COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 3 (4º TRIMESTRE DE 2017) A CONDIÇÃO HUMANA
VERSO ÁUREO: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” Romanos 3:23
INTRODUÇÃO (sábado 14 de outubro) - O assunto do pecado é conhecido nos comentários de teologia como Hamartiologia, que deriva da palavra grega hamartia. Este estudo é importante porque trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. A ênfase da lição desta semana é definir e explicar o pecado, bem como apresentar o meio divino para a solução humana. Amém?
A temática do pecado é uma das mais importantes doutrinas da teologia cristã, pois ocupa-se a ressaltar a condição que o homem está em função do pecado, mostra sua impossibilidade em agradar a Deus e que nós, sozinhos, não podemos fazer nada para alterar essa realidade.
A igreja Adventista tem uma doutrina, a nº 5, que mostra este tema da seguinte forma: O homem e a mulher foram formados à imagem de Deus com individualidade, o poder e a liberdade de pensar e agir. Conquanto tenham sido criados como seres livres, cada um é uma unidade indivisível de corpo, mente e espírito, e dependente de Deus quanto à vida, respiração e tudo o mais. Quando nossos primeiros pais desobedeceram a Deus, negaram sua dependência dEle e caíram de sua elevada posição abaixo de Deus. A imagem de Deus neles foi desfigurada, e tornaram-se sujeitos à morte. Seus descendentes partilham dessa natureza caída e de suas conseqüências. Nascem com fraquezas e tendências para o mal. Mas Deus, em Cristo, reconciliou consigo o mundo e por meio de Seu Espírito restaura nos mortais penitentes a imagem de Seu Criador. Criados para a glória de Deus, são chamados para amá-Lo e uns aos outros, e para cuidar de seu ambiente. Ver os seguintes textos Textos: Gên. 1:26-28; 2:7; Sal. 8:4-8; Atos 17:24-28; Gên. 3; Sal. 51:5; Rom. 5:12-17; II Cor. 5:19 e 20; Sal. 51:10; I João 4:7, 8, 11 e 20; Gen 2:15.
O que é pecado? O pecado não é eterno, pois teve um início e terá um fim. Sabemos que a Bíblia não é um livro de definição, mas de descrição. Deus revela a verdade de forma que todos possam entender. A Bíblia declara que "o pecado é a transgressão da lei" l João 3:4, e que "toda iniquidade é pecado" I João 5:17. Essa declaração é geralmente conhecida como pecado voluntário, isto é, quando praticamos aquilo que não deveríamos fazer, embora tendo conhecimento dele. Ver Mat 15:3 e Rom 5:14. Mas a Palavra de Deus ensina-nos ainda que "aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado" Tiago 4:17. Esse pecado é chamado de omissão, pois consiste em nossa falta de ação naquilo que deveríamos fazer. Ver João 9:41. Não é apenas deixando de obedecer a lei expressa de Deus que incorremos em pecado, mas de igual modo, quando omitimos a vontade de Deus em fazer o bem, pecamos contra Deus e a sua justiça. Ver Luc 10:25-37 e João 15:22,24.
