COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 11 (4º trimestre de 2016) A PARTIR DO
REDEMOINHO
VERSO ÁUREO: “Onde estavas tu, quando eu fundava a terra?
Faze-mo saber, se tens inteligência.” Jó 38:4
INTRODUÇÃO (sábado 3 de dezembro) – Até aqui estudamos as
intervenções de Jó e seus amigos em relação ao sofrimento humano. A lição de
hoje aborda a resposta que o Senhor Deus deu ao patriarca, e isso é muito
importante para a composição do tema “sofrimento humano”. Isso dá-nos uma
garantia de que Deus não é indiferente ao que se passa no planeta em pecados e
conosco, tanto no nível individual,
familiar e como sociedade.
Deus manifestou-Se através de um redemoinho e começou a
falar à Jó. Quando Deus fala, todos ficam calados. Deus quando apareceu a Jó, não o fez para defender Jó ou seus amigos. Como Criador dos céus e da terra,
Deus tem respostas que surpreende Seus filhos. Jó tinha expressado frequentemente
o desejo de falar com Deus e o seu anseio foi satisfeito, mas os contornos da
conversa não foi exatamente o que Jó imaginava que seria.
Deus interrogou Jó a respeito do conhecimento que ele tinha
sobre a criação. Ver Jó 38:4-7. A maioria das perguntas feitas por Deus foram
para mostrar a Jó as Suas limitações como criatura! Ele interrogou Jó sobre a
origem e o conteúdo do mar. Ver Jó 38: 8-11. Deus descreveu seu começo usando a
figura de um nascimento. Neste capítulo inteiro, o Deus usou linguagem
figurativa para falar sobre várias forças da natureza. A descrição sobre a
natureza não tinha o objetivo de ser um tratado científico do assunto, mas
apenas para mostrar que Deus estava acima de tudo, e inclusive do sofrimento. O
mar é muito poderoso e ainda Deus afirma que é Ele traça os seus limites.
Deus perguntou à Jó se ele era o responsável pela aurora de
um novo dia. Ver Jó 38:12-15. E, Deus fez outras perguntas à Jó. Deus retratou a
terra como um vestuário cujas bordas são agarradas pela aurora e os ímpios são
sacudidos dele, ver verso 13. Jó também foi indagado se ele tinha algum
conhecimento das profundezas da terra; se tivesse, ele foi encorajado a falar.
Ver vs 16-18. Deus quis saber o que Jó conhecia a respeito das moradas da luz e
das trevas. Ver vs. 19-21. Na verdade percebemos, quando chegamos ao fim do
livro, a principal mensagem de Jó pode ser resumida na simples afirmação: Deus
é Deus, e o homem é homem.
Deus precisou de 5 capítulos para responder a Jó. Ver
capítulos 38 a 42. Mas Deus não respondeu às perguntas e dúvidas de Jó e seus
amigos. Deus respondeu como achou que devia responder. A resposta do Senhor pode ser resumida em
dois pontos principais:
1) Deus é Deus, e o homem é homem. Ele usa uma série de
ilustrações para mostrar que Deus não precisa Se justificar para o homem, e que
o homem é totalmente incapaz de compreender as grandezas de Deus. A questão do
sofrimento envolve fé em Deus. Jó e seus amigos precisavam confiar em Deus e não
julgar os atos de Deus.
2) As pessoas que ensinam um vínculo direto entre
prosperidade material e fidelidade a Deus estão distorcendo a Palavra de Deus e
falando mentiras sobre Deus. Veja este
texto: “Sucedeu que, acabando o Senhor de falar a Jó aquelas palavras, o
Senhor disse a Elifaz, o temanita: A minha ira se acendeu contra ti, e contra
os teus dois amigos, porque não falastes de mim o que era reto, como o meu
servo Jó.” Jó 42:7. Aqui, Deus repreendeu fortemente os amigos de Jó por
acreditarem na teologia da prosperidade. O que ele diria para os pregadores de
hoje que difundem as mesmas mentiras? No final, Deus devolveu à Jó sua saúde e
prosperidade, e Jó teve motivos para sorrir novamente. Jó é um livro importante
para ajudar-nos a entender e aceitar as nossas limitações diante de um Deus
glorioso.
