COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 5 (3º trimestre 2018) A CONVERSÃO DE
SAULO
VERSO ÁUREO: “Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque
este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e
dos reis e dos filhos de Israel.” Atos 9:15
INTRODUÇÃO (sábado 28 de julho) – A conversão de Saulo,
assunto da lição desta semana, é uma história incrível relatada no início da Igreja Cristã. Saulo era um judeu de Tarso, cidade de grande cultura.
Dificilmente teria escapado à influência da cultura grega, embora sendo
fariseu. É provável que não tenha estudado em escolas gregas. Como judeu
helenista, por virtude da cultura grega, a que não pôde escapar, por escolha e
por tradição familiar, era “hebreu nascido de hebreus.” Filp 3:5. Falava o
hebraico, o aramaico e o grego. Era filho de uma família rica, preeminente ao
ponto de estudar aos pés de Gamaliel, o
grande mestre fariseu de Jerusalém. Por nascimento era cidadão romano. Grande
era a importância da sua família, que a sua irmã, que residia em Jerusalém,
parece ter tido acesso às famílias dos sumos sacerdotes. Ver Atos 23:16.
Extraímos desta história algumas lições para nós; quando
Deus muda os nossos planos, Ele muda a nossa postura com relação aos nossos
planos. Saulo de Tarso tinha um plano. Convicto e comprometido com a sua
crença, não abriria mão do seu plano e vida, que para ele era uma profissão honrada. Estava indo ao encalço dos cristãos com a força
de homens e cartas oficiais do Sinédrio. Entretanto, a Bíblia diz que a luz de Jesus o derrubou ao chão. Na
verdade, a primeira coisa que Deus precisa fazer, ao homem e à mulher
incrédulos e de corações duros, para mudar os seus planos, é derrubá-los no
chão: derrubá-los dos seus pedestais, das suas convicções ideológicas e
filosóficas, das suas pretensões religiosas, das suas arrogâncias pretensiosas.
É necessário que o próprio Deus os derrube, para que o mesmo Deus os levante da
sua miséria espiritual. Somente quando há um profundo reconhecimento da nossa
miséria espiritual é que Deus começa a agir.
Saulo de Tarso precisava ser quebrantado, humilhado, ter
o seu rosto ao pó, para que pudesse fazer tal indagação: “Quem é tu, Senhor?” Nós, as vezes, temos feito os nossos planos sem sequer consultar o nosso Deus. Não interessa-nos saber se os nossos propósitos são os propósitos de Deus. Temos submetido
os nossos planos à vontade de Deus? Deus mudou os propósitos de Saulo e,
consequentemente, mudou a sua postura com relação aos seus planos. Sua postura
era prender os cristãos, mas, de repente, encontrou-se com Jesus, que mudou
totalmente os seus planos. Quem sabe Deus está precisando mudar os nossos
planos também.
Quando Deus muda os nossos planos, Ele fala ao nosso
coração. A voz era de Jesus, e Saulo não sabia. Mas como foi acusado de
perseguidor, ele sabia que a voz dirigia-se
a ele. Então, buscou identificar-se com a voz: “Quem é tu, Senhor? ” Jesus
respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues. ”. Quando Deus muda os nossos
planos, Ele fala ao nosso coração; Ele identifica-se conosco; Ele apresenta-Se as nossas vidas. Eu penso que Jesus queria dizer-lhe: Agora, você está no chão;
está cego; não consegue ver nem andar. Eu mudei os seus planos. Eu consigo ver
o quanto você é sincero e não posso permitir que continue errado quanto as suas
convicções de fé. Convicções erradas não representam nada. O que conta para
Deus é a fé na pessoa certa: Jesus.
Saulo era uma pessoa que levava a sério a sua fé, mas
isso não era suficiente, pois estava colocada no alvo errado. A prática de uma
fé distorcida, mesmo com toda a sinceridade, para nada adiante. Quando Deus
muda os nossos planos, Ele fala ao nosso coração. Fala da necessidade de mudar
e, ao mesmo tempo, fala que Ele é o Senhor que pode nos mudar. Você tem
permitido que Deus mude os seus planos ou eles estão corretos e pensa que não
precisa de Jesus?
