segunda-feira, 18 de abril de 2016

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 7 (2º trimestre de 2016) SENHOR DOS JUDEUS E DOS GENTIOS

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 7 (2º trimestre de 2016) SENHOR DOS JUDEUS E DOS GENTIOS

VERSO ÁUREO: “Eu, o Senhor, te chamei em justiça, e te tomarei pela mão, e te guardarei, e te darei por aliança do povo, e para luz dos gentios.” Isaías 42:6

INTRODUÇÃO (sábado 7 de maio) – A lição desta semana preocupa-se em mostrar o ministério de Cristo para tentar salvar o povo de Israel espiritual de suas tradições e apostasia que caiu, e também mostra a grande preocupação de Cristo pelos gentios.
  
Quem eram os gentios? A palavra gentil, significa; generoso, amável, cortês, e da qual deriva a 

palavra gentileza. Mas, gentio, no contexto religioso, gentios são todas as pessoas que não eram do povo judeu. A Bíblia identifica os judeus como hebreus, povo de Deus, israelitas, povo de Israel. E todas estas designações indicam o mesmo povo, os judeus. Temos alguns personagens muito famosos que eram deste povo; Abraão, Moisés, Davi, Salomão, Jesus Cristo, Paulo, Pedro, etc… o ponto mais lindo que acho é que Jesus veio para salvar todas as pessoas independentemente da sua religião ou preferências nacionais e pessoais. “Deus amou ao mundo…”, isto é; Deus amou todas as pessoas. 

Deus nunca faz separação entre os bons e os maus, pois Ele ama a todos. Como Jesus mesmo disse; “…o Pai faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir a chuva sobre justos e injustos.” Mateus 5:45. Ele quer que o perverso e o iníquo se convertam e se voltem para ele, porque ele é rico em perdoar, Isaías 55:7 diz: “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos. Converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e torne para o nosso Deus, pois grandioso é em perdoar”. Deus ama o mundo inteiro, de modo geral, sem distinção de pessoas, e Jesus Cristo agiu do mesmo modo.

Jesus deu início à queda do muro que causava a separação entre judeus e gentios, mas foi com Pedro que os preconceitos começaram a ruir, especialmente com a visão clara e inconfundível que Pedro teve daquele grande lençol com animais, relatada em Atos 10, mas Paulo foi considerado o apóstolo aos gentios. Ele disse: “A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo”, Efésios 3: 8, ele está querendo dizer que lhe foi dada a graça de levar a Palavra de Deus aos gentios, ou seja, aos que não são judeus. Em Lucas 15 menciona sobre a parábola da ovelha perdida que é uma referência clara do povo de Israel. O Senhor começa por responder aos seus críticos perguntando-lhes: “Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la?” Lucas 15:4.

As ovelhas nesta parábola representam o povo de Israel. Qualquer judeu instruído sabe perfeitamente isso. Muitos dos Salmos apresentavam Israel como ovelhas do pasto de Deus. Ver Salmos 78:52, 79:13, 95:7 e 100:3, entre outros, e os profetas há muito descreviam o Messias como o futuro Pastor de Israel. Ver Isaías 40:11 e Jeremias 31:10. Isto explica a razão pela qual todas as cem ovelhas na parábola, independentemente do seu estado, são vistas como Suas ovelhas. O fato de que as ovelhas perdidas são ovelhas perdidas de Israel, e não gentilicas, é provado pelas palavras do próprio Senhor. Quando lhe foi pedido auxílio pela mulher sirofenícia, Jesus disse: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel… Não é bom pegar o pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos.” Mateus 15:24,26.

Embora Deus tenha tido uma preferência pelo povo de Israel no passado, depois do desprezo que tiveram para com as coisas de Deus, o povo foi substituído por todos os crentes que aceitam Jesus e são batizados.  Havia um grande preconceito entre os judeus e os gentios. No Templo de Jerusalém havia um limite para os gentios. Uma placa dizia: “Nenhum estrangeiro pode passar além da cerca e da parede que envolvem o lugar santo. Quem quer que seja apanhado violando este regulamento será responsável por sua morte, que se seguirá.”