O pecado afetou o universo: A Bíblia é clara ao ensinar que herdamos a natureza pecaminosa de Adão. Ver I Cor. 15: 49. A Bíblia não mostra como essa transmissão do pecado de Adão passou aos seres humanos, mas afirma que se trata de um fato incontestável. Ver Rom 5:12,19. Assim, a Bíblia mostra como todos nós, homens e mulheres, estamos diante de Deus: "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" Rom 3:23. Todos se extraviaram, não há quem faça o bem. Ver SaI 14:1-5; Rom 3:10-12, por isso não há no mundo quem não peque. Ver I Reis 8:46 e Ecles. 7:20. A prova incontestável da universalidade do pecado é a morte. Ver Rom 5:12. Nem mesmo os salvos em Cristo estão isentos da morte. Ver I João 1:8. O pecado é um princípio real e presente na vida de todas as pessoas, desde o ventre materno. Ver SaI 51:5 58:3. A queda no Éden corrompeu toda a humanidade em todo o seu ser: corpo, alma e espírito, intelecto, emoção e vontade. Ver Isaías 1:5, 6 e II Cor 7:1
Existe uma saída. A Bíblia mostra a situação humana descrevendo-a como "mortos em ofensas e pecados" Efésios 2:1 e que "o salário do pecado é a morte" Rom 6:23. Morte significa separação e isso começou com a queda de Adão e continuou com a sua posteridade, Mas Deus, em Sua infinita bondade e misericórdia, declara agora que nos vivificou. Ver Efésios 2:1 e que o seu "o dom gratuito é a vida eterna" Rom 6:23. Sabemos que graça de Deus está disponível para toda a raça humana, conforme Tito 2:11, e que a salvação em Jesus pode ser encontrada em todos os lugares. Ver Atos 17:30. Amém? DOMINGO (15 de outubro) O PODER DE DEUS – Embora a situação do ser humano seja desesperadora, não podemos ficar prostrados, pois temos Deus do nosso lado. O texto principal para o estudo de hoje deixa isso muito claro:
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé. Romanos 1.16 e 17
A ciência, através de seus vários ramos de atuação, sempre procurou encontrar respostas para resolver os problemas inerentes do ser humano. Estas respostas, em sua maioria suposições, sempre procuraram desvendar as complexidades do ser humano. Mas todo este esforço, geralmente, terminou em definições tão complexas quanto à complexidade da existência humana. Enquanto que os evolucionistas concluíram que o homem é um mero acidente biológico, a psicanálise sugeriu que o homem é um ser supremo, dotado de capacidade suficiente para, por si mesmo, resolver seus dilemas.
Paulo, portanto, mostra que a fé no Evangelho de Cristo e consolação baseada no amor, na comunhão do Espírito Santo é o único meio para termos os problemas da alma resolvidos. Embora de forma parcial aqui, a eternidade revelará claramente esta capacidade de restauração completa. Amém?
A capacidade de transformação do ser só é operada pela fé no Evangelho, crendo que em Cristo, foi revelado o único caminho para que esta metamorfose se revele na vida do crente e este possa estender de maneira simples seus efeitos aos outros. Nós não temos poder para transformar-nos, mas podemos exercer a capacidade de escolher estar ligados com Jesus. Só Ele pode transformar-nos mediante o nosso consentimento.
Veja este texto inspirado: “A religião de Cristo transforma o coração. Torna a mente mundana do homem uma mente celeste. Sob sua influência, o egoísta se torna abnegado, porque este é o caráter de Cristo. O homem desonesto, astucioso, torna-se reto, de modo que fica sendo uma segunda natureza nele fazer aos outros o que queria que lhe fizessem a ele. O dissoluto é transformado da impureza para a pureza. Forma hábitos corretos; pois o evangelho de Cristo tornou-se para ele cheiro de vida para vida. Agora, enquanto dura o tempo de graça, não compete a um proferir sentença sobre outros, e considerar-se como modelo. Nosso modelo é Cristo; imitai-O, ponde os pés em Suas pegadas. Podeis professar crer todo ponto da verdade presente, mas a menos que pratiqueis essas verdades, isso de nada vos aproveitará.” Testemunhos Seletos, vol 2, pág 114.
SEGUNDA-FEIRA (16 de outubro) TODOS PECARAM – Como vimos na introdução da lição, a situação humana perante Deus é desesperadora. Hoje temos o verso áureo da semana como texto principal: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” Romanos 3:23
O conceito de bondade e santidade deve ser sempre comparado com Deus e nunca connosco mesmos. Quando nos comparamos com outras pessoas até podemos considerar-nos melhores. Mas Deus não nos dá o direito de fazermos comparações com os outros, pois o nosso modelo é Deus e não as pessoas.
O assunto do pecado é muito importante. Por que sem o pecado nós ainda estaríamos no paraíso e não teríamos necessidade de um Salvador. Sem um correto entendimento sobre a origem e sobre a natureza do pecado nós teremos uma visão distorcida de Cristo e da salvação. Muito de nossa compreensão sobre a natureza de Cristo e sobre a perfeição em Jesus é inútil, a menos que primeiramente entendamos o que é o pecado realmente.
