terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ESBOÇO DE SERMÃO: Os Dois Maiores Discursos de Paulo


Romanos 7:24

Introdução
            
 Duas amigas encontram-se. Depois da saudação usual, uma pergunta à outra: “Por que seus olhos estão vermelhos?” A resposta: “Porque estou com conjuntivite nos olhos.” Com admiração, corrigiu a amiga: “Conjuntivite nos olhos é um pleonasmo.” – e dizendo isso se despediu. Não demorou muito e a jovem senhora com conjuntivite encontrou outra amiga que lhe fez a mesma pergunta. Dessa vez, ela respondeu: “Estou com uma doença nos olhos que alguns chamam de conjuntivite e outros de pleonasmo.

I.       Um Grande Problema
1.    Corremos um sério risco quando julgamos uma pessoa a partir de um fato isolado. No versículo acima citado, Paulo apresenta o discurso de uma pessoa infeliz.
a)    A palavra “miserável”, aqui traduzida, significa coitado, aflito.
b)    “homem que eu sou” dá a ideia de que ele olha para si mesmo e fica penalizado.
c)    “quem me livrará” dá a conotação de desânimo, desalento. Como posso me livrar da situação em que me encontro?
d)    “corpo desta morte” significa do pecado.

2.    A tradução final fica: “Coitado, eu só me vejo assim, e não consigo sair da presença do pecado.”
3.    O apóstolo sentia-se um escravo. Tal como se declara no verso 15 do mesmo capítulo: “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro e sim o que detesto.”

a)    A situação do apóstolo, se pudesse ser retratada numa tela, apresentaria a seguinte ideia: “Um escravo lavando as feridas provocadas por castigo num córrego cujas águas cristalinas mostravam que sua culpa era sua cor.”

b)    Sênega, filósofo e poeta romano que viveu em 65 d.C, declarou: “Mostrai-me alguém que não seja escravo. Um é escravo das paixões, outro da avareza, outro da ambição, e o resto do medo.” Certamente, concordamos com essa lista e ainda acrescentamos os “escravos do pecado”,  tal como Paulo se declara.

4.    Inácio de Loyola, líder da Igreja Católica no século 16 e um dos mais influentes articuladores da Contra-reforma, em sua epístola aos esmirneanos diz o que estava na mente de Paulo quando escreveu Rom. 7:24. Segundo ele, “na, mente do apóstolo estava a imagem horrenda de uma prática antiga em que o assassino, como castigo por seu próprio crime, era amarrado face a face e membro a membro com sua vítima. O assassino era sufocado com o fedor do morto e num abraço infernal encontrava a morte”.

a)    Tendo por base esta explicação, para o apóstolo, o pecado praticado era um corpo em decomposição, amarrado ao seu próprio corpo, cujo fedor o deixava sufocado, mas por ele mesmo não via como se libertar.

5.    Davi teve uma visão do pecado em paralelo com a visão de Paulo (ler Salmo 51:1-3; 7-12).
a)    O salmista se mostra impotente e clama pela ajuda divina. Ele reconhece, como reconhece o apóstolo Paulo, que alguém deveria ajudá-lo. O pecado que está sempre diante de Davi é o mesmo pecado que o apóstolo chama de “corpo desta morte”.

6.    Finalmente, tanto Davi como Paulo encontram a solução para o seu problema.

II.      Uma Grande Solução
1.   Paulo se expressa assim quando encontra uma solução: “Já estou crucificado com Cristo; e vive, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gal. 2:20).

2.   Davi se expressa assim quando encontra a solução: “Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, dEle vem a minha salvação. Só Ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei muito abalado” (Sal. 62:1 e 2).

3.   No segundo discurso de Paulo desaparece a declaração “miserável homem que sou” e aparece a declaração: “Eu não vivo mais, mas Cristo vive em mim”.

a)    Na primeira ideia do verso parece que Paulo foi liquidado. Duas ideias parecem indicar isso: “Já estou crucificado” e “eu não vivo mais”.

b)    Os complementos do novo discurso porém indicam uma nova ideia: “Já estou crucificado... com Cristo.” “O corpo desta morte não o matou.”

4.   Ele não está crucificado para Cristo, porém com Cristo.
a)    A morte para o pecado se dá por causa, da sua identificação com a vida de Cristo, razão porque Paulo conclui: “eu não vivo mais, mas Cristo vive em mim.”

Conclusão
1.    No primeiro discurso parece que o pecado é o grande vencedor. Essa é uma agonizante conclusão. No segundo discurso Cristo é o grande vencedor. Essa é uma vibrante conclusão.

2.    E esta conclusão nos permite afirmar que o ministério de Cristo é ininterrupto e interminável, é ininterrupto porque sempre contou com a presença de homens e mulheres que lhe deram seguimento. É interminável porque sempre haverá homens e mulheres vivendo em sociedade com Cristo e gerando novos seguidores.

3.    No primeiro discurso Paulo precisa se libertar do pecado para viver com Cristo. No segundo discurso Paulo vive com Cristo e se liberta do pecado.

a)    É como alguém que recorre a água para se libertar da sede ou recorre ao alimento para se libertar da fome. Quanto maior for a sede, mais água precisará tomar. Quanto maior for a fome, mais alimentos precisará comer.

4.    Com Paulo aprendemos, nesta ocasião, que não precisamos viver com sede, ou com o pecado. Para vencer a sede temos água, para vencer a fome temos alimento, para vencer o pecado temos Jesus Cristo.

5.    Que o segundo discurso de Paulo seja o nosso primeiro discurso.

 Jair Góis Revista do Ancião, jul–set, 2002 Oferecimento do dpto de Comunicações da UCB

Luís Carlos Fonseca


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