domingo, 5 de março de 2017

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 2 (2º trimestre 2017) UMA HERANÇA INCORRUPTÍVEL

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 2 (2º trimestre 2017) UMA HERANÇA INCORRUPTÍVEL

VERSO ÁUREO: “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro.” I Pedro 1:22

INTRODUÇÃO (sábado 1º de abril) – É importante saber o contexto em que as cartas de Pedro foram escritas. A primeira carta de Pedro foi endereçada aos fiéis cristãos que viviam dispersos devido a grande perseguição contra os crentes, infligida por Roma dos césares. Ele escreveu aos crentes da diáspora procurando levar ânimo e consolo à todos.


Ver I Pedro 1:18 e 4:3. Pedro sabia muito bem o que era ser perseguido. Ele foi espancado e perseguido, mas sabia o que era administrar as emoções para não revidar os perseguidores. Embora aquele tempo de perseguição tenha sido muito violento, Pedro revelou que era um tempo de alegria, pois sofrer pelo amor de Cristo, assim como Jesus sofreu por eles, deve ser encarado como um privilégio. Esta carta faz referência às experiências pessoais de Pedro com Jesus, assim como aos seus sermões do livro de Atos. Pedro menciona que Satanás é o grande inimigo de todos nós, mas que a garantia do retorno futuro de Cristo fornece o incentivo de esperança.

A segunda carta de Pedro foi escrita no final de sua vida. Já que ele foi martirizado em Roma, durante o reinado de Nero, sua morte deve ter acontecido antes de 68 d.C. Ele escreveu II Pedro entre 65 e 68 d.C. A segunda carta tinha como propósito alertar os crentes sobre os falsos mestres que estavam se infiltrando na igreja para destruir a sã doutrina do cristianismo. Pedro conclamou os cristãos para crescerem e tornarem-se fortes em sua fé, a fim de detectarem e combaterem a crescente apostasia.

Ele enfatizou fortemente a autenticidade da Palavra de Deus e a certeza da segunda vinda de Jesus.
Pedro sabia que seu tempo era curto, II Pedro 1:13-15 e que essas igrejas enfrentavam perigo imediato, ver II Pedro 2:1-3, então ele convidou os leitores a pensarem, ver II Pedro 1:13, Pedro 3:1-2 para que pudessem se lembrar de seu ensino, ver II Pedro 1:15. Ele também desafiou os crentes a se tornarem mais maduros em sua fé ao adicionar a ela virtudes cristãs específicas, assim tornando-se eficazes e produtivos em seu conhecimento de Jesus Cristo, ver II Pedro 1:5-9, para herdarem uma herança incorruptível reservada apenas aos verdadeiros filhos de Deus.

Veja o texto principal desta semana: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós.” I Pedro 1:3,4.

Pedro ensina sobre a herança que aguarda os crentes cristãos, e Ele usa a linguagem mais esplêndida que torna real para nós. Pedro resume os benefícios dessa herança rica com a frase; “Nisso exultais” I Pedro 1:6. Ao contrário de tantas riquezas terrenas, a herança do crente não pode ser corrompida. Todas as casas bonitas das pessoas da época de Pedro já apodreceram e caíram. Cidades romanas elaboradas agora são apenas ruínas. Nem um templo passado continua hoje com sua glória e beleza. As coisas deste mundo são passageiras. Ver Hebreus 1:10-12.

O nosso lar celestial é muito mais importante do que uma linda mansão aqui na terra. Toda herança terrena irá apodrecer e cair, mas a nossa casa celestial nunca apodrece. Ver Hebreus 11:9-10,13-16. O caráter formado com a graça Deus é puro e livre de contaminações. O futuro lar de um cristão não é manchado pelos males morais deste mundo A pureza dos filhos de Deus é descrita claramente nas Escrituras como honra, glória e luz. Ver Apocalipse 21:22-26. A herança dos salvos não desaparecerá, é eterna! Amém?

“Cristo não Se acha encerrado no túmulo novo de José. Ele ressurgiu e subiu ao alto, e nós devemos pôr em ação a nossa fé, para que o mundo veja que temos uma viva esperança. Nossa esperança não é destituída de alicerce; não é corruptível nossa herança. Não é objeto de mera imaginação.” The Review and Herald, 6 de Agosto de 1889. Nos Lugares Celestiais, 42.