Quantas pessoas, ainda hoje, estão no caminho de Damasco, sem saber que a qualquer momento poderão deparar-se com a luz de Jesus, capaz de mudar os seus propósitos. Os planos de Jesus são planos de vida, de bênçãos, de vitória, de convocação para o seu ministério dentro do Seu reino. Quais são os seus planos? Você já perguntou a Deus se Ele os aprova? Amém?
DOMINGO (29 de julho) PERSEGUIDOR DA IGREJA – Este é o texto principal para hoje, onde
mostra Saulo como perseguidor da igreja de Cristo: “Bem tinha eu imaginado
que contra o nome de Jesus Nazareno devia eu praticar muitos atos; o que também
fiz em Jerusalém. E, havendo recebido autorização dos principais dos
sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e quando os matavam eu dava
o meu voto contra eles. E, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas,
os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas
cidades estranhas os persegui.” Atos 26:9-11
Saulo era um hebreu ou judeu legítimo, hebreu de
linhagem, hebreu de hebreu. Só este fato já serve para entendermos muito de
quem era Saulo. Ele nasceu na cidade de Tarso, capital da Cilícia. Sua cidade
era um importante centro comercial e cultural do Império Romano. Ele também era
cidadão romano. Esta cidadania, aliada a sua descendência, fazia com que
tivesse trânsito livre por quase todas as cidades e províncias importantes do seu
tempo. Ele fazia parte de uma família que zelava pelos preceitos judaicos. Era
um hebreu da tribo de Benjamin. O sonho da sua família era que Saulo fosse um
grande rabino, e, para isso ele foi educado e criado.
Saulo foi formado, e toda sua vida foi planejada para que
ele se tornasse um grande líder da religião judaica. Ele incorporou este
projeto de vida de tal modo, que era inconcebível para ele qualquer coisa
que ousasse desviar dos seus objetivos. Neste sentido, em um determinado
momento da história, ele tomou para si a responsabilidade de sufocar o cristianismo.
Saulo acreditava que tinha o dever de defender o nome de Deus dos cristãos, mas
mal sabia ele que, na verdade, estava tentando defender Deus do próprio
Deus.
Saulo tinha o anseio de destruir o Cristianismo. O relato
bíblico diz que ele respirava ameaças de morte. Veja este texto de Atos 9.1-2:
“Enquanto isso, Saulo ainda respirava ameaças de morte contra os discípulos do
Senhor. Dirigindo-se ao sumo sacerdote, pediu-lhe cartas para as sinagogas de Damasco,
de maneira que, caso encontrasse ali homens ou mulheres que pertencessem ao
Caminho, pudesse levá-los presos para Jerusalém.”
Gerido por sua fúria infernal, Saulo não foi capaz de perceber
que sua ação tinha tomado um caminho totalmente inverso das suas pretensões.
Quando tudo vai mal, ainda assim Deus proporciona que as coisas caminhem para
algo conforme o seu propósito. Graças à perseguição investida em Jerusalém, os
discípulos foram para outras regiões, e nestes lugares começaram a pregar o
Evangelho. Foi o início da expansão das boas novas além das delimitações de
Jerusalém. Até quando Saulo fazia o mal, Deus o usava para o bem. Veja em Atos
8.4-40 como a mensagem de Cristo alcançou outras localidades.
O que aprendemos com a experiência de Paulo quanto a termos
de mudar de opinião quando percebemos a vontade de Deus na nossa vida?
“Entre os guias judeus que ficaram profundamente abalados
com o êxito que acompanhava a proclamação do evangelho, encontrava-se,
preeminentemente, Saulo de Tarso. Cidadão romano de nascimento, Saulo era não
obstante judeu por descendência, e fora educado em Jerusalém pelos mais
eminentes rabis. “Da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim”, era Saulo
“hebreu de hebreus”; segundo a lei, foi “fariseu, segundo o zelo, perseguidor da
igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”. Filipenses 3:5, 6.
Era considerado pelos rabinos como um jovem altamente promissor, e grandes
esperanças eram acariciadas com respeito a ele como capaz e zeloso defensor da
antiga fé. Sua elevação a membro do Sinédrio colocou-o numa posição de poder.”