Os judeus achavam-se os únicos dignos da salvação oferecida por Deus e, por isso, consideravam todas as demais raças e pessoas como imundas. Entretanto o evangelho não é exclusivo de grupos privilegiados ou nação isolada, embora Israel já tenha tido este privilégio, até a morte de Estêvão, e, como a mensagem do Evangelho Eterno deveria alcançar todas as pessoas, Deus decidiu providenciar um encontro entre um judeu e um gentio, Cornélio e Pedro.

A Palavra de Deus mostra a singela verdade de que é repudiada; a discriminação racial, pelo fato de que Jesus morreria até por uma única pessoa. Portanto, não deve haver racismo entre os homens. Deus mostra em Sua Palavra que o pecado alcançou a todos, daí não haver uma raça de elite, separada e isenta de pecados. Da mesma maneira, foi por todos, indiscriminadamente, que Jesus morreu para salvar todo o que nele crê. Todos, de igual maneira, têm a oportunidade de conhecer e viver o evangelho que restaura e salva, e todos podem tornar-se cidadãos da família celestial. Nesta família não pode haver homens separados por qualquer status. A intolerância do judeu contra o gentio foi um deplorável procedimento, e hoje, qualquer intolerância reflete uma atitude fora dos ensinamentos de Jesus Cristo.

“Durante Seu ministério terrestre Cristo deu início à obra de derribar o muro de separação entre judeus e gentios e apregoou a salvação a toda a humanidade.” Atos dos Apóstolos, 19.

“Muitos dos gentios tinham sido ouvintes interessados da pregação de Pedro e dos outros apóstolos, e muitos dos judeus gregos se tinham tornado crentes em Cristo, mas a conversão de Cornélio foi a primeira de importância entre os gentios.” Atos dos Apóstolos, 75

DOMINGO ( 8 de maio) ALIMENTAR OS FAMINTOS – O texto de hoje está relatado em Mateus 14:1-21 e trata da 1ª multiplicação dos pães, que foi dirigida aos judeus. Mas, antes desse milagre, Mateus aborda a morte de João Batista que teve uma repercussão muito forte na vida dos apóstolos.

Eis o milagre: “E, Jesus, saindo, viu uma grande multidão, e possuído de íntima compaixão para com ela, curou os seus enfermos. E, sendo chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada; despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si. Jesus, porém, lhes disse: Não é mister que vão; dai-lhes vós de comer. Então eles lhe disseram: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes. E ele disse: Trazei-mos aqui. E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão. E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços, que sobejaram, doze alcofas cheias. E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças.” Mateus 14:14-21

Os ouvintes de Cristo eram pessoas oriundas de todas as partes de Israel. O evangelista Mateus nos informa que o lugar era deserto e a hora avançada. Mat 14:15. Aquela gente toda estava em um lugar sem recursos, era deserto, e já era noite. Momento difícil para socorrer toda aquela gente cansada e faminta, pois no deserto não existem mercados, feiras ou padarias. Em meio aquela momentânea crise, alguém se apresentou para resolver o assunto: Um menino com cinco pães e dois peixes. Ver João 6:9

A multiplicação dos pães e peixes, para além de nos levar a entender a missão que temos utilizando os dons e talentos que dispomos colocando-os nas mãos de Deus, nos leva a perceber os três personagens do texto: Jesus, multiplicando os pães e peixes, os discípulos sendo usados para levar estes pães e peixes para satisfazer a fome da multidão e aquelas, aproximadamente 5 mil pessoas, além das mulheres e crianças, sendo alimentadas e satisfeitas por este milagre de Cristo. O texto não fala sobre a reação da multidão, mas creio que partilhavam uns com os outros dizendo: Que homem é este que alimentou esta multidão com apenas cinco pães e dois peixes? É um milagre de Deus e Ele teve a autoridade de Deus para isto! Certamente muitos que estavam ali, impactados com o que presenciaram, passaram a seguir Jesus e reconhecê-lo como o Messias enviado de Deus. Você já parou para perceber os milagres que Deus tem realizado na sua vida? E isto tem levado você para um relacionamento mais íntimo e produtivo com Jesus?

Fica claro para o estudioso da Bíblia que a multidão seguiu e Jesus porque esperava receber alguma coisa. Talvez pensasse: vamos seguir este profeta, porque Ele nos alimentará e acabará com todas as nossas dificuldades! Mas Jesus simplesmente fugia, para evitar tais interpretações de sua pessoa. Jesus não queria que a fé das pessoas estivesse baseada somente nos milagres que Ele fazia. Ele sonhava que aquele povo entendesse a beleza de Deus, que não estava somente nos fatos milagrosos. 

