Quem Está no Controle?
Introdução - O dia 11 de setembro de 2001 marcou profundamente a história
pelos ataques suicidas contra os Estados Unidos. Dezenove terroristas
sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros. Projetaram uma colisão
intencional de dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do complexo empresarial
World Trade Center, na cidade de Nova Iorque, matando todos a bordo e muitas
pessoas que trabalhavam nos edifícios e arredores. O terceiro avião colidiu
contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O quarto
avião caiu em um campo aberto próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois
que alguns passageiros e tripulantes tentaram retomar o controle da aeronave
que estava nas mãos dos sequestradores. Não houve sobreviventes em qualquer um
dos voos (Wikipédia, Ataques_11_de_Setembro_2001).
Estes aviões foram transformados em armas de guerra e
provocaram uma das maiores tragédias da história. O controle das aeronaves foi
parar nas mãos de malfeitores, resultado: tragédia, dor, sofrimento e morte.
Fins trágicos, pois o controle passou as mãos de psicopatas, homens que não
conheciam o verdadeiro significado da palavra amor. A história de cada pessoa
pode ser resumida com a resposta para esta pergunta: Quem esteve, quem está e
quem estará no controle?Ler o texto bíblico: Lucas 24: 29-34
1. Um Dia Para Ser Esquecido
- Era sexta-feira, 14 do mês de Nisã (27 de abril), ano 31 dC, dia de
Páscoa no qual Jesus morreu, dia em que o ego de muitos foi satisfeito
(C.M.Maxwell, Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, p. 277).
Mas o que matou verdadeiramente a Cristo? Não foi a lança
cravada em Seu lado que O matou, nem mesmo a dor da crucificação. Aquele grito
(Lc 23:46) no momento da morte, a corrente de sangue e água que Lhe fluiu do
lado, demonstravam que Ele morreu pela ruptura do coração.
Partiu-se-Lhe o coração pela angústia mental. Foi morto pelo
pecado do mundo. A escritora cristã, Ellen G. White, nos ajuda a entender o que
aconteceu no Calvário ao afirmar: “Todo o Céu, bem como, os não caídos mundos,
foram testemunhas do conflito. Com que profundo interesse seguiram as cenas
finais da luta! Viram o Salvador penetrar no horto do Getsêmani, a alma
vergando sob o horror de uma grande treva. Ouviram-Lhe o doloroso grito:
"Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice" (Mat. 26:39). À
medida que dEle era retirada a presença do Pai, viram-nO aflito por uma dor
mais atroz que a da grande e derradeira luta com a morte. Suor de sangue irrompeu-Lhe
dos poros, gotejando no chão. Por três vezes foi-Lhe arrancada dos lábios a
súplica de livramento... Por meio de Jesus, foi a misericórdia divina manifesta
aos homens; a misericórdia, no entanto, não pôs de parte a justiça. A lei
revela os atributos do caráter de Deus, e nem um jota ou til da mesma se podia
mudar, para ir ao encontro do homem em seu estado caído. Deus não mudou Sua
lei, mas sacrificou-Se a Si mesmo em Cristo, para redenção do homem” (O
Desejado de Todas as Nações, p. 759-762). Ver 2 Cor. 5:19.
~
Que cena foi aquela diante dos seus seguidores: as pálpebras
cerradas, a cabeça pendida, o cabelo colado e unido pelo sangue, as mãos e os
pés perfurados pelos pregos prendendo-O ao madeiro. Antes que o sábado
começasse (Luc. 23:50-56), foi cuidadosamente colocado em uma sepultura e
assim, pereceram as esperanças dos Seus discípulos, estavam esmagados pela dor,
viam unicamente a cruz e a ensanguentada vítima e nada mais. A escritora
cristã, Ellen G. White, afirma que naquele momento a fé dos discípulos morreu
(O Desejado de Todas as Nações, p. 741). Suas expectativas estavam equivocadas.
“Viam o Messias como um Salvador Conquistador, não como Servo Sofredor; ao ler
o Velho Testamento viam a glória, mas não o sofrimento; enxergavam a coroa, mas
não a cruz” (W.W.Wiersbe, Comentário Expositivo do NT, vol. 1, p. 361).
No domingo, dois discípulos voltam para a vila de Emaús onde
moravam, uma caminhada de aproximadamente 11 km e alguns metros, estradas
difíceis e perigosas. Mesmo com as notícias sobre a ressurreição, enquanto
caminham o diálogo entre eles é desesperador. Estavam tão abalados que não
compreenderam a mensagem trazida pelas mulheres (Mc 16:7) de que deviam ir para
a Galileia. O sentido que tomam é contrário, isso demonstra que a fé estava
muito quebrantada (Verbum Dei, Comentário a la Sagrada Escritura, Tomo 3, Nuevo
Testamento, p. 651).