Atos dos Apóstolos, 62
SEGUNDA-FEIRA (30 de julho) NA ESTRADA PARA DAMASCO – Esta é a história do encontro de Saulo com
Cristo próximo de Damasco: “E, indo no caminho, aconteceu que, chegando
perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo
em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E
ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu
persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e
atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor:
Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. E os
homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo
ninguém. E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém.
E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. E esteve três dias sem ver, e
não comeu nem bebeu.” Atos 9:3-9
Depois de Estêvão ter sido apedrejado e ter morrido,
Saulo liderou uma grande perseguição contra os cristãos, ele entrava numa casa
após outra, arrastando as pessoas para fora e encarcerando-as. Muitos dos
discípulos fugiram para outras cidades e passaram a proclamar ali as “boas
novas”. Mas Saulo foi a outras cidades para procurar os seguidores de Jesus.
Ele foi a Damasco. No caminho, porém, aconteceu uma coisa espantosa: De
repente, uma luz do céu brilhou sobre Saulo. Ele caiu ao chão, como lemos no
texto de hoje, depois, uma voz disse: “Saulo, Saulo! Por que me persegue?” Os
homens que acompanhavam Saulo viram a luz e ouviram o som duma voz, mas não entenderam o que
estava sendo dito.
“Quem é o Senhor?” perguntou Saulo. “Sou Jesus, a quem
você persegue”, disse a voz. Jesus disse isso porque, quando Saulo perseguia os
seguidores de Jesus, era como se estivesse perseguindo a Ele próprio. Saulo disse
então: “O que devo fazer, senhor?” Deus disse: “Levante-se e vá a Damasco, lá
será informado sobre o que deve fazer.” Quando Saulo levantou-se e abriu os
olhos, não conseguiu enxergar. Estava cego! Os homens levaram-no, então, pela
mão a Damasco na casa de Judas que morava na rua direita.
“Naquela hora de iluminação celestial, o espírito de
Saulo agiu com notável rapidez. Os registros proféticos das Escrituras Sagradas
abriram-se-lhe à compreensão. Viu que a rejeição de Jesus pelos judeus, Sua
crucifixão, ressurreição e ascensão, tinham sido preditas pelos profetas e
demonstravam ser Ele o Messias prometido. O sermão de Estêvão, por ocasião de
seu martírio, foi de maneira impressiva trazido à lembrança de Saulo, e ele
compreendeu que o mártir sem dúvida contemplava “a glória de Deus”, quando
disse: “Eis que vejo os Céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão
direita de Deus”. Atos 7:55, 56. Os sacerdotes tinham declarado blasfemas essas
palavras, mas Saulo agora sabia que elas eram verdade.” Atos dos Apóstolos, 64
“Saulo “esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu”.
Atos 9:9. Esses dias de íntima agonia tiveram para ele a duração de anos. Vezes
sem conta ele recordava, com o espírito angustiado, a parte que tinha
desempenhado no martírio de Estêvão. Com horror, pensava em sua culpa por se
haver deixado controlar pela maldade e preconceito dos sacerdotes e príncipes,
mesmo quando a face de Estêvão fora iluminada pelas radiações do Céu. Com o
espírito triste e quebrantado, reconsiderou as inúmeras vezes que tinha fechado
os olhos e os ouvidos às mais tocantes evidências, e persistentemente
incrementara a perseguição aos crentes em Jesus de Nazaré.” Atos dos Apóstolos,
65
TERÇA-FEIRA (31 de julho) A VISITA DE ANANIAS – A lição
de hoje continua a história de ontem e mostra quando Jesus falou à um de seus
discípulos em Damasco: “Levante-se Ananias. Vá à rua chamada Direita. Na casa
de Judas, pergunte por um homem chamado Saulo. Eu o escolhi como meu servo
especial.” Ananias obedeceu. Encontrando Saulo, pôs as mãos sobre ele e disse:
“O Senhor mandou-me para que você veja outra vez e fique cheio de Espírito Santo.” Logo, alguma coisa caiu dos olhos de Saulo, pareciam escamas, e ele
conseguiu enxergar de novo.
