VERSO ÁUREO: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã,
porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.” Mateus
6:34
INTRODUÇÃO (15 de outubro) – Quem escreveu o livro de Jó? Atribui-se a Moisés o autor do livro
de Jó, e existe a hipótese do livro ter sido escrito antes do Êxodo, quando
Moisés ainda estava no deserto de Midiã. O argumento que defende essa ideia é
que nem o Êxodo e nem o povo de Israel são mencionados no livro. Jó foi o
primeiro livro da Bíblia a ser escrito. Moisés, portanto, escreveu 6 livros;
Jó, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Outros defendem a ideia
de que o sofrimento é tão grande que tem um alcance universal e, por isso Deus
Se preocupou em descrever o grande conflito e mostrar a solução para o
sofrimento, não ficando Moisés limitado em falar sobre os judeus, e Deus não
limitado ao tempo.
O livro mais antigo da Bíblia trata do sofrimento de Jó. O patriarca ficou perturbado com o silêncio de Deus, quando estava a sofrer. Ele não conseguia conciliar o Deus a quem adorava, com os sofrimentos que passava. Em Jó 10:1-8 encontramos o conflito de Jó. Ele não sabia porque sofria tanto! Existem perguntas que nos serão respondidas somente na eternidade. E, no sofrimento, precisamos confiar. Ver Jó 4: 1 e 2. Em Jó 13:15 encontramos. “Ainda que Ele me mate, nele confiarei...” Job saiu da sua escuridão quando aprendeu a confiar em Deus. A única maneira de evitar a dor e o sofrimento, é morrer ainda criança ou jovem. E estou convencido que é melhor viver bastante!
É claro que o originador do sofrimento é o diabo, e a liberdade de escolha é o primeiro princípio do governo de Deus. Deus nos fez livres e não autômatos. O homem usa a sabedoria e a inteligência, ou para o bem, ou para o mal. Deus não inventou o arco e a flecha, nem o revólver, nem as armas de guerra, nem os carros, nem os aviões e nem as motos; mas, estes instrumentos têm matado muita gente e causado muito sofrimento. Muitos se têm matado precocemente com o estilo de vida que levam, desde sua péssima alimentação, até noites mal dormidas. O homem, no decorrer dos milénios, tem feito péssimas escolhas, mas no calvário, Deus devolveu ao homem a capacidade de fazer boas escolhas. Todo aquele que busca a Jesus, sabe fazer boas escolhas e tem os seus sofrimentos amenizados nesta vida e erradicados na vida eterna.
O que significa o termo Teodiceia? Em termos simples significa, o Deus Criador de todas as coisas e do bem, conviver com o mal e o sofrimento humano. Se Deus é tão bom, porque existe o mal e tanto sofrimento no mundo? Como Deus pode ser santo e permitir que a Sua criação seja dominada por tanta impiedade?
A lição desta semana pretende ajudar-nos a entender este assunto. Quando sofremos, Deus sofre conosco e isso é maravilhoso. Veja estes textos: “Nosso Pai celestial sofre juntamente com Seus filhos. Deus sente simpatia com o mundo de miséria.” Educação, 263
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o Seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
Certo pai perguntou indignado para um pastor. “Onde estava Deus quando meu filhinho morreu afogado?” O pastor respondeu. “Estava no mesmo lugar quando Jesus morreu para salvar a humanidade”
É importante lembrarmos que o sofrimento e a dor podem servir de bênçãos para nós. C.S. Lewis chama o sofrimento de: “o megafone de Deus”. Ellen White chama as dores de: “as obreiras de Deus”. Apoc. 3:18 menciona: “Aconselho-te que de mim compres ouro, provado no fogo, para que te enriqueças...” Devemos encarar as provações como sendo um auxílio espiritual para não perdermos a salvação. Para alguns, se a vida fosse sempre boa, não sentiriam a necessidade de Deus.
No contexto da Teodiceia, não vale a pena antecipar o dia de amanhã. Um dos maiores dons de Deus é a capacidade de substituir a ansiedade pela confiança nEle. Dentro do contexto do conflito entre o bem e o mal e do sofrimento humano, cada crente é convidado a desenvolver este dom. "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças." Filipenses 4:6.