Jesus traduziu à
humanidade a grandeza de Deus: “Cristo pôs de lado Sua vestimenta real e
Sua majestosa coroa, para que pudesse associar-Se à humanidade e mostrar que os
seres humanos podem ser perfeitos. Revestindo-Se de misericórdia Ele levou em
nosso mundo uma vida perfeita para demonstrar-nos Seu amor. Efetuou aquilo que
tornaria impossível a descrença nEle. De Sua elevada posição nas cortes
celestiais Ele condescendeu em assumir a natureza humana. Sua vida constitui um
exemplo do que pode ser a nossa vida. A fim de que nenhuma apreensão da
grandeza de Deus se introduzisse para destruir nossa crença no amor de Deus,
Cristo tornou-Se um homem de dores e que sabe o que é padecer. O coração
humano, entregue a Ele, tornar-se-á uma harpa sagrada, emitindo música sacra.” Carta
365, 1904. Este Dia com Deus, 281.
DOMINGO (4 de dezembro) A PARTIR DO REDEMOINHO – Este é o texto para hoje: “Depois disto
o Senhor respondeu a Jó de um redemoinho, dizendo” Jó 38:1. Há tantas maneiras
que o Senhor poderia ter aparecido teofanicamente à Jó, mas escolheu, para
aquele momento especial, justamente um redemoinho. No decorrer deste trimestre
vimos os discursos de Jó, de seus 4 amigos e agora fechando esta parte, veremos
as respostas de Deus. Deus apareceu através de um redemoinho porque Ele nunca
foi visto por pessoas, a não através de Jesus Cristo.
Redemoinhos são intervenções que varrem literalmente pessoas
e coisas, quando o redemoinho é forte é convertido em um tornado, e dependendo
da força do vento, pode ser devastador. Viver a um redemoinho, significa ser
moído literalmente e ver a vida ir pelos ares. Foi exatamente isso que
aconteceu com Jó. Em pouco tempo ele teve sua vida acometida pelo mal, perdendo
tudo que tinha: família, saúde, amigos e honras. Um redemoinho varreu-lhe a
felicidade, a agora Deus apareceu para ele através de um fenómeno natural desses!
Só Deus mesmo pode manifestar-Se assim!
A história de Jó é um reflexo da sua vida e mostra porque
muitos de nós padecemos adversidades. É difícil para nós decifrarmos os
desígnios de Deus quando os problemas aparecem na nossa vida, especialmente nos
momentos em que a dor é tão intensa e a alma geme, faltando palavras e forças
para sorrir e manter-se em pé. Quando não entendemos nada daquilo que
acontece conosoco, Deus age, pois somos convidados a aceitar Deus pela fé. Quem
intercedeu por Jó? Nenhum de seus amigos e nem sua mulher. Veja que quando as
esperanças humanas falham, Deus age: “Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este
orava pelos seus amigos e o Senhor deu-lhe o dobro de tudo quanto antes
possuía” Jó 42:10.
Jó teve que aprender a não se defender e sim a confiar mais
em Deus que é soberano, fiel e cujos
caminhos não podem ser sondados, mas a quem se deve respeitar e confiar. A
conversa entre Deus e Jó pode ser resumida da seguinte forma: 1). O primeiro
discurso de Deus. Jó 38:1- 40:2. 2). A humildade de Jó. Jó 40:3-5. 3) O segundo
discurso de Deus. Jó 40 e 41. 4) O arrependimento de Jó. Jó 42:1-6.
É curioso que nem Jó, nem os seus amigos foram capazes de
dar explicações corretas sobre o sofrimento de Jó, por isso que não tinham nem
respostas, nem sabiam quais seriam as perguntas certas a se fazer naqueles
momentos. Deus também não respondeu nada das dúvidas de Jó, nem deu explicações
para o seu sofrimento ou para a sua situação, antes fez muitas perguntas à Jó, que não sabia responder. Jó ficou totalmente mudo, sem palavras! Coitado!
