COMENTÁRIOS
DA LIÇÃO 11 (3º trimestre 2018) DETENÇÃO DE PAULO EM JERUSALÉM
VERSO ÁUREO:
“E na noite seguinte, apresentando-se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem ânimo;
porque, como de mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques
também em Roma.” Atos 23:11
INTRODUÇÃO
(8 de setembro) – Durante esta semana vamos estudar apenas sobre a prisão de
Paulo em Jerusalém e Cesaréia. Mas podemos vislumbrar o triste fim que teve o apóstolo. Na
verdade Paulo realizou uma outra viagem missionária, pois foi preso em
Jerusalém, no templo. Ver Atos 21:27. Depois foi enviado para Cesaréia, onde se
apresentou diante de Félix. Ver Atos 23:23 e 24:1-27, Festo e Agripa. Ver Atos
25:22-26-32, tema que vamos estudar na próxima semana. Depois Paulo viajou para
Roma na condição de preso. Foi uma viagem muito difícil. Era inverno, e o navio
naufragou em Malta, onde esteve três meses. Até que chegou à capital do império
em 62 d.C. e depois foi morto.
Desde a
descrição da prisão de Paulo, em Jerusalém, até o capítulo 26 de Atos, a detenção, o
julgamento e a prisão de Paulo na Palestina, Lucas registra como os judeus
incrédulos fizeram falsas acusações contra o apóstolo quando este retornou à
Jerusalém para celebrar a festa de Pentecostes. Essa série de acontecimentos
mostra que Paulo não foi responsável pela discórdia que ocorreu entre ele e os
judeus incrédulos. Paulo, corajosamente, fixou seus olhos no Sinédrio e começou
seu discurso se defendendo, principalmente defendendo a sua consciência. O sumo
sacerdote Ananias, porém, deu ordens para baterem na sua boca.
Paulo,
então, não perdeu a oportunidade e o chamou de parede branqueada, ver Atos
23:3, e ainda diz que Deus o julgaria! Os túmulos que continham ossos de mortos
geralmente eram pintados de branco para que ficassem claramente visíveis, ver
Mat 23:27-28. Aqui Paulo está homenageando esse oficial corrupto de maneira
apropriada. Paulo ficou apavorado com a posição que os judeus, como povo
professo de Deus, ocupavam perante um mundo incrédulo. Como os considerariam
esses oficiais pagãos? Alegando ser adoradores de Deus, e exercendo sagrado
ofício, entregavam-se ao controle de uma ira irrazoável e cega, procurando
destruir até mesmo a seus irmãos que ousavam enfrentá-los. Paulo sentia que o
nome de seu Deus tinha sido desonrado aos olhos dos pagãos.
“E agora
estava ele na prisão, e sabia que seus inimigos em sua desesperada maldade
recorreriam a todos os meios para dar-lhe a morte. Seria o caso de estar sua
obra pelas igrejas terminada, e que lobos vorazes estivessem para se introduzir
nela? A causa de Cristo estava muito perto do coração de Paulo, e com grande
ansiedade pensava nos perigos das igrejas espalhadas, expostas como estavam às
perseguições de homens precisamente como os que encontrara no conselho do
Sinédrio. Com angústia e desfalecimento chorou e orou. Nessa hora tenebrosa, o
Senhor não Se esqueceu de Seu servo. Guardara-o da multidão assassina nos
pátios do templo; estivera com ele perante o conselho do Sinédrio; com ele
estava na fortaleza; e Se revelou como a Sua fiel testemunha em resposta às
fervorosas orações do apóstolo, em que pedia que o guiasse. “E, na noite
seguinte, apresentando-Se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem ânimo; porque, como
de Mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em Roma”.
Atos 23:11. Atos dos Apóstolos, 230
DOMINGO (9
de setembro) PAULO ENCONTRANDO-SE COM OS LÍDERES DE JERUSALÉM – Quando Paulo chegou a
Jerusalém já haviam irmãos que o aguardavam no porto: “E foram também conosco
alguns discípulos de Cesaréia, levando consigo um certo Mnasom, chíprio,
discípulo antigo, com quem havíamos de hospedar-nos. E, logo que chegamos a
Jerusalém, os irmãos nos receberam de muito boa vontade.” Atos 21:16,17. É tão
bom sabermos deste exemplo relatado na Bíblia, onde mostra o grande carinho que
os irmãos revelavam para com um servo de Deus pregador da Palavra!