Um estranho se aproxima, eles não O reconhecem, a conversa
esquenta, a viagem chega ao fim e um convite
maravilhoso é feito. As palavras do estranho eram boas e agradáveis,
ricas e plenas de esperança. É sempre bom estar perto de gente com palavras
agradáveis e positivas. Quando alguém Lhe falava sobre morte, Ele falava sobre
a vida; quando o assunto era sobre fracasso, Ele falava sobre a vitória; se era
o pecado atormentando, Ele oferecia o perdão; se era algo relacionado com o
cativeiro das trevas, Ele falava de libertação; se era o cansaço e desilusão
com a vida ou com outras pessoas, Ele dizia “Vinde a Mim todos que Eu vos
aliviarei”. Jesus tem a resposta para cada problema da vida. Eles constrangeram o estranho a entrar e ficar ali, e deram
algumas razões: está tarde e o dia já declina. Jesus prontamente entra naquela
casa e ao assumir o controle da situação tudo muda na vida deles.
2. Um Dia Para Ser Lembrado
- As expectativas que tinham em relação a Jesus eram tão distorcidas que
os seus olhos não O reconheceram (v. 16), o ouvidos tão acostumados a ouvir as
Suas mensagens, agora confusos não identificaram Sua voz (v. 17), Seus ensinos
transmitidos com tanto carinho foram sufocados por tanta incredulidade em seus
corações (v. 18-21). Jesus começou a consertá-los enquanto caminhavam, sem se
apresentar, vai expondo as Escrituras, texto após texto (v. 25-27), quando
chegam em Emáus eles estão quase consertados, faltava só mais pouquinho.
Jesus nunca rejeita uma pessoa, por mais miserável e má que
seja, se houver uma oportunidade, Ele a abraça e restaura. Os viajantes
constrangeram o estranho para que entrasse (v. 29), usaram toda a habilidade
verbal que possuíam, não podiam perder a oportunidade de ficar mais tempo com
alguém tão conhecedor das Escrituras e que pregava com um poder e maestria que
lhes aquecia e confortava o coração (v. 32), eles queriam receber mais. O Rei
dos reis, o Senhor dos senhores, O Criador dos Céus e da Terra, o Rei de todo o
Universo aceitou graciosamente a hospitalidade daquele humilde lar. Ao vermos o
estranho tomando o pão, abençoando, partindo e servindo (v. 30), podemos
afirmar com todas as letras: Jesus assumiu não apenas o controle da casa, mas o
coração daqueles discípulos.
Quando o estranho estendeu os braços servindo-lhes o
alimento, viram as marcas dos pregos em suas mãos e reconheceram que era Jesus
(CBASD, Mateus a João, p. 976). Como resultado dessa caminhada memorável,
palavras de esperanças que entraram em seus corações e uma refeição abençoada
que foi interrompida, eles decidem voltar na mesma ora para Jerusalém (v. 33).
Essa decisão parece ir “de encontro” com a proposta que fizeram ao estranho:
Fique porque já é tarde. O que teria acontecido? Os olhos agora estão abertos,
vão viajar à noite; os corações estão aquecidos e transformados; a decepção
transformada em esperança. Quando Jesus assume o controle, tudo muda.
A escritora cristã Ellen White destaca alguns pontos importantes
sobre esse retorno para Jerusalém: tinham grandes novas a comunicar; com
dificuldades vão sempre para frente, parecem estar em um mundo novo; o diálogo
agora é sobre Cristo, um Salvador vivo; levam consigo a maior de todas as
mensagens anunciadas ao mundo, uma mensagem de boas-novas de que dependem as
esperanças da raça humana para o tempo e a eternidade (Desejado de Todas as
Nações, p. 811)
A salvação da humanidade está alicerçada sob três poderosos
e inabaláveis pilares: encarnação, morte e ressurreição de Jesus.
3. Quando Jesus Assume o Controle - Quando Jesus está no
controle aprendemos a lidar com as preocupações e compreendemos a vida sob a
ótica do Grande Conflito. Quando vemos uma cidade debaixo d’agua, como
contemplamos em vários estados nos primeiros meses deste ano, quando pessoas
são mortas vítimas de bandidos, quando pessoas incapazes de se defender sofrem
violência física e psicológica, quando famílias se desfazem, quando as drogas
roubam a alegria de um lar, quando a doença bate à porta, quando a morte leva
pessoas queridas, quando uma viagem é interrompida por um acidente fatal,
quando um marido ou esposa sofrem com uma traição, muitos por não entenderem ou
por desprezarem essa forma de ver os acontecimentos, ficam decepcionados com Deus.