Na Bíblia, a palavra pecado é a mais usada depois da palavra Deus. A palavra pecado é a palavra mais forte para a raça humana e para todo o universo. Como pecado pode ser definido? É o pecado um ato, simplesmente a transgressão da lei, ver IJoão 3:4, ou se refere a um estado de existência?
A Bíblia geralmente define o pecado como um ato, “transgressão da lei é o pecado,” ou o “pecado é iniqüidade.” No Velho Testamento a palavra mais comum usada para pecado é chata que, em seu senso mais literal, significa:“errar o alvo” como em Juízes 20:16: “Entre todo este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais atiravam com a funda uma pedra num cabelo e não erravam (Chata’).”
Em termos morais, “errar o alvo” refere-se ao fato de que a Lei de Deus é o padrão do comportamento ético ao qual devemos alcançar.
Mas, a definição de pecado tem um alcance muito maior do que apenas transgredir a lei. Jeremias apresenta o pecado como uma doença espiritual que aflige o coração. Ele diz que o coração é “enganoso e desesperadamente corrupto: quem o conhecerá?” Jer. 17:9. Davi, no salmo 51 expressa o pensamento de que ele já nasceu pecador: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.”. A mãe de Davi não fez nada errado em conexão com o seu nascimento, ela era uma mulher honrada, mas ele reconhece que ele nasceu com uma natureza pecadora.
O testemunho de Paulo é um poderoso argumento, que é a corrupção da natureza humana que produz os pecados individuais. Paulo recorda que“quando vivíamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei operavam em nossos membros, a fim de frutificarem para a morte.” Romanos 7:5.
Paulo é o único escritor bíblico que claramente conecta a queda do homem com nossa morte e com nossa natureza pecaminosa. Em I Cor 15:21-22 ele ensina que a morte teve sua origem em Adão:“
"Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.”
Em Romanos 5:12 ele disse que o pecado igualmente veio através de Adão. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”
Você não pode escapar dessa situação sozinho. Finalmente, como poderia alguém fazer o bem, ou se o fizesse, ser um bem legítimo se nele “não habita bem algum” e mesmo quando quer realizar o bem não consegue?, ver Rom. 7:18 “pois o mal está comigo” Rom 7:21. Essa impotência total justifica a declaração de Jesus de que “sem mim nada podeis fazer”João 15:5. O homem após a queda, quando auxiliado pela graça de Deus em dependência do poder do Espírito Santo, pode renunciar a uma natureza caída com seus desejos. A base do conflito é a renúncia e dependência de Deus. Que Deus nos ajude a mantermos ligado à Fonte da graça. Amém?
TERÇA-FEIRA (17 de outubro) PROGRESSO? Descartes, filósofo francês, 1596 – 1650, tinha como principal método de estudo, o questionamento de toda verdade que lhe era apresentada. Para ele a única coisa que realmente pode ser considerada verdadeira é o pensamento, ele dizia que todo pensamento por si só prova sua existência, ou seja, mesmo que uma pessoa duvide que o pensamento exista, essa sua dúvida já é um pensamento. Essa proposição de Descartes fez surgir sua célebre frase: “Penso, logo existo”. E, dentro de seus pensamentos filosóficos, ele desenvolveu a ideia de perfeição do homem, ele dizia que o homem nasce perfeito e que tem capacidades para melhorar o mundo.
Esse foi o pensamento no início do século 20 quando desenvolveram a ciência médica e depois a tecnológica. Diziam que até a moralidade do ser humano seria desenvolvida e que o nosso mundo seria melhor. Mas vemos que tudo isso não aconteceu. Ao contrário, o mundo vai de mal a pior.
Como Romanos 1:22-32 mostra a realidade dos nossos dias? “Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém. Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza. E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro. Como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; estando cheios de toda a iniqüidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade; sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia;
Os quais, conhecendo o juízo de Deus que são dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Rom. 1:22-32.
Os quais, conhecendo o juízo de Deus que são dignos de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem. Rom. 1:22-32.
As pessoas duvidam de muitas coisas que estão escritas na Bíblia Sagrada, mas não podem duvidar de duas coisas; a realidade da morte e da situação social e moral do mundo, que está degradada. Lembrando que a Bíblia é considerada o documento histórico mais antigo.
