sexta-feira, 16 de junho de 2017

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 3 (3º trimestre /2017) A UNIDADE DO EVANGELHO

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 3 (3º trimestre /2017) A UNIDADE DO EVANGELHO

VERSO ÁUREO: “Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa.” Filipenses 2:2

INTRODUÇÃO (sábado 8 de julho) - O pensamento central da lição desta semana consiste em examinar o que causava separação entre os crentes do primeiro século; ex-judeus religiosos e ex-gentios, convertidos ao cristianismo, ver aquilo que pode estar nos separando uns dos outros hoje, decidir permanecer firmes nas doutrinas do Senhor Jesus, tolerando as diferenças culturais dos irmãos crentes e ajudando-os a vencer as suas fraquezas pessoais e espirituais.

A unidade na igreja cristã é uma necessidade não só para o bem da organização da igreja, mas também para a teologia bíblica ser seguida e respeitada por todos. O próprio Jesus quando olhou para o futuro da Sua igreja, desejou que “todos fossem um”. Ver João 17:21. 

Para um grupo de crentes que dizem seguir Jesus, estar desunido por alguma coisa, isso parece muito mal. A igreja Adventista do 7º Dia, em vários momentos, teve e tem que tratar com dissidentes que resolvem deixar as doutrinas defendidas pela igreja e passam a defender doutrinas pessoais ou diferentes da igreja. Sempre digo que a igreja tem o direito de defender as suas doutrinas, e quem discorde tem o dever de calar-se, dentro dos limites da igreja, e de respeitar a igreja em sua maneira de agir e pensar em outros lugares, para além da igreja. Tenho visto uma verdadeira guerra em algumas redes sociais. Isso é muito feio! 

No início do cristianismo o evangelho de Cristo espalhou-se, graças à presença do próprio Senhor Jesus. Mais tarde, após Sua morte e ressurreição, coube aos novos convertidos ao recém-criado cristianismo romper com suas tradições religiosas e sair pregando as boas-novas do reino dos céus . Em pouco tempo, a nova fé cresceu e, como não poderia deixar de ser, surgiram as primeiras divergências entre seus seguidores; uma delas foi a pregação dos judaizantes (alguns judeus convertidos ao cristianismo) dizendo que a circuncisão ainda era necessária. A outra heresia era de que a sensualidade devia ser permitida entre os novos convertidos. Essa ideia diabólica veio de alguns gentios convertidos ao cristianismo. 

A falta de consenso, seja por motivos espirituais ou simples disputa de poder, levou os crentes em Cristo a grandes divisões no começo e em todos os tempos. A grande verdade é que, ao longo destes dois mil anos e pelos mais diversos motivos ou desculpas, tem surgido mais de 30 mil igrejas cristãs, gerando novas divisões e comprometendo as doutrinas puras de Cristo e a vida de fiéis filhos de Deus. Como encontrar o Caminho certo em meio a tantas igrejas?

A igreja foi colocada na terra para servir de apoio aos filhos de Deus, aliviando a sua dor e desconforto, e quando o propósito do corpo da igreja deixa de existir, pela falta de amor e união, acho muito importante cada crente, individualmente, analisar a sua vida espiritual e praticar os princípios do amor, respeito, mansidão, tolerância e obediência as doutrinas puras do evangelho.

A igreja cristã sofreu uma crise de identidade no seu início. A unidade cristã não consiste apenas em manter um bom relacionamento, envolve também a unidade em Cristo e em Suas doutrinas. O que tem acontecido, em quase todas as igrejas, é que alguns decidem não seguir os passos de Jesus nos seus pormenores; e daí cria um confronto e desconforto com os demais que procuram seguir direitinho a Palavra do Senhor. Paulo tinha dificuldade de aceitação entre os primeiros cristãos, por preconceito e ciúmes por parte de alguns, mas a partir do momento que ele decidiu obedecer e pregar o único evangelho, o poder de Deus superou a crise.