Desta forma, julgam-nO como um Deus que amedronta, um juiz
implacável, um tirano, sempre pronto a mostrar o cartão vermelho; um Deus
ausente, alguém que não se preocupa com nossas decepções, criou e desapareceu;
um Deus que só predestina, não nos deixa escolher, quem se perde ou se salva já
está decidido por Ele e ponto final; um Deus circense, alguém que se diverte e
ri da desgraça humana; um Deus carrancudo, sempre aborrecido conosco, está
irado porque algo deu errado; um Deus morto, Ele não existe, ou que deixou de
existir, ou ainda, sua data de validade venceu (Neumoel Stina, As Faces de
Deus, p. 21).
Diante de suas crises e problemas muitos O consideram como
injusto, silencioso demais, alguém que se escondeu e O taxam como culpado.
Quando Jesus assume o controle as expectativas sobre Ele e sobre a existência
humana serão corretas. Muitos correm atrás de Jesus por inúmeros motivos: cura,
prosperidade, ganhar o jogo, se dar bem na vida, porque socialmente é bom e
interessante, etc. Essa é uma razão porque muitas igrejas tornaram a religião
uma “prática mercadológica”.
A Palavra de Deus é essencial para que Jesus assuma o
controle e ajustemos nossa visão sobre o mundo e a existência humana. O coração
dos discípulos ardia quando as Escrituras eram expostas, por quê? “Achando-se
as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria
do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”
(Jeremias 15:16). “A experiência no coração desses dois discípulos é a mesma
dos que ouvem com atenção a voz de Deus lhes falando por meio da Bíblia
Sagrada” (CBASD, Mateus a João, p. 976).
Conclusão - Quando Jesus chega, a esperança revive, Ele se aproxima como
um amigo (Jo 15:15). “Não chores”, foi Seu conforto para uma mãe enlutada (Lc
7:13); “Não temas”, foi a motivação que deu a um pai desesperado (Lc 8:50);
“Que queres que Eu faça”, disse a um cego (Mc 10:51); “Eu não te condeno”,
disse a uma pecadora (Jo 8:11). A história destas pessoas foi outra quando se
entregaram a Jesus, o Amigo de Esperança.
Sem Jesus no controle: os 7 bilhões de humanos que habitam
este planeta serão apenas habitantes e nada mais; você é só mais um ser humano;
um doente é mais um doente; um morto é mais um morto; quem chora é mais uma
pessoa chorando; a vida seguirá pelas estradas da incerteza, da insegurança,
das perguntas que ficam sem respostas.
Com Jesus no controle: os habitantes deste planeta se tornam
cidadãos do Reino de Deus; você deixa de ser mais um na multidão para ser um
filho amado de Deus; o doente experimenta a certeza de uma vida sem
enfermidade; o que morre descansa em paz aguardando a manhã da ressurreição;
quem chora recebe o consolo de Deus; o pecador recebe a certeza do perdão e a
libertação do sentimento de culpa; vidas espiritualmente apáticas se
transformam em tochas vivas; com Jesus no controle recebemos todas essas coisas
e muito mais.
Quando você reparte um sorvete, um sanduíche, um copo com
água, ou uma fruta, o faz com alguém que gosta e ama. Amigo, hoje você foi
trazido aqui porque Deus o ama e nós o amamos também. Aqui estamos contando a
história de Jesus, nosso Amigo de Esperança, e como ela tem moldado a nossa
história. Temos algo a lhe dizer: Jesus é a Única Esperança.
Essa mensagem não cabe só em nosso coração, por isso estamos
compartilhando-a com você, pode acreditar, quando a sua vida estiver sob o
controle deste Amigo, tudo vai ser diferente, haverá uma nova história. Este
quadro pode ser agora, esta nova história pode começar a ser escrita neste
momento. Depende apenas de você.
Apelo - Quem está no
controle da sua vida? Os discípulos de Emaús talvez não avaliaram a
profundidade do convite “fica conosco”, Ele esperava por esta oportunidade. Se
você tiver coragem para dizer “Jesus fica comigo, assuma o controle da minha
vida”, tudo começa a mudar agora e, quando Ele voltar você ouvirá de Seus
lábios: “Fique em Minha casa por toda a eternidade”.
Aqueles que desejam entregar o controle da sua vida a Jesus
ergam as mãos e repitam: Hoje, ao ouvir a doce e suave voz do Espírito Santo,
decidi entregar o controle da minha vida ao Senhor Jesus para que Ele seja
hoje, amanhã e sempre o meu eterno Amigo.
Autor: Pr. Sidnei S. Mendes – Oferecido por ASA da UCB
Luís Carlos Fonseca
Sem comentários:
Enviar um comentário