COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 2 (3º trimestre 2015) ABRAÃO: O PRIMEIRO MISSIONÁRIO
VERSO ÁUREO: “Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi
imputado como justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão.
Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os
gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão
benditas em ti.” Gálatas 3:6-8
INTRODUÇÃO (sábado 4 de julho) – Como lemos no verso áureo,
o Novo Testamento dá um grande destaque ao patriarca Abraão. Ele foi uma grande
bênção para o mundo. De Abraão nasceram as três maiores religiões do mundo. De
Ismael nasceu o Islamismo e de Isaque o Judaísmo e o Cristianismo: “E, se sois
de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa.”
Gálatas 3:29
Antes de Abraão, surgiram Enoque e Noé, que foram grandes
missionários em suas próprias terras, e Abraão tornou-se um missionário
especial porque saiu de casa para pregar em outras terras e porque Deus fez-lhe
promessas especiais: “…Todas as nações serão benditas em ti.” Abraão recebeu a
incumbência de Deus de ser o guardião das doutrinas verdadeiras da Palavra de
Deus e o comunicador da verdadeira fé através de Cristo Jesus.
Deus fez promessas à
Abraão. Ver em Gênesis 15. Veja
parte das promessas: “Então o levou fora, e disse: Olha agora para os céus,
e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua
descendência. E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça.” Gênesis
15:5 e 6.
Deus fez aliança com Abraão. Essa aliança que Deus fez com Abraão está relatada em Gênesis
12:1-3, 6-7; 13:14-17; 15:1-21; 17:1-14 e 22:15-18. Aqui estão alguns pontos-chave dessa aliança incondicional: 1) De
Abraão viria uma grande nação que Deus abençoaria com prosperidade material,
física e espiritual. 2) Deus faria o nome de Abraão grande. 3) Deus abençoaria
aqueles que abençoassem os descendentes de Abraão e amaldiçoaria aqueles que os
amaldiçoassem. 4) Em Abraão todas as famílias da terra seriam abençoadas. Para
nós, os cristãos, isso se realiza através de Jesus Cristo e Sua obra de salvação. 5) O
sinal da aliança era a circuncisão, para nós passou a ser o batismo nas águas.
6) Esta aliança, que foi repetida para Isaque e Jacó, recebemos pela fé em
Cristo.
Neste pacto, Deus prometeu muitas coisas para Abraão: Ele
prometeu que faria o nome de Abraão grande. Gênesis 12:2, que Abraão teria
inúmeros descendentes físicos, Gênesis 13:16, e que ele seria o pai de uma
multidão de nações, Gênesis 17:4-5. Deus também fez promessas a respeito de uma
nação chamada Israel. Na verdade, os limites geográficos da aliança com Abraão
são mencionados em mais de uma ocasião no livro de Gênesis 12:7; 13:14-15;
15:18-21. Uma outra provisão na aliança Abraâmica é que as famílias do mundo
seriam abençoadas através da linhagem física de Abraão. Gênesis 12:3; 22:18.
Esta é uma referência ao Messias, que viria da linhagem de Abraão.
Conforme Jeremias 31:31-34 Deus prometeu escrever a lei no
nosso coração. A Nova Aliança foi um pacto feito primeiro com a nação de Israel
e, no fim das contas, com toda a humanidade. Na Nova Aliança, Deus prometeu perdoar os pecados de todos e conceder um novo coração, e Jesus Cristo veio
para salvar toda a humanidade de forma gratuita. Ver Efésios 2:8-9. Você já aceitou a salvação oferecida por
Jesus?
DOMINGO (5 de julho) O CHAMADO DE ABRAÃO – Eis o texto principal para o estudo de hoje: “Ora, o Senhor
disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para
a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e
engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te
abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas
as famílias da terra. Gênesis 12:1-3.