Um Jornal secular escreveu assim sobre uma professora de ensino infantil: “próprio de quem perdeu a alma, é uma grave ofensa à condição humana: a professora corta-lhe o almoço; mas, por caridade, concede-lhe uma fatia de pão e um copo de leite. Não fosse o Jornal….este crime, de maus tratos cometido por quem tem o dever de cuidar teria passado em claro.”
Quantos crimes, separações conjugais, traições e doenças! A Bíblia explica que o mundo chegaria a um momento sem igual que levaria ao fim. Esse período seria uma combinação de situações e de acontecimentos mundiais diferentes de tudo que a humanidade já viu. Os últimos dias seriam marcados por uma grande degradação no comportamento das pessoas. Lemos assim: “Os homens serão amantes de si mesmos, amantes do dinheiro, pretensiosos, soberbos, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, desleais, sem afeição natural, não dispostos a acordos, caluniadores, sem auto domínio, ferozes, sem amor à bondade, traidores, teimosos, orgulhosos, mais amantes de prazeres do que amantes de Deus.” II Timóteo 3:1-4
“As condições do mundo mostram que estão iminentes tempos angustiosos. Os jornais estão repletos de indícios de um terrível conflito em futuro próximo. Roubos ousados são ocorrência freqüente. As greves são comuns. Cometem-se por toda parte furtos e assassinatos. Homens possuídos de demônios tiram a vida de homens, mulheres e crianças. Os homens têm-se enchido de vícios, e estão generalizados todos os tipos de males. O inimigo tem conseguido perverter a justiça e encher do desejo de ganho egoísta o coração das pessoas. “A justiça se pôs longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar”. Isaías 59:14 Nas cidades grandes há multidões vivendo em pobreza e miséria, quase privadas de alimento, abrigo e vestuário; ao passo que nas mesmas cidades há os que têm mais do que o coração poderia desejar, que vivem no luxo, gastando o dinheiro com casas ricamente mobiliadas, com adornos pessoais, ou pior ainda, com a satisfação das paixões carnais, com bebidas alcoólicas, fumo e outros artigos que destroem as faculdades do cérebro, desequilibram a mente e degradam a vida. Sobem para Deus os clamores da humanidade que perece de fome, ao mesmo tempo em que, por toda sorte de opressões e extorsões, os homens acumulam fortunas colossais.” Conselhos para a Igreja, 36.
O que a influência de sua vida santa pode fazer para melhorar o mundo?
QUARTA-FEIRA (18 de outubro) O QUE OS JUDEUS E OS GENTIOS TEM EM COMUM? Tanto gentios como judeus eram considerados grandes pecadores à vista de Deus . Em Romanos capitulo 1, Paulo estava falando especificamente dos gentios e dos seus pecados. Há muito tempo os gentios tinham se afastado de Deus e estavam vivendo na idolatria. E o apóstolo chamou a atenção para o viver comprometido com Deus dos que tinham se convertido ao cristianismo. Mas, Paulo também chamou a atenção do povo judeu para os seus pecados.
Veja os textos para hoje: Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo. E bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que tais coisas fazem. E tu, ó homem, que julgas os que fazem tais coisas, cuidas que, fazendo-as tu, escaparás ao juízo de Deus? Romanos 2:1-3.
“Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; e sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei. E confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; Tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Romanos 2:17-23.
Os judeus consideravam-se santos, e tanto Cristo como Paulo chamou-lhes a atenção. Martinho Lutero teceu um comentário sobre isso escrevendo: “Depois de o apóstolo ter mostrado que todos os pagãos são pecadores...mostra também que os judeus vivem no pecado porque obedecem a lei apenas exteriormente” Comentários em Romanos, 61.
