quarta-feira, 19 de agosto de 2015

ARMAGEDOM: A ÚLTIMA GUERRA

ARMAGEDOM: A ÚLTIMA GUERRA

"Armagedom! A simples menção desta palavra provoca todo tipo de temor e especulação. O que acontecerá durante a batalha do Armagedom? A Terceira Guerra Mundial, talvez?

Armagedom, seja o que for, parece que não estamos preparados para ele. Mesmo assim, vivemos obcecados para saber tudo sobre a última crise da Terra. Somente tal curiosidade pode explicar o sucesso de vendas do livro intitulado: A Agonia do Planeta Terra. Vamos examinar o plano do Armagedom proposto pelo autor Hal Lindsey. Ele vê uma dramática sequência de eventos envolvendo conspiração, trapaças e guerras entre as potências mundiais.
Esse plano começa três anos e meio após o "arrebatamento", quando anticristo supostamente rompe seu pacto com os judeus. Então ele prossegue interrompendo os cultos no templo em Jerusalém e os sacrifícios de animais. Lindsey chama isso de "abominação da desolação", que causa uma grande tribulação e prepara o palco para o Armagedom.

O próximo passo em direção ao dia da destruição acontece quando um exército árabe-africano ataca Israel. De repente, os soviéticos traem seus aliados árabes e lançam sua própria invasão do Oriente Médio. Os russos conseguem obter o controle de toda a área, segundo Lindsey. Então a luta recrudesce de fato. O anticristo reúne rapidamente um grande exército da confederação do Mercado Comum Europeu, da China Vermelha, e talvez dos Estados Unidos.

Essa poderosa hoste permite ao anticristo demolir a ocupação soviética de Israel. Lindsey afirma que a aniquilação total dos exércitos árabe-africano e soviético deixará somente duas potências para lutar pelo domínio do mundo:

"As forças combinadas da civilização Ocidental, sob a liderança do ditador romano, (o anticristo), e as enormes hordas do Oriente, provavelmente unidas sob a máquina de guerra da China Vermelha". Finalmente, Lindsey prediz que estas duas potências remanescentes lutarão entre si pelo controle do mundo. O campo de batalha será a Planície de Megido, no norte de Israel.

No clímax da guerra do Armagedom, Cristo voltará com Seus santos para destruir os pagãos e estabelecer Seu reino em Jerusalém para reinar sobre o mundo.

Porém, o que a Bíblia ensina sobre o Armagedom é o que realmente importa. Tenho várias dúvidas sinceras sobre o cenário que Lindsey descreve em A Agonia do Planeta Terra.

Para começar, não posso aceitar a predição de que "os Estados Unidos deixarão de ser o líder do Ocidente e provavelmente se tornarão, em algum sentido, parte da nova esfera européia de poder". A profecia bíblica ensina o contrário. O livro de Apocalipse prediz um papel poderoso dos Estados Unidos na condução do mundo para a crise final da Terra. E nada me preocupa mais do que os ensinos dos arrebatamentistas de que o templo judeu reconstruído em Jerusalém será o centro do reavivamento espiritual. Lindsey diz: "Haverá uma reinstituição do culto judeu segundo a lei de Moisés com sacrifícios e oblações".

Mas, isto não seria competir com o Calvário e negar o sacrifício vicário de Jesus? Quando Ele morreu, o véu do templo se rasgou, simbolizando o fim dos cultos e sacrifícios no templo judeu. Restaurar esses sacrifícios de animais, contradiria o que Cristo realizou como o Cordeiro de Deus. E qualquer coisa que venha a competir com o sacrifício consumado de Cristo não é obra de Deus, portanto o que haveria de tão mau se o anticristo acabasse com esses sacrifícios profanos de animais? Ele estaria fazendo um favor à causa de Cristo! Estamos levantando importantes perguntas aqui. Perguntas que interessam profundamente a todos os que apreciam o Calvário como o único e completo sacrifício para o pecado. Lembre-se da profecia predizendo a obra de Cristo na cruz em Daniel 9:27: "Ele fará cessar o sacrifício e a oferta..." Os ensinos arrebatamentistas levam estas lindas palavras para longe de Cristo e as dão ao anticristo!

Seria inadequado tirar Jesus de Daniel 9:27 e colocar ali o anticristo; isto ressuscita a mais questionável doutrina medieval da contra-reforma e mina por completo a verdadeira fé em Cristo.

Os arrebatamentistas crêem no sangue de Cristo para sua salvação. Então, por que esperam e oram para que o templo de Jerusalém seja reconstruído, antecipando que sacrifícios de animais serão oferecidos em seu altar? Como eles podem considerar tal idolatria um reavivamento espiritual?