Há uma tristeza no coração de Jesus, quando queriam fazê-lo rei, pois a população aspirava a uma vida mais tranquila, quase sobrenatural, sob o reinado de tal homem poderoso. E hoje? Será que nós seguimos Jesus porque queremos ser agraciados com curas e milagres? Será que a nossa fé é suficientemente firme ao ponto de continuarmos crendo no projeto de Cristo, de nos salvar, mesmo se tudo concorrer contra nós?

Esse milagre motiva-nos à distribuirmos a palavra de Deus, através dos vários métodos que podemos utulizar os nossos talentos e dons espirituais, que é o pão da vida às multidões. Veja este texto: “No milagre de alimentação da multidão com uns poucos pães e peixes, o alimento foi multiplicado ao passar de Cristo aos que o recebiam. Assim será na distribuição de nossas publicações. A verdade de Deus, ao ser transmitida, multiplicar-se-á grandemente. E como os discípulos, pela direção de Cristo, juntaram o que sobejou para que nada se perdesse, devemos nós entesourar cada fragmento de literatura que contenha a verdade para este tempo. Testemunhos selectos, 2, 532

SEGUNDA-FEIRA (9 de maio) SENHOR DE TODA A CRIAÇÃO – A lição de hoje menciona sobre o milagre que Jesus realizou no mar permitindo que Pedro caminhasse sobre as águas.

Eis o texto: “E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. E o barco estava já no meio do mar, açoitado pelas ondas; porque o vento era contrário; Mas, à quarta vigília da noite, dirigiu-se Jesus para eles, andando por cima do mar. E os discípulos, vendo-o andando sobre o mar, assustaram-se, dizendo: É um fantasma. E gritaram com medo. Jesus, porém, lhes falou logo, dizendo: Tende bom ânimo, sou eu, não temais. E respondeu-lhe Pedro, e disse: Senhor, se és tu, manda-me ir ter contigo por cima das águas. E ele disse: Vem. E Pedro, descendo do barco, andou sobre as águas para ir ter com Jesus. Mas, sentindo o vento forte, teve medo; e, começando a ir para o fundo, clamou, dizendo: Senhor, salva-me! E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o, e disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? E, quando subiram para o barco, acalmou o vento. Então aproximaram-se os que estavam no barco, e adoraram-no, dizendo: És verdadeiramente o Filho de Deus.” Mateus 14:23-33

O milagre acontece quando deixamos a nossa zona de conforto e agimos pela fé. Podemos dizer que nossa vida é uma alternância constante entre a zona do conforto e a zona do milagre. A zona do milagre é sempre turbulenta, mas permite que nós, ao passarmos pela aflição, aprendamos lições maravilhosas e aperfeiçoemos nossa comunhão com o Senhor. Muitas vezes ficamos literalmente presos na zona de conforto, e não ousamos dar um passo além que nos permita alcançar a zona do milagre. Eu gosto muito do texto de Mateus 14:22 onde Jesus ordena aos Seus discípulos para entrarem no barco e atravessarem o Mar da Galiléia, sem Ele. Geralmente os problemas acontecem quando estamos sem Jesus e os milagres ocorrem somente com a participação de Cristo.

Pedro ousou: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas”. Jesus não conversou, Ele apenas disse: “Vem!” - “E Pedro, descendo do barco, andou por sobre as águas e foi ter com Jesus”. Mateus 14: 28-29. O barco era um lugar seguro e confortável. Mas, diferente dos seus companheiros, Pedro decidiu ousar e sair da zona de conforto para testemunhar mais um milagre do Senhor em sua vida. Quando ousamos ir além da posição onde nos encontramos, Deus nos permite vislumbrar coisas maravilhosas que não teríamos acesso se não tivéssemos saído do barco.