Na verdade, viver ansioso de nada aproveita pois Deus tem cuidado de nós enquanto dormimos: “Não adianta trabalhar demais para ganhar o pão, levantando cedo e deitando tarde, pois é Deus quem dá o sustento aos que ele ama, mesmo quando estão dormindo.” Salmo 127:2
“E qual de vós poderá, com todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?” Mateus 6:27
“Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? Mateus 6:26
“Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” Mateus 28:20
Na verdade, a ansiedade é inútil: “E qual de vós poderá, com
todos os seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura?” Mateus 6:27
DOMINGO (16 de outubro) DEUS NA NATUREZA – A lição de hoje enaltece o Deus Criador de todas as coisas. Estes são os textos para hoje: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.” Romanos 1:18-20
“Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a Terra e a fez; Ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro.” Isaías 45:18.
A Bíblia ensina que Deus criou o mundo a partir do nada. Esta é a palavra original; “ex nihilo”, por meio do poder da Sua palavra e sem conflito ou resistência de qualquer forma. Os evolucionistas afirmam que a matéria é sempre eterna e dela se origina todas as coisas até as vidas mais complexas. Já, os criacionistas crêem que existe um Deus, que criou todas as coisas, houve um ato e tempo de criação. Os cientistas ficam impressionados com a adequação dos seres vivos no seu ambiente natural. O propósito da criação está reafirmado ao longo de toda a Bíblia, a começar em Gênesis 1.
Começando com um planeta que não tinha forma e estava vazio, Deus dedicou os primeiros três dias à preparação do mundo para ser ocupado, e os últimos três a ocupá-lo. Estudiosos têm levantado objeções à ideia de Deus colocar um propósito à natureza, argumentando que, em vez disso, Deus simplesmente deixou o mundo material “entregue a si próprio” e este evoluiu através de processos naturais. Hoje existe esta tendência, mesmo entre aqueles que acreditam no Deus Criador. Mas essas ideias não são compatíveis com a descrição da bíblia sobre a criação. A criação não é uma entidade independente de Deus.
Veja como Jó menciona também sobre a criação de Deus: “Mas, pergunta agora às alimárias, e cada uma delas te ensinará; e às aves dos céus, e elas te farão saber; ou fala com a terra, e ela te ensinará; até os peixes do mar te contarão. Quem não entende, por todas estas coisas, que a mão do Senhor fez isto? Na sua mão está a alma de tudo quanto vive, e o espírito de toda a carne humana.” Jó 12:7-10
Se Deus criou todas as coisas, então Ele criou o mal? No primeiro momento pode parecer que foi Deus que criou o mal. Se Ele criou Lúcifer, e o Diabo é mau e conduz as pessoas ao sofrimento e à morte, logo foi Deus que criou o mal, e se Deus criou todas as coisas, então deve também ter criado o mal. Quem criou o mal? A Bíblia menciona claramente que tudo o que Deus criou era muito bom. Ver Gênesis 1:31. Deus não criou o mal, mas Ele permitiu e permite o mal: Veja este texto esclarecedor: “Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande? Porventura da boca do Altíssimo não sai tanto o mal como o bem?” Lamentações 3:37,38.
Em que aspectos a sua vida reflete o poder criador de Deus? “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” Gênesis 2:7. Este texto mostra-nos que a criação conduz o homem à uma ligação íntima com o seu Criador, ligação de dependência e trocas mútuas: Deus, por sua vez, concede os elementos básicos para a manutenção de Seus filhos; amor, cuidados, oxigênio, saúde e condições de sobrevivência. Enquanto o homem devolve a Deus; adoração, reconhecimento e obediência.
O que significa ter sido criado a semelhança e imagem de Deus conforme Gên 1:26-28? Significa que o homem trazia em seu caráter os atributos comunicáveis do caráter de Deus, a saber: santidade, amor, misericórdia, pureza, justiça, perfeição. A semelhança era também no aspecto moral, emocional e espiritual, e não apenas no físico. Se somos feitos à imagem e semelhança de Deus, então a nossa responsabilidade perante Deus e as pessoas aumentam consideravelmente.
SEGUNDA FEIRA (17 de outubro) NADA VEIO DE SI MESMO – A lição de hoje procura tratar do assunto da crença em um Deus Criador. O argumento cosmológico tenta provar a existência de Deus através da observação do mundo que nos rodeia. Esse argumento diz que se as coisas existem, então a causa da existência dessas coisas tem que ser algo ou alguém como Deus.