Teologicamente falando, o capítulo 12 de Gênesis é a chave
para entender as passagens do Velho Testamento, pois contém aquilo que é
chamado de a aliança que Deus fez com Abraão. Esta aliança é a linha que une
todo o Velho Testamento, e é vital para o correto entendimento das profecias da
Bíblia. O capítulo 12 inicia uma nova divisão no livro de Gênesis. Os primeiros
onze capítulos costumam ser chamados de história primitiva. Os últimos
capítulos são conhecidos como a história dos patriarcas. O Redentor devia vir
do descendente da mulher, Gênesis 3:15, depois dos descendentes de Sete, de Noé
e agora de Abraão. Ver Gênesis 12:2-3, objeto do estudo de hoje.
Aproximadamente um quarto do livro de Gênesis é devotado à
vida de Abraão. No Velho Testamento são feitas mais de 40 referências à Abraão.
É interessante notar que, no Islamismo, Abraão é o segundo homem mais importante
depois de Maomé, sendo que o Alcorão se refere a ele 188 vezes.
Deus apareceu mesmo à Abraão e o seu chamado veio junto
com uma aparição de Deus. Embora Moisés tenha mencionado a aparição de Deus
depois que Abraão já estava em Canaã, Gên. 12:7, Estêvão nos informa que Deus
apareceu a Abraão ainda em Ur dos Caldeus. Ver Atos 7:2. Quando Deus tinha uma
missão especial, Ele mesmo aparecia e falava com as pessoas envolvidas. Deus
também apareceu à Moisés na época de seu chamado. Ver Êxodo 3:2
Abraão morava em Ur, na região localizada hoje ao Sul do
Iraque. A cidade era uma próspera metrópole mesopotâmica, que fazia transações
comerciais com terras ao longo do Golfo Pérsico. Sir Leonard Woolley, que
dirigiu as escavações sistemáticas de Ur, menciona que, no tempo de Abraão, a
maioria das casas eram construídas com tijolos, tendo paredes rebocadas e
caiadas. Por exemplo: a casa de um cidadão próspero tinha dois andares com um
pátio central pavimentado. O andar térreo abrigava empregados e visitantes. No
primeiro andar, uma sacada de madeira contornava o pátio, dando acesso aos
quartos reservados para a família. Visto que essas residências tinham de 10 a
20 quartos, eram “comparativamente espaçosas e proporcionavam condições para
uma vida satisfatória, confortável e, pelos padrões orientais, luxuosa. Eram casas de um povo civilizado, e satisfaziam as
exigências de uma vida urbana muito desenvolvida”.
Se Abraão e Sara abandonaram
esse tipo de casa com a perspectiva de morar em tendas, eles fizeram grandes
sacrifícios para obedecer a Deus. Abraão mostrou ter fé quando Deus mandou que ele abandonasse
seu lar. Deus disse: “Sai da tua
terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que te
mostrarei.” Gênesis 12:1 O fiel patriarca obedeceu, pois somos informados: “Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu,
saindo para um lugar que estava destinado a receber em herança; e ele saiu,
embora não soubesse para onde ia.” Hebreus 11:8
Considere o que essa mudança
significava para ele, família, servos e animais. É verdade que não temos que
abandonar nosso lar em obediência a Deus, embora alguns missionários, de tempo
integral, tenham deixado a sua terra natal a fim de pregar o evangelho em outros
países. Não importa onde sirvamos a Deus, desde que demos prioridade aos
interesses espirituais, Ele cuidará das nossas necessidades. Ver Mateus
6:25-33.
Como você responde ao
chamado que Deus lhe faz? Veja este texto: “Abraão já possuía extensos
rebanhos e gado, o que era a riqueza do Oriente, e estava cercado de numeroso
grupo de servos e agregados. Estava ele a partir da terra de seus pais, para
nunca mais voltar, e levou consigo tudo o que tinha: “a sua fazenda, que havia
adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã”. Gên. 12:5. Entre estas
achavam-se muitos que eram levados por considerações mais elevadas do que as de
serviço ou interesse particular. Durante sua permanência em Harã, tanto Abraão
como Sara haviam levado outros à adoração e ao culto do verdadeiro Deus. Estes
apegaram-se à casa do patriarca, e o acompanharam à terra da promessa. “E
saíram para irem à terra de Canaã; e vieram à terra de Canaã." Gên. 12:5. Patriarcas e Profetas, 127.