Hoje temos visto a divisão entre alguns em dois aspectos: a) Doutrinário. Por exemplo; hoje alguns irmãos tem se separado da igreja Adventista do 7º Dia por causa da má compreensão ou não aceitação da Pessoa Divina do Espírito Santo. Acham que o Espírito Santo é uma energia que sai de Cristo ou de Deus. O Espírito Santo é uma pessoa e é Deus. b) Por motivos de ciúmes. Cuidado! "Aquele que está em pé cuide para que não caia."

É importante notar que só depois de haverem os discípulos entrado em união perfeita, quando não mais contendiam pelas posições mais elevadas, foi o Espírito derramado. Estavam unânimes. Todas as divergências haviam sido postas de lado. E o testemunho dado a seu respeito depois de derramado o Espírito, é o mesmo. Note a expressão: “Era um o coração e a alma da multidão dos que criam”.” Atos 4:32. O Espírito dAquele que morreu para que os pecadores vivessem, dirigia a inteira congregação de crentes. Os discípulos não pediram uma bênção para si. Arcavam sob o peso da preocupação pelos perdidos. O evangelho devia ser levado aos confins da Terra, e reclamaram a dotação de poder que Cristo prometera. Foi então derramado o Espírito Santo e milhares se converteram num dia.” Conselhos para a Igreja, 99

DOMINGO (9 de julho) A IMPORTÂNCIA DA UNIDADE – Vamos ler o texto para hoje a fim de compreendermos melhor o assunto da unidade: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo pensamento e em um mesmo parecer. Porque a respeito de vós, irmãos meus, me foi comunicado pelos da família de Cloé que há contendas entre vós. Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” I Coríntios 1:10-13.

É mais fácil observar divisões na igreja hoje ou aconteceu mais na época de Paulo? Olhando de forma rápida dizemos que acontece nos dias de hoje. Mas, precisamos lembrar que hoje temos todas as doutrinas organizadas, defendidas pela igreja,  na forma da Bíblia, já há muito tempo, mas naquele tempo, quando ainda o cânon sagrado estava sendo organizado, as pessoas estavam acostumadas com as mensagens de Pedro e outros apóstolos, que estiveram com Cristo.

Alguns consideravam Paulo um renegado. E, ele teve que mostrar através da inspiração do Espírito Santo que os ritos do Velho Testamento tinham caducado, e teve de introduzir a verdadeira teologia da salvação; pela fé e graça unicamente. Imagina o reboliço que isso causou na mente dos recém convertidos ao Cristianismo, especialmente do judeus!

Não é fácil ter que introduzir uma nova cultura! A acusação de que a mensagem de Paulo não era verdadeira era um ataque não só a Deus, mas aos santos apóstolos também. Muito cuidado devemos tomar para não criticarmos e nem julgarmos as pessoas, principalmente aquelas que estão na liderança da igreja. Demora-se uma vida para construir bons relacionamentos e um caráter, e podemos destruir isso com poucas palavras. Que Deus tenha misericórdia de nós.

Paulo teve o cuidado de seguir as orientações de Deus e ir à Jerusalém para conciliar as doutrinas a fim de não deixar nenhuma confusão. Percebe que foi por revelação de Deus. Estamos dispostos a seguir a revelação do Senhor para o benefício espiritual próprio, da família e do corpo da igreja?

Depois, passados catorze anos, subi outra vez a Jerusalém com Barnabé, levando também comigo Tito. E subi por uma revelação, e lhes expus o evangelho, que prego entre os gentios, e particularmente aos que estavam em estima; para que de maneira alguma não corresse ou não tivesse corrido em vão.” Gálatas 2:1-2

Se o mundo vê harmonia perfeita na igreja de Deus, isto será poderosa demonstração aos seus olhos em favor da religião cristã. Dissensões, lamentáveis diferenças e insignificantes provações na igreja desonram nosso Redentor. Tudo isso se pode evitar mediante a entrega do próprio eu ao Senhor, e se os seguidores de Cristo obedecerem à voz da igreja. A incredulidade sugere que a independência individual nos aumenta a importância, que é fraqueza subordinar nossas idéias do que é direito e conveniente ao veredicto da igreja; ceder a esses sentimentos e pontos de vista, porém, não é seguro, levando-nos à anarquia e confusão. Cristo viu que a unidade e a comunhão cristã eram necessárias à causa de Deus, e portanto a recomendou aos discípulos. E a história do cristianismo de então para cá demonstra de modo conclusivo que unicamente na união está a força. Subordine-se o juízo individual à autoridade da igreja.” Testemunhos para a Igreja, vol 4, p. 19

