EXISTE O INFERNO?
1) O que a Bíblia
ensina sobre o inferno? Pode um Deus de amor criar um fogo a arder
eternamente? Será que Deus tem prazer na morte das pessoas? Sendo Deus cheio de
amor e misericórdia, deixaria Seus filhos a arder eternamente no fogo?
Leia este estudo, não
de ânimo leve, mas, com sinceridade e atenção; e ficará encantado com a beleza
deste tema, e confirmará a perfeição de Deus até quanto a este assunto.
Veja estes textos:
“Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor.” I S. João 4:8
“Porque não tomo prazer na morte do que morre, diz o Senhor
Jeová; convertei-vos pois, e vivei”. Ezequiel 18:32; 18:23
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu filho
unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna.” S. João 3:16
Você que é pai ou
mãe, admitiria a ideia de castigar um filho eternamente; no fogo, enquanto deixaria o outro filho no paraíso? Claro que não, muito menos Deus que é a
fonte do Amor.
2) Como surgiu a
ideia de um fogo eterno? Dante Alighieri, que viveu na idade média, escreveu uma obra
intitulada: “A Divina Comédia” dividida em três partes: Inferno, Purgatório e
Paraíso. Seus ensinos estavam baseados na filosofia pagã de Platão e Virgílio,
que acabaram por influenciar o catolicismo, sobre a ideia de um inferno a arder
eternamente, e os tradutores e exegetas bíblicos difundiram a ideia, nos textos
bíblicos, de um inferno a arder eternamente. E hoje, infelizmente, igrejas
cristãs, algumas enganadas e outras mal-intencionadas, tem ensinado, de forma
equivocada, este tema. Dizem que existe um inferno a arder eternamente. Com
isso tem levado medo às pessoas. Essa ideia foi difundida pela igreja Católica,
na Idade Média, para cobrar indulgências e manter os fiéis longe das verdades
de Deus. O ensino do fogo a arder para sempre é visto e ensinado hoje nas igrejas Católica
e evangélicas. Muitos crentes são levados, por este falso ensino, a servir Deus
por medo e não por amor e devoção espontânea.
3) Qual é o
significado da palavra inferno no original hebraico e grego? Encontramos,
na Bíblia, alguns termos para a palavra inferno.
a) Geena – No Velho
Testamento, apenas em um determinado período, era o lugar onde se sacrificava
pessoas aos ídolos pagãos. Tornou-se uma espécie de lixão de Jerusalém. Havia
um fogo a arder dia e noite para queimar os detritos e vermes dos cadáveres de
animais e pessoas que ali eram depositados. Ver sobre o Vale de Hinom em Jer.
7:31-34 e Isa 14:9-11. Tradutores da bíblia, que defendem a imortalidade da
pessoa e a ideia do fogo a arder eternamente, traduziram com o sentido do fogo queimar para sempre.
b) Hades e Sheol
– Palavras usadas no Novo e V. Testamentos para designar sepultura ou abismo.
Ver Apoc. 20:10-14 Hades, o além, o mundo subterrâneo dos mortos é traduzido
também por inferno. Na LXX,(septuaginta) Hades ocorre mais de 100 vezes, na maioria das
vezes para traduzir o hebraico Sheol, o mundo subterrâneo que recebe todos os
mortos. É uma terra de trevas, onde não há lembrança de Deus. Ver Jó 10:21-22,
26:5, Sal 6:5, 30:9, Sal. 15:17, Prov. 1:12, 27:20 e Isa 5:14.
c) Tanato –
Traduzida corretamente como morte e sepultura. Ver I Cor. 15:55
d) Tártaros –
Lugar de trevas. Ver II Pedro 2:4. Ocorre só neste texto mostrando que os anjos
caídos foram para as trevas, no caso a própria terra.
Em nenhum destes textos analisados mostra um inferno a arder
eternamente, e muito menos logo após a morte.
4) Recebem os
desobedientes a punição quando morrem, ou esperam o dia do Juízo? Veja este texto: “Assim sabe o Senhor livrar das tentações os piedosos, e
reservar os injustos para o Dia do Juízo, para serem castigados.” II S. Pedro
2:9. As pessoas deverão aguardar o dia do juízo; logo não vão para o céu quando
morrem, e nem para o inferno, que será a destruição eterna.
5) Então quando será o
Juízo Final (inferno)para os ímpios? Após a morte ninguém vai nem para o céu, nem para a
destruição eterna. Os salvos aguardam a primeira ressurreição, na volta de Jesus,
inconscientes. Os perdidos vão aguardar a segunda ressurreição, que vai
acontecer depois dos mil anos. Haverá, sim; um fogo que destruirá, para sempre,
Satanás, seus demônios e pessoas perdidas. Esse momento será depois de
completar os mil anos, conforme Apocalipse 20:7-10
Veja estes textos:
“Mandará o Filho do Homem os Seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o
que causa escândalo, e os que cometem iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de
fogo.” Mat. 13:41 e 42
“Mas os outros mortos não reviveram até que os mil anos se
acabaram.” Apoc. 20:5
“E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial
dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou.” Apoc. 20:9
“E a morte e o inferno (sepultura) foram lançados no lago de
fogo. Está é a segunda morte.” Apoc. 20:14.