Isso deve ajudar-nos também a confiarmos em Deus nos
momentos difíceis. A primeira coisa que Deus fez foi perguntar quem é o
atrevido a falar palavras sem conhecimento. Deus Se referia a Eliú, pois
tinha sido o último a falar. Mas, Elifaz; Bildade, Zofar e Jó não sabiam o que
falavam sobre o sofrimento. Deus desafiou Jó a ensiná-lo. Mas, isso seria
possível? Essas eram perguntas de retórica que Deus usou, pois era impossível
Jó ensinar qualquer coisa a Deus. A ironia aqui não se trata de sarcasmo, antes
um lembrete amoroso de que Deus é o Criador e nós, simples criaturas!
Só no capítulo 38 Deus colocou 32 interrogações sem que Jó soubesse responder a uma delas sequer. Era como se Deus estivesse dizendo que
Jó não tinha condições de entender ainda que Deus lhe explicasse todas elas,
portanto o melhor que poderia fazer era confiar.
Como você reage ao
aparente silêncio de Deus diante das dificuldade que passa?
SEGUNDA-FEIRA (5 de dezembro) A PERGUNTA DE DEUS – Este é o texto principal para o estudo de
hoje: “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?”
Jó 38:2. Esta pergunta de Deus refere-se a Eliú, mas que os demais amigos de Jó
partilhavam dos mesmos pensamentos. As perguntas de Deus não é porque Ele não
tem respostas e sim porque Ele é um grande Mestre. As perguntas fazem-nos pensar
em respostas equilibradas que venham nos favorecer.
Deus sabe e conhece todas as coisas. Onisciência é o termo
usado pelos teólogos para designar uma pessoa que sabe tudo; no caso, Deus. Ele
sabe até o que estamos pensando. Veja Ezequiel 11:5 e Lucas 5:21-22. Deus sabe
todas as coisas que vão acontecer. Ele sabe tudo que poderia acontecer debaixo
de qualquer conjunto de circunstâncias. Veja I Samuel 23:10-12 e II Reis 8:10. Deus não pode criar um plano
mal ou falhar em trazer os Seus propósitos e promessas às suas conclusões, porque Ele sabe todas as coisas. A onisciência de Deus sustenta a Sua
sabedoria. Deus usou de retórica quando fez tantas perguntas à Jó e mostrou que
Jó devia simplesmente confiar em Deus.
A sabedoria de Deus é infinitamente superior à sabedoria
humana. E as perguntas de Deus à Jó tinham o propósito de mostrar essa
realidade. Veja estes textos:
“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos
caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais
altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos
caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.”
Isaías 55:8,9
“Ninguém se engane a si mesmo. Se alguém dentre vós se tem
por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste
mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua
própria astúcia. E outra vez: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios, que são
vãos.” I Coríntios 3:18-20.
Como os seguintes textos mostram os propósitos de Deus em
Suas perguntas? Quando Deus pergunta Ele já não sabe a resposta? “E Deus disse:
Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não
comesses?” Gênesis 3:11
“E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele
disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” Gênesis 4:9.
“E ali entrou numa caverna e passou ali a noite; e eis que a
palavra do Senhor veio a ele, e lhe disse: Que fazes aqui Elias?” I Reis 19:9.
“E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo,
Saulo, por que me persegues?” Atos 9:4.
“E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe,
interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do
homem?” Mateus 16:13.
Caso Deus lhe
perguntasse porque a sua vida está como está, o que lhe responderia?
TERÇA-FEIRA (6 de dezembro) O SENHOR COMO CRIADOR – Louis
Pasteur, químico francês, reconheceu que acreditava em Deus. Como ele, muitos
grandes cientistas modernos têm admitido crer na existência de um supremo e
inteligente Criador. A. C. Morrison, em seu livro; "O Homem Não Está Só", disse o
seguinte: “Pela inquebrantável lei da matemática podemos provar que nosso
universo foi idealizado e criado por uma grande inteligência de engenharia”.
Nós, crentes, por acreditarmos e conheceremos Deus, as vezes
queremos encontrar respostas para todas as perguntas, mas, a lição de hoje
mostra que isso não é possível. Jó, quando desejou obter repostas de Deus, acabou
por receber muitas perguntas de Deus. O Criador mostrou Sua grandeza à Jó comparada com a sua
pequenez. A segunda pergunta de Deus à Jó foi essa: “Onde estavas tu, quando eu
fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.” Jó 38:4.