Jesus é o Criador e pôde desafiar a lei da gravidade. Qualquer peso submerge na água, e Pedro não afundou porque Cristo é o Criador! A esperança tirou Pedro do barco, a confiança o sustentou e o medo o afundou. O medo e a dúvida é o curto-circuito que corta a ligação do poder de andar nas águas. Pedro começou a afundar quando começou a reparar na força do vento. Quando os ventos soprarem forte em sua vida, olhe para Jesus e não para os ventos, que são os problemas. Todos podem afundar em meio às tempestades da vida, todos correm esse risco. Se não quisermos que isso aconteça, precisamos entregar nossa vida a Jesus e confiar no Seu cuidado, precisamos olhar mais para o que Jesus diz e menos para os problemas. Jesus nos desafia para maiores alvos que estamos acostumados alcanças e promete estar conosco.

Veja este comentário inspirado: “Olhando para Jesus, Pedro caminha firmemente; como satisfeito consigo mesmo, porém, volta-se para os companheiros no barco, desviando os olhos do Salvador. O vento ruge. As ondas encapelam-se, alterosas, e interpõem-se exatamente entre ele e o Mestre; e ele teme. Por um momento, Cristo fica-lhe oculto, e sua fé desfalece. Começa a afundar. Mas ao passo que as ondas prenunciam morte, Pedro ergue os olhos para Jesus e brada: “Senhor, salva-me!” Jesus segura imediatamente a estendida mão, dizendo: “Homem de pequena fé, por que duvidaste?” Andando lado a lado, a mão de Pedro na do Mestre, entraram juntos no barco. Mas Pedro estava agora rendido e silencioso. Nenhuma razão tinha de se vangloriar sobre os companheiros, pois por causa da incredulidade e da exaltação quase perdera a vida. Ao desviar de Cristo o olhar, foi-se-lhe o pé, e ei-lo a submergir-se. Quantas vezes, ao sobrevir-nos aflição, fazemos como Pedro! Olhamos para as ondas, em lugar de manter os olhos fixos no Salvador. Os pés vacilam, e as orgulhosas águas passam por sobre nossa alma. Jesus não disse a Pedro que fosse ter com Ele para que perecesse; não nos chama a segui-Lo, para depois nos abandonar. “Não temas”, diz-nos; “porque Eu te remi; chamei-te pelo teu nome, tu és Meu. Quando passares pelas águas, estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. Porque Eu sou o Senhor teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador”. Isaías 43:1-3. O Desejado de Todas as Nações, 363 e 364

TERÇA-FEIRA (10 de maio) O CORAÇÃO DO HIPÓCRITA – Hipócrita, no meio religioso, é alguém que finge e exibe uma religião, sem servir a Deus de verdade. Deus espera de você: "Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida." I Timóteo 1:5

O texto principal para o estudo de hoje está em Mateus 15: 1-20 onde aborda a tradição dos judeus que tinha suplantado a Palavra de Deus. O texto começa com os escribas e fariseus enaltecendo a tradição legal em que todos os judeus deviam lavar as mãos em forma de um cerimonial, e não por questões de higiene, No caso, os discípulos foram criticados por não seguirem a tradição de lavar as mãos, onde Jesus respondeu: “Por que transgredis vós, também, o mandamento de Deus pela vossa tradição? Porque Deus ordenou, dizendo: Honra a teu pai e a tua mãe; e: Quem maldisser ao pai ou à mãe, certamente morrerá. Mas vós dizeis: Qualquer que disser ao pai ou à mãe: É oferta ao Senhor o que poderias aproveitar de mim; esse não precisa honrar nem a seu pai nem a sua mãe, e assim invalidastes, pela vossa tradição, o mandamento de Deus.” Mateus 15:3-6

Jesus foi mesmo duro com aqueles homens dizendo-lhes: “Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.” Mateus 15:7-9. 

Depois de Jesus discursar sobre uma religião destituída de amor e misericórdia, que os escribas e fariseus levavam, Ele disse: “Ainda não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce para o ventre, e é lançado fora? Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São estas coisas que contaminam o homem; mas comer sem lavar as mãos, isso não contamina o homem.” Mateus 15:17-20

O fato de você ter fé em Deus e na salvação oferecida por Jesus e estar a caminho da santificação não o torna isento da hipocrisia. Homens aparentemente espirituais, e até com dons espirituais, por vezes têm dado grandes demonstrações de hipocrisia em seus atos e palavras. Talvez você conheça alguns assim. Talvez tenha sido prejudicado ou presenciado injustiças por parte de cristãos que se enquadram neste perfil. 