Quando Deus muda os nossos planos, Ele passa a ser o
Senhor das nossas vidas. Foi isso o que aconteceu com Paulo. Quando Saulo
perguntou ao Senhor o que devia fazer, logo Deus respondeu: “Eu sou Jesus, a
quem tu persegues; mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te
cumpre fazer.” Quando Deus muda os nossos planos ele transforma a nossa vida e
o nosso caráter. A partir do encontro com Jesus e ao ouvir a Sua voz, Saulo já
não era mais a mesma pessoa. Ele já não era mais o dono dos seus planos. Quando
ele perguntou: “Quem és tu, Senhor? ” Ficou claro que ele indagava o que devia
fazer, porque Jesus disse assim: “Levanta-te e entra na cidade, e lá será dito
o que te cumpre fazer.”
Percebemos que Saulo entregou os seus planos à voz com
quem falava. A voz era de Jesus. Ele deu espaço para Jesus. E nós? Quantas
vezes Jesus tem falado ao nosso coração, mas não temos dado ouvido à Sua voz? A
partir daquele momento, Jesus passou a ser o Senhor da vida de Saulo. Os
primeiros momentos foram duros: cair no chão, ficar cego, perder a sua própria
identidade e ser conduzido pelos outros. Mas a partir daquele momento, Saulo
tornou-se uma nova criatura, transformada por Jesus.
Religioso ele já era, entretanto não bastava. O que Jesus
queria era transformar sua vida, para ser consumida no Seu reino. Jesus não aceita
vidas tão somente religiosas. Ele quer vidas transformadas; vidas que tenham
passado pela experiência da mudança; vidas que deixem Jesus ser o Senhor delas.
Ser salvo é importante, mas ser servo submisso é a condição para exercer o
ministério no reino de Cristo. Deixe Deus mudar a sua vida.
Quando Deus muda os nossos planos, ele não nos deixa no
meio do caminho. Ele dá-nos a direção e leva-nos ao lugar proposto por Ele dentro da Sua vontade. Ele completa a Sua obra em nossas
vidas. O texto diz que quando Ananias impôs as suas mãos sobre Saulo e orou,
alguma coisa, como que umas escamas, caíram dos seus olhos, e foi batizado no
Espírito Santo e nas águas. Ver Atos 9:17, 18.
Eu penso que foi nesse momento
que Saulo de Tarso viu Jesus pela primeira vez em Sua verdadeira posição e pôde
entender a razão por que os cristãos tinham tamanha fé em Jesus, sendo capazes
de morrer por Ele. Saulo havia presenciado e consentido com a morte de Estevão
e agora os Seus olhos abriram-se para enxergar o grande muro que separa os
cristãos dos incrédulos, os salvos dos perdidos. Saulo foi batizado e tornou-se
o grande vaso escolhido para proclamar a mensagem de Cristo, especialmente aos
gentios. Amém?
“No relato da conversão de Saulo, encontramos
importantes princípios que devemos sempre ter em mente. Saulo foi levado
diretamente à presença de Cristo. Foi uma pessoa designada por Cristo para uma
importantíssima obra, alguém que seria “um vaso escolhido” (Atos 9:15), para
Ele; no entanto, o Senhor não lhe disse imediatamente qual era a obra para ele
designada. Embargou-lhe o caminho e convenceu-o do pecado; e quando Saulo
perguntou: “Que queres que faça?” (Atos 9:6) o Salvador colocou o indagador
judeu em contato com Sua igreja, para que obtivesse o conhecimento da vontade
de Deus em relação a ele.” Atos dos Apóstolos, 66
“Obediente à orientação do anjo, Ananias saiu em busca do
homem que ainda pouco antes havia respirado ameaças contra todos os que criam
no nome de Jesus; e colocando as mãos sobre a cabeça do penitente sofredor,
disse: “Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde
vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. E
logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e,
levantando-se, foi batizado”. Atos 9:17, 18. Atos dos Apóstolos, 67
QUARTA-FEIRA (1º de agosto) O COMEÇO DO MINISTÉRIO DE
PAULO – Depois de sua conversão, Saulo foi usado de modo poderoso para pregar a
pessoas de muitas nações. Ele ficou conhecido como apóstolo Paulo. As notícias
da conversão de Saulo chegaram rapidamente aos judeus com enorme espanto.