Esses argumentos têm sido usados por filósofos e teólogos notáveis como Platão. A ciência também alcançou os teólogos do século 20, quando foi confirmado que o universo deve ter tido um começo. Sendo assim, hoje os argumentos cosmológicos são poderosos até para os não-filósofos. Entendemos que nada existe por conta própria. Então, não só o universo teve que ter um início, mas precisa de algo para dar-lhe existência no presente. No caso, acreditamos que Seja Deus. O argumento cosmológico elementar é que todas as coisas que têm um início têm que ter uma causa. O universo teve um começo, por isso, o universo teve uma causa. Essa causa, estando fora de todo o universo, é Deus.
Veja a criação de Deus em sete fases:
Fase 1 - A criação da luz - Primeiro Deus criou a luz. Ela iluminou a terra caótica e sombria. Comparação: A luz de Cristo pode iluminar o mundo subdesenvolvido, vazio e escuro espiritualmente de hoje. Ver João 1:9.
Fase 2 - A criação do firmamento - Firmamento significa o céu atmosférico e das estrelas. Quando Deus separou as águas, o céu tornou-se visível. Comparação: Quando o mar de nossa insegurança e temores é dividido, a nossa fé se manifesta. Assim o céu desdobra-se de forma ilimitada, lá em cima, nós também podemos ter uma fé ilimitada em nossos corações, fé que produz milagres.
Fase 3 - O aparecimento de terra seca ‑ Deus falou e apareceu a terra seca. Comparação: Da mesma forma que Deus deixa a terra seca aparecer primeiro e faz com que ela produza todo tipo de relva, ervas e árvores abundantemente, a bênção de Deus se manifesta em nossa vida, através da abundante produção de frutos. Isto se dará quando tivermos recebido orientação do Senhor e caminharmos em obediência, a fim de cumprir seu plano para nós.
Fase 4 - A criação do sol, lua e estrelas - Deus criou o sol, a lua e as estrelas para que governassem o dia e a noite, e as quatros estações do ano. Comparação: Isto nos ensina o valor que Deus confere ao tempo. A eternidade existe, e cada dia que passa nos leva para mais perto da eternidade com Deus, ou sem Deus.
Fase 5 - A criação de todos os animais e pássaros segundo sua espécie. - Deus criou todos os seres viventes segundo sua espécie e abençoou-os para se multiplicarem. Comparação: Uma grande admiração nos sobrevém quando contemplamos as riquezas de Deus no céu, no mar e na terra, preparadas para a raça humana.
Fase 6 - A criação do homem - Pronta a linda criação de Deus, o Senhor fez o homem e o colocou no mundo, para desfrutar da terra. Comparação: O homem foi feito à imagem e semelhança de Deus, o que sugere ter o homem a capacidade de conhecer seu Criador. O ser humano jamais terá paz e felicidade permanentes enquanto não conseguir comungar com seu Criador.
Fase 7 - Descanso - A finalidade de toda a criação era a produtividade em paz e tranquilidade. Terminada a criação, Deus descansou no sábado. Comparação: Após um dia de trabalho, a chegada da noite indica que Deus deseja que tiremos tempo para descansar. Se a pessoa não tiver verdadeira paz e tranquilidade, nunca entrará no descanso do Senhor.
Não há nada imperfeito ou incompleto na criação de Deus. Deus é perfeito e bom, e o mesmo se dá com toda a sua criação. Hoje existem pessoas dizendo que o universo foi criado a partir do nada, são os evolucionistas. Tanto cristãos como não-cristãos questionam sobre a teoria da evolução que é ensinada nas escolas. Os cientistas, evolucionistas, ficam perplexos quando observam características genéticas, sistemas ecológicos, árvores evolutivas, propriedades de enzimas e outros fatos que são muito difíceis de conciliar com a teoria da evolução.