Depois que Abraão chegou a Canaã, Deus lhe disse: “Vou dar esta terra à tua descendência.” A reação
dele foi construir um altar e invocar o nome de Jeová. Gênesis 12:7, 8. Deus abençoou
Abraão com riquezas, e o seu acampamento era numeroso. As pessoas o
consideravam como “um maioral de Deus”. Gênesis 13:2; 14:14; 23:6.
Quando obedecemos Deus, Ele também coroa-nos de muitas bênçãos. Amém?
SEGUNDA-FEIRA (6 de julho) O TESTEMUNHO DE ABRAÃO DIANTE DE
REIS – Conforme Gênesis 12:10, houve uma
grande fome na terra de Canaã: “Ora, havia fome naquela terra, pois, desceu ao
Egito, para peregrinar ali, porquanto, era grande a fome na terra”. Com isto,
Abraão desceu para o Egito e na sua volta à Canaã, deparou com um problema; uma
contenda entre seus pastores e os pastores de Ló, ver Gên. 13:7: “Pelo que
houve contenda entre os pastores do gado de Abraão, e os pastores do gado de
Ló. E nesse tempo os cananeus e os perizeus habitavam a terra”. Tal fato
provocou a separação entre ele e Ló, seu sobrinho. Em Gênesis capítulo 14, é-nos dito que Ló
e sua família foram tomados cativos pelos exércitos de quatro reis confederados
que atacaram Sodoma. Quando Abraão ficou sabendo o que tinha
acontecido, imediatamente reuniu 318 de seus servos(soldados) e perseguiu os invasores
até que os alcançou em Dã, uma localidade situada no extremo norte de Canaã: “Ouvindo
Abraão que seu sobrinho estava preso, fez sair trezentos e dezoito homens dos
mais capazes, nascidos em sua casa, e os perseguiu até Dã.” Gênesis 14:14. Abraão
dividiu seu pequeno exército em duas unidades e surpreendeu a força muito
superior atacando-a de noite. Os reis foram mortos e todos os cativos e seus
bens foram recuperados, mas Ló, obviamente não aprendeu a lição, porque voltou
direto para Sodoma! Na próxima vez que o encontramos, o texto diz que ele
estava na porta da cidade. Ver Gênesis 19:1.
Havia boas razões para Abraão ignorar totalmente o sequestro de
Ló. Como Sara havia sugerido, as chances não estavam a favor de Abraão. Tal
campanha poderia ser suicida. Além do mais, Ló conseguiu exatamente aquilo que
procurava. Ele escolheu viver em Sodoma e podia ser deixado a aprender sua
lição em Elão ou Babilônia. Ele voluntariamente escolheu levar vantagem sobre
Abrão e agora era para pagar o preço! Mas, Abraão juntando o sentimento familiar e a fé, foi à procura do sobrinho.
Com a vitória de Abraão sobre os reis invasores, ele ganhou
muito prestígio diante do rei de Sodoma e o Deus de Abraão passou a ser
respeitado como o mais poderoso que os demais deuses, pois o Deus de Abraão era
verdadeiro, é o Deus Criador dos céus e da terra, é o nosso Deus! Quando nos
colocamos nas mãos de Deus, Ele nos capacita para conseguirmos grandes vitórias
em Seu nome.
