VERSO ÁUREO:
“Dizendo: Paulo, não temas; importa que sejas apresentado a César, e eis que
Deus te deu todos quantos navegam contigo.” Atos 27:24
INTRODUÇÃO
(sábado 22 de setembro) – Na lição passada estudamos sobre a prisão de Paulo em
Cesaréia e sua defesa diante dos líderes romanos. Neste estudo vamos ver aquilo
que costumo chamar de “a quarta viagem missionária de Paulo”, pois a viagem
durou muito tempo e todos os presos, e pessoas que o apóstolo teve contato, foram
evangelizadas por Paulo.
Paulo estava
detido em Cesareia, sede da administração provincial da Judeia, onde o apóstolo
apresentou sua defesa perante Félix, Festo e Agripa. Tendo apelado para César,
Ver Atos 25:11, ficou em custódia para julgamento até que fosse enviado à Roma,
ver Atos 25:21. Lucas narrou a viagem a começar de Cesareia, e nela podemos ver
retratada a providência divina em fortalecer o caráter e a fé do Seu servo, que
já sofreu naufrágios e situações as mais adversas; e na sua trajetória final
demonstrou ser forte e sábio em momentos emergenciais. Ver II Cor. 11:23-33.
Nos dias de
perplexidades e dificuldades, e nas situações de medo e terror de um mar
encrespado, o caráter e a confiança do crente se colocam corajosamente nos braços
de Jesus. Veja estas lindas histórias relatadas em Luc 8:22-25; Mat 8:23-27 e Mac
4:35-41.
Em Atos 27:1-2 encontramos
que estavam viajando duzentas e setenta e seis pessoas, Ver 27:37, e que elas tiveram
que embarcar em três navios até Roma, ver 27:2,6; 28:11 Paulo exerceu uma
grande liderança em todo percurso. Ele era homem prático e sábio e, sobretudo,
consciente da vontade do Senhor, ver Atos 27:10-11,21-25. Se todos tivessem
ouvido o apóstolo, enormes transtornos e prejuízos teriam sido evitados. Isso
nos deve fazer lembrar o dever que temos para com aqueles que lideram a igreja
e a sua denominação, barcos eclesiásticos nos quais velejamos: precisamos
obedecer a palavra de Deus. Ver Heb 13:7,17 e Rom 13:1,2. Nestes dias de tanta
insubmissão, é necessário que tomemos uma atitude corajosa de obediência aos nossos
líderes que temem ao Senhor.
Lucas deixa
alguns detalhes para a história cristã pelo fato de ter vivenciado a trajetória
que Deus traçou para Paulo, Lucas viajou com paulo. Ver Atos 27:2,6,19,27,37; 28:1,7,11. Ele incluiu-se
como um dos navegantes e foi companheiro de Paulo nos momentos difíceis. Ver I Tm
4:11. Aristarco foi companheiro de viagens missionárias de Paulo. Ver At 19:29;
Col 4:10 e Film 24 e o acompanhou a Roma, sendo fiel amigo.
“No primeiro século da era cristã, as viagens
por mar eram feitas com peculiares dificuldades e perigos. Os marinheiros
faziam a sua rota em grande parte orientando-se pela posição do Sol e das
estrelas; e quando estes corpos celestes não apareciam, e havia indício de
tempestade, os proprietários dos navios temiam aventurar-se em pleno mar.
Durante uma parte do ano era quase impossível a navegação sem riscos. O
apóstolo Paulo era agora chamado a suportar as difíceis experiências que lhe
poderiam tocar como um prisioneiro em cadeias durante a longa e tediosa viagem
para a Itália. Uma circunstância suavizou grandemente as dificuldades de sua
vida — foi-lhe permitida a companhia de Lucas e Aristarco. Em sua carta aos
colossenses, referiu-se ele mais tarde ao último como seu “companheiro de
prisão” (Colossences 4:10); mas foi por vontade própria que Aristarco partilhou
da prisão de Paulo, a fim de poder confortá-lo em suas aflições.” Atos dos
Apóstolos, 246
DOMINGO (23
de setembro) PAULO NAVEGANDO PARA ROMA – Paulo tanto queria empreender uma
viagem missionária até Roma, e agora estava realizando, mas só que de forma
adversa ao que desejava. Ele estava preso dentro do navio. Paulo tinha consigo
Lucas e Aristarco, mais o centurião Júlio e seus soldados. Ver Atos 27:1,3,6,42,43
- Júlio tornou-se amigo de Paulo e demonstrou admiração pelo apóstolo,
tratando-o com humanidade e salvando-o da morte quando os soldados sugeriram
matar os presos para que não fugissem. Ver Atos 27:42,43.