Hoje é muito mais fácil acreditar na criação do que na evolução. Há dois pontos de vista relacionados com a origem do universo: a) O modelo bíblico da criação e b) O modelo evolucionista ateu. Em qual modelo é mais difícil de acreditar? Nos dois, pois ninguém esteve presente no momento em que o universo veio a existência, ou para chegar no patamar em que se encontra hoje. Para aceitar, tanto um como outro modelo, a pessoa tem que exercer muita fé. O evolucionista acredita que tudo veio do acaso, a partir de uma minúscula poeira cósmica que explodiu; é o tal Big Bang, o mundo começou a evoluir e chegou até hoje, mas ainda continuará a evoluir até o infinito no tempo. O modelo evolucionista atua com base na premissa de que não há nenhum objetivo final. Os evolucionistas aceitam que as mutações e a seleção natural operam cegamente em conjunto, mantendo aquilo que funciona, e eliminando aquilo que não serve. Já o modelo bíblico da criação ensina que o mundo veio a existência através do ato criador de Deus, e que o homem e a mulher “foram feitos à imagem do próprio Deus.”
Hoje temos mais provas arqueológicas e científicas para acreditar na criação do que na evolução.
A Bíblia contém fatos científicos notáveis: A terra está
suspensa no vazio; e mesmo antes da ciência descobrir, a Bíblia já relatava: “O
norte estende sobre o vazio; e suspende a terra sobre o nada.” Jó 26:7. O ar
tem peso: “Quando deu peso ao vento, e tomou a medida das águas.” Jó 28:25.
Durante anos a ciência acreditou que a terra era plana. Antes de Cristóvão Colombo e outros descobrirem que a terra era redonda, a ciência dizia que a terra era plana, e que os barcos no mar desapareciam porque chegavam ao fim da terra e caíam num precipício. A ciência dizia: a terra é plana, mas a Bíblia já estava escrita naquela época. E sabe o que a Bíblia diz em Isaías? "Ele é o que está assentado sobre a redondeza da terra, cujos moradores são como gafanhotos; é ele quem estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda para neles habitar." Isaías 40:22. E o que dizer de todas as descobertas arqueológica que provam a veracidade da Palavra de Deus?
Aceitar o Deus eterno como o único e verdadeiro Criador, implica em aceitar a Sua Palavra como verdadeira e os relatos bíblicos como a única fonte de informação realmente fiável sobre o universo. Implica também em aceitar os problemas diretos e indirectos que nos sobrevém e procurar resolvê-los com a graça salvadora de Jesus atuando em nós.
TERÇA-FEIRA (18 de outubro) O MAIS ANTIGO DOS LIVROS – O personagem Jó passou por um conflito existencial muito grande. De rico e saudável tornou-se pobre, enfermo e isolado do convívio familiar e social. Foi neste contexto que Moisés, escritor do livro, outra vez mostrou a transitoriedade da vida humana em contraste com a grandeza de Deus, o Criador. É importante lembrar que antes de Moisés escrever o relato de Gênesis, ele escreveu o emocionante drama da vida de Jó. Este livro foi o primeiro a ser escrito, só depois é que ele teceu os comentários da criação em Gênesis 1 e 2. Deus fez à Jó várias perguntas, sobre a criação. Veja este texto: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência. Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?” Jó 38:4-7
O livro de Jó pode ser dividido em cinco partes: Jó é provado sem saber o porque. Ver capítulos 1 e 2. A controvérsia de Jó com seus amigos. Ver capítulos 3-31. A apresentação de Eliú. Ver capítulos 32-37. O Senhor fala a Jó. Ver capítulo 38-41. Jó é abençoado. Ver capítulo 42.
Os personagens do livro de Jó resumem-se em: Deus, no início e no final do livro, Satanás somente no inicio do livro e desaparece, Jó e sua família, os três amigos de Jó: Elifaz, Bildade e Zofar e também Eliú.