Aquele que havia viajado para Damasco com poder e comissão dos principais dos
sacerdotes, ver Atos 26:12, para prender e processar os crentes, estava agora
pregando o evangelho do Salvador crucificado e ressurgido, fortalecendo as mãos
dos que eram, já, Seus discípulos e continuamente trazendo novos conversos para
a fé, contrário do que fazia antes.
“Depois de seu batismo, Paulo quebrou o jejum, e
permaneceu “alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco. E, logo nas
sinagogas pregava a Jesus, que Este era o Filho de Deus” Ousadamente, declarou
ser Jesus de Nazaré o ansiado Messias, que “morreu por nossos pecados, segundo
as Escrituras; [...] foi sepultado, e [...] ressurgiu ao terceiro dia”, após o
que foi visto pelos doze e pelos outros. “E por derradeiro de todos”,
acrescenta Paulo, “me apareceu também a mim, como a um abortivo”. 1 Coríntios
15:3, 4, 8. Sua argumentação com respeito às profecias era tão lógica, seus
esforços tão manifestamente acompanhados pelo poder de Deus, que os judeus
ficavam confundidos e incapazes de responder-lhe.” Atos dos Apóstolos, 68.
Como sinal de alguma prudência e para fugir da
perseguição Paulo ficou algum tempo na Arábia e Damasco para evitar retornar a
Jerusalém imediatamente: “Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de
mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.” Gálatas
1:17. Depois desse período, de três anos ver Gálatas 1:18, foi para Jerusalém e
ficou 15 dias quando conheceu somente Pedro e Tiago, irmão de Jesus, depois
voltou para sua terra natal, Tarso na Cilícia e Síria. Ver Glal 1:21. Barnabé
foi até Tarso convidá-lo para ensinar em Antioquia da Síria. Ver Atos 11:25-26.
Estando em Antioquia, ensinando os gentios, por alguns
anos, chegou um profeta por nome Ágabo e profetizou uma grande fome durante o
período do imperador Cláudio, por esta razão a igreja dos gentios comissionou
Paulo e Barnabé para levarem a ajuda aos irmãos de Jerusalém. Ver Atos 11:27-30
e Gál. 2:1-2. Isso aconteceu em torno dos anos 47-48 d.C. Foi 14 anos depois,
provavelmente, do seu encontro com o Senhor Jesus no caminho de Damasco. Ver
Gál 2:1. Voltando de Jerusalém foi que Deus comissionou, Paulo e Barnabé, para
empreenderem as viagens missionárias e fundarem as igrejas. Ver Atos 13. Depois
da fundação de várias igrejas é que eles foram para o Concílio de Jerusalém
conforme Atos 15.
“A oposição tornou-se tão violenta que não foi permitido
a Paulo continuar suas atividades em Damasco. Um mensageiro do Céu ordenou-lhe
retirar-se por algum tempo; e ele foi “para a Arábia”, onde encontrou um
refúgio seguro. Gálatas 1:17. Ali, na solidão do deserto, Paulo teve ampla
oportunidade para sossegado estudo e meditação. Recapitulou calmamente sua
experiência passada, possuindo-se de genuíno arrependimento. Buscou a Deus de
todo o coração, não descansando até que tivesse a certeza de que seu
arrependimento fora aceito e seus pecados perdoados. Anelava a certeza de que
Jesus estaria com ele em seu ministério futuro. Esvaziou a mente dos
preconceitos e tradições que lhe haviam, até então, modelado a vida e recebeu
instruções da fonte da verdade. Jesus comungou com ele e confirmou-o na fé,
conferindo-lhe uma rica medida de sabedoria e graça.” Atos dos Apóstolos, 69
Todo início de alguma atividade tem muitas dificuldades. Temos
pregado o evangelho de Cristo, mesmo em face de oposição e perseguições?
