quinta-feira, 2 de outubro de 2014

ESBOÇO DE SERMÃO: Quem Está no Controle?

Quem Está no Controle?

Introdução - O dia 11 de setembro de 2001 marcou profundamente a história pelos ataques suicidas contra os Estados Unidos. Dezenove terroristas sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros. Projetaram uma colisão intencional de dois dos aviões contra as Torres Gêmeas do complexo empresarial World Trade Center, na cidade de Nova Iorque, matando todos a bordo e muitas pessoas que trabalhavam nos edifícios e arredores. O terceiro avião colidiu contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O quarto avião caiu em um campo aberto próximo de Shanksville, na Pensilvânia, depois que alguns passageiros e tripulantes tentaram retomar o controle da aeronave que estava nas mãos dos sequestradores. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos (Wikipédia, Ataques_11_de_Setembro_2001).

Estes aviões foram transformados em armas de guerra e provocaram uma das maiores tragédias da história. O controle das aeronaves foi parar nas mãos de malfeitores, resultado: tragédia, dor, sofrimento e morte. Fins trágicos, pois o controle passou as mãos de psicopatas, homens que não conheciam o verdadeiro significado da palavra amor. A história de cada pessoa pode ser resumida com a resposta para esta pergunta: Quem esteve, quem está e quem estará no controle?Ler o texto bíblico: Lucas 24: 29-34

1. Um Dia Para Ser Esquecido  - Era sexta-feira, 14 do mês de Nisã (27 de abril), ano 31 dC, dia de Páscoa no qual Jesus morreu, dia em que o ego de muitos foi satisfeito (C.M.Maxwell, Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, p. 277).

Mas o que matou verdadeiramente a Cristo? Não foi a lança cravada em Seu lado que O matou, nem mesmo a dor da crucificação. Aquele grito (Lc 23:46) no momento da morte, a corrente de sangue e água que Lhe fluiu do lado, demonstravam que Ele morreu pela ruptura do coração.

Partiu-se-Lhe o coração pela angústia mental. Foi morto pelo pecado do mundo. A escritora cristã, Ellen G. White, nos ajuda a entender o que aconteceu no Calvário ao afirmar: “Todo o Céu, bem como, os não caídos mundos, foram testemunhas do conflito. Com que profundo interesse seguiram as cenas finais da luta! Viram o Salvador penetrar no horto do Getsêmani, a alma vergando sob o horror de uma grande treva. Ouviram-Lhe o doloroso grito: "Meu Pai, se é possível, passe de Mim este cálice" (Mat. 26:39). À medida que dEle era retirada a presença do Pai, viram-nO aflito por uma dor mais atroz que a da grande e derradeira luta com a morte. Suor de sangue irrompeu-Lhe dos poros, gotejando no chão. Por três vezes foi-Lhe arrancada dos lábios a súplica de livramento... Por meio de Jesus, foi a misericórdia divina manifesta aos homens; a misericórdia, no entanto, não pôs de parte a justiça. A lei revela os atributos do caráter de Deus, e nem um jota ou til da mesma se podia mudar, para ir ao encontro do homem em seu estado caído. Deus não mudou Sua lei, mas sacrificou-Se a Si mesmo em Cristo, para redenção do homem” (O Desejado de Todas as Nações, p. 759-762). Ver 2 Cor. 5:19.
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Que cena foi aquela diante dos seus seguidores: as pálpebras cerradas, a cabeça pendida, o cabelo colado e unido pelo sangue, as mãos e os pés perfurados pelos pregos prendendo-O ao madeiro. Antes que o sábado começasse (Luc. 23:50-56), foi cuidadosamente colocado em uma sepultura e assim, pereceram as esperanças dos Seus discípulos, estavam esmagados pela dor, viam unicamente a cruz e a ensanguentada vítima e nada mais. A escritora cristã, Ellen G. White, afirma que naquele momento a fé dos discípulos morreu (O Desejado de Todas as Nações, p. 741). Suas expectativas estavam equivocadas. “Viam o Messias como um Salvador Conquistador, não como Servo Sofredor; ao ler o Velho Testamento viam a glória, mas não o sofrimento; enxergavam a coroa, mas não a cruz” (W.W.Wiersbe, Comentário Expositivo do NT, vol. 1, p. 361).

No domingo, dois discípulos voltam para a vila de Emaús onde moravam, uma caminhada de aproximadamente 11 km e alguns metros, estradas difíceis e perigosas. Mesmo com as notícias sobre a ressurreição, enquanto caminham o diálogo entre eles é desesperador. Estavam tão abalados que não compreenderam a mensagem trazida pelas mulheres (Mc 16:7) de que deviam ir para a Galileia. O sentido que tomam é contrário, isso demonstra que a fé estava muito quebrantada (Verbum Dei, Comentário a la Sagrada Escritura, Tomo 3, Nuevo Testamento, p. 651).

