segunda-feira, 10 de setembro de 2018

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 13 (3º trimestre 2018) VIAGEM DE PAULO PARA ROMA




VERSO ÁUREO: “Dizendo: Paulo, não temas; importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo.” Atos 27:24

INTRODUÇÃO (sábado 22 de setembro) – Na lição passada estudamos sobre a prisão de Paulo em Cesaréia e sua defesa diante dos líderes romanos. Neste estudo vamos ver aquilo que costumo chamar de “a quarta viagem missionária de Paulo”, pois a viagem durou muito tempo e todos os presos, e pessoas que o apóstolo teve contato, foram evangelizadas por Paulo.
Paulo realizou a quarta viagem missionária, pois foi preso em Jerusalém, no templo. Ver Atos 21:27. Depois foi enviado para Cesaréia, onde se apresentou diante de Félix. Ver Atos 23:23 e 24:1-27, Festo e Agripa. Ver Atos 25:22-26-32. Depois Paulo viajou para Roma na condição de preso. Foi uma viagem muito difícil. Era inverno, e o navio naufragou em Malta, onde esteve três meses. Até que chegou à capital do império em 62 d.C. e depois foi morto. Deus utilizou o ministério de Paulo para levar o Evangelho aos gentios e estabelecer a igreja cristã. Suas cartas para as igrejas, registradas no Novo Testamento, ainda sustentam a vida e doutrina da igreja. Embora ele tenha sacrificado tudo, as viagens missionárias de Paulo valeram a pena. Ver Filipenses 3:7-11.

Paulo estava detido em Cesareia, sede da administração provincial da Judeia, onde o apóstolo apresentou sua defesa perante Félix, Festo e Agripa. Tendo apelado para César, Ver Atos 25:11, ficou em custódia para julgamento até que fosse enviado à Roma, ver Atos 25:21. Lucas narrou a viagem a começar de Cesareia, e nela podemos ver retratada a providência divina em fortalecer o caráter e a fé do Seu servo, que já sofreu naufrágios e situações as mais adversas; e na sua trajetória final demonstrou ser forte e sábio em momentos emergenciais. Ver II Cor. 11:23-33.

Nos dias de perplexidades e dificuldades, e nas situações de medo e terror de um mar encrespado, o caráter e a confiança do crente se colocam corajosamente nos braços de Jesus. Veja estas lindas histórias relatadas em Luc 8:22-25; Mat 8:23-27 e Mac 4:35-41.

Em Atos 27:1-2 encontramos que estavam viajando duzentas e setenta e seis pessoas, Ver 27:37, e que elas tiveram que embarcar em três navios até Roma, ver 27:2,6; 28:11 Paulo exerceu uma grande liderança em todo percurso. Ele era homem prático e sábio e, sobretudo, consciente da vontade do Senhor, ver Atos 27:10-11,21-25. Se todos tivessem ouvido o apóstolo, enormes transtornos e prejuízos teriam sido evitados. Isso nos deve fazer lembrar o dever que temos para com aqueles que lideram a igreja e a sua denominação, barcos eclesiásticos nos quais velejamos: precisamos obedecer a palavra de Deus. Ver Heb 13:7,17 e Rom 13:1,2. Nestes dias de tanta insubmissão, é necessário que tomemos uma atitude corajosa de obediência aos nossos líderes que temem ao Senhor.

Lucas deixa alguns detalhes para a história cristã pelo fato de ter vivenciado a trajetória que Deus traçou para Paulo, Lucas viajou com paulo. Ver Atos 27:2,6,19,27,37; 28:1,7,11. Ele incluiu-se como um dos navegantes e foi companheiro de Paulo nos momentos difíceis. Ver I Tm 4:11. Aristarco foi companheiro de viagens missionárias de Paulo. Ver At 19:29; Col 4:10 e Film 24 e o acompanhou a Roma, sendo fiel amigo.