Antes do rei de Sodoma dizer algumas palavras, apareceu o rei
de Salém com as palavras que Abraão mais precisava ouvir: “Melquisedeque, rei de
Salém, trouxe pão e vinho; era sacerdote do Deus Altíssimo; abençoou ele a
Abrão, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que possui os céus e a
terra, e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus adversários nas
tuas mãos! E de tudo Abraão deu-lhe o dízimo.” Gênesis 14:18-20. Isso foi
providencial e tão logo Melquisedeque terminou o seu ofício, aparentemente
afastou-se, e então o rei de Sodoma falou.
Imagine esta cena! Abraão foi encontrado pelo rei de Sodoma
que, sem dúvida, o encheu de elogios. O rei de Salém chegou e instou com Abraão para dar glória ao Deus Criador. E então o rei de Sodoma ficou quieto e de
olhos arregalados enquanto Abraão deu o dízimo do melhor dos despojos de Sodoma
à Melquisedeque. Que testemunho para a glória de Deus e contra a pecaminosidade
de Sodoma! Esse foi um grande exemplo deixado por Abraão, o qual devemos seguir.
Tudo o que temos e somos pertence ao Senhor Deus, pois somos apenas mordomos de
Deus. Ló escolheu Sodoma e seu próprio interesse, e quase perdeu tudo por causa
disso. Abraão escolheu seguir a paz, e por isso lhe foi dada a vitória militar.
Ló contou consigo mesmo e se tornou escravo. Abraão confiou em Deus e se tornou
uma figura proeminente entre seus irmãos e o pai da humanidade e da fé.
Que
escolhas você tem feito e que testemunho tem dado?
TERÇA-FEIRA (7 de julho) UM EXEMPLO/MODELO DE FÉ – O autor
da carta aos Hebreus, que aceito seja Paulo, resume a vida de Abraão, cheia de
fé, da seguinte maneira: “Pela fé
Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por
herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa,
como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele
da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o
artífice e construtor é Deus. Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de
conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho
tinha prometido. Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam
tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que
está na praia do mar. Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as
promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que
eram estrangeiros e peregrinos na terra. Porque, os que isto dizem, claramente
mostram que buscam uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela de onde
haviam saído, teriam oportunidade de tornar. Mas agora desejam uma melhor, isto
é, a celestial. Por isso também Deus não se envergonha deles, de se chamar seu
Deus, porque já lhes preparou uma cidade. Pela fé ofereceu Abraão a Isaque,
quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu
unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência,
considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; e daí
também em figura ele o recobrou.” Hebreus 11:8-19
A lista de fé de Abraão contida no texto acima é maravilhosa
e a mais extensa dos pais da fé. Ei-la:
1) “Pela fé Abraão obedeceu indo para
uma terra desconhecida”. O crente também necessita estar disponível para
sair do seu local de conforto e atender ao chamado de Deus para trabalhar na
Sua obra.
2) “Pela fé Abraão aceitou a realidade da Nova
Jerusalém. Nós também vivemos aqui por apenas um espaço de tempo. Somos
peregrinos em terra estranha, mas quando Jesus voltar, pela segunda vez,
receberemos a vida eterna e viveremos na cidade que Deus preparou. Ver Filp.
3:20.
3) “Pela fé Sara deu a luz sendo estéril”.
Os milagres acontecem quando esgotam-se as nossas esperanças. Aos 75 anos Deus
prometeu a Abraão: “Você vai ser pai de muitas nações”. Abraão significa pai de
muitas nações. Mas ele não tinha filhos. Ele enfrentava quatro problemas: a) A
sua idade avançada. b) A esterilidade de sua mulher. Gên. 11:30. c) Desde que
Deus havia prometido, havia se passado 11 anos e nada de filhos. Ver Gên. 16:2.
d) Aos 86 anos de idade de Abraão, ele e Sara escolheram os seus próprios métodos. Gên.16:16.
Muitas vezes as nossas angústias são parecidas com as de Abraão e Sara; quando
esperamos um novo emprego ou a conversão de um familiar há anos, e nada
acontece! O filho da promessa era um desfecho que se adiava a cada dia. Mas
finalmente Isaque chegou. Deus sempre cumpre as Suas promessas mesmo que alguns
as julgam demorada.
