Esboço de Sermão – “Salvação Agora”
Texto Base: João 5:24
INTRODUÇÃO
1. Certo pastor realizou a Semana de Oração em uma grande
igreja. Ao visitar os membros ficou surpreso com a insegurança deles quanto à
salvação. Ele ouviu declarações como: “Espero ser salvo”, “desejo ser salvo”,
“estou me esforçando para ser salvo”.
2. Embora aqueles membros fossem sinceros na fé, um
sentimento de dúvida os pertubava: “Como podemos ter certeza da salvação?”
I – A CAUSA DA INCERTEZA
1. É verdade que, biblicamente, não podemos aceitar a
doutrina de algumas denominações que pregam “uma vez salvo, salvo para sempre”.
Porém, precisamos cada dia ter a certeza da nossa salvação.
2. A insegurança pode ter como causa um sentimento de culpa,
transgressões não confessadas e pecados acariciados que destroem a paz interior
e produzem incerteza.
3. A incerteza pode resultar da incompreensão da diferença
entre tentação e pecado. Tendências pecaminosas levam alguns a repetir, em
angústia, as palavras de Paulo: “Miserável homem que eu sou!” (Rm 7:14).
4. Outra razão que produz a incerteza da salvação é a
incapacidade de compreender o caráter de Deus e Seu plano redentor. Muitos O
imaginam como um fiscal severo, sempre pronto para encontrar falhas e nos
desqualificar para a vida eterna.
II – PODEMOS TER CERTEZA?
1. O apóstolo Paulo desdobrou o tema da salvação em três
tempos: a salvação como um evento passado (fomos salvos), uma experiência
presente (estamos sendo salvos) e uma esperança futura (seremos salvos).
a) Esses três aspectos da salvação estão sintetizados em
Romanos 5:1 e 2: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por
meio de nosso Senhor Jesus Cristo; por intermédio de quem obtivemos igualmente
acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e gloriamo-nos na
esperança da glória de Deus.”
2. Ou seja, a salvação deve ser compreendida como um
processo contínuo.
a) Por meio da justificação o pecador arrependido foi
perdoado e salvo da
culpa do pecado (passado).
b) Agora ele desfruta o gozo da experiência cristã,
libertando-o do poder do pecado (presente).
c) E por ocasião da segunda vinda de Cristo, ele será
libertado da presença do pecado (futuro).
3. “Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei,
o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se
retiverdes a palavra tal como vo-la preguei [...]” (1Co 15:1, 2, itálico
acrescentado).
a) Sim. Podemos ter a certeza de nossa salvação, se
perseverarmos em seu caminho até o fim.
III – A SALVAÇÃO COMO PROCESSO
1. Salvação como evento passado é o que chamamos de
justificação. “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus” (Rm 8:1).
a) A salvação como um evento transcorrido se fundamenta na
obra que Cristo consumou na cruz. O cristão contempla o passado quando, pela
fé, aceitou o sacrifício vicário de Jesus.
b) Havendo alcançado o perdão, a salvação passa a ser uma
experiência presente.
c) Usando a alegoria de John Bunyan, em seu conhecido livro
O Peregrino, a justificação é a porta que permite o acesso ao caminho que nos
conduz à vida eterna.
2. Este caminho na terminologia bíblica é conhecido como
santificação. O cristão, fortalecido pelo poder divino, caminha por essa
estrada ascendente – o caminho da experiência cristã.
a) Nesta jornada, a graça santificadora de Deus opera no
coração dos que estão sendo salvos pelo evangelho (1Co 15:2), produzindo os
frutos do Espírito.
b) A santificação é a obra de uma vida toda. “[...]
libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto
para a santificação e, por fim, a vida eterna” (Rm 6:22, itálico acrescentado).
3. Finalmente, como esperança futura, seremos libertados da
presença do pecado e revestidos da glória de Deus em seu resplendor: a
glorificação (1Co 15:51-54).
IV – SEGURANÇA DA SALVAÇÃO
1. Durante a segunda prisão do apóstolo Paulo, Nero, o
déspota romano, descarregava toda a ira de seu satânico coração contra a igreja
cristã.
a) Milhares de cristãos eram levados constantemente às
arenas dos anfiteatros de Roma, onde eram devorados por feras famintas, diante
da multidão delirante de espectadores.
2. Paulo se encontrava na prisão Mamertina, manietado com
pesadas cadeias.
a) Era um homem idoso, debilitado pelos sofrimentos e árduos
trabalhos de uma vida atribulada, porém comprometida com a pregação do
evangelho.
b) Sabia que se aproximava o dia do seu martírio.
c) Ali ele escreveu a segunda epístola a Timóteo. Esta carta
é chamada, com razão, o testamento de Paulo. Naquela escura e fria prisão, ele
tomou a pena pela última vez, e escreveu: “[...] porque sei em quem tenho crido
e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia”
(2Tm 1:12).
CONCLUSÃO
1. Deus havia aperfeiçoado Sua obra salvadora na vida de
Paulo. O idoso apóstolo estava encerrando sua carreira confiante na salvação em
Cristo Jesus: “Já agora a coroa da justiça me está guardada [...]” (2Tm 4:8).
2. Tenhamos cada dia a certeza da nossa salvação!
Autor: Enoque de Oliveira foi vice-presidente da Associação
Geral – Revista do Ancião: janeiro –março 2016
Luís Carlos Fonseca
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