Veja outras perguntas que Deus fez à Jó para enaltecer os
seus atos da criação.
Atos de Deus no céu:
“Ou poderás tu ajuntar as delícias do Sete-Estrelo ou soltar os cordéis do
Órion? Ou produzir as constelações a seu tempo, e guiar a Ursa com seus filhos?
Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes estabelecer o domínio deles sobre a
terra? Ou podes levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das
águas te cubra? Ou mandarás aos raios para que saiam, e te digam: Eis-nos
aqui?” Jó 38:31-35.
Atos de Deus na terra: “Porventura caçarás tu presa para a leoa, ou
saciarás a fome dos filhos dos leões, quando se agacham nos covis, e estão à
espreita nas covas? Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus
filhotes gritam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?” Jó
38:39-41.
Claro que Jó não estava presente nestes atos e não sabia
responder nada a Deus. O patriarca não sabia muitas coisas sobre a criação, a
não ser a criação que contemplava. O livro do Gênesis afirma que o homem é um
ser criado à imagem e semelhança de Deus: “Então disse Deus: Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança … Criou Deus o homem à sua imagem, à
imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Gên 1:26-27. O homem é uma criatura.
Há uma diferença grandiosa entre Deus, como Criador, e o homem, como criatura. O
homem é barro e mais o sopro divino e é mortal. Deus é Criador; eterno e
imortal. Deus quis mostrar à Jó que o homem é um ser dependente de Deus e que
sem Deus, não haveria humanidade!
O cristão deve aceitar a ciência verdadeira, mas deve
rejeitar os cientistas que enaltecem a sabedoria humana acima de Deus e que
apoiam a teoria do big bang e a evolução das espécies. Grande parte da ciência apoia a existência da
obra de Deus. Salmo 19:1 menciona: “Os céus declaram a glória de Deus e o
firmamento anuncia a obra das suas mãos.” A assombrosa complexidade da
reprodução do DNA, as complexas leis da física, a absoluta harmonia das
condições e química aqui na terra e a harmonia dos astros, tudo isso serve de prova à mensagem da
Bíblia e a existência de Deus Criador de todas as coisas. E, em perguntas de
retórica, Deus fez Jó pensar na grandeza da criação vinda de Suas mãos. Os
cientistas mais racionais, mesmo aqueles que se recusam a crer em Deus, admitem
que há um grande vazio em nosso entendimento acerca do universo. A ciência
existe para ser uma disciplina verdadeiramente neutra, que busca somente a
verdade. E Deus sempre teve a intenção de que o procurássemos através da fé, e
não através da lógica. E foi isso que Deus ensinou Jó sobre o sofrimento e a
dor.
Através dos séculos, a humanidade tem tentado decifrar os
segredos escondidos no universo, e se empenhado em explicar como é que veio a
existir Quem criou todas as coisas?
Felizes são aqueles que, pela fé baseada na razão, crêem na veracidade do
testemunho indicado no primeiro versículo da Bíblia que diz: “No princípio criou
Deus os céus e a terra." Gên. 1:1. Jó
não tinha dúvidas de que o mundo tinha sido criado por Deus, mas precisou
aprender, a duras penas, que para o seu sofrimento não tinha respostas
aparentes. Tanto Jó como nós temos a garantia e a certeza de que o Deus Criador
fica ao nosso lado nos momentos bons e menos bons, e sabemos que depois da
tempestade vem a calmaria. Amém?
Como podemos confiar
no Deus Criador, mesmo não sabendo muito bem porque passamos pelo sofrimento e
dor?