Em Jerusalém
existiam os cristãos ex-judeus e os judeus, e Tiago e os anciãos mostraram-se
preocupados com alguns crentes ex-judeus fanáticos: “E no dia seguinte, Paulo entrou
conosco em casa de Tiago, e todos os anciãos vieram ali. E, havendo-os saudado,
contou-lhes por miúdo o que por seu ministério Deus fizera entre os gentios. E,
ouvindo-o eles, glorificaram ao Senhor, e disseram-lhe: Bem vês, irmão, quantos
milhares de judeus há que crêem, e todos são zeladores da lei. E já acerca de
ti foram informados de que ensinas todos os judeus que estão entre os gentios a
apartarem-se de Moisés, dizendo que não devem circuncidar seus filhos, nem
andar segundo o costume da lei. Que faremos pois? em todo o caso é necessário
que a multidão se ajunte; porque terão ouvido que já és vindo.” Atos 21:18-22. Paulo agora tinha que procurar resolver essa situação. Alguns anos já se tinham
passado desde o Concilio de Jerusalém, que tinha resolvido esta questão, mas o
problema não tinha sido resolvido na mente de alguns.
Quando
pensamos no grande desejo que Paulo tinha em harmonizar-se com seus irmãos, sua
bondade para com os fracos na fé, sua reverência pelos apóstolos que haviam
estado com Cristo, e por Tiago, o irmão do Senhor, e seu. Mas, infelizmente, em
vez de alcançar o objetivo desejado, seus esforços pela conciliação apenas
precipitaram a crise, apressaram os sofrimentos que lhe estavam preditos, e
resultaram em separá-lo de seus irmãos, privando a igreja de uma de suas mais
fortes colunas, Paulo, e levando a tristeza aos corações cristãos em toda
parte. Que pena! É triste ver os esforços do apóstolo serem vencidos pelo
preconceito! Mas, por outro lado vemos que Deus usou o apóstolo Paulo de forma maravilhosa, pois em pouco tempo ele realizou grandes coisas; fundou tantas igrejas e escreveu tantos livros!
Veja como
Paulo resolveu ser politicamente correto, quando, a pedido de alguns líderes judeus,
apoiou um cerimonial de nazireu, já caduco, para evitar confusão, mas mesmo
assim em nada resultou: “Faze, pois, isto que te dizemos: Temos quatro homens
que fizeram voto. Toma estes contigo, e santifica-te com eles, e faze por eles
os gastos para que rapem a cabeça, e todos ficarão sabendo que nada há daquilo
de que foram informados acerca de ti, mas que também tu mesmo andas guardando a
lei. Todavia, quanto aos que creem dos gentios, já nós havemos escrito, e
achado por bem, que nada disto observem; mas que só se guardem do que se
sacrifica aos ídolos, e do sangue, e do sufocado e da fornicação. Então Paulo,
tomando consigo aqueles homens, entrou no dia seguinte no templo, já
santificado com eles, anunciando serem já cumpridos os dias da purificação; e
ficou ali até se oferecer por cada um deles a oferta.” Atos 21:23-26
“No dia
seguinte, Paulo começou a executar o conselho dos anciãos. Os quatro homens que
haviam feito o voto de nazireus (Números 6), cujo termo estava quase cumprido,
foram levados por Paulo ao templo, “anunciando serem já cumpridos os dias da
purificação; e ficou ali até se oferecer por cada um deles a oferta”. Atos
21:26. Certos dispendiosos sacrifícios para a purificação ainda deveriam ser
oferecidos.” Atos dos Apóstolos, 226
Somos maleáveis como Paulo com a capacidade de encontramos o ponto de equilíbrio entre princípios e normas? Os princípios são fixos e invioláveis, já as normas são adaptáveis. Embora o Concílio de Jerusalém já tinha regulamentado algumas questões cerimoniais, Paulo não se importou em praticar esses cerimoniais.