SEGUNDA-FEIRA (10 de julho) A CIRCUNCISÃO E OS FALSOS IRMÃOS - Ao lermos os seguintes textos, é fácil ver que havia falsos irmãos que insistiam em ensinar que todos deviam ser circuncidados, mas, Paulo era contra a circuncisão e outras leis cerimoniais que caducaram com a morte do Senhor Jesus, o Cordeiro de Deus.

Então alguns que tinham descido da Judéia ensinavam assim os irmãos: Se não vos circuncidardes conforme o uso de Moisés, não podeis salvar-vos.” Atos 15:1

Mas nem ainda Tito, que estava comigo, sendo grego, foi constrangido a circuncidar-se; E isto por causa dos falsos irmãos que se intrometeram, e secretamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão; aos quais nem ainda por uma hora cedemos com sujeição, para que a verdade do evangelho permanecesse entre vós.” Gálatas 2:3-5

Eis que eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.... Porque em Jesus Cristo nem a circuncisão nem a incircuncisão tem valor algum; mas sim a fé que opera pelo amor.” Gálatas 5:2 e 6

A circuncisão era o concerto que o povo de Deus, do passado, fazia com Ele. Embora este rito se destinasse apenas aos homens, as mulheres eram convidadas a entrar neste relacionamento de paz e amor com Deus. Em Gênesis 17:1-22 encontramos o concerto que Deus fez com o seu povo através de Abraão.

A circuncisão era feita nos meninos judeus quando tinham oito dias, ver Gên. 17:12, e nos adultos quando estes se convertiam ao judaísmo. Esse ritual começou a ser feito por ordem de Deus no tempo de Abraão, mas com a chegada de João Batista e Cristo o rito de admissão ao reino de deus passou a ser o batismo: “No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, pela circuncisão de Cristo; sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos.” Col. 2:11 e 12

Com a chegada de Cristo, Deus, de forma maravilhosa, introduziu o batismo por imersão para servir de sinal da Nova Aliança com o Seu povo. Hoje não precisamos mais da circuncisão, mas todos que querem estar no céu precisam ser batizados. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” Marcos 16:16.

Eu devo cuidar para não ser um falso irmão ao introduzir as minhas próprias ideias em lugar das doutrinas puras e santas da Palavra. Paulo teve problemas com os judaizantes que pretendiam melhorar o evangelho introduzindo os ritos já caducados. Deus não necessita da nossa ajuda para melhorar os Seus princípios, devemos ser humildes em aceitá-los, pois são eternos!

Infelizmente, hoje, também há em cada igreja alguns engraçadinhos destes, querendo atrapalhar o trabalho da igreja de Deus pregando a salvação pelas obras ou méritos humanos. E pior ainda, alguns desses judaizantes modernos começam procurar defeitos nos irmãos, nos pastores, na liderança e na igreja colocando-se acima de todos. Cuidado com esses falsos profetas!

Entre muitos judeus ainda se pratica a circuncisão, mas é apenas como medida de higiene, e em alguns casos é realmente necessário. Mas, como ritual religioso, não é mais necessário. Hoje somos convidados a termos o nosso coração circuncidado não para ficarmos ofendendo os outros e arranjando confusão, mas sim para estarmos unidos em Cristo. Veja o texto: “Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.” Romanos 2:29.

Ao Espírito Santo pareceu bem não impor aos gentios conversos a lei cerimonial, e o parecer dos apóstolos a esse respeito foi como o do Espírito de Deus. Tiago presidiu ao concílio, e sua decisão final foi: “Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus” Atos dos apóstolos, 107

As tradições e ideias humanas não devem tomar o lugar da verdade revelada. O progresso da mensagem do evangelho não deve ser detido por preconceitos e preferências das pessoas, qualquer que seja sua posição na igreja.” Atos dos apóstolos, 110

Cristo transmitiu estas lições em Seus ensinos, mostrando que o serviço cerimonial estava passando e não possuía virtude alguma. "A hora vem, - disse Ele - e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim O adorem. Deus é espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade." João 4:23 e 24. A verdadeira circuncisão é a adoração de Cristo em espírito e em verdade, não em formas e cerimônias, com pretensão hipócrita.” Fundamentos da Educação Cristã, 339

TERÇA-FEIRA (11 de julho) UNIDADE NA DIVERSIDADE – Paulo usou a palavra “liberdade” mais vezes do que os outros escritores do Novo Testamento.