Os viajantes
encontraram dificuldades, logo no inicio da viagem. Ver Atos 27:3-12. A primeira
parada foi em Sidom, onde o centurião permitiu que Paulo visse os amigos e
recebesse assistência. Atos 27:3. A partir de Chipre, aconteceram grandes
dificuldades. Os ventos contrários num mar perigoso, Atos 27:4,5,7. O barco
velejou contra os ventos fortes. Olhando o mapa, podemos imaginar a luta que tiveram para chegar a Mirra, na
Lícia, Ásia Menor, uma difícil travessia num mar agitado e perigoso que os
desafiou até Malta. A nossa vida espiritual é assim também, as vezes precisamos
remar contra maré e precisamos ter forças e perseverança até chegarmos ao porto
seguro. Ver exemplos dos heróis da fé em Heb 11:36-40.
Todos
tiveram que mudar de navio, Atos 27:6,7. Em Mirra pegaram o navio de
Alexandria, certamente carregado de trigo, que estava de partida para a Itália.
Mudanças sempre trazem preocupação e insegurança. Como seria a tripulação da
nova embarcação? O que podemos aprender
do caráter dos marinheiros, através do seguinte texto? “E, temendo ir dar
em alguns rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, desejando que viesse o
dia. Procurando, porém, os marinheiros fugir do navio, e tendo já deitado o
batel ao mar, como que querendo lançar as âncoras pela proa, disse Paulo ao
centurião e aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis
salvar-vos.” Atos 27:29-31
Houve
medo e aflição a bordo, Atos 27:7-9 - O impedimento para seguir viagem em Cnido, por
causa dos ventos contrários, 27:7, o costear Salmona penosamente, a chegada com
dificuldade ao lugar chamado Bons Portos e a navegação perigosa, ver Atos 27:9, foram
fatos que devem ter causado agonia e aflição a todos. É bom lembrarmos que a
aflição ou tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a
experiência, esperança.” Rom 5:3,4. Ver Salmo 77:1-13. Temos continuado na nossa jornada cristã ou temos desistido diante das
dificuldades?
O líder Paulo exerceu grande influência sobre seus companheiros de viagens
demonstrando ser homem de visão e experiência. Ele teve a visão profética das
dificuldades, ver Atos 27:9,10. Ele não se ressentiu por não ser acreditado.
Atos 27:11-13. Como temos reagido diante
das dificuldades e da forte oposição a nossa fé?
SEGUNDA-FEIRA
(24 de setembro) O NAUFRÁGIO - As turbulências da viagem continuaram cada vez
mais agressivas e cruéis. Tempestades sacudiam o navio, fazendo estremecer os
corações mais acostumados a elas. A bordo, homens lutavam, jejuavam e tinham
náuseas com os solavancos do navio. A situação era cada vez pior até a ilha de
Malta, onde o navio se despedaçou. Já vamos ver.
Lucas narrou os admiráveis fatos descritos nesse segundo percurso da viagem. A
tempestade no mar, ver Atos 27:13-20. Foi nessa tormenta que os passageiros
sentiram toda a fúria do Euro-aquilão, o tufão que se desencadeou ao lado da
ilha de Creta e arrastou com violência o navio desgovernado: “Mas não muito
depois deu nela um pé de vento, chamado Euro-aquilão. E, sendo o navio
arrebatado, e não podendo navegar contra o vento, dando de mão a tudo, nos
deixamos ir à toa. E, correndo abaixo de uma pequena ilha chamada Clauda,
apenas pudemos ganhar o batel.” Atos 27:14-16
O barco
ficou à deriva: "E, sendo o navio arrastado com violência, sem poder resistir
ao vento, cessamos a manobra e nos fomos deixando levar.” Atos 27:15. Às vezes,
nossa vida e igrejas se parecem com aquele navio, diante das tempestades do
secularismo, das falsas doutrinas e do desgoverno. Cristo é o Timoneiro Divino.