Se o anticristo atacasse um templo judeu reconstruído em Jerusalém e pusesse fim a seus blasfemos sacrifícios, que negam a morte de nosso Senhor no Calvário, os verdadeiros cristãos diriam que esta seria a bênção de desolação, e não a abominação da desolação. Pense bem nisso. Em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, os israelenses recapturaram a velha Jerusalém. O general Moshe Dayan marchou até o Muro das Lamentações do velho templo e proclamou: "retornamos aos nossos mais sagrados lugares, para nunca mais deixá-los". Eles retornaram a seus lugares sagrados, mas infelizmente, não retornaram ao seu Messias. Eles ainda rejeitam o pacto da graça de Deus. Assim, como podem eles se considerar o povo escolhido de Deus? A Bíblia afirma claramente: "E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa". Gálatas 3:29.

Esclarecidos estudiosos da Bíblia sabem que o Antigo Testamento não está centralizado primariamente em Israel, mas no Messias. E o Novo Testamento aponta para perto do santuário celeste, onde Jesus intercede por nós agora. "Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade, ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou e não o homem". Hebreus 8:1,2.

O templo está no Céu agora. O Senhor o construiu, não o homem. Qualquer coisa que possamos construir aqui seria um templo falso. E o que glorifica a obra do homem em construir esse templo falso deve ser um falso ensinamento. Nada poderia ser mais claro do que isto: a verdadeira profecia aponta para o alto, para o templo celeste na Nova Jerusalém, enquanto a falsa profecia aponta para baixo, para o templo terreno na velha Jerusalém.

Jesus alertou sobre falsos profetas com enganosas predições relativas à Sua vinda. Poderia toda a atenção colocada sobre Israel ser uma cortina de fumaça do inimigo para desviar os cristãos sinceros da verdadeira questão do Armagedom?

É interessante notar que Jesus alertou a igreja para fugir da cidade condenada de Jerusalém. Faríamos bem em aceitar Seu conselho hoje e fugir das falsas profecias sobre Jerusalém.

O que a Bíblia quer dizer ao predizer a volta dos judeus para Jerusalém? A resposta vem facilmente quando fazemos mais uma pergunta: de onde sairá o povo de Deus quando retornar a Israel? De Babilônia!

Aqui temos a chave para o entendimento da profecia bíblica do final dos tempos: a volta do povo de Deus para Jerusalém deve estar ligada ao alerta final de Apocalipse 18:2 e 4: "...caiu, caiu a grande Babilônia... sai dela, povo meu..."

Portanto, quando os profetas do Antigo Testamento falaram sobre a volta para Jerusalém, eles se referiram ao povo de Deus cativo na Babilônia. Os exilados judeus tinham que sair da Babilônia para retornar a Jerusalém. Ora, o que significa para nós hoje "sai da Babilônia"? A cidade nem sequer existe mais! Se você visitar a antiga cidade no Iraque, só encontrará ruínas. Portanto a referência de Deus à moderna Babilônia não pode ser aplicada a uma cidade literal. Existe alguma aplicação espiritual para a Babilônia hoje?

Eis uma coisa interessante, algo muito importante: todos os reformadores ensinaram que a Babilônia, no livro de Apocalipse, representa a cristandade caída, a igreja que abandonou a fé de seus fundadores do primeiro século.

Temos que admitir, com tristeza, que muitas igrejas hoje perderam a fé profética dos reformadores. Muitos protestantes agora têm adotado as falsidades da contra-reforma, as quais seus próprios fundadores condenaram como a crença da Babilônia.

Para nós, então, sair da Babilônia significa trocar a falsidade pela verdade; abandonar qualquer idéia de que o pacto da graça de Deus está sendo cumprido com a nação judaica fora do sangue de Jesus. Retornar a Jerusalém agora significa esperar pela fé a "cidade cujo edificador é Deus", de acordo com Hebreus 11.

Essa cidade, é claro, é a Nova Jerusalém no Céu. O Senhor é o edificador dela, e não um arquiteto judeu na velha Jerusalém. Nossa esperança está em: "...Jerusalém que agora existe, pois é escrava com seus filhos. mas a Jerusalém que é de cima é livre; a qual é mãe de todos nós". Gálatas 4:25,26.

Temos que procurar a Nova Jerusalém acima de nós, onde Jesus intercede como sumo sacerdote no templo celeste. E dependemos apenas dEle como Salvador, Senhor e futuro Rei! Com isto tudo em mente, estamos preparados para entender a batalha do Armagedom. Somente uma vez a Bíblia menciona essa palavra, no livro de Apocalipse, no capítulo 16, versículos 14 e 16: "porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus todo-poderoso. E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom". Apocalipse 16:14,16.

Essa "batalha naquele grande dia do Deus todo-poderoso" é o conflito final da Terra. Mais do que forças humanas estarão lutando nos exércitos espirituais de Deus e Satanás. O Armagedom será o clímax do grande conflito entre o bem e o mal.