Quem escreveu o livro de Jó? Atribui-se à Moisés o autor do livro de Jó e o livro foi escrito em torno de 1440 a.C. Jó foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito. Moisés, portanto, escreveu 6 livros; Jó, Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Ellen White comentando sobre a autoria de do livro de Jó escreveu: “Os longos anos no meio da solidão no deserto não foram perdidos. Moisés não apenas ganhou uma preparação para a grande obra diante dele, mas durante esse período de tempo, sob a inspiração do Espírito Santo, ele escreveu o livro de Gênesis e também o livro de Jó, o qual será lido com mais profundo interesse pelo povo de Deus até ao fim dos tempos.” SDABC, vol 3, 1140
Qual é o propósito do livro de Jó? Este livro ajuda-nos a entender que Satanás não pode nos afligir com destruição física e material sem a permissão de Deus. Deus tem poder sobre o que Satanás pode e não pode fazer. Isso vai além de nossa capacidade humana de entender o porquê do sofrimento. Embora o sofrimento pode ser permitido para nos purificar, ensinar e fortalecer a alma, Deus está conosco e merece todo o nosso louvor adoração como Jó fez. O livro de Jó nos lembra que existe um conflito cósmico acontecendo por trás das cenas sobre o qual normalmente não conhecemos muito. Muitas vezes nos perguntamos por que Deus permite algo, e acabamos questionando e duvidando da bondade de Deus sem ver a imagem completa. O livro de Jó nos ensina a confiar em Deus em todas as circunstâncias.
Deus nos socorre sempre quando O buscamos: “Se crermos no poder do nome de Jesus, e em Seu nome apresentarmos a Deus nossas petições, jamais ficamos sem respostas. ... Nosso auxílio vem do Senhor, que em Suas mãos mantém todas as coisas. Nossa paz reside na certeza de que Seu amor se exerce em nosso favor. Se pela fé nos apoderarmos desta certeza, tudo teremos ganho; se a perdermos, perdido estará tudo. Quando rendemos a Deus tudo que temos e somos e, colocados em posições difíceis e perigosas, entramos em contato com Satanás, devemos lembrar-nos de que teremos a vitória se enfrentarmos o inimigo no nome e poder do Vencedor. Em vez de sermos abandonados à derrota, serão todos os anjos enviados ao nosso socorro, se assim confiarmos em Cristo. Não podemos, porém, esperar alcançar a vitória sem sofrimento, pois Jesus sofreu, ao vencer em nosso favor. Ao sofrermos em Seu nome, ao sermos chamados a negar ao apetite e a afastar-nos dos amantes dos prazeres, não devemos murmurar, mas antes alegrar-nos por termos o privilégio de ser, em pequena medida, participantes, com Cristo, das provas, do sacrifício e dos sofrimentos que nosso Senhor suportou em nosso favor, a fim de que obtivéssemos a salvação eterna.” The Review and Herald, 5 de Fevereiro de 1895. Para Conhecê-lo, 262
QUARTA-FEIRA (19 de outubro) O DILEMA - Caso você pudesse fazer uma pergunta direta à Deus, que pergunta faria? Certo jornal fez um inquérito de opinião, e a pergunta foi esta: Se pudesse fazer uma pergunta a Deus, qual seria? Esta pergunta foi feita para 1894 pessoas, e as respostas foram todas publicadas. As perguntas foram as mais variadas: Por que é que não nasci rico? Como é que posso ganhar o prêmio da loteria? Por que o ser humano, criado tão inteligente, é tão estúpido? A pergunta devia incluir dois elementos: a) Preocupação com os problemas da vida. b) Por que Deus não resolvia todos os problemas.
A pergunta ganhadora foi: Por que existe o sofrimento? Este é um “Dilema” que, aparentemente, não tem resposta. Jó, o livro mais antigo da Bíblia, trata do sofrimento de Jó. Jó ficou perturbado com o silêncio de Deus, quando estava a sofrer. Ele não conseguia conciliar o Deus a quem adorava, com os sofrimentos que passava. Em Jó 10:1-8 encontramos o conflito do patriarca. Ele não sabia porque sofria tanto. A única maneira de evitar a dor, é morrer ainda criança ou jovem. Há perguntas que nos serão respondidas somente no paraíso. E, no sofrimento, precisamos confiar. Ver Jó 4: 1 e 2. Em Jó 13:15 encontramos. “Ainda que Ele me mate, nele confiarei...” Job saiu da sua escuridão quando aprendeu a confiar em Deus.
Para os ateus o sofrimento não faz muito sentido, pois, de acordo com a sua concepção, a vida também não tem sentido. Quando Deus é descartado da vida das pessoas, para elas, tudo é sem propósito. Para os que crêem em Deus e para a maioria dos estudiosos da Bíblia, estão cientes de que o livro de Jó se relaciona com o problema do sofrimento e particularmente com o sofrimento humano inocente. Jó não entendia porque estava sofrendo e assim ficou posto o cenário para uma discussão do problema do sofrimento humano em geral. O livro de Jó é o mais lido pelas pessoas em geral.
