Introdução
A experiência de ser salvo, justificado
ou considerado justo, é uma questão individual entre o pecador e Deus. Não pode
ser alcançada nem recebida por procuração. Há somente uma porta de entrada para
essa experiência: “a porta da fé”.
“Fé é a condição pela qual Deus
considerou justo oferecer perdão aos pecadores; não que haja qualquer virtude
na fé, pela qual a salvação se torna merecida, mas porque a fé pode se apegar
aos méritos de Cristo, o remédio provido para o pecado” (Ellen G. White, Review and Herald, 4 de novembro de 1890).
3. A fim de confundir o pecador, bem junto a essa porta, a da
fé, o inimigo de toda a justiça colocou outra porta, mais ampla e visível: a
porta das obras.
I. A Porta das Obras
1. Através dessa porta, muitos peregrinos que estão a caminho da
Canaã Celestial se extraviam, inconscientemente, tomam a vereda que conduz à perdição,
e, mais cedo ou mais tarde, descobrirão que as vestes da justiça própria não
passam de “trapos de imundícia.” (Isaías 64:6)
a) Quantos há que estão perdendo o Céu, em consequência de
pensar que devem alcançá-lo realizando algo meritório para obter o favor de
Deus. Buscam tornar-se melhores por seus
próprios esforços. Mas jamais
conseguirão realizar isso.
2. Outros “parecem pensar que Jesus virá a eles no derradeiro
momento de sua luta, e os ajudará acrescentando-lhes o toque final a seu
esforço próprio. Parece difícil compreenderem que Cristo é um Salvador
completo, capaz de salvar totalmente todos quantos vêm a Deus
por meio dEle” (Ellen G. White, Review and Herald, 5 de março de 1890).
II. Reconhecer sua Condição
1. Sem a graça de Jesus, o pecador está numa condição de
desesperança; nada pode fazer. Mas mediante a graça de Cristo, poder
sobrenatural lhe é comunicado. Poder que opera na mente, no coração e no
caráter. Dessa forma o pecado é discernido em sua odiosa natureza.
2. Mas o que é esse “poder sobrenatural”?
É um poder muito acima de qualquer coisa
que reside no ser humano.
Está além de qualquer coisa a que possamos
nos apegar neste mundo. É todo o poder “no Céu e na Terra” que Cristo declarou
ter recebido.
a) Esse é o mesmo poder sobrenatural que Jesus comunica a Seus
filhos, e que opera na mente e no caráter de cada um deles.
3. Porém, essa obra maravilhosa de transformação não é realizada
sem o consentimento e a decisão do pecador.
O exercício da fé é nossa parte na grande
transação pela qual os pecadores se tornam santos. Mas devemos nos lembrar de
que não há virtude salvadora nenhuma na fé em si, que torne o pecador merecedor
da salvação.
Unicamente Cristo é o “remédio” provido
para o pecado. E a fé é o ato pelo qual o desesperançado pecador lança mão do
remédio.
a) “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de
vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie.”
(Efésios 2:8, 9)
III. Fé demanda Ação
1. Entrar pela porta da fé, na plenitude da justiça
imputada/atribuída e comunicada,
envolve mais do que um mero assentimento
mental às provisões oferecidas por Deus.
2. A fé deve ser o umbral através do qual a pessoa se apropria
da graça que a purifica.
3. Para ultrapassar esse portal precisamos preencher certos
requisitos:
a) Deve haver a cessação da prática de todo
pecado conhecido. “[...]
ninguém pode trajar-se das vestes da justiça de Cristo, praticando pecados conhecidos ou negligenciando deveres conhecidos.
Deus requer inteira entrega do coração,
antes que a justificação tenha lugar” (Ellen G. White, Review and Herald, 4 de novembro de 1890).
b) Disposição para pagar o preço. “A salvação [...] é a pérola de grande
preço. Na parábola, o negociante é representado como vendendo tudo o que
possuía para conseguir a posse de uma pérola de grande valor (Mateus 13:45,
46). Essa é uma bela representação dos que apreciam a verdade tão altamente que
colocam o reino de Deus em primeiro lugar na vida” (Ellen G. White, Review and
Herald, 8 de agosto de 1899).
c) Inteira renúncia dos maus hábitos. “Alguns há que estão buscando a boa pérola.
Mas não fazem uma renúncia completa de seus maus hábitos. Não morrem para o
próprio eu para que
Cristo viva neles. Por isso, não
encontram a preciosa pérola” (Ibid.).
d) O poder da vontade em cooperação com
Deus. “O Senhor não tem por desígnio que o poder da nossa vontade seja paralisado; mas, em cooperação com Deus, esse poder pode ser eficaz
para o bem” (Ellen G. White, Review and Herald, 1º de novembro de 1892).
4. Se seguirmos essas orientações, reconhecendo nossa lamentável
condição e compreendendo que, por nós mesmos, nada podemos fazer, mas, sim, pela
fé nos méritos de Cristo, então o poder do Espírito Santo será concedido e o
pecado vencido!
Conclusão
1. Experimentemos a alegria da salvação, e dia após dia veremos
em nossa vida a realidade da vitória que vence o mundo, a nossa fé. “Sendo,
pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo”
(Romanos 5:1 - ARC).
2. Não descansemos até que tenhamos entrado plenamente pela
porta da fé, usufruindo a maravilhosa experiência do perdão, da justificação e
da paz em Cristo.
Autor: Pr. Arthur G. Daniells - Presidente da Associação Geral - de 1901 a 1922 - oferecido por Depto de Comunicação da Associação Paulista Sudoeste
Luís Carlos Fonseca
Sem comentários:
Enviar um comentário