As Agulhas do Fanatismo!
Entre as notícias mais chocantes de 2009, uma esteve
relacionada a um garoto vítima de um crime raro. Seu padrasto confessou ter
inserido várias agulhas em seu corpo. O mais impressionante é que tudo
aconteceu num “ritual de magia negra”. Como algumas agulhas estavam localizadas
próximas a órgãos vitais, o garoto
precisou fazer cirurgias para retirá-las. As agulhas podem ser um recurso para
os cirurgiões curar, mas também podem ser instrumentos nas mãos de fanáticos
para ferir crianças inocentes. As agulhas do fanatismo causaram muita dor no
menino.
O macabro de tudo é que alguns de nós podemos estar usando agulhas de extremismo e ferindo muitos inocentes. Podemos constatar que cada atividade humana tem um componente intruso e perigoso que anula, distorce ou diminui sua filosofia original. Assim, os benefícios da realização plena da atividade são seriamente comprometidos. A corrupção parece ser o componente mais prejudicial no desempenho da política; o doping é o fantasma do esporte; no caso da literatura é o plágio; a pornografia prejudica o cinema; a parcialidade a imprensa; a desonestidade a ciência; a violência a família e a falta de ética a filosofia. Sem dúvida nenhuma o fanatismo é o componente mais perigoso e letal da religião. É o que mais distorce sua mensagem original e aliena seus adeptos. Segundo o Minidicionário Silveira Bueno, fanatismo é o “excessivo zelo religioso”, a “adesão cega a uma doutrina”. Um fanático é alguém que “se dedica exageradamente a alguém ou alguma coisa.” O fanatismo nos torna cegos e capazes de agir de maneira inimaginável. Os cristãos não estão livres de cometerem atos questionáveis ou até criminosos por causa de fanatismo. Segundo Jonas Arraes, em seu livro: “Uma igreja positiva em um mundo negativo”, o fanatismo “tem retardado a proclamação do evangelho, provocado desunião entre os cristãos e desvirtuado a imagem do cristianismo perante o mundo”.
O macabro de tudo é que alguns de nós podemos estar usando agulhas de extremismo e ferindo muitos inocentes. Podemos constatar que cada atividade humana tem um componente intruso e perigoso que anula, distorce ou diminui sua filosofia original. Assim, os benefícios da realização plena da atividade são seriamente comprometidos. A corrupção parece ser o componente mais prejudicial no desempenho da política; o doping é o fantasma do esporte; no caso da literatura é o plágio; a pornografia prejudica o cinema; a parcialidade a imprensa; a desonestidade a ciência; a violência a família e a falta de ética a filosofia. Sem dúvida nenhuma o fanatismo é o componente mais perigoso e letal da religião. É o que mais distorce sua mensagem original e aliena seus adeptos. Segundo o Minidicionário Silveira Bueno, fanatismo é o “excessivo zelo religioso”, a “adesão cega a uma doutrina”. Um fanático é alguém que “se dedica exageradamente a alguém ou alguma coisa.” O fanatismo nos torna cegos e capazes de agir de maneira inimaginável. Os cristãos não estão livres de cometerem atos questionáveis ou até criminosos por causa de fanatismo. Segundo Jonas Arraes, em seu livro: “Uma igreja positiva em um mundo negativo”, o fanatismo “tem retardado a proclamação do evangelho, provocado desunião entre os cristãos e desvirtuado a imagem do cristianismo perante o mundo”.
No contexto
adventista o fanático prejudica pessoas próximas a si, além de influenciar
negativamente os outros, gerando os chamados movimentos dissidentes. Os
fanáticos possuem certas características peculiares e podem ser ajudados. Principais características dos fanáticos:
Os fanáticos são movidos por motivos geralmente ignorados
ou ocultados por eles mesmos. O doutor
Alberto R. Timm apresenta tanto as
causas como as possíveis soluções para a dissidência adventista:
1 - A - Conhecimento
superficial da verdade. O conhecimento superficial da verdade é de pouca
duração. (Mt 13:20,21); “a sacudidura sobrevirá pela “introdução de falsas
teorias” e Satanás é diligente estudante da Bíblia e levará a apostasia os
estudantes superficiais da Palavra. É impossível minimizar-nos os níveis de
apostasia sem que voltemos a enfatizar os grandes pilares doutrinários da nossa
fé.