Um estranho se aproxima, eles não O reconhecem, a conversa esquenta, a viagem chega ao fim e um convite  maravilhoso é feito. As palavras do estranho eram boas e agradáveis, ricas e plenas de esperança. É sempre bom estar perto de gente com palavras agradáveis e positivas. Quando alguém Lhe falava sobre morte, Ele falava sobre a vida; quando o assunto era sobre fracasso, Ele falava sobre a vitória; se era o pecado atormentando, Ele oferecia o perdão; se era algo relacionado com o cativeiro das trevas, Ele falava de libertação; se era o cansaço e desilusão com a vida ou com outras pessoas, Ele dizia “Vinde a Mim todos que Eu vos aliviarei”. Jesus tem a resposta para cada problema da vida. Eles constrangeram o estranho a entrar e ficar ali, e deram algumas razões: está tarde e o dia já declina. Jesus prontamente entra naquela casa e ao assumir o controle da situação tudo muda na vida deles.

2. Um Dia Para Ser Lembrado  - As expectativas que tinham em relação a Jesus eram tão distorcidas que os seus olhos não O reconheceram (v. 16), o ouvidos tão acostumados a ouvir as Suas mensagens, agora confusos não identificaram Sua voz (v. 17), Seus ensinos transmitidos com tanto carinho foram sufocados por tanta incredulidade em seus corações (v. 18-21). Jesus começou a consertá-los enquanto caminhavam, sem se apresentar, vai expondo as Escrituras, texto após texto (v. 25-27), quando chegam em Emáus eles estão quase consertados, faltava só mais pouquinho.

Jesus nunca rejeita uma pessoa, por mais miserável e má que seja, se houver uma oportunidade, Ele a abraça e restaura. Os viajantes constrangeram o estranho para que entrasse (v. 29), usaram toda a habilidade verbal que possuíam, não podiam perder a oportunidade de ficar mais tempo com alguém tão conhecedor das Escrituras e que pregava com um poder e maestria que lhes aquecia e confortava o coração (v. 32), eles queriam receber mais. O Rei dos reis, o Senhor dos senhores, O Criador dos Céus e da Terra, o Rei de todo o Universo aceitou graciosamente a hospitalidade daquele humilde lar. Ao vermos o estranho tomando o pão, abençoando, partindo e servindo (v. 30), podemos afirmar com todas as letras: Jesus assumiu não apenas o controle da casa, mas o coração daqueles discípulos.
Quando o estranho estendeu os braços servindo-lhes o alimento, viram as marcas dos pregos em suas mãos e reconheceram que era Jesus (CBASD, Mateus a João, p. 976). Como resultado dessa caminhada memorável, palavras de esperanças que entraram em seus corações e uma refeição abençoada que foi interrompida, eles decidem voltar na mesma ora para Jerusalém (v. 33). Essa decisão parece ir “de encontro” com a proposta que fizeram ao estranho: Fique porque já é tarde. O que teria acontecido? Os olhos agora estão abertos, vão viajar à noite; os corações estão aquecidos e transformados; a decepção transformada em esperança. Quando Jesus assume o controle, tudo muda.

A escritora cristã Ellen White destaca alguns pontos importantes sobre esse retorno para Jerusalém: tinham grandes novas a comunicar; com dificuldades vão sempre para frente, parecem estar em um mundo novo; o diálogo agora é sobre Cristo, um Salvador vivo; levam consigo a maior de todas as mensagens anunciadas ao mundo, uma mensagem de boas-novas de que dependem as esperanças da raça humana para o tempo e a eternidade (Desejado de Todas as Nações, p. 811)
A salvação da humanidade está alicerçada sob três poderosos e inabaláveis pilares: encarnação, morte e ressurreição de Jesus.

3. Quando Jesus Assume o Controle - Quando Jesus está no controle aprendemos a lidar com as preocupações e compreendemos a vida sob a ótica do Grande Conflito. Quando vemos uma cidade debaixo d’agua, como contemplamos em vários estados nos primeiros meses deste ano, quando pessoas são mortas vítimas de bandidos, quando pessoas incapazes de se defender sofrem violência física e psicológica, quando famílias se desfazem, quando as drogas roubam a alegria de um lar, quando a doença bate à porta, quando a morte leva pessoas queridas, quando uma viagem é interrompida por um acidente fatal, quando um marido ou esposa sofrem com uma traição, muitos por não entenderem ou por desprezarem essa forma de ver os acontecimentos, ficam decepcionados com Deus.