Deus nos fala dando-nos uma luz sobre a origem da hipocrisia: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jeremias 17:9. Mais adiante vemos uma dura exortação com relação à motivação de certos profetas: “Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que só profetizam do engano do seu coração?” Jeremias 23:26.

Como evitar a hipocrisia? O salmista aprendeu isso e pôde dizer ao Senhor: “Escondi a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti. Inclina o meu coração aos teus testemunhos, e não à cobiça.” Salmo 119:11, 36. A Palavra deve estar sempre no nosso coração. Além disso, devemos sempre nos avaliar sinceramente diante de Deus, pois a bússola do nosso coração pode estar avariada. Precisamos constantemente pedir a Deus que avalie e corrija nosso coração. No Salmo 139 lemos: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos.” Salmo 139:23. Quando os escribas e fariseus desprezaram a Palavra de Deus, mesmo sem perceber, enalteceram as tradições.

Sobre o lavar as mãos dos judeus: O Talmude (Sotah 4b) coloca alguém que come sem lavar as mãos no mesmo nível daquele que tem relações sexuais com uma prostituta, e diz que quem menosprezar a lavagem das mãos será “desarraigado do mundo”. Os escribas e os fariseus do primeiro século davam grande importância à lavagem das mãos, e criaram caso com Jesus porque os Seus discípulos desconsideravam as tradições dos homens. Não se tratava de uma lavagem comum das mãos, por razões de higiene, mas sim de um ritual cerimonial. “Os fariseus e todos os judeus não comem sem lavar as mãos até os cotovelos.” Ver Mar 7:2-5

Corbã - “E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, certamente morrerá. Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é, oferta ao Senhor.” Marcos 7:9-11. Neste caso a situação era muito séria, pois eles criaram uma lei dentro do 5º mandamento que; para se libertarem dos cuidados dos pais idosos e inválidos eles davam uma boa oferta para os sacerdotes e estes cuidavam deles até a morte. Era uma maneira dos filhos se livrarem dos cuidados e responsabilidades dos pais de forma autorizada, religiosa e civilmente. Quanta hipocrisia!

Leia este texto inspirado com atenção: “Entre as observâncias mais tenazmente acentuadas, achava-se a da purificação cerimonial. A negligência das formalidades observadas antes de comer, era considerada odioso pecado, que devia ser punido tanto neste mundo como no futuro; e julgava-se também uma virtude destruir o transgressor. As regras concernentes à purificação eram inúmeras. Os anos da existência mal dariam para uma pessoa as aprender todas. A vida dos que procuravam observar as exigências dos rabinos era uma longa luta contra a contaminação cerimonial, uma interminável série de abluções e purificações. Enquanto o povo se ocupava de insignificantes distinções e observâncias não exigidas por Deus, sua atenção se afastava dos grandes princípios de Sua lei. Cristo e os discípulos não observavam essas abluções cerimoniais, e os espias tomaram essa negligência como pretexto para acusá-los. Não atacaram, entretanto, a Cristo diretamente, mas a Ele se dirigiram criticando os discípulos. Em presença da multidão, disseram: “Por que transgridem os Teus discípulos a tradição dos anciãos? pois não lavam as mãos quando comem pão. Sempre que a mensagem de verdade se apresenta às almas com especial poder, Satanás suscita seus instrumentos para disputarem sobre qualquer ponto de somenos importância. Procura assim desviar a atenção do verdadeiro assunto. Quando quer que se comece uma boa obra, há pessoas prontas a suscitar discussões sobre formas e detalhes de técnica, para desviar as mentes das realidades vivas. Quando parece que Deus está prestes a operar de maneira especial em benefício de Seu povo, não se empenhe este em disputas que só trarão ruína de almas. Os pontos que mais nos interessam, são: Creio eu com salvadora fé no Filho de Deus? Está minha vida em harmonia com a lei divina? “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida.” “E nisto sabemos que O conhecemos: se guardamos os Seus mandamentos”. João 3:36; 1 João 2:3. O Desejado de Todas as Nações, 275 e 276

Você já agiu como de um hipócrita alguma vez? A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não as possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis; ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento, no sentido artístico. Essa palavra passou mais tarde a designar moralmente pessoas que representam e fingem comportamentos. Um exemplo clássico de um ato hipócrita é denunciar alguém por realizar alguma ação, enquanto quem denuncia pratica a mesma coisa.