SEGUNDA-FEIRA
(10 de setembro) MOTIM NO TEMPLO – Mesmo Paulo tendo atendido a liderança, em
apoiar os 4 homens na cerimônia de nazireu, e tendo cumprido os sete dias de
rituais conforme Números 19: 11-13 a perseguição ao apóstolo continuou. Os judeus da Ásia, pensando que Paulo tinha
levado um gentio ao templo sem ser circuncidado, pois era proibido um gentio entrar no interior do templo, agitaram a multidão e tentaram matá-lo veja o que aconteceu com o apóstolo: “E
quando os sete dias estavam quase a terminar, os judeus da Ásia, vendo-o no
templo, alvoroçaram todo o povo e lançaram mão dele, clamando: Homens
israelitas, acudi; este é o homem que por todas as partes ensina a todos contra
o povo e contra a lei, e contra este lugar; e, demais disto, introduziu também
no templo os gregos, e profanou este santo lugar. Porque tinham visto com ele
na cidade a Trófimo de Éfeso, o qual pensavam que Paulo introduzira no templo.
E alvoroçou-se toda a cidade, e houve grande concurso de povo; e, pegando
Paulo, o arrastaram para fora do templo, e logo as portas se fecharam.” Atos
21:27-30
O comandante
que tinha a responsabilidade de manter a paz em Jerusalém, ficou sabendo do
tumulto e tirou Paulo do meio da multidão: “E, procurando eles matá-lo, chegou
ao tribuno da coorte o aviso de que Jerusalém estava toda em confusão, o qual,
tomando logo consigo soldados e centuriões, correu para eles. E, quando viram o
tribuno e os soldados, cessaram de ferir a Paulo. Então, aproximando-se o
tribuno, o prendeu e o mandou atar com duas cadeias, e lhe perguntou quem era e
o que tinha feito. E na multidão uns clamavam de uma maneira, outros de outra; mas,
como nada podia saber ao certo, por causa do alvoroço, mandou conduzi-lo para a
fortaleza. E sucedeu que, chegando às escadas, os soldados tiveram de lhe pegar
por causa da violência da multidão. Porque a multidão do povo o seguia,
clamando: Mata-o! Atos 21:31-36
“Pela lei
judaica era crime punível com a morte entrar uma pessoa incircuncisa nos pátios
internos do edifício sagrado. Paulo tinha sido visto na cidade em companhia de
Trófimo, um efésio, e conjeturou-se que o houvesse trazido ao templo. Isto ele
não fizera; e, sendo ele mesmo judeu, seu ato de entrar no templo não era
violação da lei. Mas, embora a acusação fosse inteiramente falsa, serviu para
despertar o preconceito popular. E como o clamor se levantasse e fosse levado
aos pátios do templo, as multidões ali reunidas foram lançadas em violento
despertar. A notícia rapidamente se espalhou por Jerusalém, e
"alvoroçou-se toda a cidade, e houve grande concurso de povo". Atos
21:30. Atos dos Apóstolos, 407
Paulo sabia
que a sua liberdade tinha chegado ao fim, e no meio do tumulto o apóstolo estava
calmo e senhor de si. Seu pensamento permanecia em Deus, e sabia que anjos do
Céu estavam ao seu redor. Sentia-se indisposto a afastar-se do templo sem fazer
qualquer esforço por apresentar a verdade a seus compatriotas. Quando estava
para ser conduzido à fortaleza, disse ao tribuno: "É me permitido dizer-te
alguma coisa?" Lísias respondeu: "Sabes o grego? Não és tu porventura
aquele egípcio que antes destes dias fez uma sedição e levou ao deserto quatro
mil salteadores?" Em resposta disse Paulo: "Na verdade que sou um
homem judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te,
porém, que me permitas falar ao povo." O pedido foi satisfeito, e
"Paulo, pondo-se em pé nas escadas, fez sinal com a mão ao povo". O
gesto atraiu a atenção deles, enquanto o seu porte impunha respeito. "E,
feito grande silêncio, falou-lhes em língua hebraica, dizendo: Varões irmãos e
pais, ouvi agora a minha defesa perante
vós."
Estamos
dispostos em sofrer perseguições por causa de Cristo? O que temos feitos para
evitar rumores e falatórios falsos sobre pessoas e como reagimos diante de
falatórios alheios?