QUINTA-FEIRA (2 de agosto) REGRESSO A JERUSALÉM - Da
Arábia, Paulo voltou a Damasco conforme Gálatas 1:17, e “falava ousadamente...
no nome de Jesus”, como os judeus eram incapazes de resistir à sabedoria dos argumentos
de Paulo, “os judeus tomaram conselho entre si para o matar.” As portas da cidade eram guardadas
diligentemente, de dia e de noite, para impedir que ele escapasse. Essa
situação crítica levou os discípulos a buscar a Deus com fervor; e, finalmente,
“tomando-o de noite, os discípulos o desceram, dentro de um cesto, pelo muro”.
Atos 9:25. Depois de escapar de Damasco, Paulo foi a Jerusalém, tendo já
passado três anos de sua conversão.
O
que aconteceu com Paulo quando chegou a Jerusalém? “E,
quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos
o temiam, não crendo que fosse discípulo. Então Barnabé, tomando-o consigo, o
trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe
falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus. E andava com
eles em Jerusalém, entrando e saindo, e falava ousadamente no nome do Senhor
Jesus. Falava e disputava também contra os gregos, mas eles procuravam matá-lo.
Sabendo-o, porém, os irmãos, o acompanharam até Cesaréia, e o enviaram a
Tarso.” Atos 9:26-30.
Quando Paulo chegou em Jerusalém os discípulos de Cristo,
embora com medo do antigo Saulo, ouvindo de Barnabé que Paulo agora era
cristão, os discípulos o receberam com confiança. Mas logo passaram por grandes
provações da genuinidade de sua experiência cristã. O futuro apóstolo dos
gentios agora almejava explicar aos líderes judeus as profecias relativas ao
Messias, as quais se cumpriram no advento do Salvador. Paulo tentou, mas foi
mal recebido e perseguido. Deus apareceu a Ele em uma rápida visão e pediu para
ir embora de Jerusalém. Paulo ficou apenas 15 dias na cidade e teve que fugir da
morte precoce, pois só agora devia começar o ministério, especialmente com os gentios.
“Sentindo a responsabilidade em relação aos que se
recusavam a crer, estava Paulo a orar no templo, como ele próprio testificou
mais tarde, quando caiu em êxtase. Nisso apareceu diante dele um mensageiro
celestial e disse: “Dá-te pressa, e sai apressadamente de Jerusalém; porque não
receberão o teu testemunho acerca de Mim”. Atos 22:18. Aos dos Apóstolos, 71
“Paulo se inclinava a permanecer em Jerusalém, onde
poderia fazer frente à oposição. Parecia-lhe um ato de covardia fugir, se,
permanecendo, pudesse convencer alguns dos obstinados judeus quanto à verdade
da mensagem do evangelho, mesmo que o permanecer lhe custasse a vida. E assim
respondeu: “Senhor, eles bem sabem que eu lançava na prisão e açoitava nas
sinagogas os que criam em Ti. E quando o sangue de Estêvão, Tua testemunha, se
derramava, também eu estava presente, e consentia na sua morte, e guardava os
vestidos dos que o matavam” Mas não estava de acordo com os propósitos de Deus
que Seu servo desnecessariamente expusesse a vida; e o mensageiro celestial
respondeu: “Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe”. Atos 22:19-21.
Ao saberem dessa visão, os irmãos apressaram-se em efetuar ocultamente a saída
de Paulo de Jerusalém, receosos de que fosse assassinado. Os irmãos “o
acompanharam até Cesaréia, e o enviaram a Tarso”. Atos 9:30. A partida de Paulo
suspendeu por algum tempo a oposição violenta dos judeus, e a igreja teve um
período de descanso, no qual muitos foram acrescentados ao número dos crentes.”
Atos dos Apóstolos, 71 e 72.
Quem nunca teve vontade de fugir? Quando recebemos uma má
notícia, é esta a impressão que temos. Paulo foi um grande e destemido apóstolo,
mas neste momento foi obediente a voz de Deus. Por ele, até morria em nome de
Cristo, como aconteceu anos depois, mas Deus tinha planos para ele fundar igreja
e pregar aos gentios. Mesmo com medo Paulo foi para terras distantes e conseguiu
exercer o ministério de Cristo com muito poder e sucesso. Muitas vezes quando
estamos desanimados precisamos ouvir uma ordem séria como a que Paulo recebeu.