DOMINGO (2 de abril) PARA OS EXILADOS – A Diáspora refere-se à dispersão do povo judeu de Israel para outras terras. Isto ocorreu porque os judeus foram obrigados a deixar sua terra natal devido a guerras, cativeiro e perseguições. Esse fato também é conhecido como dispersão. O termo dispersão ocorre duas vezes no Novo Testamento, ver Tiago 1:1 e I Pedro 1:1, ambas se referindo a judeus cristãos vivendo fora da Palestina como resultado de várias dispersões na história de Israel.

 E Pedro escreveu as suas cartas para levar ânimo, coragem e esperança aos cristãos; ex-judeus e ex-gentios da Ásia Menor para que pudessem resistir firmes a crescente onda da perseguição com que o inimigo tentava envolvê-los e lhes arrebatar a fé. Foi escrita não muito depois do grande incêndio de Roma e da primeira perseguição de seguidores de Cristo. 

Estes são os textos para o estudo de hoje: “Pedro, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia.” I Pedro 1:1. Este texto é claro em mostrar que Pedro identificou-se como apóstolo de Cristo, tendo autoridade divina para enviar as cartas aos crentes dispersos e mostrou o território que recebeu de Deus para exercer o seu apostolado.

“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais.” I Pedro 1:18. Vemos, através deste texto, que Pedro menciona a tradição dos pais que os judeus tinham recebido e agora deviam andar nelas. A tradição da Torá e dos dez mandamentos.

“Porque é bastante que no tempo passado da vida fizéssemos a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias.” I Pedro 4:3. Este verso dá a entender que Pedro escreveu para os ex-gentios que tinham se convertido ao Cristianismo antes, durante ou depois da dispersão. 

Hoje nós vivemos em um período de exílio espiritual também, pelo menos para aqueles entre nós que defendem as crenças cristãs tradicionais. A Bíblia diz assim: “E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições.” II Timóteo 3:12. Quando o crente deseja seguir os passos de Cristo ele é perseguido e deixado à margem da aceitação da sociedade. O casamento entre homossexuais, embora aprovado por homens em alguns países, Deus não aceita. O ocidente já não é um lugar do qual os cristãos sentem que fazem parte da sociedade com algum grau de conforto. Para os crentes Norte Americanos, isso é particularmente desorientador. Na Europa, a prática do cristianismo foi empurrada para as margens por vários séculos.

O povo de Deus sempre sofreu perseguição por defender as doutrinas puras do evangelho. Nos dias dos apóstolos, os crentes cristãos estavam cheios de fervor e entusiasmo. Os apóstolos tralhavam incansavelmente em favor do Mestre, ensinado a Palavra pura do evangelho; mas a feroz perseguição espalhou o povo de Deus, e o evangelho do reino soou em todas as partes do mundo habitado. O zelo manifestado nesse tempo pelos seguidores de Jesus foi relatado pela inspiração bíblica para encorajamento dos crentes em todos os séculos.

Pregar as doutrinas como são ensinadas na Bíblia, nos dias de hoje, gera perseguição e alguns crentes são levados a saírem da sua zona de conforto para evitarem as retaliações. Jesus mesmo disse: “Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra. E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.” Mateus 10:35,36. Hoje; santificar o dia de sábado, acreditar na criação de Deus em seis dias literais, em detrimento da evolução, não comer alimentos impuros e contaminados, estar casado de acordo com a Palavra de Deus e manter as crenças fundamentadas na Bíblia Sagrada são motivos do crentes serem perseguidos.

“Permanecei firmes em vossa fidelidade. O auxílio vem.” Cristo, o todo-poderoso Vencedor, oferece a Seus soldados cansados inalterável coroa de glória; e vem a Sua voz, das portas entreabertas: “Eis que Eu estou convosco. Não temais. Conheço todas as vossas angústias; suportei vossos pesares. Não estais a lutar contra inimigos que ainda não foram provados. Pelejei o combate em vosso favor, e em Meu nome sois mais do que vencedores. O precioso Salvador enviará auxílio exatamente quando dele necessitarmos. O caminho para o Céu acha-se consagrado pelas Suas pegadas. Cada espinho que fere nossos pés, feriu os Seus. A cruz que somos chamados a carregar, Ele a levou antes de nós. O Senhor permite que venham os conflitos, a fim de prepararem a alma para a paz. O tempo de angústia é uma prova terrível para o povo de Deus; é, porém, a ocasião de todo verdadeiro crente olhar para cima, e pela fé verá o arco da promessa circundando-o.” O Grande Conflito, 633.