Onde será travada essa batalha? Bem, a história não oferece registro de qualquer lugar chamado Armagedom, mas a Bíblia nos dá algumas pistas. O texto diz que a palavra "Armagedom" vem do hebreu. Nesse idioma, a palavra combina "har" que significa monte, e "magedon," que muitos conectam com "megido". Portanto, o nome Armagedom pode ser entendido como "Monte de Megido". O Monte de Megido é uma pista com a qual podemos trabalhar.

Na época do Antigo Testamento, Megido era uma cidade-fortaleza pequena mas importante, ao norte de Jerusalém, perto da planície de Esdraelon. Uma vez, nas Escrituras, esta planície é chamada de Planície de Megido. Pode parecer um local lógico para a guerra, mas devemos lembrar que o Armagedom envolve um monte e não uma planície. Temos que encontrar um Monte de Megido, um monte com algum significado espiritual para os exércitos celestes.

Bem, destacando-se acima da paisagem de Megido, está o Monte Carmelo.

Este monte representa o Monte Megido, o cenário do "Armagedom".

Há muito tempo, nesse local, Elias comandou um dramático duelo entre Deus e Seus inimigos. O profeta convocou a nação para comparecer a esse monte e os desafiou a julgar entre o culto falso e o verdadeiro. Ouça seu corajoso apelo: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, segui-o; se for Baal, segui-o..."

I Reis 28:21.

Deus conquistara uma grande vitória no Monte Carmelo. Ele derrotou os inimigos de Seu pacto, e novamente os derrotará, de uma vez por todas, no Armagedom.

De fato, o Comentário Internacional Sobre o Novo Testamento explica: "Har, H-A-R, Har-Magedom é o simbolismo do destronamento final de todas as forças do mal pela força e poder de Deus... Deus emergirá vitorioso e levará consigo todos os que colocaram sua fé nEle".

Portanto, agora entendemos que o Armagedom é um duelo entre a verdade e o erro, a lealdade a Deus ou ao poder do mal. Enquanto acontecem, com certeza, batalhas devastadoras entre os exércitos da Terra, o tema dominante das Escrituras é que o Armagedom centraliza-se em torno do conflito espiritual envolve cada ser humano pessoalmente. Para cada um de nós vem o desafio: "Até quando coxeareis entre dois pensamentos"?

Obedeceremos ao pacto da graça de Deus e nos afastaremos das falsidades da Babilônia? Seremos contados entre os santos que "guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus"?

Todos temos um papel a desempenhar no Armagedom. Quando Deus vencer os poderes do mal, nós também podemos vencer com Ele! O Apocalipse nos assegura que os santos triunfalmente "entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro". Apocalipse 15:3.

O cântico de Moisés e do Cordeiro! Qual seria ele?

Bem, você se lembra como Deus livrou Moisés e os israelitas na batalha com Faraó, durante seu Armagedom, com tribulações e pragas. Nós também enfrentaremos tribulação durante a crise final da Terra. A Bíblia diz que haverá sofrimentos de fato: "Haverá um tempo de angústia, o qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo..." Daniel 12:1.

Graças a Deus, Ele nos livrará, assim como salvou Moisés e os israelitas há muito tempo. Nós venceremos a tribulação final da Terra através do sangue do Cordeiro - o sangue de Jesus Cristo na verga da porta de nosso coração.

Imagine como será estar no Céu, diante do trono de Deus com os santos, naquela grande multidão que ninguém consegue contar. Vestidos com mantos brancos e segurando ramos de palma da vitória, entoaremos um canto de júbilo: "... ao nosso Deus... e ao Cordeiro, pertence a salvação". Apocalipse 7:10.

Pense sobre o dia que Jesus Cristo atravessará o céu do ocidente. Medite nisso muitas vezes e deixe que isto lhe dê algo pelo que viver. Pode haver algo mais emocionante para se contemplar? Ver primeiro uma pequena nuvem negra. Observá-la aproximar-se cada vez mais até se tornar branca e gloriosa. Uma nuvem diferente de todas que você já viu - uma nuvem de anjos, incontáveis anjos. Ouvir um som como nunca antes você ouviu: o som de uma trombeta ecoando ao redor do mundo. Então, uma voz como nenhuma que você já ouviu: a voz de nosso Senhor chamando os mortos para a vida. A Terra tremerá; túmulos se abrirão; anjos em toda parte levarão criancinhas até os braços ansiosos de seus pais. Entes queridos há muito separados pela morte se reunirão aos gritos de alegria. Então, juntos com aqueles que ressuscitaram, nós que esperamos através da longa noite na Terra, seremos levados até nosso lar celeste.

Eu quero estar lá, e sei que você também quer. Deus nos ajude a estarmos prontos para aquele grande dia.
Autor. pr. Jeorge Vanderman

Luís Carlos Fonseca


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