A primeira morte é a morte natural; ou quando Jesus voltar e
destruir os perdidos. A segunda morte será após os mil anos, conforme Apoc.
20:5, e terá lugar com o fogo destruidor, que podemos designar; fogo do
inferno. Este fogo devorará todos os perdidos, isto é: não arderá eternamente. Os
perdidos ressuscitarão, por pouco tempo, apenas para verem que rejeitaram a
salvação, e depois serão destruídos para nunca mais viver.
6) Se o fogo do
inferno não será a arder para sempre, então como entender as expressões
Bíblicas: “Fogo Eterno” e “Para Sempre”? A palavra “eterno” na língua original é “aion” que significa
eterno enquanto dura. Ver os exemplos abaixo:
Êxodo 21:6 - O escravo deveria servir o seu senhor para
sempre. Enquanto vivesse.
I Samuel 1.22, 28 - Samuel deveria servir ao Senhor Deus
para sempre. Enquanto vivesse.
Jonas 2:6 – Jonas esteve na barriga do peixe para sempre.
Enquanto esteve lá.
7) E as cidades de
Sodoma e Gomorra estão ardendo até hoje? Não é difícil entender e aceitar o
assunto do fogo eterno. A Bíblia menciona que Sodoma e Gomorra sofreram a pena
do fogo eterno. Aqueles que aceitam a ideia de um fogo a arder para sempre
também deveriam aceitar que as cidades mencionadas estão ardendo até agora. Veja os textos: “Assim
como Sodoma, e Gomorra , e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se
corrompido como aqueles e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo
a pena do fogo eterno.” Judas v. 7
“E ordenou á subversão as cidade de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as
a cinza e pondo-as como exemplo para aos que vivem impiamente.” II Pedro
2:6
Estas cidades foram totalmente destruídas. Eu estive em Israel
e não vi as cidades ardendo. De acordo com a tradição, as cidades ficaram
sepultadas onde hoje está o Mar Morto. Veja
outro exemplo: “Mas, se não me ouvirdes, para santificardes o dia de
sábado, e para não trazerdes carga alguma, quando entrardes pelas portas de
Jerusalém no dia de sábado, então acenderei fogo nas suas portas, o qual consumirá
os palácios de Jerusalém, e não se apagará.” Jeremias 17:27.
Estive em Jerusalém e a cidade não está a arder. A ideia, na
língua original, é que o fogo não se apaga até que tenha combustível para ser
queimado. Se fosse diferente disso, teríamos que admitir a ideia de que
Jerusalém, Sodoma, Gomorra e cidades vizinhas estão queimando até hoje.
Por outro lado temos textos esclarecedores sobre a
destruição final dos perdidos, que são melhores traduzidos. Leia estes textos: “Pois ainda um
pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá.”
Salmos 37:10.
“Eis que serão como a pragana, o fogo os queimará; não
poderão salvar a sua vida do poder das chamas; não haverá brasas, para se
aquentar, nem fogo para se assentar junto dele.” Isaías 47:14
“Como passa a tempestade, assim desaparece o perverso, mas o
justo tem fundamento perpétuo.” Provérbios 10:25
“O júbilo dos ímpios é breve, e a alegria dos hipócritas
momentâneos? Ainda que a sua altivez suba até ao céu, e a sua cabeça chegue até
às nuvens. Contudo, como o seu próprio esterco, perecerá para sempre; e os que
o viam dirão: Onde está? Como um sonho voará, e não será achado, e será
afugentado como uma visão da noite. O olho, que já o viu, jamais o verá, nem o
seu lugar o verá mais.” Jó 20:5-9. Ver também II Pedro 3: 10-13. Quem aceita um
inferno a arder para sempre tem que admitir que estes textos estão errados.
8) Como será a destruição
final dos pecadores e do Diabo? Veja estes textos:“Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu
comércio, profanaste os teus santuários; Eu, pois, fiz sair do meio de ti um
fogo, que te consumiu a ti, e te tornei em cinza sobre a terra aos olhos
de todos os que te vêem.” Isaias 28:18
“Porque eis que aquele dia vem ardendo como forno; todos os
soberbos e todos os que cometem impiedade serão como palha, e o dia que está
para vir os abrasará, diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhes não
deixará nem raiz e nem ramo.” Malaquias 4:1
O mesmo fogo que destruirá Satanás e seus seguidores,
purificará a terra; tendo início a vida eterna, na Nova Terra e Novos Céus, para os salvos de todas as
gerações. O Diabo, seus anjos e os perdidos serão destruídos definitivamente, e
não ficarão ardendo eternamente, e reinará a paz e harmonia entre os salvos.