QUARTA-FEIRA (11 de maio) MIGALHAS CAÍDAS DA MESA – A lição de hoje mostra o trabalho de Cristo além-fronteiras de Israel. Mostra o Seu ministério que não era só em favor dos judeus, mas de todas as pessoas do mundo.

Esse é o texto para hoje: “ Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. E eis que uma mulher cananeia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada!. Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós. Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor, socorre-me! Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa das crianças. Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.” Mateus 15:21-28.

Por que Siro-fenícia? Porque a nação de Canaã teve inicio com o filho de Noé; Cam, o que foi amaldiçoado por ter zombado da nudez do pai. Os cananeus são chamados também de Sirio-fenícios porque esse povo dominou a costa da Fenícia, especificamente a cidade litorânea chamada Sidom, que leva o nome do primogênito de Canaã. 

Seriam os cananeus indignos e impuros, a ponto de não merecerem pão, mas migalhas? Os restos da Palavra de Deus? O milagre realizado na filha da mulher cananeia, é registrado em Marcos, como sendo o primeiro destinado a um gentio. A lição de Cristo aqui é clara: Não atendendo prontamente aquela mulher, Jesus estava ensinando não somente os discípulos, mas a própria cananeia. Os judeus julgavam-se superiores e os discípulos aprenderiam a não fazer acepção entre "ovelhas e cachorros" entre judeus e gentios, pois "Deus não faz acepção de pessoas" Atos 10:34.

Jesus sempre responde. A atitude de Jesus para com a mulher cananeia também já havia sido tomada, Ele jamais a rejeitaria, Ele nunca abandona um clamor vindo de um coração sedento. Aquela mãe estava desesperada, porém precisava aprender. Fazer o milagre e despedi-la logo, seria consentir que ela continuasse na mesma prática de idolatria. A mulher precisou se humilhar para ser exaltada . Precisou reconhecer suas falhas, experimentar o silêncio de Deus para perceber que o encontro com Jesus tinha o objetivo de transformar não apenas a vida de sua filha, mas dela própria e de seu lar.

Enquanto os judeus eram cheios de si a mulher foi humilde e soube esperar a resposta de Deus. A mulher cananeia não questionou a agenda de Jesus e Sua aparente negativa. Mas, continuou a olhar para Aquele único que poderia lhe dar resposta. Ainda que, não no momento. Era isso que a movia. Ela não duvidou do caráter e do amor de Jesus, do qual sempre deve ter ouvido falar. Ela aguardou a migalha, soube esperar e recebeu a plena libertação e cura da filha.

Veja este comentário inspirado: “O Salvador demonstrou divina compaixão para com a mulher siro-fenícia. Comoveu-Se-Lhe o coração ao ver sua aflição. Anelava dar-lhe imediata segurança de que sua oração fora atendida; porém desejava dar aos discípulos uma lição, e por um tempo pareceu desprezar o clamor daquele coração torturado. Depois de ser manifesta a Sua fé, falou-lhe palavras de louvor e enviou-a com a preciosa bênção pela qual orava. Os discípulos jamais esqueceram essa lição; e foi registrada para mostrar o resultado da oração perseverante. Cristo mesmo colocou no coração daquela mãe a persistência que não se deixa repelir. Cristo foi quem deu àquela suplicante viúva, ânimo e resolução perante o juiz. Cristo foi quem, séculos atrás, no misterioso conflito junto ao Jaboque, inspirou a Jacó a mesma perseverante fé; e não deixou de recompensar a confiança que Ele mesmo implantara. Ele, que mora no santuário celeste, julga justamente. Tem mais prazer em Seus filhos” Parábolas de Jesus, 89

QUINTA-FEIRA (12 de maio) SENHOR DOS GENTIOS – A lição de hoje menciona as duas histórias da multiplicação dos pães. Uma com 5 mil pessoas e outra com 4 mil.  Estão relatadas em Mateus 15:29-39 e Mateus 14:13-21, respectivamente.