“No primeiro século da era cristã, as viagens por mar eram feitas com peculiares dificuldades e perigos. Os marinheiros faziam a sua rota em grande parte orientando-se pela posição do Sol e das estrelas; e quando estes corpos celestes não apareciam, e havia indício de tempestade, os proprietários dos navios temiam aventurar-se em pleno mar. Durante uma parte do ano era quase impossível a navegação sem riscos. O apóstolo Paulo era agora chamado a suportar as difíceis experiências que lhe poderiam tocar como um prisioneiro em cadeias durante a longa e tediosa viagem para a Itália. Uma circunstância suavizou grandemente as dificuldades de sua vida — foi-lhe permitida a companhia de Lucas e Aristarco. Em sua carta aos colossenses, referiu-se ele mais tarde ao último como seu “companheiro de prisão” (Colossences 4:10); mas foi por vontade própria que Aristarco partilhou da prisão de Paulo, a fim de poder confortá-lo em suas aflições.” Atos dos Apóstolos, 246

DOMINGO (23 de setembro) PAULO NAVEGANDO PARA ROMA – Paulo tanto queria empreender uma viagem missionária até Roma, e agora estava realizando, mas só que de forma adversa ao que desejava. Ele estava preso dentro do navio. Paulo tinha consigo Lucas e Aristarco, mais o centurião Júlio e seus soldados. Ver Atos 27:1,3,6,42,43 - Júlio tornou-se amigo de Paulo e demonstrou admiração pelo apóstolo, tratando-o com humanidade e salvando-o da morte quando os soldados sugeriram matar os presos para que não fugissem. Ver Atos 27:42,43.

Os viajantes encontraram dificuldades, logo no inicio da viagem. Ver Atos 27:3-12. A primeira parada foi em Sidom, onde o centurião permitiu que Paulo visse os amigos e recebesse assistência. Atos 27:3. A partir de Chipre, aconteceram grandes dificuldades. Os ventos contrários num mar perigoso, Atos 27:4,5,7. O barco velejou contra os ventos fortes. Olhando o mapa, podemos imaginar a luta que tiveram para chegar a Mirra, na Lícia, Ásia Menor, uma difícil travessia num mar agitado e perigoso que os desafiou até Malta. A nossa vida espiritual é assim também, as vezes precisamos remar contra maré e precisamos ter forças e perseverança até chegarmos ao porto seguro. Ver exemplos dos heróis da fé em Heb 11:36-40.

Todos tiveram que mudar de navio, Atos 27:6,7. Em Mirra pegaram o navio de Alexandria, certamente carregado de trigo, que estava de partida para a Itália. Mudanças sempre trazem preocupação e insegurança. Como seria a tripulação da nova embarcação? O que podemos aprender do caráter dos marinheiros, através do seguinte texto? “E, temendo ir dar em alguns rochedos, lançaram da popa quatro âncoras, desejando que viesse o dia. Procurando, porém, os marinheiros fugir do navio, e tendo já deitado o batel ao mar, como que querendo lançar as âncoras pela proa, disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos.” Atos 27:29-31

Houve medo e aflição a bordo, Atos 27:7-9 - O impedimento para seguir viagem em Cnido, por causa dos ventos contrários, 27:7, o costear Salmona penosamente, a chegada com dificuldade ao lugar chamado Bons Portos e a navegação perigosa, ver Atos 27:9, foram fatos que devem ter causado agonia e aflição a todos. É bom lembrarmos que a aflição ou tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança.” Rom 5:3,4. Ver Salmo 77:1-13. Temos continuado na nossa jornada cristã ou temos desistido diante das dificuldades?

O líder Paulo exerceu grande influência sobre seus companheiros de viagens demonstrando ser homem de visão e experiência. Ele teve a visão profética das dificuldades, ver Atos 27:9,10. Ele não se ressentiu por não ser acreditado. Atos 27:11-13. Como temos reagido diante das dificuldades e da forte oposição a nossa fé?

SEGUNDA-FEIRA (24 de setembro) O NAUFRÁGIO - As turbulências da viagem continuaram cada vez mais agressivas e cruéis. Tempestades sacudiam o navio, fazendo estremecer os corações mais acostumados a elas. A bordo, homens lutavam, jejuavam e tinham náuseas com os solavancos do navio. A situação era cada vez pior até a ilha de Malta, onde o navio se despedaçou. Já vamos ver.