4) “Pela fé Abraão
´quase´ ofereceu Isaque”. Em Gênesis 22:1-19 relata a história da intenção
de Abraão ao sacrificar Isaque no monte Moriá. O que Deus pretendia ensinar ao Abraão neste incrível desafio? A
vida de Abraão foi de constante demonstração de fé e confiança em Deus. Depois
de Deus haver dado o filho da promessa ao Abraão, Ele solicitou a vida de
Isaque em sacrifício. Que prova! Deus, com o Seu pedido descabido, tinha um
duplo objetivo: provar a fé de Abraão e o impressionar com a realidade do
evangelho. Até certo ponto Isaque foi um símbolo de Jesus. Com isso tudo Abraão
aprendeu que somente o sacrifício de Cristo era suficiente para salvar a
humanidade dos seus pecados.
A história do Velho Testamento sobre Abraão é a base do
ensino do Novo Testamento sobre a expiação e a oferta do sacrifício do Senhor Jesus
na cruz pelo pecado da humanidade. Jesus
disse, muitos séculos depois: “Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu
dia, e viu-o, e alegrou-se.” João 8:56. Esse é caminho a seguir, se desejarmos
ser salvos, cada dia devemos confiar em Deus. Não há a necessidade de temermos
as circunstâncias, pois se víssemos o futuro como Deus vê, tomaríamos as mesmas
decisões que Ele toma em nossa vida. Mas como Abraão, devemos confiar mesmo
não conhecendo muito bem o futuro, que está nas mãos de Deus. Você confia?
QUARTA-FEIRA (8 de julho) ABRAÃO, O VIANDANTE/PEREGRINO – Abraão
teve várias fases em sua vida, onde viveu como peregrino, longe da sua terra. Abraão visitou, pelo menos, 15 regiões
geográficas diferentes durante a sua vida. Eis algumas delas:
1) Na sua terra ele estava debaixo da autoridade do pai e da
família e não tinha total autonomia. Em Ur dos Caldeus, nosso herói se chamava
“Abrão”, que significa “Pai da altura”. Quando Deus o chamou, Ele mudou o seu nome para
“Abraão”, que traduzido significa: “Pai das multidões. Abraão emancipou-se e
passou a ter autonomia sobre a família. Assim como Abraão, precisamos sair do
jugo de autoridades humanas e nos tornarmos autoridade espiritual sobre a nossa família e gente.
2) Então o Senhor disse a Abraão: “Sai da tua terra, do meio
dos teus parentes e da casa de teu pai, e vai para a terra que eu te mostrarei.
Gênesis 12:1. Todos nós somos chamados para andarmos com Deus. Esse é o
princípio da jornada cristã; conhecer Jesus e manter um profundo companheirismo
com Ele. Seguir Jesus verdadeiramente envolve deixar muitas coisas e até
pessoas para traz, e isso requer coragem. Ele deixou Ur e foi para Canaã!
3) Nas dificuldades da vida é que percebemos quem somos e
descobrimos quem Deus realmente é. Por causa da fome que houve em Canaã, Abraão
necessitou descer até o Egito, e lá ele revelou um defeito de carácter, quando
mentiu à Faraó dizendo que Sara era sua irmã. Ele quase perdeu a esposa. Ver
a história em Gênesis 12:9-20. O Egito é
símbolo do pecado. Não tem como evitar a nossa associação com o mundo. Vivemos no mundo e fazemos parte dele. Devemos
e podemos estar envolvidos com os pecadores nos aspectos familiares,
profissionais, estudantis e de algumas amizades, mas; devemos cuidar para
sermos nós a influenciarmos os outros para Cristo e não os outros nos levar para
o mundo e pecados. Não podemos demorar na roda dos escarnecedores. Ver Salmo 1
4) A fidelidade de Abraão a Deus e a fraqueza espiritual de
Ló fizeram com que se separassem. Em Gên 13.2: “E era Abraão muito rico…”
Quando nos achegamos a Deus, Ele nos honra com a Sua graça e misericordia.