Vamos confiar a Ele a direção de tudo! Amém?
Os recursos
humanos não eram suficientes, Atos 27:16-19 - Usaram todos os meios para cingir
o navio porque temeram a Sirte, nome da costa africana entre Cartago e Cirene,
região onde havia areias movediças, temidas pelos navegantes, e aliviaram o
navio. A esperança dissipada: "e não aparecendo, havia já alguns dias,
nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal,
toda a esperança de salvamento". Atos 27:20
A primeira intervenção de Paulo está relatada
em Atos 27:21-26: “E,
havendo já muito que não se comia, então Paulo, pondo-se em pé no meio deles,
disse: Fora, na verdade, razoável, ó senhores, ter-me ouvido a mim e não partir
de Creta, e assim evitariam este incômodo e esta perda. Mas agora vos admoesto
a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas
somente o navio. Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou, e a
quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas; importa que sejas
apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo. Portanto,
ó senhores, tende bom ânimo; porque creio em Deus, que há de acontecer assim
como a mim me foi dito. É contudo necessário irmos dar numa ilha.” Atos
27:21-26. Como temos levado ânimo às
pessoas que precisam da nossa ajuda?
Veja a segunda intervenção de Paulo: “Procurando, porém, os marinheiros
fugir do navio, e tendo já deitado o batel ao mar, como que querendo lançar as
âncoras pela proa, disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não
ficarem no navio, não podereis salvar-vos. Então os soldados cortaram os cabos
do batel, e o deixaram cair. E, entretanto que o dia vinha, Paulo exortava a
todos a que comessem alguma coisa, dizendo: É já hoje o décimo quarto dia que
esperais, e permaneceis sem comer, não havendo provado nada. Portanto,
exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde; porque nem um
cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós. E, havendo dito isto, tomando o pão,
deu graças a Deus na presença de todos; e, partindo-o, começou a comer. E,
tendo já todos bom ânimo, puseram-se também a comer. E éramos ao todo, no
navio, duzentas e setenta e seis almas.” Atos 27:30-37
A
intervenção aqui foi para que vidas preciosas fossem poupadas. Embora já
houvesse garantia, Atos 27:24, a responsabilidade dos marinheiros estava
incluída para seu cumprimento. Não devemos esquecer nossa responsabilidade na
salvação e preservação da vida, fugindo das tarefas que Deus nos confere.
Qual foi a terceira intervenção de Paulo? “E, refeitos com a comida, aliviaram
o navio, lançando o trigo ao mar. E, sendo já dia, não conheceram a terra;
enxergaram, porém, uma enseada que tinha praia, e consultaram-se sobre se
deveriam encalhar nela o navio. E, levantando as âncoras, deixaram-no ir ao
mar, largando também as amarras do leme; e, alçando a vela maior ao vento,
dirigiram-se para a praia. Dando, porém, num lugar de dois mares, encalharam
ali o navio; e, fixa a proa, ficou imóvel, mas a popa abria-se com a força das
ondas. Então a idéia dos soldados foi que matassem os presos para que nenhum
fugisse, escapando a nado. Mas o centurião, querendo salvar a Paulo, lhes estorvou
este intento; e mandou que os que pudessem nadar se lançassem primeiro ao mar,
e se salvassem em terra; e os demais, uns em tábuas e outros em coisas do
navio. E assim aconteceu que todos chegaram à terra a salvo. Atos 27:38-44.
Vemos, no
texto acima, a ênfase da verdade onde devemos associar palavras com ações. Paulo
rogou que todos se alimentassem e ele mesmo tomou o pão, agradeceu a Deus e
começou a comer, ver 27:34-35. O alimento os fortaleceu e os animou para a luta
e Deus abençoou. Quando vemos pessoas verdadeiramente
precisando de nós, agimos em favor delas, ou deixamos de auxiliá-las?