Lucas narrou os admiráveis fatos descritos nesse segundo percurso da viagem. A tempestade no mar, ver Atos 27:13-20. Foi nessa tormenta que os passageiros sentiram toda a fúria do Euro-aquilão, o tufão que se desencadeou ao lado da ilha de Creta e arrastou com violência o navio desgovernado: “Mas não muito depois deu nela um pé de vento, chamado Euro-aquilão. E, sendo o navio arrebatado, e não podendo navegar contra o vento, dando de mão a tudo, nos deixamos ir à toa. E, correndo abaixo de uma pequena ilha chamada Clauda, apenas pudemos ganhar o batel.” Atos 27:14-16

O barco ficou à deriva: "E, sendo o navio arrastado com violência, sem poder resistir ao vento, cessamos a manobra e nos fomos deixando levar.” Atos 27:15. Às vezes, nossa vida e igrejas se parecem com aquele navio, diante das tempestades do secularismo, das falsas doutrinas e do desgoverno. Cristo é o Timoneiro Divino. Vamos confiar a Ele a direção de tudo! Amém?

Os recursos humanos não eram suficientes, Atos 27:16-19 - Usaram todos os meios para cingir o navio porque temeram a Sirte, nome da costa africana entre Cartago e Cirene, região onde havia areias movediças, temidas pelos navegantes, e aliviaram o navio. A esperança dissipada: "e não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento". Atos 27:20

A primeira intervenção de Paulo está relatada em Atos 27:21-26: “E, havendo já muito que não se comia, então Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Fora, na verdade, razoável, ó senhores, ter-me ouvido a mim e não partir de Creta, e assim evitariam este incômodo e esta perda. Mas agora vos admoesto a que tenhais bom ânimo, porque não se perderá a vida de nenhum de vós, mas somente o navio. Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou, e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas; importa que sejas apresentado a César, e eis que Deus te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, ó senhores, tende bom ânimo; porque creio em Deus, que há de acontecer assim como a mim me foi dito. É contudo necessário irmos dar numa ilha.” Atos 27:21-26.  Como temos levado ânimo às pessoas que precisam da nossa ajuda?

Veja a segunda intervenção de Paulo: “Procurando, porém, os marinheiros fugir do navio, e tendo já deitado o batel ao mar, como que querendo lançar as âncoras pela proa, disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não ficarem no navio, não podereis salvar-vos. Então os soldados cortaram os cabos do batel, e o deixaram cair. E, entretanto que o dia vinha, Paulo exortava a todos a que comessem alguma coisa, dizendo: É já hoje o décimo quarto dia que esperais, e permaneceis sem comer, não havendo provado nada. Portanto, exorto-vos a que comais alguma coisa, pois é para a vossa saúde; porque nem um cabelo cairá da cabeça de qualquer de vós. E, havendo dito isto, tomando o pão, deu graças a Deus na presença de todos; e, partindo-o, começou a comer. E, tendo já todos bom ânimo, puseram-se também a comer. E éramos ao todo, no navio, duzentas e setenta e seis almas.” Atos 27:30-37

A intervenção aqui foi para que vidas preciosas fossem poupadas. Embora já houvesse garantia, Atos 27:24, a responsabilidade dos marinheiros estava incluída para seu cumprimento. Não devemos esquecer nossa responsabilidade na salvação e preservação da vida, fugindo das tarefas que Deus nos confere.

Qual foi a terceira intervenção de Paulo? “E, refeitos com a comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar. E, sendo já dia, não conheceram a terra; enxergaram, porém, uma enseada que tinha praia, e consultaram-se sobre se deveriam encalhar nela o navio. E, levantando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme; e, alçando a vela maior ao vento, dirigiram-se para a praia. Dando, porém, num lugar de dois mares, encalharam ali o navio; e, fixa a proa, ficou imóvel, mas a popa abria-se com a força das ondas. Então a idéia dos soldados foi que matassem os presos para que nenhum fugisse, escapando a nado. Mas o centurião, querendo salvar a Paulo, lhes estorvou este intento; e mandou que os que pudessem nadar se lançassem primeiro ao mar, e se salvassem em terra; e os demais, uns em tábuas e outros em coisas do navio. E assim aconteceu que todos chegaram à terra a salvo. Atos 27:38-44.

Vemos, no texto acima, a ênfase da verdade onde devemos associar palavras com ações. Paulo rogou que todos se alimentassem e ele mesmo tomou o pão, agradeceu a Deus e começou a comer, ver 27:34-35. O alimento os fortaleceu e os animou para a luta e Deus abençoou. Quando vemos pessoas verdadeiramente precisando de nós, agimos em favor delas, ou deixamos de auxiliá-las?