Na primeira multiplicação o público-alvo eram os judeus na Galiléia. Ver também Marcos 6:31,32 e o local eram os arredores de Betsaida, a nordeste do lago de Genesaré. Ver Lucas 9:10. Era primavera e o povo estava assentado sobre a relva verde, Marcos 6:39. Na segunda multiplicação Jesus tinha um público de gentios em Decápolis. Ver Marcos 7: 31 e o local era um monte a beira do Mar da Galiléia, na região sudeste. Ver Marcos 7:31 e Mateus 15:29. O alimento multiplicado foi sete pães e alguns peixinhos. Ver Mateus 15:34. E a quantidade de pessoas: quatro mil homens, além de mulheres e crianças. Ver Mateus 15:38. A época era verão ou outono, assentaram-se no chão, não havia relva verde. Ver Marcos 8:6. Jesus estava trabalhando junto aos gentios. A parada seguinte foi em Magadala, Mateus 15:39, ou Dalmanuta. Ver Marcos 8:10.

Jesus curou várias pessoas pagãs em território pagão como; os endemoniados de Gadara, a filha da mulher sirofenícia e o servo do centurião romano, mostrando o Seu amor e salvação à todas as pessoas e não somente aos judeus.

Veja esta citação inspirada sobre a fé do centurião:  “Os judeus haviam sido instruídos desde a infância, quanto à obra do Messias. Pertenciam-lhes as inspiradas declarações dos patriarcas e profetas, bem como o simbólico ensino do serviço sacrifical. Haviam, porém, desprezado a luz; e agora nada via em Jesus de desejável. Mas o centurião, nascido no paganismo, educado na idolatria de Roma imperial, instruído como soldado, aparentemente separado da vida espiritual pela educação e o ambiente, e ainda mais excluído pelo fanatismo dos judeus, e pelo desprezo de seus patrícios pelo povo de Israel — esse homem distinguiu a verdade a que eram cegos os filhos de Abraão. Não esperou para ver se os próprios judeus receberiam Aquele que Se dizia o seu Messias. Ao brilhar sobre ele “a luz verdadeira, que alumia a todo o homem que vem ao mundo” (João 1:9), havia, embora afastado, discernido a glória do Filho de Deus." Desejado de Todas as Nações, 218

Tanto Jesus como os apóstolos deviam ter começado por pregar só aos Judeus, primeiro para mostrar que, pelo Seu advento, se cumpriram as promessas anteriormente feitas aos judeus e não aos gentios. Segundo, para provar que o Seu advento procedia de Deus; pois, as coisas de Deus são ordenadas, como diz o Apóstolo. Ora, a ordem devida exigia que a doutrina de Cristo fosse proposta primeiro aos judeus, mais próximos de Deus pela fé e pelo culto monoteísta, para ser depois, por meio deles, transmitida aos gentios. Depois porque Cristo, pela vitória da cruz, mereceu o poder e o domínio sobre as gentes. Por isso diz a Escritura: “Aquele que vencer eu lhe darei poder sobre as nações, assim como também eu a recebi de meu Pai."

Depois de Cristo, Pedro foi o primeiro apóstolo a pregar o evangelho aos gentios. Durante alguns anos, ele continuou a manter a liderança na Igreja depois da sua fundação, mesmo após Paulo se ter tornado no missionário por excelência para os gentios. Pedro, lado a lado com Paulo, ajudou a igreja primitiva e a sua liderança, maioritariamente composta por Judeus, a compreenderem a universalidade da grande comissão.

Veja este exemplo: “Foi enquanto Pedro ainda se encontrava em Jope, que ele foi chamado por Deus para levar o evangelho a Cornélio, em Cesaréia…. Posto que Cornélio cresse nas profecias e estivesse a esperar pela vinda do Messias, não tinha conhecimento do evangelho como foi revelado na vida e morte de Cristo. Não era membro da igreja judaica e teria sido considerado pelos rabinos como um gentio e imundo. Mas o mesmo santo Vigia que dissera de Abraão: "Eu o tenho conhecido" (Gên. 18:19), conhecia também Cornélio, e lhe enviou uma mensagem direta do Céu.” Atos dos Apóstolos, 133

SEXTA-FEIRA (13 de maio) LEITURA COMPLEMENTAR DA LIÇÃO 7 (2º trimestre de 2016) SENHOR DOS JUDEUS E DOS GENTIOS – O Apóstolo Pedro menciona aos que alcançaram a fé, a necessidade de firmar a nossa vocação e eleição aos que estão ao nosso redor, tanto crentes como incrédulos. Ver II Pedro 1:10. Firmar a nossa fé aos outros faz com que alcancemos a confiança em Cristo ao ponto de sermos confortados e fortalecidos a fim de não sermos hipócritas. É certo que nem todo aquele que diz "Senhor Senhor! entrará no reino dos céus”, Mat. 7:21 e que nem todos os que são cristãos têm entendimento e são verdadeiros. Ver Rom 10:1-3. Por isso, existe a necessidade de determinar a diferença se sou hipócrita ou verdadeiro filho de Deus.