Como entender a palavra liberdade? Um alcoólatra não é livre para escolher deixar de beber. Um adúltero não é livre para deixar o vício. Um mentiroso não consegue, por si só, abandonar este mal. Um transgressor do trânsito ou das leis da sociedade é escravo das leis que a regem. Mas quem vive com Cristo, já é livre destes males e não pratica isso. Quem voltar a praticar, depois do batismo, é por opção pessoal. Quem volta a praticar os mesmos pecados, no início a pessoa sofre muito por ter que trair o maravilhoso Jesus, e ter que sair da zona da consciência tranquila.

A liberdade Bíblica está relacionada com a devoção que o crente tem com Cristo. O crente já não vive escravo dos seus desejos pecaminosos de anteriormente. Ver Romanos 6; e já não pode ser condenado pela lei de Deus. Ver Rom. 8:1 e 2; e tem algo muitíssimo importante, que as vezes não se dá o devido valor; o cristão vive livre da morte eterna. Viver eternamente é algo que enche-me da alegria, por antecipação. Ver I Cor. 15:55.

O apóstolo Pedro foi chamado para pregar aos Judeus e Paulo aos gentios. Enquanto Pedro teve que tratar com judeus e tolerava alguns que ainda queriam ser circuncidados, Paulo, por pregar aos gentios, mostrava apenas o batismo. Em ambos os casos o evangelho era o mesmo; a salvação em Jesus. O fato mais lindo é que alguns anos depois este assunto ficou resolvido e não se ouviu mais falar da circuncisão, outros ritos e leis cerimoniais. O amor prevaleceu à inveja e intrigas. Passou a existir a unidade de doutrinas, pensamentos e sentimentos, a despeito de tanta diversidade! A verdadeira liberdade conduziu os crentes a unidade. Amém?

Como devemos tratar alguns irmãos que tem os seus métodos próprios de interpretar textos bíblicos e do Espírito de profecia ou em não aceitar métodos de evangelismo?

Veja como os seguintes textos nos motivam a sermos unidos em Cristo: “Rogo-vos... que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz. Efés. 4:1-3.

Paulo insta com os efésios para que preservem a unidade e amor. ... Divisões na igreja desonram a religião de Cristo ante o mundo, e dão ocasião aos inimigos da verdade para justificar o seu procedimento. Testemunhos Seletos, vol. 2, 80.

A união dos crentes com Cristo terá como resultado natural a união de uns com os outros, união cujo vínculo é o mais duradouro sobre a Terra. Somos um em Cristo, como Cristo é um com o Pai. Os cristãos são ramos, apenas ramos, na Videira viva. ... Nossa vida tem de vir da videira-mãe. É somente mediante união pessoal com Cristo, por comunhão com Ele diariamente, a toda hora, que podemos produzir os frutos do Espírito Santo. ... Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade, tudo depende de nossa união com Cristo e o grau de fé que nEle exercemos. Conselhos Sobre Educação, 77 e 78.

Deus realizará uma obra em nosso tempo que poucos esperam. Ele suscitará e exaltará entre nós os que são mais adestrados pela unção de Seu Espírito, do que pelo preparo exterior de instituições científicas. Estes meios não devem ser desprezados ou condenados; eles são ordenados por Deus, mas só podem fornecer as habilitações exteriores. Deus mostrará que não depende de seres humanos instruídos e cheios de si.” Eventos Finais, 176.

QUARTA-FEIRA (12 de julho) CONFRONTO EM ANTIOQUIAVocê se considera um colaborador ou um separador?