B - Conhecimento não santificado da verdade. Uma
característica de muitos adventistas é o conhecimento teórico da verdade,
destituído de sua influência santificadora (Ver Apoc. 3:14-22); só estaremos
seguros se permitirmos, com humildade, que nossa vida seja santificada pela
verdade como ela é em Cristo e em Sua Palavra (João 14:6;17:17)
C - Crises de relacionamento interpessoal. “O rompimento de
relacionamentos em nível matrimonial, familiar, social, etc., pode acabar
polarizando negativamente a atitude religiosa da pessoa.” “Muitas das crises
internas levantadas contra a mensagem adventista não são de origem doutrinária,
mas apenas o brado de desespero de um coração dilacerado pelo rompimento de
relacionamentos afetivos.”
D - Crises de
identidade e de autoridade. “Pessoas que já ocuparam funções importantes” na
igreja, das quais foram destituídas contra sua própria vontade, e indivíduos
que gostariam de exercer certos cargos, para os quais não recebem a
oportunidade, são passíveis de desenvolver um espírito crítico e generalizador.
Promovendo uma nova luz, eles encontram uma forma de auto-afirmação e de auto
reconhecimento.
2. Geralmente os fanáticos revelam certa incapacidade de
manter um senso de proporção em suas crenças e práticas. “Quando são impressionados com alguma
mensagem, sua mente logo é dominada por aquele tema. Falam o tempo todo sobre o
assunto. Resumem a vida cristã aquele ponto abordado. Perdem também a visão
espiritual e o senso de proporção.” O pior é que às vezes pode ser um ponto
insignificante, obscurecendo as coisas importantes da fé.
3. Os fanáticos tentam fazer com que todos na igreja
concordem com seus pontos de vista. É natural que façam isso, pois crêem que
seu ponto de vista é de tremenda importância. O problema não é tanto o fervor,
mas os motivos que instigam esse fervor.
4. Os fanáticos quase sempre condenam os que se recusam a
aceitar sua linha de pensamento. Quando o fervor se deteriora a ponto de gerar
intolerância, os efeitos mais perigosos do fanatismo são evidenciados. Na
maioria dos casos, os fanáticos são incapazes de ver que aqueles que se recusam
a concordar com eles o fazem com base no senso comum e com honestidade
intelectual e espiritual.
5. Em geral, quando outros membros da igreja se recusam a
aceitar os pontos de vista dos fanáticos, estes passam a criticar a igreja e
todo o movimento adventista. Segundo outro estudioso “um ponto em comum na vida
de todo aquele que entra em crise com a Igreja é que ele não se sente mais
parte da mesma... Quando existe um problema no corpo, nenhuma parte tenta
separar-se dele, mas antes todas cooperam para solucionar o problema. Nenhum
órgão do corpo tenta viver fora dele, pois isto consequentemente o levaria à
morte.” Quando se desenvolve essa disposição crítica, os fanáticos sentem que a
igreja se encontra tão distante do caminho certo, que eles devem se retirar
dela. Mas, enquanto não saem, eles empregam sua danosa habilidade para tirar
outros membros da igreja.
6. Apesar de seu fervor e zelo, os fanáticos raramente realizam
qualquer grande bem. Quando os efeitos são examinados ao longo do tempo,
percebe-se que os fanáticos são aqueles que deixaram pouco ou nenhum resultado
construtivo, sobrando apenas o espírito de divisão, crítica, dúvida e descrença
na igreja.
7. A maioria dos fanáticos parece contaminar-se com a
justificação pelas obras. É muito fácil pensar que, seguindo determinado
programa ou realizando certas coisas, iremos nos tornar santos e justos à vista
de Deus. Embora a obediência às leis de saúde esteja relacionada à boa
experiência religiosa, não podemos assegurar santidade por aquilo que comemos
ou deixarmos de comer. A linguagem do dissidente geralmente engloba frases como
“temos que estar puros diante de Deus”. Temos que cumprir “toda a lei”. Temos
que viver de acordo com “todos os princípios”. Embora devamos viver de acordo
com as orientações divinas, as boas obras não podem salvar. (Gálatas 2:16).
8. Geralmente os fanáticos e radicais são distinguidos por
seu orgulho espiritual. O orgulho pode vir disfarçado de fervor a Deus. Quando
seres finitos, começam a julgar todos os irmãos da igreja que discordam de suas
opiniões nada mais revelam do que orgulho espiritual.