Interessante é que Abraão saindo do Egito procurou ir à Betel, onde a princípio
havia edificado um altar ao Senhor, invocando-O. Rico, o patriarca não
abandonou a fé no Altissimo, não esqueceu-se do seu Senhor. No entanto, a
riqueza de Abraão despertava ressentimentos e inveja, ao ponto de haver uma
separação forçada entre ele e seu sobrinho. Abraão sempre tinha que arranjar
lugares novos para viver. Foi um verdadeiro peregrino. Neste aspecto, Abraão é
um bom exemplo a ser seguido; devemos ser humildes para resolver conflitos e
estar dispostos a ceder quando for necessário. É melhor perder uma batalha
pessoal do que a alegria de estar com Cristo na eternidade.
5) Há muitas outras fases na vida de
peregrinação de Abraão, mas o trajeto que ele fez de sua tenda até o monte
Moriá, foi o mais difícil da Sua vida. Abraão tinha obedecido Deus muitas vezes
em sua caminhada com Ele, mas nenhum teste poderia ter sido mais severo do que
o de Gênesis 22. Deus ordenou: “Toma
agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de
Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.”
Gênesis 22:2. Esse foi um pedido impressionante porque Isaque era o seu filho
da promessa. Como Abraão respondeu?
Com obediência imediata; na manhã seguinte, Abraão começou a sua jornada com
dois servos, um jumento, seu amado filho Isaque e com a lenha para o
holocausto. Sua obediência inquestionável ao comando de Deus, aparentemente confuso, deu à Deus a glória que Ele merece e deixou-nos um exemplo de como devemos
O glorificar. Quando obedecemos da mesma forma que Abraão atendeu, confiando
que o plano de Deus é o melhor possível para nós, elevamos Seus atributos e O
louvamos por eles. A obediência de Abraão, em face de um comando tão difícil
exaltou o amor soberano de Deus, Sua bondade, o fato de que Ele é digno de
confiança, e nos deixou um exemplo a seguir. Sua fé, no Deus que ele passou a
conhecer e amar, colocou Abraão na lista de heróis da fé em Hebreus 11. Ver
também os seguintes episódios da vida de Abraão: Hebrom Gên. 13.18.14:21 e
Manre Gên. 18:1, 20-33
Como você se considera neste mundo; como peregrino ou com residência
fixa? O que somos nesta terra senão peregrinos e forasteiros? Somos como
Abraão a vaguear em terra estranha. Estamos caminhando para o Lar Celestial. O céu é a
nossa casa, a nossa pátria celestial. Paulo diz em Filipenses 3:20: “a nossa
cidade está no céu”. O apóstolo Paulo disse ainda:
“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos
os homens.” I Cor. 15:19. E Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo,
ninguém poderá dizer olha ele ali, ou ele acolá, porque o reino de Deus está
entre vós.” Lucas 17: 20 e 21.
QUINTA-FEIRA (9 de julho) ABRAÃO:
MISSIONÁRIO EM SUA PRÓPRIA CASA – Este é
o texto de hoje: “E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço, visto
que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e nele serão
benditas todas as nações da terra? Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele
há-de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o
caminho do Senhor, para agir com justiça e juízo; para que o Senhor faça vir
sobre Abraão o que acerca dele tem falado.” Gênesis 18:17-19.
Tudo o que Moisés recebeu de Deus, de forma escrita, uns 500 anos depois de Abraão, Deus já havia deixado, de forma
oral, para os nossos pais, e Abraão procurou dar a melhor educação aos seus
servos e filhos.