Os 3 amigos de Jó partilhavam uma ideia corrente naqueles tempos, mas errônea, quanto à razão do sofrimento do homem, e de Jó em particular. O raciocínio deles pode ser resumido desta maneira: O sofrimento é o resultado direto dos pecados pessoais e está em proporção com a magnitude dos pecados. Jó, naturalmente, está sofrendo muito. Portanto, Jó deve ter cometido muitos e grandes pecados. Embora o pecado em si traz as suas consequências Há outras causas de sofrimento.
Veja nas perguntas de Jó que ele nunca duvidou da existência de Deus, mas derramou a alma em procura de respostas: “Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim, cujo ardente veneno suga o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim. Porventura zurrará o jumento montês junto à relva? Ou mugirá o boi junto ao seu pasto? Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo? A minha alma recusa tocá-las, pois são para mim como comida repugnante. Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero!” Jó 6:4-8.
Jó procurou Deus nos momentos de dificuldades. Todos os crentes passam por momentos difíceis; por problemas e situações desagradáveis que tiram a sua paz. Essas situações nos levam a buscar uma solução e um socorro que possa nos trazer alívio e paz. As pessoas costumam procurar ajuda em diversos lugares. Buscam por pessoas ou coisas que venham auxilia-las, mas quase sempre não encontram o desejado, pois o socorro verdadeiro não existe onde estão procurando. O socorro eficaz está em Deus. O nosso socorro está em Deus. O salmista, que também passava por situações difíceis, buscava o socorro em Deus: “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro?” Sal. 121: 1. Os montes citados nesse texto era o local onde ficava o templo que, naquela época, representava ao povo a presença viva de Deus no meio deles. O salmista e Jó buscavam encontrar a presença de Deus, pois sabia que o seu socorro estava em Deus.
Deus sabe tudo o que acontece na sua vida e lhe socorre. “É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel.” Sal 121:4. Não há perigo de Deus se esquecer de você, pode ficar tranquilo, pois Ele não cochila, nem dorme; está sempre alerta, é onisciente, onipresente, onipotente. É um guarda perfeito, que vigia a todo instante os Seus filhos! Assim como Deus abençoou Jó no seu segundo momento, Ele abençoa cada um de nós, e nos fortalece especialmente nos mais difíceis da vida: “De dia não te molestará o sol, nem de noite, a lua.” Sal. 121:6. Amém?
“Se Paulo, perturbado de todos os lados, perplexo e perseguido, podia chamar suas tribulações de leves aflições, de que poderá queixar-se o cristão de hoje? Quão insignificantes são as nossas tribulações em comparação com as muitas aflições de Paulo! Elas não merecem ser comparadas com o eterno peso de glória reservado para o vencedor. Elas são obreiras de Deus, ordenadas para o aperfeiçoamento do caráter. Por maiores que sejam as privações e os sofrimentos do cristão, por mais escuro e inescrutável que se apresente o caminho da Providência Divina, ele deve regozijar-se no Senhor, sabendo que tudo está contribuindo para o seu bem. Quantos há que entristecem o Espírito de Deus por contínuo descontentamento! Isto é porque perderam de vista a Cristo. Se contemplamos Aquele que levou nossas dores e morreu como nosso sacrifício, para que pudéssemos ter um eterno peso de glória, acima de toda comparação, consideraremos nossas mais opressivas tristezas e tribulações como leves aflições.” Meditações Matinais - Exaltai-O, 284
QUINTA-FEIRA (20 de outubro) TEODICEIA – O que é Teodiceia? Em termos simples é a resposta que procuramos encontrar na bíblia para a pergunta; “por que Deus permite o mal”?
Veja o texto para
hoje: “Qual é logo a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão?
Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram
confiadas. Pois quê? Se alguns foram incrédulos, a sua incredulidade
aniquilará a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma; sempre seja Deus
verdadeiro, e todo o homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas
justificado em tuas palavras, e venças quando fores julgado.” Romanos 3:1-4
Deus é fiel e bom em Seu carácter. Nada que o homem possa fazer vai alterar a carácter de amor de Deus. Se o mal existe e as pessoas cometem atrocidades o problema não está com Deus. É difícil separar o bom do perfeito, mas Deus não é só totalmente bom, como também é totalmente perfeito. Deus não sabe ser uma coisa sem ser outra. Tudo o que Deus faz e concede é bom e perfeito. Veja esta declaração sobre Deus: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” Tiago 1:17
Então vem a pergunta; se Deus é bom, porque ele permite o mal? Se para nós não é fácil compreender a Teodiceia do grande conflito, imagine como foi para Jó! Sabemos que Deus é santo, Isaías 6:3, justo, Salmo 7:11, reto, Deuteronômio 32:4; soberano e poderoso, Daniel 4:17-25. Esses atributos nos dizem que Deus é capaz de prevenir e eliminar o mal do universo, porque ele não o fez?
Deus poderia ter mudado a personalidade de todas as pessoas para que não pecassem. Isto também significaria que não teríamos o livre arbítrio. Você gostaria de ser um robô? Claro que não!
Em vez disso, Deus criou os anjos, Adão e Eva e nós com a
capacidade de escolher entre o bem e o mal. Vivemos em um mundo real onde as
nossas boas e más ações têm consequências diretas e indiretas sobre nós e sobre
os que nos rodeiam. Deus deseja a nossa obediência para o nosso bem.
Deus disse: “Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem todos os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos para sempre. Deuteronômio 5:29. Quando escolhemos seguir os caminhos do pecado colhemos as consequências e então, muitas vezes, culpamos a Deus. Não é irônico?
Deus disse: “Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem todos os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos para sempre. Deuteronômio 5:29. Quando escolhemos seguir os caminhos do pecado colhemos as consequências e então, muitas vezes, culpamos a Deus. Não é irônico?
Muitos problemas na vida podem ser evitados se formos humildes. O “ego não santificado”, por Deus, não aceita ser contrariado; ele nos coloca no centro do mundo, e feito crianças emburradas convence-nos de estamos certos e que os outros estão errados. Há pessoas que discutem na fila do mercado ou por coisas menores. Muitos perdem o emprego, amizades e até destroem o casamento por causa do orgulho. Deixo esta sugestão: Quando você estiver em uma discussão, pergunte a si mesmo: Quero estar certo ou quero ser feliz?
Adotar um estilo de vida saudável é outro fator que pode evitar sofrimentos e trazer alguma felicidade. Usar os remédios que Deus deixou na natureza é sinal de muita sabedoria para evitar o sofrimento. Abandonar os vícios perniciosos também ajuda a afastar o sofrimento. O consumo de álcool, por exemplo está ligado a diversas consequências para a pessoa que o consome, para aqueles que estão à sua volta e para a sociedade, como um todo. Muitas são as consequências, como; acidentes de trânsito, problemas no trabalho e com a família e violência interpessoal. E se enumerarmos as doenças decorrentes do álcool?
O que dizer do tabaco? O cigarro é um dos principais causadores de doenças no mundo. Milhões de pessoas morrem todos os anos por doenças desencadeadas por milhares de substâncias nocivas à saúde presentes no cigarro. Quanto maior o tempo de vício, maiores as chances do fumante desenvolver uma ou mais doenças.
Veja as principais doenças causadas pelo tabaco: Câncer de pulmão, câncer de boca, câncer de laringe, câncer de estômago, leucemia, infarto do miocárdio, enfisema nos pulmões, impotência sexual, bronquite, trombose vascular, redução da capacidade de aprendizado, aneurisma arterial, et… Nestes exemplos e em outros, a culpa não é de Deus.
Fique tranquilo; Deus já providenciou uma solução para o pecado e o mal. A crise espiritual não teve lugar somente no céu, aconteceu com toda a humanidade, no decorrer dos séculos e milênios, mas Cristo ganhou a guerra com a Sua morte na Cruz: “E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação.” Apocalipse 5:9. No final da história, após o milênio, mencionado em Apocalipse 20, quando Deus purificar com fogo este planeta e criar Novos céus e Nova Terra, nunca mais se levantará a angústia novamente. Por isso, a nossa esperança está no dia em que Jesus voltará para cumprir a promessa que fez, de nos levar para o Seu reino eterno. Estamos preparados?