SEGUNDA-FEIRA (3 de abril) ELEITOS – A questão da eleição divina é muito discutida hoje, pois existem pessoas que defendem a predestinação da alma, ou para a salvação ou para a perdição. Este é o texto principal para o estudo de hoje: “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.” I Pedro 1:2.

Há duas teorias básicas acerca da predestinação da alma: a Calvinista e a Arminiana. A teoria calvinista é assim chamada por causa de João Calvino; e a Arminiana é assim denominada por causa de Armínio, que foi um dos discípulos de Calvino. Segundo o pensamento de Calvino, a salvação é inteiramente de Deus; o homem nada tem a ver com a sua salvação. Deus dá a salvação para quem Ele deseja e pronto. Quando uma pessoa se arrepende, é inteiramente pelo poder atractivo do Espírito Santo. Para os calvinistas, a predestinação é o decreto de Deus, através do qual Ele decidiu quem será ou não salvo. As pessoas que seguem as teorias de João Calvino, ensinam que Cristo veio, não para morrer por todos, mas para aqueles que fazem parte da Sua Igreja. Estes serão salvos porque foram predestinados para a salvação e o outros se perderão por que foram destinados a isso. 

A teoria calvinista é falha pois, se Deus dá a salvação para quem Ele quer. Se o homem nada tem a ver com a salvação, ou seja; se não depende do homem, por que Deus não salva a todos os homens? A Bíblia diz que Deus deseja que todos os homens se salvem: “O qual deseja que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”. I Timóteo 2:4

Enquanto os Calvinistas ensinam que a predestinação é o decreto de Deus, através do qual Ele escolheu quem seria ou não salvo, os arminianos crêem que quando a Bíblia fala de predestinação, está se referindo à igreja como um todo. Ou seja, todo aquele que crê, está predestinado à salvação.
Veja alguns versos que falam da predestinação conforme a Bíblia: Romanos 8:29 “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogénito entre muitos irmãos”

Efésios 1:4 e 5: “Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensível perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito da sua vontade”.

Efésios 1:11 “Nele em quem também fomos feitos herança havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade”

Através destes textos e de outros, concluímos que todos foram predestinados para serem salvos. Todos os que crêem, aceitam Jesus como Salvador, são batizadas e obedecem aos Seus mandamentos, são aceites por Deus: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16.

Pedro falava que todas as pessoas que se santificam para viverem com Cristo são eleitas de Deus. A eleição que Pedro menciona está de acordo com a eleição de Paulo: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade; para o que pelo nosso evangelho vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor Jesus Cristo.” II Tessalonicenses 2:13,14. Eleição é usada, no sentido de salvação eterna para todos os que aceitam. Veja os seguintes textos: Romanos 9:11; Romanos 11:5; Romanos 11:7; I Tess 51:4 e II Pedro 1:10.

"Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor." Temos de crer que fomos escolhidos por Deus para sermos salvos pelo exercício da fé, mediante a graça de Cristo e a operação do Espírito Santo; e cumpre-nos louvar e glorificar a Deus por tão maravilhosa manifestação de Seu imerecido favor. É o amor de Deus que atrai a alma a Cristo, para ser graciosamente recebida e apresentada ao Pai. Pela obra do Espírito Santo, renova-se a relação divina entre Deus e o pecador. Nosso Pai celestial declara: “Eu serei o seu Deus, e eles serão o Meu povo.” Jeremias 31:33. Exercerei amor perdoador para com eles, e lhes concederei a Minha alegria. Eles serão a Minha propriedade peculiar; pois este povo que formei para Mim manifestará o Meu louvor.” Êxodo 19:5. E Recebereis Poder, 40

TERÇA-FEIRA (4 de abril) TEMAS CHAVESEste é o texto para hoje: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo, em que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações, para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo; ao qual, não o havendo visto, amais; no qual, não o vendo agora, mas crendo, vos alegrais com gozo inefável e glorioso; alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas. Da qual salvação inquiriram e trataram diligentemente os profetas que profetizaram da graça que vos foi dada, indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir. Aos quais foi revelado que, não para si mesmos, mas para nós, eles ministravam estas coisas que agora vos foram anunciadas por aqueles que, pelo Espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho; para as quais coisas os anjos desejam bem atentar.” I Pedro 1:3-12.