9. Geralmente os fanáticos usam o Espírito de Profecia para
provar seus pontos de vista. A maioria das pessoas que se levantam contra a
igreja se vale dos escritos de Ellen White para criticar a mesma. Esquecem-se
da seguinte recomendação: “Os testemunhos da Irmã White não devem ser
apresentados em primeira linha. A Palavra de Deus é a norma infalível. Os
testemunhos não hão-de ocupar o lugar da Palavra. Provem todos sua posição por
meio das Escrituras, e provem pela Palavra de Deus revelada todo ponto que
sustentam como verdade.”
Um estudo equilibrado do Espírito de Profecia nos ajuda a
entender a Bíblia e traz apoio a Igreja Remanescente, pois esta luz menor nos
guia a maior. Além disso, ela escreveu: “Os que se põem a proclamar uma mensagem
sob sua responsabilidade pessoal, e que, ao mesmo tempo que declaram ser
ensinados e guiados por Deus, constituem sua obra especial derrubar aquilo que
Deus durante anos tem estado a erguer, não estão cumprindo a vontade de Deus.
Saiba-se que esses homens se encontram do lado do grande enganador. Não os
creiais. Estão se aliando com os inimigos de Deus e da verdade. Porão a
ridículo a ordem estabelecida no pastorado, considerando-a um sistema
eclesiástico imperialista. Afastai-vos desses; não tenhais comunhão com sua
mensagem por muito que eles citem os Testemunhos e através deles busquem
entrincheirar-se. Não os recebais; pois Deus não os incumbiu dessa obra. O
resultados de semelhante obra será incredulidade nos Testemunhos, e nos limites
do possível, tornarão sem efeito a obra que por anos tenho estado a fazer.”
Como ajudar os
fanáticos ou dissidentes?
1. Previna o
fanatismo na igreja com um estilo equilibrado no ensino e no estilo de vida da
irmandade. Sempre que houver oportunidade a igreja deve ser orientada com
palestras sobre o estilo de vida cristão e sobre como interpretar a Bíblia e os
escritos de Ellen White (já que a maior parte dos casos começa com problemas de
má interpretação). Quando acontece um caso isolado de má interpretação a igreja
não deve tomar atitudes precipitadas, mas buscar as pessoas envolvidas em
particular e seguir as regras de Mateus 18, solucionando rapidamente o
problema. Isso evita o desgaste com uma exposição pública do assunto, além de
salvaguardar o bom nome dos irmãos.
2. Evite termos pejorativos ou outros constrangimentos que
agravem a situação quando o fanatismo já está instalado. Uma vez eu precisei
conversar com dois irmãos que tinham dúvidas sobre a Trindade. Alguns dias
depois encontrei duas irmãs que me perguntaram: “Irmão, como foi com os dois hereges?”
Sorri e disse: “Não houve nada irmã, eram apenas dois irmãos que queriam
conhecer um pouco melhor o assunto.” Evite o uso de termos preconceituosos,
lembrando que os dissidentes são nossos irmãos e precisam de consideração.
3. Não ignore ou subestime o fanatismo, mas trate-o de
imediato. A. Comunique o caso ao pastor distrital ou ancião local (somente
quando se torna público o assunto). B. Visite junto com os líderes a/s
pessoa/as evolvidas seguindo a norma de discrição de Mateus 18. C. Se as
dúvidas não forem solucionadas oriente as pessoas a manterem seus pontos de vista
contrários à igreja de forma particular. D. Se houver resistência e promoção
das ideias contrárias à visão bíblica promovida pela igreja siga as orientações
do Manual da Igreja sobre disciplina para pessoas envolvidas em “movimentos
dissidentes”.
4. Promova seminários
sobre doutrinas bíblicas para que preparem a igreja para não se envolver com o
fanatismo ou falsos ensinos. Dizem que a vacina é a melhor maneira de evitar
certos tipos de doença. O ensino na igreja também pode ser considerado a melhor
forma de evitar problemas futuros. Isso ajudará especialmente os novos
conversos a não se tornarem vítimas do fanatismo.
Autor: Ribamar Diniz - Ex-Secretário do Centro White da
Universidade Adventista da Bolívia.
Luís Carlos Fonseca
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