ESBOÇO DE SERMÃO: A Glória de Deus
Introdução
Preocupado com o futuro de sua missão em conduzir o povo de
Israel para a Terra Prometida, Moisés pediu a Deus que lhe mostrasse Sua
glória.
Essa foi, certamente, uma das mais emocionantes experiências
de toda a Bíblia.
Disse-Lhe o Senhor: “Quando passar a Minha glória, Eu Te
porei numa fenda da penha e com a mão Te cobrirei, até que Eu tenha passado”
(v. 22).
Por um momento, Moisés teve o alto privilégio de presenciar
a majestade dAquele Ser Onipotente e crer que Ele sustentaria Seu povo e
Moisés, como líder, até que chegassem à Canaã.
Glória é uma palavra que temos a tendência de achar que
compreendemos muito bem. Porém, se alguém nos pedisse uma rápida definição da
palavra, poderíamos hesitar um pouco e depois admitir que não sabemos defini-la
com objetividade, pelo menos não sem um tempo para pensar. Dado esse tempo,
finalmente, poderíamos dizer que ela significa algo muito brilhante e
reluzente, ou que significa algo como louvor, ou ainda que relacionamos a
palavra à fama e à honra.
I. Definição
O que significa, na verdade, a palavra glória?
Mais especificamente, o que tinham em mente os escritores do
Novo Testamento quando escreviam doxa, o termo grego traduzido como “glória”?
a. Para começar, a palavra grega significa “brilho”,
“refulgência”, “esplendor”.
Mas também devemos notar que a maioria dos escritores do NT
conhecia bem uma palavra semítica cuja versão hebraica era kabod. O significado
básico desse termo é “peso”. Tinha conotações parecidas com a expressão “jogar
o peso de sua influência”.
Em outras palavras, o termo hebraico kabod tinha o
significado de força e solidez, abarcando conotações de valor, reputação e
influência – qualidades que atraem a atenção e a admiração
das pessoas.
b) “[...] o Seu poder [de Deus] se exaltará em glória” (Sl
112:9). “[...] e eis que a glória do Senhor apareceu na nuvem” (Êx 16:10).
“Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia
as obras das Suas mãos” (Sl 19:1).
II. Glória no Novo Testamento
1. Os escritores cristãos do primeiro século usaram a
clássica palavra grega doxa. Contudo, não restrigiram seu uso às formas pelas
quais os escritores não cristãos da época empregavam a palavra.
2. Os escritores cristãos acrescentaram novas alternativas
de significado para doxa, aplicando à palavra grega muitos dos conceitos
hebraicos ligados a kabod.
a) Quando lemos a palavra “glória” no NT, precisamos pensar
nela em termos de kabod. Consideremos, portanto, as várias nuances de doxa.
1) Primeiramente, os escritores do NT usaram o termo para
descrever “o brilho” ao redor de seres celestiais. Por exemplo, em Lucas 9:29,
32, é usada para descrever a aparência de Cristo e dos dois visitantes
celestiais (Moisés e Elias) sobre o monte da
transfiguração.
Podemos ver a mesma descrição no caso dos anjos que cantaram
para os pastores quando Cristo nasceu
(Lc 2:9). Os pastores “ficaram tomados de grande temor”
quando viram “a glória do Senhor” com a qual se apresentara o anjo.
O apóstolo Paulo usou a ideia de brilho para ilustrar o
assunto que estava apresentando: “Uma é a glória do Sol, outra, a glória da
Lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças
de esplendor” (1Co 15:41).
2) Em segundo lugar, passagens do NT empregam frequentemente
o termo “glória” (doxa) para se referir à qualidade de uma pessoa que desperta
a admiração de outras. Relacionado a esse conceito está o sentimento de orgulho
dos próprios atributos. Jesus
rejeitou esse sentimento, dizendo a Seus oponentes: “Eu não
procuro a Minha própria glória” (Jo 8:50).
3) Em terceiro lugar, levando em conta o significado geral
de “glória” no NT, a expressão se tornou sinônimo das palavras louvor e honra,
encontradas em alguns cânticos de louvor das Escrituras.
Por exemplo, Lucas 2:14; Romanos 11:36, etc.)
4) Por último, pode ser significativo o pensamento aqui
quando ligamos o conceito do NT com a palavra hebraica kabod considerando a
experiência que Moisés teve. Quando se encontrou com Deus no Monte Sinai, ele
pediu: “Rogo-Te que me mostres
a Tua glória” (Êx 34:18). Moisés desejava saber qual dos
atributos de Deus Ele achava que mais despertava a admiração do povo. A
resposta de Deus
deve dar a todos nós grande alegria, porque revela que Ele
considera Sua grande glória como graça e misericórdia para com os que não as
merecem.
Conclusão
A Bíblia diz: “Passando o Senhor por diante dele, clamou:
Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e
fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade,
a transgressão e o pecado [...]”
(Êx 34:6, 7).
Portanto, o fato de que o próprio Deus tem prazer em Sua
graça e paciência, e considera isso como Sua kabod pessoal, é uma notícia
maravilhosa para
todos nós. Evidentemente, essa foi a Sua glória especial,
tanto no tempo do Antigo quanto do Novo Testamento.
Essa ainda é Sua atitude para comigo, com você, e para com
todos os indignos, porém, carentes seres humanos.
Autor: Richard L. Litke – Oferecido por Deto de Comunicação
da Associação Paulista Sudoeste
Luís Carlos Fonseca
Muito lindo e edificante esse esboço.
ResponderEliminarUauuu
ResponderEliminarExcelente estudo
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