TERÇA-FEIRA (25 de setembro) EM MALTA – Quando todos chegaram, sãos e salvos na costa, descobriram que estavam na ilha de Malta. Em Malta aconteceram episódios bons e ruins:

O navio foi destroçado pela violência do mar: “E, sendo já dia, não conheceram a terra; enxergaram, porém, uma enseada que tinha praia, e consultaram-se sobre se deveriam encalhar nela o navio. E, levantando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme; e, alçando a vela maior ao vento, dirigiram-se para a praia. Dando, porém, num lugar de dois mares, encalharam ali o navio; e, fixa a proa, ficou imóvel, mas a popa abria-se com a força das ondas.” Atos 27:39-41

Vidas preciosas foram ameaçadas de morte e salvas por um oficial amigo, usado pela providencia divina. Ver Atos 27:42,44.

Os habitantes da ilha ajudaram os náufragos. Eram os bárbaros, os que não falavam grego e que, certamente, falavam a língua fenícia visto que a ilha foi colonizada pelos fenícios, trataram os náufragos com singular humanidade: “E os bárbaros usaram conosco de não pouca humanidade; porque, acendendo uma grande fogueira, nos recolheram a todos por causa da chuva que caía, e por causa do frio.” Atos 28:2

Paulo tornou-se muito respeitado e foi considerado um "deus". Veja o texto: “E, havendo Paulo ajuntado uma quantidade de vides, e pondo-as no fogo, uma víbora, fugindo do calor, lhe acometeu a mão. E os bárbaros, vendo-lhe a víbora pendurada na mão, diziam uns aos outros: Certamente este homem é homicida, visto como, escapando do mar, a justiça não o deixa viver. Mas, sacudindo ele a víbora no fogo, não sofreu nenhum mal. E eles esperavam que viesse a inchar ou a cair morto de repente; mas tendo esperado já muito, e vendo que nenhum incômodo lhe sobrevinha, mudando de parecer, diziam que era um deus.” Atos 28:3-6. Essa mudança extrema no tratamento dos apóstolos não foi aceita por eles. Ver  Atos 10:23-26; 14:13-18.

Aconteceu a cura do pai de Públio e outras curas: “E ali, próximo daquele lugar, havia umas herdades que pertenciam ao principal da ilha, por nome Públio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por três dias. E aconteceu estar de cama enfermo de febre e disenteria o pai de Públio, que Paulo foi ver, e, havendo orado, pôs as mãos sobre ele, e o curou. Feito, pois, isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades, e sararam. Os quais nos distinguiram também com muitas honras; e, havendo de navegar, nos proveram das coisas necessárias.” Atos 28:7-10.

Desde que Paulo partiu de Cesareia para Roma, o que chamo de quarta viagem missionária, não vemos o relato de pessoas convertidas e nem de igrejas fundadas por Paulo. Entendemos que um pré-requisito que devemos levar em conta, ao ler a Bíblia, é que a fé sempre deve ser encarada de um ponto de vista prático, ou seja, a fé não é apenas contemplativa, e de comunhão com Deus e de resultado em batismos, mas sim prática, em atendimento das necessidades das pessoas. Isso deve ser levado em consideração quando professamos nossa fé em Deus. Logo, toda nossa prática cristã deve ser fundamentada neste princípio. Que Deus nos ajude a ajudarmos as pessoas que necessitam de nós, sem nos preocuparmos se vão aceitar o batismo ou não. Amém?

“Desde que receberam a epístola de Paulo aos romanos, os cristãos da Itália tinham avidamente desejado uma visita do apóstolo. Não haviam imaginado vê-lo como prisioneiro, mas seus sofrimentos apenas o tornaram mais querido deles. Sendo a distância de Potéoli a Roma de apenas uns 220 quilômetros, e estando o porto marítimo em constante comunicação com a metrópole, os cristãos de Roma foram informados da aproximação de Paulo, e alguns deles se adiantaram para encontrá-lo e saudá-lo.” Atos dos Apóstolos, 251.