O “Shemá
Israel” era algo que Abraão conhecia de memória: “Ouve, Israel, o Senhor
nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. E estas palavras, que
hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos e delas
falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e
levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais
entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas
portas. Quando, pois, o Senhor teu Deus te introduzir na terra que jurou a teus
pais, Abraão, Isaque e Jacó, que te daria, com grandes e boas cidades, que tu
não edificaste.” Deuteronômio 6:4-10
Deus tinha deixado instruções
claras para se fazer o culto familiar. O “Shema Israel” devia ser praticado em
casa pelos judeus e estava escrito em um pergaminho, contendo os textos de Deut. 6:4-9 e Deut 11:13-21, que era colocado
em uma caixa tubular de madeira, vidro ou metal, com 3 a 4 polegadas, 7,7 cm a
10,2 cm de comprimento, e devia ser afixado no lado direito do umbral da porta
da casa ou escritório, de toda pessoa de fé judaica, a sete palmos de altura do
chão e voltado para dentro da casa.
O servo de Abraão; Eliezer, foi
instruído da melhor forma e foi fiel. Mais tarde foi ele que escolheu a esposa
de Isaque. Eliezer não apenas cuidava dos bens de Abraão, mas também de sua família em vários aspectos. Vemos a sua fidelidade a Deus quando orou ao Senhor, pedindo a Sua direção para escolher a esposa para Isaque. Ver Gên. 24:12-14. Ismael também foi
educado da melhor maneira, a despeito da sua concepção desmerecer o favor de
Deus, e até enquanto esteve em casa, recebeu o melhor de Abraão. Isaque recebeu
a melhor educação e passou à Jacó e este aos seus filhos.
Assim como Abraão e outros
patriarcas, como pais e líderes da igreja, temos a responsabilidade de
ministrar e corrigir nossos filhos no caminho do Senhor. Os pais crentes, com
crianças e jovens, tem diante de si uma grande oportunidade para ensinar os
filhos nos caminhos do Senhor. Veja
estes textos: “E vós, pais, não provoqueis à ira vossos filhos, mas
criai-os na disciplina e admoestação do Senhor.” Efésios 6:4
“E que desde a tua meninice sabes
as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que
há em Cristo Jesus.” II Timóteo 3:15
O culto familiar é uma áurea
oportunidade que as famílias cristãs têm para ajudar os filhos a compreenderem
melhor sobre o amor de Deus. É através dos cultos em família que, como
indivíduos, família e igreja somos convidados para a celebração das bênçãos de
Deus e para solicitar a Sua proteção. Infelizmente algumas famílias já deixaram
de se reunir à volta da mesa para as refeições, e, cada um, no seu canto, toma
a sua refeição. Se assim fazem é porque falta aquela unidade para a realização
do culto familiar que é a refeição espiritual doméstica. Porque deixamos de
praticar muitas tarefas em conjunto, como família, é que hoje nos parece algo
tão estranho e desconfortável tentar reunir a família para orar e adorar a
Deus. Uma família cristã deve aprender a prática da oração conjunta. Não quero
dizer orar junto o tempo todo, pois a vida de oração e devoção a Deus ainda tem
caráter individual, mas isto também deve acontecer no ambiente familiar. Quando
uma família ora em conjunto, goza de princípios operando em seu favor que, seus
membros, orando sozinhos não chegariam a experimentar.
Deus nos deixa estas
importantes orientações: “Em cada família deve haver um tempo determinado
para os cultos matutino e vespertino. Que apropriado é os pais reunirem os
filhos em redor de si, antes de quebrar o jejum, agradecer ao Pai celeste Sua
proteção durante a noite e pedir-lhe auxílio, guia e proteção para o dia! Que
adequado, também, em chegando a noite, é reunirem-se uma vez mais em Sua presença,
pais e filhos, para agradecer as bênçãos do dia findo!" Orientação da
Criança, 520.
“Sejam os períodos de culto familiar curtos e espirituais.