Há muitos religiosos hipócritas, homens que tentam impressionar os outros com uma fina camada externa de santidade, mas se o interior for visto, ali há pensamentos e motivos impróprios. A religião hipócrita não alcança favor diante de Deus. Por outro lado, alguns crêem que evitar a hipocrisia justifica o pecado. Eles serão abertamente irreligiosos e pecaminosos, dizendo que não são hipócritas quanto a isso, e que não vão afirmar ser o que não são. De algum modo enganam a si mesmos ao pensarem que há algum mérito especial no pecado aberto. Certamente, não se deve louvar alguém quando não se tem desejo de agradar a Deus. É errado ser pecador por dentro enquanto se reveste de uma aparência externa de retidão. Mas também não é nada melhor ter um exterior pecaminoso. O homem tem que limpar o interior e o exterior, tanto um como outro. Com a graça de Cristo, é claro!

A hipocrisia dos fariseus era o produto do egoísmo. A glorificação deles próprios, eis o objetivo de sua vida. Era isso que os levava a perverter e aplicar mal as Escrituras, e os cegava ao desígnio da missão de Cristo. Esse mal sutil, os próprios discípulos de Cristo se achavam em risco de alimentar. Os que se haviam contado como seguidores de Jesus, mas não tinham deixado tudo a fim de se tornar Seus discípulos, eram em grande parte influenciados pelos raciocínios dos fariseus. Achavam-se muitas vezes vacilantes entre a fé e a incredulidade, e não discerniam os tesouros de sabedoria ocultos em Cristo. 

Os próprios discípulos, conquanto exteriormente a tudo houvessem renunciado por amor de Jesus, não tinham, no coração, deixado de buscar grandes coisas para si mesmos. Era esse espírito que motivava a disputa de quem seria o maior. Era isso que se interpunha entre eles e Cristo, fazendo-os tão apáticos para com Sua missão de sacrifício, tão tardios em compreender o mistério da redenção. Como o fermento, se deixado a completar sua obra, produzirá corrupção e ruína, assim o espírito de egoísmo, sendo nutrido, opera a ruína da alma. Devemos ter cuidado!

“Deus não escolhe como Seus representantes entre os homens anjos que jamais caíram, mas seres humanos, homens de paixões idênticas às daqueles a quem buscam salvar. Cristo Se revestiu da forma humana para que pudesse alcançar a humanidade. Um Salvador divino humano era necessário para trazer a salvação ao mundo. E a homens e mulheres foi entregue a sagrada tarefa de tornar conhecidas "as riquezas incompreensíveis de Cristo". Efés. 3:8. Em Sua sabedoria o Senhor põe os que estão à procura da verdade em contato com seus semelhantes que a conhecem. É plano do Céu que os que receberam a luz a comuniquem aos que se acham em trevas. A humanidade, tirando sua eficiência da grande Fonte da sabedoria, torna-se o instrumento, a agência operadora por meio da qual o evangelho exerce seu poder transformador sobre o espírito e o coração.” Atos dos Apóstolos, 134

“Entre os seguidores de nosso Senhor em nossos dias, como outrora, quão disseminado se acha esse pecado sutil e enganador! Quantas vezes nosso serviço a Cristo, nossa comunhão uns com os outros, não são manchadas pelo oculto desejo de exaltar o próprio eu! Quão pronto o pensamento de se congratular consigo mesmo, e o anelo da aprovação humana! É o amor do próprio eu, o desejo de um caminho mais fácil do que o que nos é designado por Deus, que leva à substituição dos divinos preceitos por teorias e tradições humanas. Aos Seus próprios discípulos, dirige-se a advertência de Cristo: "Adverti e acautelai-vos do fermento dos fariseus." Mat. 16:6. Desejado de Todas as Nações, 409


Luís Carlos Fonseca

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