TERÇA-FEIRA
(25 de setembro) EM MALTA – Quando todos chegaram, sãos e salvos na costa,
descobriram que estavam na ilha de Malta. Em Malta aconteceram episódios bons e
ruins:
O navio foi destroçado pela violência
do mar: “E, sendo já
dia, não conheceram a terra; enxergaram, porém, uma enseada que tinha praia, e
consultaram-se sobre se deveriam encalhar nela o navio. E, levantando as
âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme; e, alçando
a vela maior ao vento, dirigiram-se para a praia. Dando, porém, num lugar de
dois mares, encalharam ali o navio; e, fixa a proa, ficou imóvel, mas a popa
abria-se com a força das ondas.” Atos 27:39-41
Vidas preciosas foram ameaçadas de
morte e salvas por um oficial amigo, usado pela providencia divina. Ver Atos 27:42,44.
Os habitantes da ilha ajudaram os
náufragos. Eram os
bárbaros, os que não falavam grego e que, certamente, falavam a língua fenícia
visto que a ilha foi colonizada pelos fenícios, trataram os náufragos com
singular humanidade: “E os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade;
porque, acendendo uma grande fogueira, nos recolheram a todos por causa da
chuva que caía, e por causa do frio.” Atos 28:2
Paulo tornou-se muito respeitado e
foi considerado um "deus". Veja o texto: “E, havendo
Paulo ajuntado uma quantidade de vides, e pondo-as no fogo, uma víbora, fugindo
do calor, lhe acometeu a mão. E os bárbaros, vendo-lhe a víbora pendurada na
mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, visto como,
escapando do mar, a justiça não o deixa viver. Mas, sacudindo ele a víbora no
fogo, não sofreu nenhum mal. E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair
morto de repente; mas tendo esperado já muito, e vendo que nenhum incômodo lhe
sobrevinha, mudando de parecer, diziam que era um deus.” Atos 28:3-6. Essa
mudança extrema no tratamento dos apóstolos não foi aceita por eles. Ver Atos 10:23-26; 14:13-18.
Aconteceu a cura do pai de Públio e outras
curas: “E ali,
próximo daquele lugar, havia umas herdades que pertenciam ao principal da ilha,
por nome Públio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por três dias. E
aconteceu estar de cama enfermo de febre e disenteria o pai de Públio, que
Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele, e o curou. Feito, pois,
isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades, e
sararam. Os quais nos distinguiram também com muitas honras; e, havendo de
navegar, nos proveram das coisas necessárias.” Atos 28:7-10.
Desde que Paulo
partiu de Cesareia para Roma, o que chamo de quarta viagem missionária, não
vemos o relato de pessoas convertidas e nem de igrejas fundadas por Paulo. Entendemos
que um pré-requisito que devemos levar em conta, ao ler a Bíblia, é que a fé
sempre deve ser encarada de um ponto de vista prático, ou seja, a fé não é
apenas contemplativa, e de comunhão com Deus e de resultado em batismos, mas
sim prática, em atendimento das necessidades das pessoas. Isso deve ser levado
em consideração quando professamos nossa fé em Deus. Logo, toda nossa prática
cristã deve ser fundamentada neste princípio. Que Deus nos ajude a ajudarmos as
pessoas que necessitam de nós, sem nos preocuparmos se vão aceitar o batismo ou
não. Amém?
“Desde que
receberam a epístola de Paulo aos romanos, os cristãos da Itália tinham
avidamente desejado uma visita do apóstolo. Não haviam imaginado vê-lo como
prisioneiro, mas seus sofrimentos apenas o tornaram mais querido deles. Sendo a
distância de Potéoli a Roma de apenas uns 220 quilômetros, e estando o porto
marítimo em constante comunicação com a metrópole, os cristãos de Roma foram
informados da aproximação de Paulo, e alguns deles se adiantaram para
encontrá-lo e saudá-lo.” Atos dos Apóstolos, 251.
“Quando
alguém alega estar santificado e, no entanto, em palavras e ações, pode ser
representado pela fonte impura que emite águas amargas, podemos seguramente
dizer: Essa pessoa está enganada. Ela precisa aprender o próprio alfabeto do
que constitui a vida de um cristão. Alguns que professam ser servos de Cristo
têm, por tão longo tempo, acalentado o espírito de aspereza, que parecem amar o
elemento profano e ter prazer em proferir palavras que desgostam e irritam.