Desta forma, julgam-nO como um Deus que amedronta, um juiz implacável, um tirano, sempre pronto a mostrar o cartão vermelho; um Deus ausente, alguém que não se preocupa com nossas decepções, criou e desapareceu; um Deus que só predestina, não nos deixa escolher, quem se perde ou se salva já está decidido por Ele e ponto final; um Deus circense, alguém que se diverte e ri da desgraça humana; um Deus carrancudo, sempre aborrecido conosco, está irado porque algo deu errado; um Deus morto, Ele não existe, ou que deixou de existir, ou ainda, sua data de validade venceu (Neumoel Stina, As Faces de Deus, p. 21).

Diante de suas crises e problemas muitos O consideram como injusto, silencioso demais, alguém que se escondeu e O taxam como culpado. Quando Jesus assume o controle as expectativas sobre Ele e sobre a existência humana serão corretas. Muitos correm atrás de Jesus por inúmeros motivos: cura, prosperidade, ganhar o jogo, se dar bem na vida, porque socialmente é bom e interessante, etc. Essa é uma razão porque muitas igrejas tornaram a religião uma “prática mercadológica”.

A Palavra de Deus é essencial para que Jesus assuma o controle e ajustemos nossa visão sobre o mundo e a existência humana. O coração dos discípulos ardia quando as Escrituras eram expostas, por quê? “Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos” (Jeremias 15:16). “A experiência no coração desses dois discípulos é a mesma dos que ouvem com atenção a voz de Deus lhes falando por meio da Bíblia Sagrada” (CBASD, Mateus a João, p. 976).

Conclusão - Quando Jesus chega, a esperança revive, Ele se aproxima como um amigo (Jo 15:15). “Não chores”, foi Seu conforto para uma mãe enlutada (Lc 7:13); “Não temas”, foi a motivação que deu a um pai desesperado (Lc 8:50); “Que queres que Eu faça”, disse a um cego (Mc 10:51); “Eu não te condeno”, disse a uma pecadora (Jo 8:11). A história destas pessoas foi outra quando se entregaram a Jesus, o Amigo de Esperança.

Sem Jesus no controle: os 7 bilhões de humanos que habitam este planeta serão apenas habitantes e nada mais; você é só mais um ser humano; um doente é mais um doente; um morto é mais um morto; quem chora é mais uma pessoa chorando; a vida seguirá pelas estradas da incerteza, da insegurança, das perguntas que ficam sem respostas.

Com Jesus no controle: os habitantes deste planeta se tornam cidadãos do Reino de Deus; você deixa de ser mais um na multidão para ser um filho amado de Deus; o doente experimenta a certeza de uma vida sem enfermidade; o que morre descansa em paz aguardando a manhã da ressurreição; quem chora recebe o consolo de Deus; o pecador recebe a certeza do perdão e a libertação do sentimento de culpa; vidas espiritualmente apáticas se transformam em tochas vivas; com Jesus no controle recebemos todas essas coisas e muito mais.

Quando você reparte um sorvete, um sanduíche, um copo com água, ou uma fruta, o faz com alguém que gosta e ama. Amigo, hoje você foi trazido aqui porque Deus o ama e nós o amamos também. Aqui estamos contando a história de Jesus, nosso Amigo de Esperança, e como ela tem moldado a nossa história. Temos algo a lhe dizer: Jesus é a Única Esperança.

Essa mensagem não cabe só em nosso coração, por isso estamos compartilhando-a com você, pode acreditar, quando a sua vida estiver sob o controle deste Amigo, tudo vai ser diferente, haverá uma nova história. Este quadro pode ser agora, esta nova história pode começar a ser escrita neste momento. Depende apenas de você.

Apelo  - Quem está no controle da sua vida? Os discípulos de Emaús talvez não avaliaram a profundidade do convite “fica conosco”, Ele esperava por esta oportunidade. Se você tiver coragem para dizer “Jesus fica comigo, assuma o controle da minha vida”, tudo começa a mudar agora e, quando Ele voltar você ouvirá de Seus lábios: “Fique em Minha casa por toda a eternidade”.
Aqueles que desejam entregar o controle da sua vida a Jesus ergam as mãos e repitam: Hoje, ao ouvir a doce e suave voz do Espírito Santo, decidi entregar o controle da minha vida ao Senhor Jesus para que Ele seja hoje, amanhã e sempre o meu eterno Amigo.

Autor: Pr. Sidnei S. Mendes – Oferecido por ASA da UCB


Luís Carlos Fonseca

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