SEXTA-FEIRA (21 de outubro) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 4 (4º trimestre 2016) DEUS E O SOFRIMENTO HUMANO – O caráter de Deus encontra-se no centro do grande conflito e também no centro das questões relacionadas com o sofrimento. O homem tem trazido consigo a marca do sofrimento. Os problemas tiram-lhe a paz e o sossego. Com certeza que nos últimos anos as crises têm assolado a humanidade e são maiores e mais frequentes.
Vemos; assaltos, assassinatos, separações conjugais, doenças, pestes, terremotos, vendavais, desobediência dos filhos aos pais, drogas, depravação moral, secas, inundações, descontrole econômico, confusão política, incompreensões, etc… são algumas das aflições pelas quais os homens têm passado. Diante de tudo isso a humanidade desesperada exclama; onde está Deus que não vê estas coisas? Todas as pessoas se preocuparam com o problema do mal e do sofrimento humano; mas, o que precisamos é saber o que as Escrituras Sagradas dizem sobre este assunto.
Quais são algumas causas do sofrimento humano? O pecado de Adão e Eva trouxe consigo os conflitos, a dor, a corrupção, o trabalho penoso e a morte, ver Gênesis 3:15-19, vieram as consequências da inimizade, ver Gên. 3:15; da dor: "Com dor terás filhos", Gênesis 3:16; maldição para a terra, Gênesis 3:17; dificuldades: "espinhos e cardos", Gênesis 3:18; canseira e fadiga, Gênesis 3:19; morte: "porquanto és pó, e em pó te tornarás", Gênesis 3:19.
As más escolhas individuais são aquelas atitudes que tomamos sem consultar a vontade de Deus e por isso ferimos certos princípios em relação ao que ele estabeleceu para o nosso bem. Caim escolheu a inveja e o crime e teve uma vida desastrosa e dolorida, ver Gênesis 4:14. Ló escolheu pela aparência e teve graves problemas com vizinhos. Levado pelo egoísmo e vaidade, o homem tem escolhido o caminho mais difícil. O cristão também sofre as consequências das catástrofes provocadas por um eventual desajuste da natureza. Paulo nos informa que a natureza aguarda a sua restauração. Até que isto aconteça, temos visto terremotos, furacões, enchentes, secas, etc. O pecado causa revolta, incredulidade, blasfémia, mortes, vícios, etc…mas, chegará o dia que Deus irá restaurar todas as coisas.
Até aquele dia como o crente deve encarar o sofrimento humano? O crente recebe o sofrimento como prova de amor de Deus. Ver Heb 12:6 e 7. O cristão recebe, inclusive, o sofrimento para seu próprio bem. Ver Romanos 8: 28. Jó só conhecia a Deus por ouvir falar, mas depois passou a conhecê-lo pessoalmente. Ver Jó 42:5.O crente vê no sofrimento uma oportunidade para dar glória a Deus. Ver Atos 16: 22-25. O crente aproveita o sofrimento para testemunhar a sua fé. Paulo diz: "Eu sei em quem tenho crido..." Jó falou: "Eu sei que o meu Redentor vive..." O cristão usa o sofrimento para provar sua obediência a Deus. Ver Daniel 3:14-26.
Com a volta de Cristo os salvos serão transformados e levados ao paraíso eterno e celestial e com isso estaremos livres de todo e qualquer sofrimento, mas até lá temos uma missão. Veja este texto: “Cristo veio ao mundo para sofrer e morrer a fim de que, pela fé nEle e mediante a apropriação dos Seus méritos, viéssemos a ser colaboradores de Deus. Era desígnio do Salvador que depois de subir ao Céu, para ali interceder em favor dos homens, Seus seguidores prosseguissem com a obra por Ele iniciada. Não demonstrará o instrumento humano interesse especial em transmitir a luz da mensagem do evangelho aos que jazem nas trevas? Alguns há que se dispõem a ir aos confins da Terra a fim de transmitir aos homens a luz da verdade, mas Deus requer que toda alma que conhece a verdade se esforce por conquistar outros para o amor da verdade. Como poderemos ser considerados dignos de entrar na cidade de Deus, se não nos dispomos a fazer verdadeiros sacrifícios para salvar as almas que estão prestes a perecer?” Test. Seletos, vol 3, 240
Luís Carlos Fonseca
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