Tais homens precisam converter-se antes que Cristo os reconheça como Seus
filhos.” The Review and Herald, 18 de Janeiro de 1881. Meditação Matinal -
Recebereis Poder, 53.
QUARTA-FEIRA
(26 de setembro) PAULO CHEGA FINALMENTE A ROMA – Depois de três meses em Malta,
Paulo e seus companheiros de viagem finalmente chegaram a Roma. Ver Atos 28:
11-31.
Os viajantes embarcaram no terceiro navio, e em Siracusa, ficaram três
dias e, ziguezagueando, chegaram a Régio. Em Poteóli, Paulo e seus companheiros
encontraram alguns crentes e ficaram com eles uma semana. De Roma vieram outros
encontrá-los até a praça Ápio e as Três Vendas, a mais de 40 quilômetros da capital.
Esse encontro fez com que Paulo sentisse mais ânimo, ver Atos 28:15. Em Roma,
Paulo teve prisão domiciliar sob a guarda de um soldado, Atos 28:16. Deus
cumpriu Sua promessa, e todos chegaram sãos e salvos em Roma.
Logo, Paulo
testemunhou aos judeus. O testemunho de Paulo aos judeus em Roma revela o seu
amor para com seus irmãos, seus compatriotas. No entanto, eles rejeitaram mais
uma vez a pessoa do Messias que foi enviado especialmente para Israel, e nisso
se cumpriu a Palavra de Deus. Ver Isaías 6:9-10; 65:2-3 e Rom 10;28. O
testemunho de Paulo descreve sua experiência em julgamentos anteriores e sua
inocência: “E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os principais dos
judeus, e, juntos eles, lhes disse: Homens irmãos, não havendo eu feito nada
contra o povo, ou contra os ritos paternos, vim contudo preso desde Jerusalém,
entregue nas mãos dos romanos; os quais, havendo-me examinado, queriam
soltar-me, por não haver em mim crime algum de morte. Mas, opondo-se os judeus,
foi-me forçoso apelar para César, não tendo, contudo, de que acusar a minha
nação. Atos 28:17-19.
Sua prisão
era decorrente de sua esperança em Cristo: “Por esta causa vos chamei, para vos
ver e falar; porque pela esperança de Israel estou com esta cadeia.” Atos 28:20. Seu
testemunho foi uma longa exposição da palavra, com respeito ao reino de Deus e
Jesus: “E, havendo-lhe eles assinalado
um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom
testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela
lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde.” Atos 28:23 . Os
judeus rejeitaram a palavra de Deus apresentada por paulo. Ver Atos 28:25-28. Mas
Paulo continuou o seu testemunho até a morte. Atos 28:30-31 e II Tm 4:7,8,17. Paulo
continuou testemunhando para os gentios, irmãos em Cristo e soldados romanos. Ver
Fip 1:12-14.
Quando Paulo
estava prisioneiro em Roma escreveu quatro cartas; Filemon, Filipenses, Colossenses
e Efésios
Carta a
Filemon: Foi uma carta de Paulo enviada ao cristão Filemon. Nesta carta Paulo
apela pela sua amizade e pede para que Filemon receba a Onésimo, escravo
fugitivo, por isso prisioneiro e refugiado em Roma. Paulo o conheceu na prisão,
Onésimo converteu-se e foi batizado por meio de Paulo. O Apóstolo na sabedoria
de sua pregação afirma que agora eles são irmãos e assim devem ser
considerados.
Carta aos
Filipenses: Os crentes de Filipos receberem cartas de Paulo que os considerava
seus queridos filhos, com uma fidelidade inquebrantável e generosa
correspondência. Podemos dizer que os Filipenses eram seus amigos. É uma belíssima
carta de elogia a amizade.
Carta aos
Colossenses: Essa carta foi para corrigir algumas dificuldades doutrinais pois
alguns pregavam que Cristo era um ser intermédio entre Deus e a matéria, nada
mais, descartando a excelência da Sua divindade. Jesus é superior a todos, pois; “em Cristo habita toda a plenitude da divindade
corporalmente.” Col 2:9.