QUARTA-FEIRA (7 de dezembro) A SABEDORIA DOS SÁBIOS - No
capítulo 39 de Jó encontramos diversas outras perguntas que a sabedoria humana
não pode responder. Estas perguntas têm a ver com as maravilhas exibidas por
certos animais e aves. O capítulo começa com estas perguntas: “Sabes tu o tempo
em que as cabras montesas têm filhos, ou observastes as cervas quando dão as suas
crias? Contarás os meses que cumprem, ou sabes o tempo do seu parto? Quando se
encurvam, produzem seus filhos, e lançam de si as suas dores. Seus filhos
enrijam, crescem com o trigo; saem, e nunca mais tornam para elas”. Jó 39:1.4
Não há dúvidas de que a ciência e a filosofia muito contribuem
para com o bem-estar da humanidade. Deus disse que nos últimos dias a ciência
iria se multiplicar. Ver Daniel 12:4. A
Era Moderna, com os pensamentos filosóficos, ajudou o mundo a ter outras
concepções e valores relacionados com a higiene, saúde, liberdade de pensamento
e e desenvolvimento da ciência, como um todo. Mas, por outro lado, esse
conhecimento todo tem distanciado as pessoas de Deus que é a fonte da
verdadeira sabedoria.
A loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a
fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Ver I Coríntios 1:25. O
discurso de Paulo em Atenas está relatado em Atos 17:16-34 e é um dos primeiros
textos em que se trata diretamente da relação entre gregos e cristãos. Os
gregos tinham a fama de serem sábios e o discurso de Paulo, no areópago, representa o primeiro encontro entre filosofia e fé cristã. Atenas era a sede
mundial da cultura e filosofia grega; mas era também o ponto central da
superstição e idolatria. É muito interessante observar que o apóstolo não tinha
pressa de começar seu trabalho nesse lugar. Ele concedeu tempo à reflexão.
Os gregos eram entendidos em sabedoria humana mas eram
ignorantes no conhecimento de Deus, tanto é que Paulo não teve sucesso na
pregação em Atenas. Veja como o seguinte texto confirma isso: “Porque a palavra
da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o
poder de Deus.” I Coríntios 1:18. E, Deus deixou claro que a sabedoria humana depende de Deus…veja o texto: “Porque está escrito:
Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos
inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor
deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo? Visto
como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria,
aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Coríntios 1:19-21
O verdadeiro sábio é
aquele que aceita Jesus: “As jóias da verdade acham-se espalhadas sobre o
terreno da revelação; mas têm sido soterradas sob as tradições humanas, sob os
dizeres e mandamentos de homens, e a sabedoria do Céu tem sido virtualmente
passada por alto; pois Satanás tem sido bem-sucedido em fazer com que o
mundo creia que as palavras e realizações humanas são de grande importância. O Senhor
Deus, o Criador do Universo, deu o evangelho ao mundo a um preço infinito. Por
meio deste agente divino, agradáveis e revigorantes caudais de conforto
celestial e consolo permanente têm sido abertos para aqueles que se aproximam
da fonte da vida. Ainda há veios de verdade a serem descobertos; mas as coisas
espirituais se discernem espiritualmente. As mentes obscurecidas pelo mal não
podem apreciar o valor da verdade como é em Jesus.” The Review and Herald, 1 de
Dezembro de 1891. E Recebereis Poder, 103.
“Aqueles que não são conscientes da grandeza de Deus e Sua
onipotência, se intrometerão como grandes e sábios, mas são simplesmente
insignificantes. À vista de Deus são como criancinhas que não podem andar
sozinhas, contudo sentem-se plenamente competentes para tratar dos maiores
problemas. Supõem que se puderem unir-se e consolidar seus talentos, lograrão
grande sucesso. Mas quanto maior for o número unido, maior será o fracasso, a
menos que busquem conhecer e compreender a Deus. Não são números combinados em
uniões que harmonizam o homem com o Céu. Há muitos, muitos mesmo, que,
inexperientes e irracionais, supõem-se suficientemente sábios para fazer tudo
aquilo que desejarem. Para Deus, sua sabedoria é loucura. Eles precisam lembrar
que são somente crianças em sabedoria, e que antes de poderem conhecer-se,
precisam aprender de Deus. Deus é nosso Pai, e Ele ensinará todos que forem a
Ele reconhecendo que sua sabedoria humana é loucura. Ao obterem Sua força, e
fazerem paz com Ele, vivendo por Sua Palavra, Ele unirá Sua força com a
fraqueza deles, Seu conhecimento com sua ignorância, fazendo-os fortes nEle.