Ellen White escreveu algo interessante sobre isso: “Olhai para Moisés e os profetas; olhai para Daniel, José e Elias. Olhai para estes homens, e apresentai-me uma frase em que eles afirmam ser sem pecado. A alma que está em íntima ligação com Cristo, contemplando sua pureza e excelência, prostrar-se-á diante dEle com humildade. Daniel era um homem ao qual Deus concedera grande habilidade e erudição, e quando ele jejuou, o anjo foi ter com ele e disse: “És mui amado.” E ele prostrou-se aos pés do anjo. Daniel não disse: “Senhor, tenho sido muito fiel a Ti e realizei tudo que era possível para honrar-Te e defender Tua palavra e Teu nome....Por que tantos se dizem santos e sem pecado? É porque estão muito longe de Cristo. Eu nunca ousei afirmar semelhante coisa.” Mensagens Escolhidas, vol 3, 353
O que todos nós temos em comum é uma natureza que foi contaminada pelo pecado, e o que Paulo quer dizer é que nenhum de nós é justo e tem méritos próprios e nem é naturalmente bom e inerentemente santo. O apóstolo aponta para Cristo, como sendo o refinador do nosso caráter, através da Sua graça que é oferecida à todos. Resta-nos receber a salvação, oferecida por Cristo, para a transformação do nosso caráter. Nós reconhecemos que o pecado é ofensivo a Deus e afasta o homem de Deus. Buscamos plena vitória sobre o pecado, reconhecendo que continuaremos com a natureza humana pecaminosa até o dia em que “este corpo corruptível se revestir da incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir da imortalidade” I Cor 15:54.
Entendemos que ter a natureza pecaminosa não implica que o crente deva viver na prática de pecados conhecidos e já abandonados uma vez, mas não eliminamos a hipótese de o crente, estando desligado de Cristo, não venha cair em pecados desconhecidos, por omissão ou já praticados antes e que necessite de arrependimento e restauração conforme I João 2:1: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.” I João 2:1
A inspiração, através de Ellen White, mostra o caminho ascendente que o crente é convidado a galgar com a ajuda de Deus: “A vida cristã é uma constante marcha avante. Jesus Se coloca como refinador e purificador de Seu povo; e quando Sua imagem estiver perfeitamente refletida neles, eles estarão perfeitos e santos, e preparados para a trasladação. Exige-se do cristão uma obra perfeita. Somos exortados a purificar-nos “de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”. II Coríntios 7:1. Conselhos para a Igreja, 50.
Você tende a julgar os outros, apontando-lhes os defeitos, ou sente-se pecador como os demais?
QUINTA-FEIRA (19 de outubro) O EVANGELHO E O ARREPENDIMENTO - O que é arrependimento? Muitos entendem que o arrependimento significa “tornar-se contra o pecado”. Essa não é a definição bíblica de arrependimento. Na Bíblia, a palavra “arrepender” significa “mudar de idéia/rumo. A Bíblia também nos diz que o arrependimento verdadeiro vai resultar em uma mudança de comportamento. Ver Lucas 3:8-14 e Atos 3:19. Atos 26:20 declara: “mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a região da Judéia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento.” Uma definição bíblica e completa de arrependimento é mudar de convicção e de direção sobre algo que resulta em mudança de comportamento.
O arrependimento e a confissão são duas atitudes que andam de mãos dadas. Não existe arrependimento sem confissão. As duas atitudes praticadas, geram uma mudança radical na conduta espiritual. Geram o reavivamento na vida espiritual. Para quem vivia no pecado, conduzem para a nova vida da alegria real na salvação. Para quem estava morno, indiferente em sua vida para Cristo, geram o reavivamento das faculdades espirituais adormecidas e despertam para o vigor e o brilho do testemunho espontâneo e convincente.
O arrependimento é um dom de Deus. A Bíblia diz em Romanos 2:4: “Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento?” Graças a Deus que Ele nos conduz ao arrependimento! Se dependesse de nós desejaríamos pecar cada vez mais. Já que o arrependimento é uma dádiva de Deus, então todos podem arrepender-se, pois todos são chamados para a salvação. É o amor de Deus expresso nos evangelhos que desperta-nos para o arrependimento. Sem a manifestação do amor de Deus não temos consciência de nossa condição pecaminosa.
É bom salientar que para recebermos o dom do arrependimento, devemos estar disponíveis. Todo atleta e profissionais, em suas várias áreas de atuação, para receberem os resultados dos seus esforços necessitam estar sob as orientações dos seus líderes. O nosso líder é o Espírito Santo, e devemos humilhar o nosso coração para O receber em nossa vida; e quando assim fazemos somos conduzidos ao arrependimento. Quando alguém diz que não se arrepende dos seus pecados é porque está vivendo longe de Deus. Veja este texto que a lição traz: Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos.” Atos 1:14.