Carta aos
Efésios: Neta carta Paulo retoma as questões levantadas na carta aos Colossenses e trata
com mais seriedade, e profundidade. Sua cristologia evolui. Nesta carta se
considera como ponto culminante do itinerário doutrinal de Paulo, no que diz
respeito ao mistério de Cristo, da obra da Redenção e da Teologia da Igreja
Cristã. A carta enaltece a unidade e o
amor entre os crentes. Assim todo o batizado em Cristo Jesus vive a unidade no amor, pois toma parte do corpo de Cristo, animado pelo mesmo Espírito Santo.
“A carta de
Paulo aos Filipenses, como a enviada aos Colossenses, foi escrita enquanto ele
estava prisioneiro em Roma. A igreja de Filipos tinha enviado donativos a Paulo
pela mão de Epafrodito, a quem Paulo chama “meu irmão, cooperador e companheiro
de lutas; e... vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades”.
Filipenses 2:25. Enquanto esteve em Roma, Epafrodito ficou doente “e quase à
morte; mas Deus Se apiedou dele”, escreveu Paulo, “e não somente dele, mas
também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza”. Filipenses
2:27. Ouvindo da enfermidade de Epafrodito, os crentes de Filipos ficaram muito
ansiosos com respeito a ele, e ele decidiu retornar. “Porquanto tinha muitas
saudades de vós todos”, escreveu Paulo, “e estava muito angustiado de que
tivésseis ouvido que ele estivera doente [...] vo-lo enviei mais depressa, para
que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza. Recebei-o
pois no Senhor com todo o gozo, e tende-o em honra. Porque pela obra de Cristo
chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida para suprir para
comigo a falta do vosso serviço”. Filipenses 2:28-30. Atos dos Apóstolos, 268
QUINTA-FEIRA
(27 de setembro) A VITÓRIA DO EVANGELHO – Quem fundou a igreja de Roma? Alguns
dizem que foi Barnabé que fez a primeira pregação em Roma e a consequente
fundação da igreja. Outros dizem que foi Pedro no ano 42 a.C.
Como Paulo
descreve a igreja em Roma? Em Rom. 15:14 lemos: “Eu próprio meus irmãos, certo
estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de
todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros.” Que nível
espiritual adquiriu aquela igreja! E nós?
Embora Paulo
estivesse preso, o Cristianismo foi implantado por ele e demais outros apóstolos
de forma maravilhosa. Mesmo com a
rejeição dos líderes judeus, e muitas outras pessoas o cristianismo foi
plantado e produziu muitos frutos. Paulo chegou ao final da sua carreira com
plena convicção de que realizou a obra missionária que lhe foi dada:
"Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram
têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho.” Filip 1:12. Todas as
dificuldades de sua longa viagem foram encaradas como contribuição ao
crescimento do evangelho. Paulo tinha certeza de que todas as incompreensões,
as injustiças, a rejeição e sofrimentos o ajudaram a aperfeiçoar seu trabalho e
concorreram para seu bem pessoal. Ver Rom 8:18-28 e II Tim 4:7, 8,17.
A vitória do
evangelho pode ser resumida nestas palavras do apóstolo: “Combati o bom
combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me
está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente
a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” Timóteo 4:7,8.
A vitória do
Cristianismo é também vista no julgamento e morte de Paulo. Veja este texto inspirado: “Durante o
julgamento final de Paulo perante Nero, o imperador ficou tão profundamente
impressionado com a força das palavras do apóstolo, que protelou a decisão do
caso, não absolvendo nem condenando o acusado servo de Deus. Mas logo voltou a
maldade do imperador contra Paulo. Exasperado pela sua incapacidade de sustar a
propagação da religião cristã, mesmo na casa imperial, decidiu que, apenas se
encontrasse um pretexto plausível, o apóstolo seria morto. Não muito depois, Nero
pronunciou a decisão que condenava Paulo à morte de mártir. Se bem que um
cidadão romano não pudesse ser submetido à tortura, foi ele condenado a ser
decapitado.