Neste texto Pedro exalta os temas principais da Bíblia que é mostrar a Divindade em ação para a salvação da humanidade. Pedro fala da trindade Divina, sendo; Deus pai, Filho e Espírito Santo que gera em nosso coração a devida conversão para alcançarmos a salvação que nos é oferecida. O apóstolo mostra também que diante dos sofrimentos, o Espírito Santo vem nos consolar e fortalecer para continuarmos na carreira cristã. Pedro ainda reafirma que os profetas do Velho Testamento tinham predito a graça que nos foi dada. Ver I Pedro 1:10

A conversão acontece porque Deus age em nossa vida. O resultado da conversão é a alegria da esperança que deriva da ressurreição de Cristo, pois; “se Cristo ressuscitou a nossa fé não é vã.” E esta esperança está fundamentada na herança que Deus preparou para os salvos: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo.” Filipenses 3:20. A esperança vai alcançar o seu clímax quando Jesus voltar no último dia. Uma esperança assim ajuda o crente a passar pelos problemas da vida com maior coragem e motivação.

Na verdade o tema chave da Bíblia é o amor de Deus. Certo menino perguntou ao seu pai: Pai, por que é que Deus nos ama tanto, se somos pecadores? O pai respondeu: Filho é porque Deus não sabe fazer outra coisa a não ser amar. A resposta daquele pai mostrava grande sabedoria. Ele estava a ensinar o filho urna grande verdade da Bíblia: Deus ama porque não sabe fazer outra coisa. Assim como a natureza do sol é brilhar, a essência de Deus é amar. “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” I João 4:8. Aqui está todo o segredo do amor divino. Deus ama porque Ele é amor. Deus não pode deixar de amar!

“Deus é amor” está escrito em cada botão de flor que se abre e em cada folha que cresce no campo. Os belos pássaros, que alegram o ar com seus alegres cantos, as flores, perfeitas e delicadamente coloridas, que perfumam o ar, as árvores frondosas da floresta, com sua exuberante e viçosa folhagem, tudo dá testemunho do cuidado paternal do nosso Deus e do desejo que Ele tem de tornar os Seus filhos felizes.” Caminho a Cristo, 9

QUARTA-FEIRA (5 de abril) VIVER A VIDA DA SALVAÇÃO Este é o texto para o estudo de hoje: “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo. E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação, sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós; e por ele credes em Deus, que o ressuscitou dentre os mortos, e lhe deu glória, para que a vossa fé e esperança estivessem em Deus.” I Pedro 1:13-21.

O texto de hoje menciona algumas verdades. A primeira é que a salvação nos é oferecida por Deus. A salvação é de graça e é uma iniciativa de Deus: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.” Efésios 2:8.

O segundo ponto a considerar é que todas as pessoas que desejam a salvação a alcançam e são libertadas dos seus pecados conforme o seguinte texto: “Sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo”. I Ped. 1: 18, 19.

O termo grego usado aqui para resgatados é “lutro” e  significava o resgate que o senhor fazia para um escravo, para depois conceder-lhe a carta de alforria, a liberdade. Aqui significa que Jesus, através do Seu sangue, concedeu-nos a liberdade total dos nossos pecados. Amém?

O terceiro ponto a considerar neste texto é que todas as pessoas serão julgadas um dia, e de forma imparcial: “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação.” I Pedro 1:17

O Antigo Testamento classifica o pecado em três categorias:

1) Pecado inadvertido e não intencional -  Este é o tipo de pecado casual, não planejado ou premeditado. Geralmente esse tipo de pecado não era acariciado pelo pecador. O apóstolo Pedro fala de irmãos que cometeram este tipo de pecado: “E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes”. Atos 3:17. Aqueles que crucificaram Jesus, o fizeram pensando que estavam fazendo o que era correto. “… Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem …” Luc. 23:34. Paulo também quando perseguia e concordava com a morte dos cristãos revelava ignorância. O Apóstolo Paulo adiciona a isto a declaração de que “se … conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória”. I Cor. 2:8.

2) Pecado deliberado e intencional – Neste caso a pessoa vai gostando do que faz, e muitas vezes chega até a defender a ideia de que o pecado que pratica não é pecado. Veja este texto: “Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há-de devorar os adversários.” Hebreus 10:26-27

3) Pecado de rebeldia – Este tipo de pecado é o pior. Pois o pecador rebela-se contra Deus, Sua igreja e Seus filhos. Aqui podemos o caso de Faraó, Anás, Caifás, Balaão e outros que levantaram-se contra Deus e Seu povo.