Sadismo é se deleitar no sofrimento das pessoas. Deus tem
prazer em salvar Seus filhos. Se houver um inferno a arder para sempre, Deus conseguirá
ser pior do que os piores ditadores que existiram; pois, estes, nas suas
torturas, deixam os condenados a sofrerem algumas horas apenas. Como vimos, o
fogo do inferno queimará os ímpios e o Diabo, que serão consumidos, eles se
tornarão em cinzas. Deus, que é a fonte do amor, viverá em plena alegria com os
Seus santos e os salvos não terão lembranças das coisas passadas.
Veja estes textos:
“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apoc.
20:4
“Porque, eis que eu crio novos céus e nova terra; e não
haverá mais lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão.” Ver Isaías
65:17, ver também Naum 1:9. Veja que estes textos referem-se ao final dos 1000 anos.
9) Como entender a
parábola do rico e Lázaro relatada em Lucas 16:19-31? A Parábola do rico e
Lázaro, encontrada em Lucas 16:19-31,têm levantado interpretações incorretas
sobre o que Jesus estava falando com esta ilustração. A parábola serve para
clarear a mente para ali introduzir uma verdade fundamental, não sendo em si
própria uma verdade. No contexto de Lucas 16, vários grupos de pessoas estavam
envolvidas, porém o objetivo desta parábola era direcionado especialmente aos
fariseus. Esta seita judaica cria na doutrina da predestinação, imortalidade da
alma, assim como também nas recompensas e castigos na vida futura. Na ideia dos
fariseus, as almas dos ímpios eram lançadas em prisões, enquanto as dos justos,
reviveriam em outros corpos. Cristo usou a crença dos fariseus, para lhes
ensinar uma verdade fundamental que significa a oportunidade de vida que existe
enquanto o homem vive.
O que hoje é aparentemente um problema, ao se ler a Bíblia,
foi a solução para dar a mensagem àqueles homens. Jesus, em Lucas 16:19-31, não
estava interessado em provar o que era errado e sim o que era certo, pois Ele é
a Verdade, Cristo estava mais preocupado em salvar as almas, quebrando
paradigmas, conceitos e preconceitos, pois Ele fez tudo para salvar as pessoas.
E a mensagem foi dada. As lições apresentadas nesta parábola são claras e
convincentes, porém os justos ou injustos receberão suas recompensas somente no
dia da ressurreição. O próprio Jesus não se contradiz. Ver João 14:12-15,20 e
21, Sal. 6:5, 115:17, Ecl. 9:3-6 e Isa 38:18.
Esta parábola traz muitas incoerências sobre o estado
inconsciente na morte e sobre a destruição final dos perdidos. A Bíblia não
descreve um céu onde os justos são vistos pelos ímpios e nem um inferno de onde
os perversos contemplam os justos e com eles mantém conversação. Na verdade
esta parábola traça um contraste entre o rico que não confiava em Deus e o
pobre que nele depositava confiança. Os Judeus criam ser a riqueza um sinal das
bênçãos de Deus, pelo fato de serem descendentes de Abraão, e a pobreza indício
do seu desagrado para com os ímpios. E Jesus mostrou-lhes o contrário. Este
relato é uma parábola, e dentro de uma exegese séria não se firma nenhuma
doutrina sobre parábolas. Dentro da explicação, dos que defendem um fogo do inferno
a arder para sempre, eles dizem que lá está o espírito desencarnado. Espírito não
sente sede, nem tem boca e língua como mostra a parábola. De acordo com a
parábola, o céu está tão perto do inferno que é possível o Lázaro molhar, com
água, a língua do rico. Que tipo céu
seria esse? Na parábola, Abraão é o intercessor entre Deus e os homens, ao
invés do Senhor Jesus. Lázaro foi salvo por ser pobre, ou seja, pelas suas
obras, que ensino seria este? Se aceitássemos esta parábola como literal, teríamos
que destruir todos estes textos estudados tão claros como o dia. Viu só?
Eu prefiro confiar em um Deus de amor que saberá dar o fim
que todos merecem. Os salvos gozarão a vida eterna e os perdidos a separação e
morte eterna. Eu não desejaria estar no céu tendo que contemplar os perdidos a
queimarem, eternamente, no fogo do inferno. Deus disse: “Porque, eis que eu
crio novos céus e nova terra; e não haverá mais lembrança das coisas
passadas, nem mais se recordarão.” Ver Isaías 65:17.
10) Que convite Deus
faz à todos? “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância,
anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam, porquanto
tem determinado um dia em que com justiça há-de julgar o mundo...” Atos 17:30 e
31.
Luís Carlos Fonseca
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