Não deixeis que vossos filhos, ou qualquer membro da família, os tema, devido à
sua monotonia ou falta de interesse.” Orientação da Criança, 521.
SEXTA-FEIRA (10 de julho) ESTUDO ADICIONAL DA LIÇÃO: ABRAÃO
O PRIMEIRO MISSIONÁRIO -
Obediência e confiança: Abraão teve erros, quedas, momentos de solidão e
desespero, mas agarrou-se ao Pai, andou com Deus, e aos noventa e nove anos
Deus apresentou-Se e disse-lhe: "...anda na minha presença, e sê
perfeito." Gênesis 17:1. Deus lhe entregou o segredo de uma vida
vitoriosa: "Anda comigo e sê perfeito."
Abraão teve que tomar várias decisões para demonstrar sua
fé em Deus. Ele teve dois momentos em que falhou grandemente, embora tivesse
falhado outras vezes. As vezes que Abraão demonstrou fé foram em obediência às
ordens de Deus, mas as vezes em que a fé de Abraão fracassou, ele fez as coisas
por conta própria. Abraão tinha um lado positivo; era a sua obediência. Deus
mandava e ele logo obedecia! Quando vinha uma ordem de Deus, Abraão não
questionava. O lado negativo de Abraão é que ele não esperava o cumprimento das
promessas de Deus. Os dois momentos mais destacados que Abraão falhou foram;
tomar a serva Hagar para ter filhos e ir ao Egito em busca de alimentos. Ele
devia aguardar o nascimento de Isaque e permanecer em Canaã até Deus cumprir as
Suas promessas. Hoje, mais do que nunca, necessitamos de fé. Com ela
enfrentaremos as dificuldades da vida e seremos vencedores. Precisamos relembrar as promessas de Deus para não ficarmos
desanimados. É preciso que vivamos os princípios divinos que a Bíblia ensina, e
assim seremos diferentes do mundo. E ganhando a simpatia das pessoas seremos
missionários de Deus.
Missionários na
vizinhança e comunidade: “Deus chamou Abraão, fê-lo prosperar e o honrou; e
a fidelidade do patriarca foi uma luz para o povo em todos os países de sua
peregrinação. Abraão não se excluiu do povo em redor de si. Manteve relações
amistosas com os reis das nações circunvizinhas, por alguns dos quais ele era
tratado com grande respeito; e sua integridade e abnegação, seu valor e
benevolência, estavam a representar o caráter de Deus. Na Mesopotâmia, em
Canaã, no Egito, e mesmo aos habitantes de Sodoma, o Deus do Céu foi revelado
por meio de Seu representante.” Patriarcas e Profetas, 264
Missionários em Casa:
“Irmãos, não seria bom meditardes um pouco sobre este assunto, reparando na
maneira por que vos conduzis na casa de Deus e nos esforços que estais fazendo
por preceito e exemplo, a fim de cultivar em vossos filhos a reverência?
Atribuís vastas obrigações ao pregador, responsabilizando-o pela alma de vossos
filhos, mas vós mesmos estais esquecidos de vosso dever como pais e instrutores
de, como Abraão, ordenar vossa casa, depois de vós, para que guardem o caminho
do Senhor. Vossos filhos e filhas se corrompem pelo vosso próprio exemplo e
vossa frouxa disciplina, e, malgrado essa grave falha na educação doméstica,
entendeis que o pastor deve poder combater sua influência e realizar o prodígio
de educar o coração de vossos filhos na piedade e virtude. Depois de o pastor
haver feito pela igreja tudo quanto pôde, admoestando-a fielmente e com
bondade, procurando encaminhá-la com paciência e fazendo ardentes preces pelo
resgate e salvação de cada alma, e não terem seus esforços alcançado o almejado
êxito, os pais não raro o censuram por não verem convertidos os filhos, quando
a causa disto está na sua própria negligência”. II Testemunhos Seletos, 197.
Luís Carlos Fonseca
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