O texto de hoje menciona que devemos abandonar o pecado e viver em perfeição de caráter. No Novo Testamento, a salvação é sinônimo do perdão dos pecados, e todo cristão deveria ter certeza do perdão, e consequentemente da salvação, os quais são oferecidos por Deus. Alguns crentes têm receio de falar em certeza da salvação porque julgam que isso, de alguma forma, representa um perigo para a humildade e um estímulo ao pecado.

Gosto muito de saber que o Espírito Santo torna possível a crença da certeza da Salvação. Encontramos nos seguintes textos esta evidência: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.” Romanos 8:15-17.

“Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi a vós, os que credes no nome do Filho de Deus, para que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho de Deus.” I João 5:12,13.

“Os vossos pecados podem ser como uma montanha diante de vós. Mas, se humilharem o coração, e confessarem os vossos pecados, confiando nos méritos de um Salvador crucificado e ressurgido. Ele perdoar-vos-á e purificar-vos-á de toda a injustiça... A Sua justiça tem como efeito a paz...repouso e segurança para sempre.” Atos dos Apóstolos, 404, 405. Amém?

Por que podemos ter a certeza da salvação? Porque as promessas da Palavra de Deus declaram a nossa salvação. Em João 3:36 lemos: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna”.

QUINTA-FEIRA (6 de abril) AMEM-SE MUTUAMENTEEste é o texto para o estudo de hoje: “Purificando as vossas almas pelo Espírito na obediência à verdade, para o amor fraternal, não fingido; amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro; sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre. Porque toda a carne é como a erva, e toda a glória do homem como a flor da erva. Secou-se a erva, e caiu a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre. E esta é a palavra que entre vós foi evangelizada.” I Pedro 1:22-25.

O texto de hoje menciona que o crente, nascido de novo, ama verdadeiramente as pessoas. A vida de Cristo na terra foi, do princípio ao fim, voltada para Deus e para o próximo. Alguém disse que “o amor nunca falha e se não deu certo ainda é porque não havia amor”. Na língua grega, havia três palavras que significavam amor: "eros", "filéo" e "ágape". Eles usavam a palavra de acordo com o tipo de amor a que estavam se referindo. “Eros" referia-se ao amor sexual e, como sabemos, deve existir apenas dentro do casamento. Fileo" significava o amor que existia entre pais e filhos, e entre irmãos. Este tipo de amor, que se desenvolve com o tempo, também deve existir no casamento, na família, na igreja e em todas as relações humanas. “Ágape" é o mais profundo e o mais sublime de todos. Este amor sempre caracterizou Deus. Em João 3:16 a Bíblia nos mostra o tão grande amor do nosso Deus quando diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho..." Existe maior amor do que este? É esse tipo de amor que Pedro refere-se aqui.

Um casamento fundamentado no amor ágape pode sobreviver a qualquer tipo de tempestade, desencontros e desentendimentos. Se alicerçamos nossas amizades e matrimônio no amor ágape, a Palavra de Deus se torna real quando Deus diz: "o amor nunca acaba". Certamente este tipo de amor precisa ser aprendido, e esta aprendizagem exige muito esforço e conhecimento. Todos precisamos aprender a amar e isso se consegue exercitando o companheirismo com Deus e com as pessoas. Esse amor se dá e se sacrifica em favor das outras pessoas. Esse amor busca o que é melhor para aquele que ama. O amor ágape é dedicado, ou seja, o possuidor desse amor continua amando aconteça o que acontecer.

O que dizer de pessoas e igrejas que dizem possuir o amor a Deus e de Deus, mas falham na expressão do amor?

Os homens têm uma maneira egoísta de avaliar o carácter das pessoas. Deus mede o carácter de uma pessoa pela capacidade que ela tem de demonstrar amor através de boas acções e respeito. É claro que não somos salvos por causa da realização de boas obras; somos salvos pela fé e graça, mas a realização de boas obras é um grande indicador de que o crente ama a Deus e as pessoas. Jesus mostrou esse ponto, de forma clara, quando contou a parábola do bom samaritano, relatada em Lucas 10.

