de que a natureza caída que o homem passou a ter após a queda de Adão se constitui, por si só, em pecado vem de Agostinho, chamado de santo pela Igreja Católica Romana, que atribuiu a essa crença o nome de “pecado original”; e por acreditarem dessa forma os católicos batizam seus bebês. Esse dogma católico aparece entre os evangélicos com nome de “pecado essência”, “pecado intrínseco”, “pecado latente”, etc. Graças a Deus, esse conceito não está nas crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, nem poderia estar, pois no livro inspirado O Grande Conflito, à página 493 lemos: “Nossa única definição de pecado é a que é dada na Palavra de Deus; é: ‘quebrantamento da lei’”. No livro No Deserto da Tentação, à página 90, encontramos: “O apóstolo nos dá a verdadeira definição de pecado: ‘O pecado é a transgressão da lei’ I João 3:4” (por favor, sublinhe, “única” e “verdadeira”). Ora, se o Espírito nos revela qual a única e verdadeira definição de pecado, o que seriam as outras?

Mas irmão “Z”, não há pecados no íntimo do homem que não podem ser abrangidos pela Lei de Deus?
Já falamos sobre isso. Em Hebreus o Senhor nos revela que Sua Palavra é viva e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. Percebeu como nada escapa à Lei de Deus, nem mesmo a omissão? Então esses pecados do íntimo da alma também se enquadram na única e verdadeira definição de pecado, que é quebrantamento da Lei. Não há contradição entre a Bíblia e o Espírito de Profecia. Reestude Tiago 1. Veja que a tentação tem que ser considerada para se tornar em pecado. Ser tentado apenas, não é pecado. Possuir uma natureza caída sujeita ao Espírito Santo também não é pecado. Também já falamos sobre isso. Penso que não seja necessário repetir. Gostaria de acrescentar um exemplo, antes que você me peça.

Isso mesmo, irmão “Z”, já estava pensando nisso.
Ao entrar no Lugar Santíssimo, o sumo sacerdote precisava estar completamente purificado, ou seja, sem pecado; caso contrário, morreria instantaneamente. Se a natureza caída de todo filho de Adão fosse pecado, como o sumo-sacerdote poderia permanecer vivo na presença de Deus? Note que não há como pedir perdão por possuir uma natureza caída, pois não há como arrepender-se dela, visto que não há como abandoná-la. Nossa natureza corruptível será mudada para outra incorruptível somente na glorificação, num piscar de olhos, por ocasião da volta de nosso Senhor Jesus. Mas antes disso (grife o antes por favor) precisamos ser inteira e incondicionalmente fiéis por uma vida continuamente dirigida pelo Espírito Santo, para
estejamos entre os justos e santos ao ser dada a ordem que se encontra em Apocalipse 22:11, “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda”.

Aí sim, irmão “Z”, sem a natureza pecaminosa nunca mais pecaremos.
Querido, não é por essa razão que nunca mais pecaremos. O livre arbítrio não será tirado de nós, mas há uma profecia que garante que a angústia não se levantará pela segunda vez. Amém! Mas veja bem, não é a ausência da natureza pecaminosa que nos fará fiéis, lembre-se que milhões de anjos e também nossos primeiros pais pecaram sem possuírem tal natureza. Assim também, não é a presença da natureza pecaminosa que nos faz pecadores. Há coerência na verdade. O que nos fará fiéis aqui e na eternidade é uma vida de inteira e incondicional submissão a Deus motivada pelo amor que emana de Deus, assim como foi a vida de nosso Modelo Jesus. Veja este texto inspirado que se encontra em Caminho a Cristo, página 72: “Quando tomou sobre si a natureza humana, Cristo ligou a si a humanidade por um vínculo de amor que jamais pode ser rompido por qualquer poder, a não ser a escolha do próprio homem. Satanás estará sempre tentando nos seduzir para nos levar a romper esse laço – escolher separar-nos de Cristo. É aqui que temos necessidade de vigiar, lutar, orar, para que nada nos seduza a escolher outro senhor, o que sempre temos a liberdade de fazer”. “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”.