O arrependimento sempre aparece, na Bíblia, relacionado com a mudança de vida, e só é transformada a pessoa que deixa Deus agir em sua vida. O seguinte texto resume bem este argumento: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.” Atos 2:38.
Como reconhecer o verdadeiro arrependimento? Segundo Deus, o verdadeiro arrependimento produz um estado de tristeza por ter transgredido a lei e praticado o pecado que é ofensivo a Deus. Já o falso arrependimento gera uma tristeza de remorso por temer as consequências do ato da transgressão da lei e a condenação. O verdadeiro arrependimento consiste em tristeza pelo pecado e o abandono do mesmo. Esta tristeza é pelo pecado cometido, e não simplesmente pelo sofrimento ou castigo que o pecado possa fazer.
“A confissão não será aceitável a Deus sem o sincero arrependimento e reforma. É preciso que haja decisivas mudanças na vida; tudo que seja ofensivo a Deus tem de ser renunciado. Este será o resultado da genuína tristeza pelo pecado. A obra que nos cumpre fazer de nossa parte, é-nos apresentada claramente: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos e cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas.” Isa. 1:16 e 17. “Restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá.” Ezeq. 33:15. Paulo diz, falando da obra do arrependimento: “Quanto cuidado não produziu isso mesmo em vós que, segundo Deus, fostes contristados! Que apologia, que indignação, que temor, que saudades, que zelo, que vingança! Em tudo mostrastes estar puros neste negócio.” II Cor. 7:11.” Caminho a Cristo, 40
A lição de hoje mostra os resultados das pessoas que recusam arrepender-se. Ver em Romanos 2: 5-10.
SEXTA-FEIRA (20 de outubro) LEITURA COMPLEMENTAR DA LIÇÃO 3 (4º TRIMESTRE DE 2017) A CONDIÇÃO HUMANA - Percebemos, na lição desta semana, que o homem nasce pecador e sob o domínio do pecado. Jesus nasceu livre da moléstia do pecado, que tendo nascido de forma sobrenatural, nasceu santo, sem pecado e separado dos pecadores, no aspecto da natureza espiritual. Isso era necessário para que Ele mesmo não estivesse na condição de perdido e necessitasse de um Redentor.
No entanto, Sua natureza sem pecado não lhe ofereceu vantagem sobre nós devido às limitações decorrentes de Sua Missão. Ele precisou renunciar às necessidades e desejos inocentes e fundamentais de Sua humanidade perfeita num corpo fragilizado, sentindo a dor da renúncia, dor esta que todos nós pecadores precisamos experimentar ao renunciarmos nossa natureza caída e seus desejos pecaminosos. Assim como Jesus buscou o Pai, devemos estar em plena união com Deus para vencer e abandonar os pecados.
Tendo passado por tudo que passamos, o Salvador foi tentado além de nós. Pressionado pela impossibilidade de uma segunda chance, o Senhor não teria um advogado caso pecasse. Finalmente, sendo tentado em tudo como nós e mais do que nós, mas sem pecado, tornou-Se o nosso Modelo Divino. A humanidade terá dificuldade em compreender e apreciar o glorioso poder do evangelho da salvação, se negar a realidade da sua condição de pecador.
“Quando alguém se volta da imperfeição humana para contemplar a Jesus, dá-se uma divina transformação no caráter. O Espírito de Cristo que opera no coração conforma-o a Sua imagem. Seja pois vosso esforço exaltar a Jesus. Que os olhos do espírito se dirijam ao “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. João 1:29 Empenhando-vos nesta obra, lembrai-vos de que “aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador salvará da morte uma alma e cobrirá uma multidão de pecados”. Tiago 5:20. Parábolas de Jesus, 129.
“Era possível a Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas deixou de o fazer e, devido ao seu pecado, nossa natureza se acha decaída, e não podemos tornar-nos justos. Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado.” Caminho a Cristo, 62
Luís Carlos Fonseca
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