Nem sempre os religiosos têm a aprovação de Deus. A ação de um samaritano, que era considerado excluído do reino de Deus, foi aceita por Deus. A nossa sensibilidade em atender as necessidades dos pobres e os nossos atos de misericórdia realizados contam mais diante de Deus do que algumas ações religiosas. Quando atendemos os pobres estamos agradando Deus: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, ele lhe pagará o seu benefício.” Provérbios 19:17.

“A religião pura e imaculada perante o Pai é esta: “Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo.” Tia. 1:27. Boas obras são os frutos que Cristo requer que produzamos; palavras amáveis, atos de benevolência, de terna consideração para com os pobres, os necessitados, os aflitos. Quando corações simpatizam com corações oprimidos por desânimo e angústia, quando a mão dispensa ao necessitado, é vestido o nu, bem-vindo o estrangeiro a um assento em vossa sala e um lugar em vosso coração, os anjos chegam muito perto, e acordes correspondentes ecoam no Céu.” Beneficência Social, 35.

SEXTA-FEIRA (7 de abril) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 2 (2º trimestre 2017) UMA HERANÇA INCORRUPTÍVEL – A lição de hoje menciona Pedro mostrando aos crentes dispersos que eles são a continuação da igreja do Velho Testamento, tendo sido redimidos pela graça de Deus e que devem viver de forma santa, isto é; separada dos pecados do mundo e que agora devem viver a esperança viva na herança eterna reservada nos céus aos que crêem. As palavras usadas em I Pedro 1:4 e 5 mostram a enorme diferença entre a herança que Deus nos oferece e as heranças materiais desta vida. É uma herança perfeita e permanente. É importante observar onde Deus reserva essa herança: “reservada nos céus para vós outros”.

As palavras de I Pedro 1:5 são semelhantes com um comentário que Paulo fez à Timóteo: “e, por isso, estou sofrendo estas coisas; todavia, não me envergonho, porque sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele Dia.” II Timóteo 1:12. A esperança do crente, em Cristo, não depende do seu próprio mérito, e sim da graça de Deus que é poderoso para regenerar cada um que crê em Jesus e no final; de ressuscitar-nos para a vida eterna!

A perfeição bíblica envolve santidade. “Santificação não é obra de um momento, uma hora, ou um dia. É um contínuo crescimento na graça.” Conselho para a Igreja, 50. Deus nos ensina que a vida cristã deve ser plena de vitória em Cristo, envolvendo um constante afastamento do pecado e uma contínua aproximação de Jesus. Cada dia aparecem situações inusitadas que podem tramar a vida do crente, e devemos estar vigilantes para não sermos presas fáceis do inimigo. O apóstolo Paulo menciona que o processo de santificação vai durar até a volta de Cristo: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” Filipenses 1:6

Jesus definiu perfeição bíblica como o ato de estar ligado a Ele através da comunhão. Ele disse: “Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.” João 15:4,5. Através deste princípio concluímos que o crente, que vive em plena comunhão com Cristo é perfeito, e quando deixa a comunhão torna-se imperfeito. O crente cortado da Videira comete pecados e depois necessita de arrepender-se e confessar para tornar-se novamente perfeito.

A comunhão diária e constante com Cristo é imprescindível na vida do crente para que ele obtenha a vitória sobre os pecados conhecidos. O crente convertido deve lançar mãos dos recursos do céu, não só confessando os pecados passados mas também, não mais retornar à sua prática. E assim, recebemos a justiça comunicada de Cristo, que habilita-nos a vencer as tentações, bem como a obedecer os reclamos divinos.

A perfeição bíblica exige do crente que ele despoje das coisas do passado: “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a fornicação, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria…despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos, e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou.” Colossenses 3:5, 8-10.

“Deus nos ordenou: “Sede santos, porque Eu sou santo.” I Pedro 1:16. E o inspirado apóstolo Paulo declara que, sem santidade, “ninguém verá o Senhor”. Hebreus 12:14. Santidade é harmonia com Deus. Pelo pecado, a imagem divina foi desfigurada no homem, e quase obliterada; é a obra do evangelho restaurar o que se havia perdido; e cumpre-nos cooperar com o Espirito Santo nessa obra. E como podemos chegar à harmonia com Deus, como nos é possível receber-Lhe a imagem, a menos que obtenhamos conhecimento a Seu respeito? Foi esse conhecimento que Cristo veio ao mundo para nos revelar.” Testemunhos para a Igreja vol 5, 743.

Luís Carlos Fonseca

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