Dar-lhes-á o cuidado adequado às suas necessidades. Aqueles que nEle confiam
como seu Mestre não tropeçarão nem cairão. Manuscrito 88, 1902. Olhando Para o Alto, 196
QUINTA-FEIRA (8 de dezembro) ARREPENDENDO-SE NO PÓ E NAS
CINZAS – Se Jó era justo diante de Deus,
do que ele se arrependeu? Este é o final do livro de Jó e já vimos os dois discursos
de Deus que não respondeu a Jó a questão do seu sofrimento. Muitas das
perguntas que Jó e seus amigos fizeram ficaram sem respostas, e agora Jó mostra-se
arrependido, pede perdão e entende que não pode entender ainda que Deus lhes explicasse tudo, conforme desejavam em seus corações. Jó, além de submisso, se
arrependeu, mas não de uma vida pecaminosa, pois Deus mesmo tinha dito que ele
era justo, mas dos momentos em que seus gritos de sofrimento questionaram a
justiça e a bondade de Deus.
Em Jó 42:5 lemos: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas
agora te vêem os meus olhos.” Jó ficou impressionado com a
manifestação de Deus no redemoinho. Sabemos que Jó não viu Deus fisicamente, a
não ser pela manifestação sobrenatural através do redemoinho, pois “homem nenhum verá a minha face e viverá.”
Êxodo 33:20 e 23. Trata-se, pois, de algo mais profundo, pois ele não conseguia
penetrar com seus olhos aquele redemoinho, naquela manifestação teofânica de
Deus ao patriarca.
A lição traz outros dois exemplos de pessoas, que quando viram a
glória de Deus, sentiram-se grandes pecadores. Um é a história da grande pescaria: “E vendo isto Simão Pedro,
prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, ausenta-te de mim, que sou um
homem pecador. Lucas 5:8. O outro
exemplo foi a reação que Isaías teve da visão do trono de Deus: "No ano em
que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e
sublime trono; e a cauda do seu manto enchia o templo. Serafins estavam por
cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas
cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo:
Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua
glória. E os umbrais das portas se moveram à voz do que clamava, e a casa se
encheu de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou
um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os
meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.” Isaías 6:1-5.
Antes da queda de Adão e Eva, nossos pais eram privilegiados
por gozar a companhia e comunhão íntima com Deus. Depois do pecado eles
perderam essa comunicação “face a face”. O pecado faz separação entre nós e o nosso Deus. Ver Isaías 59:2. Hoje podemos nos comunicar com Deus através da Bíblia e da oração, mas sempre com a limitação de não podermos ver Deus com os olhos físicos.
Só há um
caminho possível para você permanecer na presença de Deus; é através da graça
de Deus. Deus pode permanecer no meio de um povo pecador porque Ele é um Deus
que perdoa o pecado.
A reação de Jó, Isaías e Pedro, quando estiveram na presença
de Deus, deve ser a de todos os crentes que tem um íntimo relacionamento com
Deus. Quando nos aproximamos de Deus sentimos a nossa pecaminosidade e somos
levados ao arrependimento. Sempre temos algum pecado para confessar. Mesmo sentindo
como Jó, que sabia que não vivia na prática de pecados, devemos pedir para Deus
mostrar os pecados desconhecidos por nós mesmos. A Bíblia não usa a palavra
inconsciente. Mas “oculto”: Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos
que me são ocultos.” Salmo 19:12. Davi sabia também que os pecados do coração
como; orgulho, cobiça e lascívia o separava de Deus: “Também da soberba guarda
o teu servo, para que se não assenhoreie de mim. Então serei sincero, e ficarei
limpo de grande transgressão.” Salmos 19:13
Aqueles que vivem
longe de Deus podem desenvolver atitudes de um fariseu: “A uns que
confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros,
dirigiu Cristo a parábola do fariseu e do publicano. O fariseu sobe ao templo para
adorar, não porque sente ser pecador necessitado de perdão, mas por julgar-se
justo e esperar obter elogio. Considera sua adoração um ato meritório que o
recomendará a Deus. Simultaneamente dará ao povo uma demonstração elevada de
sua piedade. Esperava assegurar-se o favor de Deus e dos homens. Sua adoração é
motivada pelo interesse próprio. Julga seu caráter, não pelo caráter santo de
Deus, mas pelo caráter de outros homens. Seu espírito desvia-se de Deus para a
humanidade. Este é o segredo de sua satisfação própria. Prossegue enumerando
suas boas ações: “Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto
possuo.” Lucas 18:12. A religião do fariseu não toca a pessoa. Não atenta para
o caráter semelhante ao de Deus, nem para o coração cheio de amor e misericórdia.