TERÇA-FEIRA
(11 de setembro) PAULO PERANTE A MULTIDÃO – A lição de hoje discorre sobre
Paulo perante a multidão. A intenção de Paulo era pregar aos seus compatriotas,
mas ele viu que se pudesse defender-se já seria de grande valor para a sua
segurança física. Paulo pediu ao comandante permissão para falar com a multidão: “E,
quando iam a introduzir Paulo na fortaleza, disse Paulo ao tribuno: É-me
permitido dizer-te alguma coisa? E ele disse: Sabes o grego? Não és tu
porventura aquele egípcio que antes destes dias fez uma sedição e levou ao
deserto quatro mil salteadores? Mas Paulo lhe disse: Na verdade que sou um homem
judeu, cidadão de Tarso, cidade não pouco célebre na Cilícia; rogo-te, porém,
que me permitas falar ao povo. E, havendo-lho permitido, Paulo, pondo-se em pé
nas escadas, fez sinal com a mão ao povo; e, feito grande silêncio, falou-lhes
em língua hebraica, dizendo:” Atos 21:37-40
Paulo fez um
discurso muito importante, não só para acalmar a multidão, mas também para
pregar sobre a graça salvadora de Deus. Ele disse: "Quanto a mim, sou
varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de
Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zelador de Deus,
como todos vós hoje sois." Atos 22:3. Ninguém podia negar as afirmações do
apóstolo. Os fatos a que se referia eram bem conhecidos de muitos que ainda
estavam vivendo em Jerusalém. Falou então do seu antigo zelo em perseguir os
discípulos de Cristo, até mesmo à morte; e narrou as circunstâncias de sua
conversão, contando a seus ouvintes como seu próprio orgulhoso coração tinha
sido levado a se render ao crucificado Nazareno. O relato de sua experiência
foi acompanhado de um convincente poder que naquele momento pareceu abrandar e
subjugar-lhes o coração.
Até este
ponto do discurso do apóstolo, o povo escutou com toda a atenção; mas quando
Paulo chegou em sua história e disse que era embaixador de Cristo aos gentios, o furor irrompeu de novo. Acostumados a considerarem-se como único povo
favorecido por Deus, não estavam dispostos a permitir que os desprezados
gentios participassem dos privilégios que até então tinham sido considerados
como exclusivamente deles. Erguendo suas vozes mais alto que a do orador,
clamaram: "Tira da terra um tal homem, porque não convém que viva."
Atos 22:22 Que pena!
Veja como a multidão reagiu quando
Paulo falou que era apóstolo aos gentios: “E, clamando eles, e arrojando de si as vestes, e lançando
pó para o ar, o tribuno mandou que o levassem para a fortaleza, dizendo que o
examinassem com açoites, para saber por que causa assim clamavam contra ele. E,
quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava:
É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado? E, ouvindo isto, o centurião
foi, e anunciou ao tribuno, dizendo: Vê o que vais fazer, porque este homem é
romano. E, vindo o tribuno, disse-lhe: Dize-me, és tu romano? E ele disse: Sim.
E respondeu o tribuno: Eu com grande soma de dinheiro alcancei este direito de
cidadão. Paulo disse: Mas eu o sou de nascimento. E logo dele se apartaram os
que o haviam de examinar; e até o tribuno teve temor, quando soube que era romano,
visto que o tinha ligado.” Atos 22:23-29.
Quando
comparamos a nossa vida com a de Paulo, será que teríamos a mesma coragem do
apóstolo em mantermos a nossa fé diante de situação tão difícil?
QUARTA-FEIRA
(12 de setembro) PAULO PERANTE O SINÉDRIO – Quando o imperador romano percebeu que
Paulo não oferecia nenhum perigo contra o império, pediu que o Sinédrio
resolvesse o assunto. Ver Atos 22:30 e 23:29
Há alguns
anos antes, Saulo exercia influencia junto ao Sinédrio e era um perseguidor dos
cristãos, mas agora a posição tinha se invertido. Agora Paulo era o réu. Veja a
início da defesa de Paulo perante o Sinédrio: “E, pondo Paulo os olhos no
conselho, disse: Homens irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus
com toda a boa consciência. Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que
estavam junto dele que o ferissem na boca. Então Paulo lhe disse: Deus te
ferirá, parede branqueada; tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a
lei, e contra a lei me mandas ferir? E os que ali estavam disseram: Injurias o
sumo sacerdote de Deus? E Paulo disse: Não sabia, irmãos, que era o sumo
sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu povo.” Atos
23:1-5.