Paulo foi
levado reservadamente ao lugar da execução. A poucos espectadores se permitiu
estar presentes; pois seus perseguidores, alarmados com a extensão da sua
influência, temiam que fossem ganhos conversos para o cristianismo por meio das
cenas de sua morte. Mas, até os soldados empedernidos que o acompanhavam,
ouviram suas palavras, e com espanto o viram animado e mesmo alegre à vista da
morte. Para alguns que testemunharam seu martírio, o espírito de perdão que
manifestou para com seus assassinos, e sua inabalável confiança em Cristo até o
último momento, mostraram ser um cheiro de vida para vida. Muitos aceitaram o
Salvador que Paulo pregava, e sem demora selaram destemidamente com o sangue a
sua fé.” Atos do Apóstolos, 286. Amém?
“Até o
último instante a vida de Paulo testificou da verdade de suas palavras aos
coríntios: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem
resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de
Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro,
para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos
atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos,
mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por toda a
parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também em nossos corpos”. 2 Coríntios 4:6-10. Sua suficiência não
estava em si mesmo, mas na presença e na operação do divino Espírito que lhe
enchia o coração, e levava cativo todo o entendimento à vontade de Cristo. O
profeta declarou: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti;
porque ele confia em Ti”. Isaías 26:3. A paz celestial que o semblante de Paulo
irradiava ganhou muitos conversos para o evangelho.” Atos dos Apóstolos, 286
SEXTA-FEIRA (28 de setembro) LEITURA ADICIONAL E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 13 (3º trimestre 2018) VIAGEM DE PAULO
PARA ROMA - “A vida de Paulo foi uma
exemplificação das verdades que ensinava; e nisso repousava seu poder. Seu
coração estava cheio de um profundo e permanente senso de sua responsabilidade;
e ele trabalhava em íntima comunhão com Aquele que é a fonte de justiça,
misericórdia e verdade. Apegava-se à cruz de Cristo como sua garantia única de
sucesso. O amor do Salvador era o permanente motivo que lhe dava a vitória em
seus conflitos com o eu e em suas lutas contra o mal, ao avançar no serviço de
Cristo contra o desamor do mundo e a oposição de seus inimigos.
O que a igreja
necessita nestes dias de perigo é de um exército de obreiros que, como Paulo,
se tenham educado para utilidade, que tenham uma profunda experiência nas
coisas de Deus, e que sejam cheios de fervor e zelo. Necessita-se de homens
santificados e abnegados; homens que não se esquivem a provas e
responsabilidades; homens que sejam corajosos e verdadeiros; homens em cujo
coração Cristo está formado “a esperança da glória.” Colossences 1:27, e que
com lábios tocados com santo fogo “preguem a Palavra” Por falta de tais
obreiros a causa de Deus definha, e erros fatais, como mortal veneno, pervertem
a moral e destroem as esperanças de grande parte da raça humana.” Atos dos Apóstolos,
284 e 285
“Resgatado
pelo sacrifício de Cristo, lavado do pecado em Seu sangue, e revestido de Sua
justiça, Paulo tinha em si mesmo o testemunho de que sua vida é preciosa à
vista de seu Redentor. Sua vida está escondida com Cristo em Deus, e ele estava
persuadido de que Aquele que conquistou a morte é capaz de guardar o seu
depósito. Seu espírito se apegou à promessa do Salvador: “Eu o ressuscitarei no
último dia”. João 6:40. Seus pensamentos e esperanças estavam centralizados na
segunda vinda de seu Senhor. E quando a espada do carrasco desceu e a sombra da
morte caiu sobre o mártir, seu último pensamento avançou, do mesmo modo que o
primeiro quando ressuscitar, para encontrar o Doador da vida, que o há de
convidar para o regozijo dos santos.
Quase vinte
séculos se passaram desde que o idoso Paulo derramou seu sangue em testemunho
da Palavra de Deus e para testificar de Jesus Cristo. Nenhuma mão fiel
registrou para as gerações vindouras as últimas cenas da vida desse santo
homem; a inspiração, porém, nos preservou seu testemunho ao morrer ele. Como o
toque de uma trombeta, sua voz tem repercutido através de todos os séculos,
enrijecendo com sua coragem milhares de testemunhas de Cristo, e despertando em
milhares de corações, feridos pela tristeza, o eco de sua alegria triunfante:
“Eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo de minha
partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.
Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz,
me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a
Sua vinda”. 2 Timóteo 4:6-8. Atos dos Apóstolos, 288
Luís Carlos Fonseca
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