Veja este texto e interprete o seu contexto:“E, chegando Pedro à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque, antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartou deles, temendo os que eram da circuncisão. E os outros judeus também dissimulavam com ele, de maneira que até Barnabé se deixou levar pela sua dissimulação.” Gálatas 2:11-13.

Aqui mostra Pedro fazendo uma viagem missionária a Antioquia, lugar da primeira igreja de ex-gentios, convertidos ao cristianismo, onde Paulo pregou e fundou a igreja. Enquanto Pedro lá estava, comia à vontade com os crentes gentios, e quando ainda lá esteva chegou um grupo de cristãos judeus, e Pedro alterou totalmente o seu comportamento.

Aqui encontramos Pedro cometendo esta falta. Pedro devia manter a mesma postura, em permanecer na mesa com os gentios, e convidar os cristãos judeus para participarem da sua refeição e convívio. Eu diria que Pedro perdeu uma grande oportunidade para unir os crentes de diferentes culturas. Ele cometeu esse erro. Faltou-lhe jeito em resolver aquela situação. A questão aqui não estava na comida, mas no medo de enfrentar o preconceito dos judaizantes em relação aos novos crentes, vindos do paganismo.

Paulo também, embora correto na filosofia e teologia, exagerou em chamar Pedro e Cornélio de hipócritas. Mas, como Jesus quando chamou alguns fariseus da mesma maneira, Paulo também o fez. Ver Gálatas 2:13. Este é um termo muito duro de um servo de Deus para um colega seu de ministério.

Alguns dizem que Pedro estava comendo carnes imundas com os gentios, mas sabemos que isso não é correto. O contexto aqui era o comer com os ex-gentios e provavelmente com parentes de crentes, que eram pagãos, e que também lá estavam. Com certeza, se estivessem comendo alimentos imundos teria causado um grande celeuma e estaria escrito na Bíblia. Era como se você hoje fosse visto em um bar ou café com amigos descrentes e outros crentes, e na mesa houvesse bebidas alcoólicas, mas também aquilo que nos é permitido comer.

Porque é tão fácil ser hipócrita? Que influência pode ter a força de uma cultura e de tradições sobre nós? Como temos tratado os nossos irmãos?

Pedro já havia cometido um ato falho como este quando negou a Jesus por três vezes. Ele disse que nem conhecia a Jesus, embora sendo discípulo dele. Agora Pedro caiu outra vez em seu ponto fraco: acovardou-se diante daqueles judeus fanáticos. Foi a segunda queda com grandes consequências. Paulo chamou a sua atenção desta forma tão forte. A visão do lençol, relatada em Atos 10, não tinha sido suficiente. Isso mostra que o desenvolvimento do caráter de cada crente vai acontecendo e aperfeiçoando até aquele dia: “Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo.” Filipenses 1:6

QUINTA-FEIRA(13 de julho) A PREOCUPAÇÃO DE PAULOEis o texto principal para hoje: “Mas, quando vi que não andavam bem e conforme a verdade do evangelho, disse a Pedro na presença de todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?” Gálatas 2:14. Neste verso Paulo deixa claro o ponto já apresentado na lição de ontem.

A questão aqui não era o fato de Pedro ter saído de entre os gentios e ir com os visitantes de Jerusalém. Tinha algo maior envolvido na repreensão de Paulo. A preocupação de Paulo era a verdade do evangelho, pois a atitude de Pedro havia colocado em causa a mensagem do evangelho.

A viagem de Paulo à Jerusalém foi justamente para unir os crentes em torno do assunto da circuncisão, e agora a atitude de Pedro estava colocando em jogo este que já tinha sido resolvido. A pressão de grupo sempre foi um problema. E devemos cuidar para não sermos conduzidos pela força da maioria. A postura do cristão deve ser a mesma em todos as circunstâncias e lugares.

Os seguintes textos elucidam toda a preocupação de Paulo: “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” Gálatas 3:28

Onde não há grego, nem judeu, circuncisão, nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos. Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também.” Colossenses 3:11-13.