O Sinédrio
era a autoridade máxima dos judeus, embora na época de Cristo e dos apóstolos, era administrado pelos romanos. Palavra derivada do grego Sinedrion, que significa
"assembléia", era um conselho com poder político e religioso composto
por 70 pessoas, representantes de três setores da sociedade: os membros das
famílias mais ricas, os saduceus, classe sacerdotal, e os fariseus, estudiosos da Torá. Embora os fariseus não fossem a maioria no Sinédrio, eles tinham grande influência nas
decisões, pois eles eram especialistas em lei judaica. Vários tinham a profissão de escriba, a pessoa
responsável pela elaboração dos manuscritos bíblicos.
Veja como
Paulo tentou convencer os membros do Sinédrio para que fossem complacentes com
ele e ao mesmo tempo tentou perturbar o funcionamento do Sinédrio: “E Paulo,
sabendo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no conselho:
Homens irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu; no tocante à esperança e
ressurreição dos mortos sou julgado. E, havendo dito isto, houve dissensão
entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu. Porque os saduceus dizem
que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma
e outra coisa. E originou-se um grande clamor; e, levantando-se os escribas da
parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Nenhum mal achamos neste homem, e, se
algum espírito ou anjo lhe falou, não lutemos contra Deus. E, havendo grande
dissensão, o tribuno, temendo que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou
descer a soldadesca, para que o tirassem do meio deles, e o levassem para a
fortaleza.” Atos 23:6-10
Interessante
perceber que todos esses acontecimentos, no final das contas, colaboraram para que Paulo fosse
mais tarde dar prosseguimento ao seu apostolado na cidade de Roma, conforme se
verá. Porém, Paulo precisou permanecer por pelo menos dois anos preso em
custódia na cidade de Cesaréia sob os cuidados do governador da Judeia devido à
queixa apresentada pelos judeus, cinco dias depois de ter sido transferido de
Jerusalém. Isto porque uma vez sendo formalizada a acusação, foi instaurado um
verdadeiro processo criminal dentro dos moldes a época, segundo as leis
romanas.
“E agora
estava ele na prisão, e sabia que seus inimigos em sua desesperada maldade
recorreriam a todos os meios para dar-lhe a morte. Seria o caso de estar sua
obra pelas igrejas terminada, e que lobos vorazes estivessem para se introduzir
nela? A causa de Cristo estava muito perto do coração de Paulo, e com grande
ansiedade pensava nos perigos das igrejas espalhadas, expostas como estavam às
perseguições de homens precisamente como os que encontrara no conselho do
Sinédrio. Com angústia e desfalecimento chorou e orou. Nesta hora tenebrosa o
Senhor não Se esqueceu de Seu servo. Guardara-o da multidão assassina nos
pátios do templo; estivera com ele perante o conselho do Sinédrio; com ele
estava na fortaleza; e Se revelou a Si mesmo a Sua fiel testemunha em resposta
às fervorosas orações do apóstolo, em que pedia que o guiasse. "E, na
noite seguinte, apresentando-Se-lhe o Senhor, disse: Paulo, tem ânimo; porque,
como de Mim testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em
Roma." Atos 23:11. Atos dos apóstolos, 412, 423.
Conhecemos as doutrinas de Cristo o suficiente, e estamos em plena comunhão com Deus para defendermos Jesus em situações difíceis, como em tribunais?
QUINTA-FEIRA
(13 de setembro) TRANSFERÊNCIA DE PAULO PARA CESARÉIA - Se Paulo fosse apenas um judeu,
provavelmente teria sofrido injustos açoites e teria sido entregue nas mãos dos
seus compatriotas para ser julgado e condenado pelo Sinédrio, por se tratar de
uma questão meramente religiosa. E, caso viesse a ser linchado publicamente
como foi Estevão, as autoridades romanas nem teriam com o que se preocupar, se
não fosse ele um cidadão romano. Ao ser conduzido preventivamente preso para a
cidade de Cesaréia, Paulo ficou distante do foco de tensão, de modo que o seu
julgamento ali receberia menos pressões por parte dos judeus do que se fosse
realizada uma audiência em Jerusalém.