“Quando alguém alega estar santificado e, no entanto, em palavras e ações, pode ser representado pela fonte impura que emite águas amargas, podemos seguramente dizer: Essa pessoa está enganada. Ela precisa aprender o próprio alfabeto do que constitui a vida de um cristão. Alguns que professam ser servos de Cristo têm, por tão longo tempo, acalentado o espírito de aspereza, que parecem amar o elemento profano e ter prazer em proferir palavras que desgostam e irritam. Tais homens precisam converter-se antes que Cristo os reconheça como Seus filhos.” The Review and Herald, 18 de Janeiro de 1881. Meditação Matinal - Recebereis Poder, 53.

QUARTA-FEIRA (26 de setembro) PAULO CHEGA FINALMENTE A ROMA – Depois de três meses em Malta, Paulo e seus companheiros de viagem finalmente chegaram a Roma. Ver Atos 28: 11-31. 

Os viajantes embarcaram no terceiro navio, e em Siracusa, ficaram três dias e, ziguezagueando, chegaram a Régio. Em Poteóli, Paulo e seus companheiros encontraram alguns crentes e ficaram com eles uma semana. De Roma vieram outros encontrá-los até a praça Ápio e as Três Vendas, a mais de 40 quilômetros da capital. Esse encontro fez com que Paulo sentisse mais ânimo, ver Atos 28:15. Em Roma, Paulo teve prisão domiciliar sob a guarda de um soldado, Atos 28:16. Deus cumpriu Sua promessa, e todos chegaram sãos e salvos em Roma.

Logo, Paulo testemunhou aos judeus. O testemunho de Paulo aos judeus em Roma revela o seu amor para com seus irmãos, seus compatriotas. No entanto, eles rejeitaram mais uma vez a pessoa do Messias que foi enviado especialmente para Israel, e nisso se cumpriu a Palavra de Deus. Ver Isaías 6:9-10; 65:2-3 e Rom 10;28. O testemunho de Paulo descreve sua experiência em julgamentos anteriores e sua inocência: “E aconteceu que, três dias depois, Paulo convocou os principais dos judeus, e, juntos eles, lhes disse: Homens irmãos, não havendo eu feito nada contra o povo, ou contra os ritos paternos, vim contudo preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos; os quais, havendo-me examinado, queriam soltar-me, por não haver em mim crime algum de morte. Mas, opondo-se os judeus, foi-me forçoso apelar para César, não tendo, contudo, de que acusar a minha nação. Atos 28:17-19.

Sua prisão era decorrente de sua esperança em Cristo: “Por esta causa vos chamei, para vos ver e falar; porque pela esperança de Israel estou com esta cadeia.” Atos 28:20. Seu testemunho foi uma longa exposição da palavra, com respeito ao reino de Deus e Jesus:  “E, havendo-lhe eles assinalado um dia, muitos foram ter com ele à pousada, aos quais declarava com bom testemunho o reino de Deus, e procurava persuadi-los à fé em Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas, desde a manhã até à tarde.” Atos 28:23 . Os judeus rejeitaram a palavra de Deus apresentada por paulo. Ver Atos 28:25-28. Mas Paulo continuou o seu testemunho até a morte. Atos 28:30-31 e II Tm 4:7,8,17. Paulo continuou testemunhando para os gentios, irmãos em Cristo e soldados romanos. Ver Fip 1:12-14.

Quando Paulo estava prisioneiro em Roma escreveu quatro cartas; Filemon, Filipenses, Colossenses e Efésios

Carta a Filemon: Foi uma carta de Paulo enviada ao cristão Filemon. Nesta carta Paulo apela pela sua amizade e pede para que Filemon receba a Onésimo, escravo fugitivo, por isso prisioneiro e refugiado em Roma. Paulo o conheceu na prisão, Onésimo converteu-se e foi batizado por meio de Paulo. O Apóstolo na sabedoria de sua pregação afirma que agora eles são irmãos e assim devem ser considerados.

Carta aos Filipenses: Os crentes de Filipos receberem cartas de Paulo que os considerava seus queridos filhos, com uma fidelidade inquebrantável e generosa correspondência. Podemos dizer que os Filipenses eram seus amigos. É uma belíssima carta de elogia a amizade.

Carta aos Colossenses: Essa carta foi para corrigir algumas dificuldades doutrinais pois alguns pregavam que Cristo era um ser intermédio entre Deus e a matéria, nada mais, descartando a excelência da Sua divindade. Jesus é superior a todos, pois; “em Cristo habita toda a plenitude da divindade corporalmente.” Col 2:9.