Qual a sua última mensagem para nossos leitores?
“A condição de vida eterna é hoje justamente a mesma que sempre foi – exatamente a mesma que foi no paraíso, antes da queda de nossos primeiros pais – perfeita obediência à Lei de Deus, perfeita justiça” (Caminho a Cristo, p. 62). Mas note que a obediência é fruto da fé. Devemos suplicar a graça de Cristo, para viver segundo o Espírito e não segundo a carne, conforme está em Romanos capítulo oito. O homem de Romanos sete não é o cristão convertido e sim o morno laodiceano que pensa servir a Deus, mas na verdade é servo do pecado. Não se deixe enganar pelos que dizem que iremos pecar até o fim e ainda assim seremos salvos; essa teoria não está na Palavra de Deus. Que ao fazermos nossas escolhas possamos reproduzir a oração de Cristo no Getsêmani: não seja como eu quero, mas como Tu queres. Não confundamos legalismo com fidelidade, pois as motivações são opostas, e na fidelidade há inteira dependência de Deus. Nossa batalha não é contra o pecado, mas contra o próprio eu, em submetê-lo à vontade de Deus. E para isso devemos fazer diariamente total e incondicional entrega de nossa vontade a Deus, a fim de que o Espírito Santo dirija nossa vida a cada instante.
Por último peço licença para ler um texto que foi fundamental na minha conversão:
“Muitos indagam: ‘Como devo eu fazer a entrega do próprio eu a Deus?’ Desejais entregar-vos a Ele, mas sois faltos de poder moral, escravos da dúvida e dirigidos pelos hábitos de vossa vida de pecado. Vossas promessas e resoluções são como palavras escritas na areia. Não podeis dominar os pensamentos, os impulsos, as afeições. O conhecimento de vossas promessas violadas e dos votos não cumpridos, enfraquece a confiança em vossa própria sinceridade, levando-vos a julgar que Deus não vos pode aceitar; mas não precisais desesperar. O que deveis compreender é a verdadeira força da vontade. Esta é o poder que governa a natureza do homem, o poder da decisão ou de escolha. Tudo depende da reta ação da vontade. O poder da escolha deu-o Deus ao homem; a ele compete exercê-lo. Não podeis mudar vosso coração, não podeis por vós mesmos consagrar a Deus as vossas afeições; mas podeis escolher servi-Lo. Podeis dar-Lhe a vossa vontade; Ele então operará em vós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Desse modo toda a vossa natureza será levada sob o domínio do Espírito de Cristo; vossas afeições centralizar-se-ão nEle; vossos pensamentos estarão em harmonia com Ele.
O desejo de bondade e santidade é, em si mesmo louvável; de nada, porém, valerão essas virtudes, se ficarem somente no desejo. Muitos se perderão enquanto esperam e desejam ser cristãos. Não chegam ao ponto de render a vontade a Deus. Não escolhem agora ser cristãos.
Mediante o conveniente exercício da vontade, pode operar-se em vossa vida uma mudança completa. Entregando a Cristo o vosso querer, aliai-vos com o poder que está acima de todos os principados e potestades. Tereis força do alto para estar firmes e, assim, pela constante entrega a Deus, sereis habilitados a viver a nova vida, a vida da fé”. Este é o tipo de cristianismo que eu desejo para você e para mim. Só assim é possível amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Esta mensagem inspirada está em Caminho a Cristo, páginas 47 e 48. Leiam o capítulo todo, aliás, leiam o livro todo. Estudem por si mesmos a Palavra de Deus, com humildade e oração. Nossa redenção está próxima. 

Animemo-nos uns aos outros com as promessas de Deus.

Mauro Carnassalle.
Luís Carlos Fonseca

Sem comentários:

Enviar um comentário