Alguns
judeus queriam matar Paulo, mas o plano foi desfeito através da providência
divina. Deus usou o sobrinho de Paulo que provavelmente ainda era um
adolescente, pois foi levado ao Sinédrio. Veja
o texto: “E, quando já era dia, alguns dos judeus fizeram uma conspiração,
e juraram, dizendo que não comeriam nem beberiam enquanto não matassem a Paulo.
E eram mais de quarenta os que fizeram esta conjuração. E estes foram ter com
os principais dos sacerdotes e anciãos, e disseram: Conjuramo-nos, sob pena de
maldição, a nada provarmos até que matemos a Paulo. Agora, pois, vós, com o
conselho, rogai ao tribuno que vo-lo traga amanhã, como que querendo saber mais
alguma coisa de seus negócios, e, antes que chegue, estaremos prontos para o
matar. E o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido acerca desta cilada, foi, e
entrou na fortaleza, e o anunciou a Paulo. E Paulo, chamando a si um dos
centuriões, disse: Leva este jovem ao tribuno, porque tem alguma coisa que lhe
comunicar.” Atos 23:12-17.
Qual foi a mensagem que o comandante
Lisías enviou ao governador Félix sobre Paulo? “Cláudio Lísias, a Félix,
potentíssimo presidente, saúde. Esse homem foi preso pelos judeus; e, estando
já a ponto de ser morto por eles, sobrevim eu com a soldadesca, e o livrei,
informado de que era romano. E, querendo saber a causa por que o acusavam, o
levei ao seu conselho. E achei que o acusavam de algumas questões da sua lei;
mas que nenhum crime havia nele digno de morte ou de prisão. E, sendo-me
notificado que os judeus haviam de armar ciladas a esse homem, logo to enviei,
mandando também aos acusadores que perante ti digam o que tiverem contra ele.
Passa bem.” Atos 23:26-30.
Nesta época,
a sede do governo romano na região da Judeia não estava mais situado em
Jerusalém e sim em Cesareia. Contudo, o Sinédrio ainda se reunia em Jerusalém
onde também havia um comando das forças romanas e, ao que parece, seria uma
unidade subordinada ao governador daquela província romana. Para o comandante
das forças romanas em Jerusalém seria mais tranquilo livrar-se de Paulo,
mandando-o para junto do governador numa outra cidade, do que suportar toda
aquela pressão dos judeus querendo assassinar um prisioneiro que portava a
cobiçada cidadania romana.
Mais uma
vez, tal como no incidente de Filipos, Paulo havia prevalecido de sua cidadania
romana, a qual iria lhe assegurar o direito a um julgamento justo, conforme as
leis da época. Pois se Paulo fosse apenas um judeu, provavelmente teria sofrido
injustos açoites e teria sido entregue nas mãos dos seus compatriotas para ser
julgado e condenado pelo Sinédrio, por se tratar de uma questão meramente
religiosa. E, caso viesse a ser linchado publicamente como foi Estevão, as
autoridades romanas nem teriam com o que se preocupar, se não fosse ele um
cidadão romano. Ao ser conduzido preventivamente preso para a cidade de
Cesareia, Paulo ficou distante do foco de tensão, de modo que o seu julgamento
ali receberia menos pressões por parte dos judeus do que se fosse realizada uma
audiência em Jerusalém.
“O caso de
Paulo não era o primeiro em que um servo de Deus encontrava entre os pagãos um
abrigo da maldade do professo povo de Jeová. Em sua cólera contra Paulo, os
judeus haviam acrescentado mais um crime ao tenebroso catálogo que marcava a
história deste povo. Haviam endurecido ainda mais o coração contra a verdade e
tornado mais certa a sua condenação. Poucos compreendem o amplo significado das
palavras ditas por Cristo quando, na sinagoga de Nazaré apresentara-Se como o
Ungido. Ele anunciara Sua missão de confortar, abençoar e salvar os aflitos e
pecadores; e então, vendo que a incredulidade e o orgulho controlavam o coração
de Seus ouvintes, Ele recordou que no passado Deus Se havia retirado de Seu
povo escolhido por causa de sua incredulidade e rebelião, e Se tinha
manifestado aos das terras pagãs que não haviam rejeitado a luz do Céu. A viúva
de Sarepta e Naamã da Síria tinham vivido à altura de toda a luz que possuíam;
assim foram eles considerados mais justos que o povo escolhido de Deus que se
tinha desviado dEle, e sacrificado o princípio à conveniência e à honra
mundana. Cristo disse aos judeus de Nazaré uma terrível verdade quando declarou
que com o apóstata Israel não havia segurança para o fiel mensageiro de Deus.