Carta aos Efésios: Neta carta Paulo retoma as questões levantadas na carta aos Colossenses e trata com mais seriedade, e profundidade. Sua cristologia evolui. Nesta carta se considera como ponto culminante do itinerário doutrinal de Paulo, no que diz respeito ao mistério de Cristo, da obra da Redenção e da Teologia da Igreja Cristã.  A carta enaltece a unidade e o amor entre os crentes. Assim todo o batizado em Cristo Jesus vive a unidade no amor, pois toma parte do corpo de Cristo, animado pelo mesmo Espírito Santo.

“A carta de Paulo aos Filipenses, como a enviada aos Colossenses, foi escrita enquanto ele estava prisioneiro em Roma. A igreja de Filipos tinha enviado donativos a Paulo pela mão de Epafrodito, a quem Paulo chama “meu irmão, cooperador e companheiro de lutas; e... vosso mensageiro e vosso auxiliar nas minhas necessidades”. Filipenses 2:25. Enquanto esteve em Roma, Epafrodito ficou doente “e quase à morte; mas Deus Se apiedou dele”, escreveu Paulo, “e não somente dele, mas também de mim, para que eu não tivesse tristeza sobre tristeza”. Filipenses 2:27. Ouvindo da enfermidade de Epafrodito, os crentes de Filipos ficaram muito ansiosos com respeito a ele, e ele decidiu retornar. “Porquanto tinha muitas saudades de vós todos”, escreveu Paulo, “e estava muito angustiado de que tivésseis ouvido que ele estivera doente [...] vo-lo enviei mais depressa, para que, vendo-o outra vez, vos regozijeis, e eu tenha menos tristeza. Recebei-o pois no Senhor com todo o gozo, e tende-o em honra. Porque pela obra de Cristo chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida para suprir para comigo a falta do vosso serviço”. Filipenses 2:28-30. Atos dos Apóstolos, 268

QUINTA-FEIRA (27 de setembro) A VITÓRIA DO EVANGELHO – Quem fundou a igreja de Roma? Alguns dizem que foi Barnabé que fez a primeira pregação em Roma e a consequente fundação da igreja. Outros dizem que foi Pedro no ano 42 a.C.

Como Paulo descreve a igreja em Roma? Em Rom. 15:14 lemos: “Eu próprio meus irmãos, certo estou, a respeito de vós, que vós mesmos estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento, podendo admoestar-vos uns aos outros.” Que nível espiritual adquiriu aquela igreja! E nós?

Embora Paulo estivesse preso, o Cristianismo foi implantado por ele e demais outros apóstolos de forma maravilhosa.  Mesmo com a rejeição dos líderes judeus, e muitas outras pessoas o cristianismo foi plantado e produziu muitos frutos. Paulo chegou ao final da sua carreira com plena convicção de que realizou a obra missionária que lhe foi dada: "Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do evangelho.” Filip 1:12. Todas as dificuldades de sua longa viagem foram encaradas como contribuição ao crescimento do evangelho. Paulo tinha certeza de que todas as incompreensões, as injustiças, a rejeição e sofrimentos o ajudaram a aperfeiçoar seu trabalho e concorreram para seu bem pessoal. Ver Rom 8:18-28 e II Tim 4:7, 8,17.

A vitória do evangelho pode ser resumida nestas palavras do apóstolo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda.” Timóteo 4:7,8.

A vitória do Cristianismo é também vista no julgamento e morte de Paulo. Veja este texto inspirado: “Durante o julgamento final de Paulo perante Nero, o imperador ficou tão profundamente impressionado com a força das palavras do apóstolo, que protelou a decisão do caso, não absolvendo nem condenando o acusado servo de Deus. Mas logo voltou a maldade do imperador contra Paulo. Exasperado pela sua incapacidade de sustar a propagação da religião cristã, mesmo na casa imperial, decidiu que, apenas se encontrasse um pretexto plausível, o apóstolo seria morto. Não muito depois, Nero pronunciou a decisão que condenava Paulo à morte de mártir. Se bem que um cidadão romano não pudesse ser submetido à tortura, foi ele condenado a ser decapitado.