A insistência, por parte de alguns cristãos judeus, de que os gentios tinham de ser circuncidados, a fim de se tornarem verdadeiros seguidores de Cristo, levantou uma séria ameaça à unidade da igreja no seu início. Mas, em vez de permitir que esta questão dividisse a igreja em dois movimentos diferentes, os apóstolos se humilharam perante o Senhor e trabalharam para manter a unidade do evangelho. Amém? 

A preocupação de Cristo, Paulo e demais apóstolos sempre foi da unidade entre os crentes. A fervente oração de Jesus expressava o Seu anelo pela unidade de Seus seguidores. É surpreendente a ênfase que Cristo dá à unificação. Ele deseja que nós, Seus discípulos, tenhamos a mesma unidade de propósito, amor e dedicação que Ele tem com o Pai. A Divindade é o modelo perfeito de unidade. Essa integração é tão grande que três Pessoas distintas constituem um só Deus. “Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor.” Deut 6:4. “A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro há, senão Ele.” Deut 4:35 “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu Sou o primeiro e Eu sou o último, e além de mim não há Deus.” Is 44:6 e Ap 1:17

Não podemos confundir unidade com ajuntamento. São conceitos diferentes. Não podemos comprometer princípios para conservar a integração. Os que são unidos no Mestre têm “o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus." Filp. 2:5. A primeira unidade deve ser em amor. Que nos amemos uns aos outros assim como Ele nos amou. A segunda unidade deve ser de doutrina, pois não podemos crer em ensinos diferentes daqueles revelados nas Escrituras. A terceira unidade tem de ser a de ação. Temos a grande comissão pesando sobre nossos ombros em anunciar o amor de Deus às pessoas. A quarta unidade tem de ser mediante o exercício da paciência e tolerância mútuas. A quinta unidade é de princípios, normas e conduta . Um crente não pode agir, em termos comportamentais, espirituais e morais, diferentemente do outro.

SEXTA-FEIRA(14 de julho) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 3 (3º trimestre /2017) A UNIDADE DO EVANGELHO – Paulo estava preocupado com divisões na igreja. “Acaso, Cristo está dividido?” I Cor 1:13. Como poderia o reino de Deus subsistir se estivesse dividido contra si mesmo? A unidade devia triunfar para que o evangelho fosse pregado através do Espírito Santo. O assunto da circuncisão foi debatido em grande escala e ficou resolvido.

“mesmo os melhores homens, se entregues a si mesmos, cometerão falhas graves. Quanto maiores as responsabilidades colocadas sobre o agente humano, quanto mais elevada a sua posição para ditar e controlar, mais danos certamente ele provocará, pervertendo mentes e corações, se não seguir cuidadosamente o caminho do Senhor. Em Antioquia Pedro fracassou nos princípios de integridade. Paulo teve que confrontar face a face a sua influência subversora. Isto ficou escrito para que outros possam tirar proveito disso, e para que a lição possa ser um solene aviso aos homens em posições elevadas, para que não fracassem na integridade, mas sigam de perto os princípios.” Comentários de Ellen White. Vol 6, 1108

Portanto, sendo os filhos de Deus um em Cristo, como considera Jesus as classes, as distinções sociais, a separação do homem de seus semelhantes, por causa da cor, da raça, posição, riqueza, nascimento ou realizações? O segredo da unidade encontra-se na igualdade entre os crentes em Cristo. A razão de todas as divisões, discórdias e diferenças encontra-se na separação de Cristo. Cristo é o centro para o qual todos devem ser atraídos; pois quanto mais nos aproximamos do centro, tanto mais nos aproximaremos uns dos outros em sentimento, em simpatia, em amor, crescendo no caráter e imagem de Jesus. Para Deus não há acepção de pessoas.” Mensagens Eescolhidas vol 1, 259.

Se Paulo tivesse repreendido Pedro de forma particular, não teria surtido o mesmo efeito e sido melhor para todos?

Estamos fazendo acepção de pessoas na igreja onde frequentamos? Tratamos todos com a mesma cortesia ou cumprimentamos os ricos e cultos e desprezamos os pobres, ignorantes e de aparência desagradável? Lembremos que a unidade do corpo de Cristo se faz com todos os que foram atraídos para o evangelho. Amém?


Luís Carlos Fonseca  

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