Eles não reconheceriam seu valor nem apreciariam seus labores. Enquanto os
dirigentes judeus professavam ter grande zelo pela honra de Deus e o bem de
Israel, eram inimigos de ambos. Por preceito e exemplo estavam levando o povo
mais e mais longe da obediência a Deus - guiando-o onde Deus não poderia ser
sua defesa no dia da angústia.”Atos dos apóstolos, 416 e 417.
Mesmo quando as circunstâncias da nossa vida estão envoltas em trevas, temos a confiança de que Deus está conosco?
SEXTA-FEIRA
(14 de setembro) LEITURA ADICIONAL E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 11 (3º trimestre
2018) DETENÇÃO DE PAULO EM JERUSALÉM - PERCURSO ATÉ JERUSALÉM - Em Éfeso, Paulo esteve no auge do seu ministério com a
atuação do Espírito Santo operando maravilhas extraordinárias através da sua vida,
fazendo até com que seus lenços e aventais curassem doenças e expulsassem
demônios. Depois disso, Paulo prosseguiu sua viagem à Jerusalém; e passando por
Tiro, foi avisado pelos discípulos dali para não ir a Jerusalém, sendo eles
movidos pelo Espírito Santo a lhe dizerem isto, Atos 21:4. Chegando a Cesaréia,
foi avisado pelo profeta Ágabo que seria preso pelos judeus e entregue aos
gentios, Atos 21: 11
Tendo
chegado em Jerusalém, Paulo foi convencido por Tiago e os anciãos de, e outros quatro
homens, a se purificar, raspar a cabeça e fazer oferta em favor de cada um
deles para mostrar aos judeus que ele ainda guardava a lei. Mas isso não
adiantou. Antes de findar os sete dias da purificação, os judeus agarram Paulo
no templo para matá-lo. Mas a guarda romana interveio e o levou à fortaleza a
fim de livrá-lo da morte. Ver Atos 21:17-36.
Diante disso
Paulo defendeu-se diante de judeus e romanos, ver Atos, a partir do cap. 21:37,
e revelou que enquanto orava no templo, antes de sua prisão, o próprio Senhor
Jesus falou com ele para sair de Jerusalém, pois não receberiam seu
testemunho e que seria enviado aos gentios de longe. Mas Paulo discutiu com
Jesus, e apresentou ao Senhor seus fortes argumentos de convencer os judeus a
aceitá-Lo. Depois disso, Paulo continuou preso, dando testemunhos ao sacerdócio
judaico e às autoridades romanas até chegar a Roma, de onde não saiu mais e foi
martirizado em 68 d.C.
Uma das
lições que ficam desse polêmico episódio é a que o próprio Paulo nos deixou em
sua carta aos Filipenses 4:6-7: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes
as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e
súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento,
guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” A fim de
que não sejamos traídos por nós mesmos, por nossos sentimentos, usando
erradamente nosso livre arbítrio.
A outra
lição que é a que Paulo também nos escreveu em sua primeira carta aos Coríntios
10:12: “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe que não caia.” E sem
esquecermos de que “um abismo chama outro abismo.” Salmo 42:7. Pois de Deus
ninguém zomba: tudo que o homem semear, isso também ceifará. Gálatas 6:7.
Diante disse
tudo, só conseguimos ver perfeição em um único homem: Jesus Cristo, o Senhor da
Igreja. Por isso Ele é Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Todos que apareceram
antes e depois Dele, ainda que tenham suas virtudes e sejam usados por Deus,
serão apenas Seus servos e nossos irmãos, sujeito as mesmas paixões que nós.
Amém?
Luís Carlos
Fonseca
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