Paulo foi levado reservadamente ao lugar da execução. A poucos espectadores se permitiu estar presentes; pois seus perseguidores, alarmados com a extensão da sua influência, temiam que fossem ganhos conversos para o cristianismo por meio das cenas de sua morte. Mas, até os soldados empedernidos que o acompanhavam, ouviram suas palavras, e com espanto o viram animado e mesmo alegre à vista da morte. Para alguns que testemunharam seu martírio, o espírito de perdão que manifestou para com seus assassinos, e sua inabalável confiança em Cristo até o último momento, mostraram ser um cheiro de vida para vida. Muitos aceitaram o Salvador que Paulo pregava, e sem demora selaram destemidamente com o sangue a sua fé.” Atos do Apóstolos, 286. Amém?

“Até o último instante a vida de Paulo testificou da verdade de suas palavras aos coríntios: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos”. 2 Coríntios 4:6-10. Sua suficiência não estava em si mesmo, mas na presença e na operação do divino Espírito que lhe enchia o coração, e levava cativo todo o entendimento à vontade de Cristo. O profeta declarou: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque ele confia em Ti”. Isaías 26:3. A paz celestial que o semblante de Paulo irradiava ganhou muitos conversos para o evangelho.” Atos dos Apóstolos, 286

SEXTA-FEIRA (28 de setembro) LEITURA ADICIONAL E COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 13 (3º trimestre 2018) VIAGEM DE PAULO PARA ROMA  - “A vida de Paulo foi uma exemplificação das verdades que ensinava; e nisso repousava seu poder. Seu coração estava cheio de um profundo e permanente senso de sua responsabilidade; e ele trabalhava em íntima comunhão com Aquele que é a fonte de justiça, misericórdia e verdade. Apegava-se à cruz de Cristo como sua garantia única de sucesso. O amor do Salvador era o permanente motivo que lhe dava a vitória em seus conflitos com o eu e em suas lutas contra o mal, ao avançar no serviço de Cristo contra o desamor do mundo e a oposição de seus inimigos.

O que a igreja necessita nestes dias de perigo é de um exército de obreiros que, como Paulo, se tenham educado para utilidade, que tenham uma profunda experiência nas coisas de Deus, e que sejam cheios de fervor e zelo. Necessita-se de homens santificados e abnegados; homens que não se esquivem a provas e responsabilidades; homens que sejam corajosos e verdadeiros; homens em cujo coração Cristo está formado “a esperança da glória.” Colossences 1:27, e que com lábios tocados com santo fogo “preguem a Palavra” Por falta de tais obreiros a causa de Deus definha, e erros fatais, como mortal veneno, pervertem a moral e destroem as esperanças de grande parte da raça humana.” Atos dos Apóstolos, 284 e 285

“Resgatado pelo sacrifício de Cristo, lavado do pecado em Seu sangue, e revestido de Sua justiça, Paulo tinha em si mesmo o testemunho de que sua vida é preciosa à vista de seu Redentor. Sua vida está escondida com Cristo em Deus, e ele estava persuadido de que Aquele que conquistou a morte é capaz de guardar o seu depósito. Seu espírito se apegou à promessa do Salvador: “Eu o ressuscitarei no último dia”. João 6:40. Seus pensamentos e esperanças estavam centralizados na segunda vinda de seu Senhor. E quando a espada do carrasco desceu e a sombra da morte caiu sobre o mártir, seu último pensamento avançou, do mesmo modo que o primeiro quando ressuscitar, para encontrar o Doador da vida, que o há de convidar para o regozijo dos santos.

Quase vinte séculos se passaram desde que o idoso Paulo derramou seu sangue em testemunho da Palavra de Deus e para testificar de Jesus Cristo. Nenhuma mão fiel registrou para as gerações vindouras as últimas cenas da vida desse santo homem; a inspiração, porém, nos preservou seu testemunho ao morrer ele. Como o toque de uma trombeta, sua voz tem repercutido através de todos os séculos, enrijecendo com sua coragem milhares de testemunhas de Cristo, e despertando em milhares de corações, feridos pela tristeza, o eco de sua alegria triunfante: “Eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo de minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a Sua vinda”. 2 Timóteo 4:6-8. Atos dos Apóstolos, 288

Luís Carlos Fonseca


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