terça-feira, 11 de agosto de 2015

ESBOÇO DE SERMÃO: A Glória de Deus

ESBOÇO DE SERMÃO: A Glória de Deus

Introdução
Preocupado com o futuro de sua missão em conduzir o povo de Israel para a Terra Prometida, Moisés pediu a Deus que lhe mostrasse Sua glória.

Essa foi, certamente, uma das mais emocionantes experiências de toda a Bíblia.

Disse-Lhe o Senhor: “Quando passar a Minha glória, Eu Te porei numa fenda da penha e com a mão Te cobrirei, até que Eu tenha passado” (v. 22).


Por um momento, Moisés teve o alto privilégio de presenciar a majestade dAquele Ser Onipotente e crer que Ele sustentaria Seu povo e Moisés, como líder, até que chegassem à Canaã.

Glória é uma palavra que temos a tendência de achar que compreendemos muito bem. Porém, se alguém nos pedisse uma rápida definição da palavra, poderíamos hesitar um pouco e depois admitir que não sabemos defini-la com objetividade, pelo menos não sem um tempo para pensar. Dado esse tempo, finalmente, poderíamos dizer que ela significa algo muito brilhante e reluzente, ou que significa algo como louvor, ou ainda que relacionamos a palavra à fama e à honra.

I. Definição
O que significa, na verdade, a palavra glória?

Mais especificamente, o que tinham em mente os escritores do Novo Testamento quando escreviam doxa, o termo grego traduzido como “glória”?
a. Para começar, a palavra grega significa “brilho”, “refulgência”, “esplendor”.

Mas também devemos notar que a maioria dos escritores do NT conhecia bem uma palavra semítica cuja versão hebraica era kabod. O significado básico desse termo é “peso”. Tinha conotações parecidas com a expressão “jogar o peso de sua influência”.

Em outras palavras, o termo hebraico kabod tinha o significado de força e solidez, abarcando conotações de valor, reputação e influência – qualidades que atraem a atenção e a admiração
das pessoas.

b) “[...] o Seu poder [de Deus] se exaltará em glória” (Sl 112:9). “[...] e eis que a glória do Senhor apareceu na nuvem” (Êx 16:10).
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos” (Sl 19:1).

II. Glória no Novo Testamento
1. Os escritores cristãos do primeiro século usaram a clássica palavra grega doxa. Contudo, não restrigiram seu uso às formas pelas quais os escritores não cristãos da época empregavam a palavra.

2. Os escritores cristãos acrescentaram novas alternativas de significado para doxa, aplicando à palavra grega muitos dos conceitos hebraicos ligados a kabod.

a) Quando lemos a palavra “glória” no NT, precisamos pensar nela em termos de kabod. Consideremos, portanto, as várias nuances de doxa.

1) Primeiramente, os escritores do NT usaram o termo para descrever “o brilho” ao redor de seres celestiais. Por exemplo, em Lucas 9:29, 32, é usada para descrever a aparência de Cristo e dos dois visitantes celestiais (Moisés e Elias) sobre o monte da
transfiguração.

Podemos ver a mesma descrição no caso dos anjos que cantaram para os pastores quando Cristo nasceu
(Lc 2:9). Os pastores “ficaram tomados de grande temor” quando viram “a glória do Senhor” com a qual se apresentara o anjo.

O apóstolo Paulo usou a ideia de brilho para ilustrar o assunto que estava apresentando: “Uma é a glória do Sol, outra, a glória da Lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor” (1Co 15:41).

2) Em segundo lugar, passagens do NT empregam frequentemente o termo “glória” (doxa) para se referir à qualidade de uma pessoa que desperta a admiração de outras. Relacionado a esse conceito está o sentimento de orgulho dos próprios atributos. Jesus
rejeitou esse sentimento, dizendo a Seus oponentes: “Eu não procuro a Minha própria glória” (Jo 8:50).

3) Em terceiro lugar, levando em conta o significado geral de “glória” no NT, a expressão se tornou sinônimo das palavras louvor e honra, encontradas em alguns cânticos de louvor das Escrituras.
Por exemplo, Lucas 2:14; Romanos 11:36, etc.)

4) Por último, pode ser significativo o pensamento aqui quando ligamos o conceito do NT com a palavra hebraica kabod considerando a experiência que Moisés teve. Quando se encontrou com Deus no Monte Sinai, ele pediu: “Rogo-Te que me mostres
a Tua glória” (Êx 34:18). Moisés desejava saber qual dos atributos de Deus Ele achava que mais despertava a admiração do povo. A resposta de Deus
deve dar a todos nós grande alegria, porque revela que Ele considera Sua grande glória como graça e misericórdia para com os que não as merecem.

Conclusão
A Bíblia diz: “Passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado [...]”
(Êx 34:6, 7).

Portanto, o fato de que o próprio Deus tem prazer em Sua graça e paciência, e considera isso como Sua kabod pessoal, é uma notícia maravilhosa para
todos nós. Evidentemente, essa foi a Sua glória especial, tanto no tempo do Antigo quanto do Novo Testamento.

Essa ainda é Sua atitude para comigo, com você, e para com todos os indignos, porém, carentes seres humanos.
Autor: Richard L. Litke – Oferecido por Deto de Comunicação da Associação Paulista Sudoeste


Luís Carlos Fonseca

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