Deus não quer ver-nos desanimados e quer cumprir os Seus
propósitos na nossa vida, por isso nos manda levantar. Quando ficamos
prostrados parece que as coisas pioram a cada hora. Mas quando nos levantamos,
conseguimos ver a solução. Quando estiver desanimado, Deus ou alguma pessoa
chama a sua atenção mandando levantar e prosseguir, não fique aborrecido. Deus
não gosta de gente indisponível. Você já ouviu a voz do Senhor mandando você
levantar e ir para um lugar distante?
SEXTA-FEIRA (3 de agosto) COMENTÁRIOS E ESTUDO ADICIONAL
DA LIÇÃO 5 (3º trimestre 2018) A CONVERSÃO DE SAULO - Saulo estava vivendo a
vida como como ele tinha sido criado. Fariseu, culto, profundamente
devoto dos mandamentos do Senhor. No mundo desse personagem a religião era uma
seita, algo que devia ser contida antes que pudesse causar maiores prejuízos.
Saulo era zeloso na missão de perseguir a igreja de Cristo e assim ia para
Damasco buscar cristãos para prendê-los. Ele não imaginava o que ia
acontecer às portas da cidade de Damasco. Quando Deus nos surpreende, percebemos
que muitas coisas nas quais colocamos nossa segurança e esperança não são
tão seguras assim.
Hoje Deus continua atuando da mesma maneira que quando
com Saulo. Todos nós tendemos a viver da maneira que achamos melhor, da maneira
que aprendemos de nossos pais e de acordo com a nossa cultura. Mas Deus
interfere nessa história. Ele chega sem avisar e também nos derruba dos nossos
cavalos, da nossa “segurança”, dos nossos costumes. Deus faz-nos ver que o que
estamos fazendo não é, muitas vezes, o melhor que podemos fazer com a nossa
vida, não é o que Ele tinha pensado para nós.
A vida é feita de crises. As dificuldades no trabalho, a
falta de dinheiro, os problemas familiares, a morte de um ente querido e tantas
outras realidades que nos apanham de surpresa, estão sempre presentes na nossa
vida. Não adianta querer uma vida na qual não existam crises, até porque Deus
sempre vai estar próximo esperando o momento adequado para nos surpreender com
Seus apoio e restauração da nossa alma. Uma crise pode ser boa ou ruim. Depende
onde colocamos o nosso coração nesse momento difícil e surpreendente.
A restauração da alma depende do depois de Cristo. Uma
vez ouvi a seguinte expressão: “Assim como a história está dividida em antes
e depois de Cristo, a vida de cada filho de Deus precisa ter um antes e um
depois de Cristo.”
“Antes de sua conversão, Paulo se havia considerado
irrepreensível “segundo a justiça que há na lei”. Filipenses 3:6. Mas, desde
sua mudança de coração, ele havia alcançado uma clara concepção da missão do
Salvador como Redentor da raça toda, judeus e gentios, e aprendera a diferença
entre uma fé viva e um formalismo morto. À luz do evangelho, os antigos ritos e
cerimônias confiados a Israel haviam ganho uma nova e mais profunda
significação.” Atos dos Apóstolos, 105
“Por ocasião de sua conversão, Paulo foi inspirado com o
incontido desejo de ajudar seus semelhantes a contemplar a Jesus de Nazaré como
o Filho do Deus vivo, poderoso para transformar e para salvar. Desde então sua
vida fora inteiramente dedicada ao esforço para retratar o amor e o poder do
Crucificado. ... Os esforços do apóstolo não estavam restringidos à pregação
pública; muitos havia que não poderiam ser alcançados desta maneira. ...
Visitava os enfermos e tristes, confortava os aflitos, animava os oprimidos. Em
tudo o que dizia e fazia engrandecia o nome de Jesus. ... Paulo reconheceu que
sua suficiência não estava em si próprio, mas na presença do Espírito Santo,
cuja benigna influência enchia-lhe o coração.” Meditação Matinal - Vidas Que Falam,
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Luís Carlos Fonseca
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