Dá-se por contente com uma religião que só se refere à vida exterior. Sua
justiça lhe é própria — é o fruto de suas próprias obras. E é julgada por um
padrão humano. Todo aquele que em si mesmo confia que é justo, desprezará os
demais. Como o fariseu, julga a si próprio por outros homens, julga aos outros
por si. Sua justiça é avaliada pela deles, e quanto piores, tanto mais justo
parece ele. Sua justiça própria leva-o a acusar. “Os demais homens”, condena
ele como transgressores da lei de Deus. Deste modo manifesta o próprio espírito
de Satanás, o acusador dos irmãos. Impossível lhe é neste espírito entrar em
comunhão com Deus. Volta para sua casa destituído da bênção divina.” Parábolas
de Jesus, 74 e 75
SEXTA-FEIRA (9 de dezembro) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 11
(4º trimestre 2016) A PARTIR DO REDEMOINHO – Vimos nas lições anteriores que Jó
e seus amigos dialogaram muito sobre o sofrimento e não chegaram a um acordo sobre o assunto. A
lição desta semana mostrou Deus falando com Jó em dois momentos, e quando Deus
resolveu falar, Ele só fez perguntas à Jó e não respondeu aquilo que o
patriarca desejava saber.
Porque Deus emudece, fica em silêncio e Se esconde de
nós? Isaías tinha a sensação que Deus Se escondia quando disse: “Verdadeiramente
tu és o Deus que te ocultas, o Deus de Israel, o Salvador.” Isaías 45:15.
O Salmista também tinha a mesma sensação de Isaías quando
disse: “Por que estás ao longe, Senhor? Por que te escondes nos tempos de
angústia?” Salmo 10:1. Em algum momento da nossa vida somos levados a
perguntar: Deus, por que isso está acontecendo comigo? Senhor, por que tantas
tribulações e conflitos confundem a minha vida? Você já se sentiu em uma situação
assim? Você já ficou decepcionado com Deus? Por que Deus não responde e parece
estar distante? Com certeza todos nós entendemos bem a angústia de Jó!
É claro que Deus não Se encontra ao alcance de nossa visão
física, Ele Se encontra em oculto, fato esse comum a qualquer ser humano. A
Bíblia nos fornece a certeza de que Deus é um ser espiritual e não o
conseguimos enxergar. Mas Deus resolveu Se revelar ao Ser humano. A experiência
religiosa do ser humano após a queda foi, está sendo e sempre será fundamentada
na fé, confiança e certeza de que Deus existe e apesar de nossa indignidade,
embora não O possamos ver fisicamente, Deus é um Pai amoroso que Se dispôs a
habitar entre nós: "E me farão um santuário, para que eu possa habitar no
meio deles". Exodo 25:8. E temos a maior manifestação do amor Deus enviando Jesus para morrer por nós.
Sabedoria humana
versus sabedoria divina: “Para muitos, as pesquisas científicas se tornaram
uma desgraça. Deus permitiu que uma inundação de luz fosse derramada sobre o
mundo, em descobertas científicas e artísticas; mas mesmo os maiores espíritos,
se não forem guiados pela Palavra de Deus em suas pesquisas,
desencaminhar-se-ão em suas tentativas de investigar as relações entre a
Ciência e a Revelação. O saber humano tanto das coisas materiais como das
espirituais é parcial e imperfeito; portanto, muitos são incapazes de
harmonizar com as declarações das Escrituras suas opiniões sobre a Ciência.
Muitos aceitam meras teorias e especulações como fatos científicos e julgam que
a Palavra de Deus deve ser provada pelos ensinos da “falsamente chamada
ciência.” 1 Timóteo 6:20. O Criador e Suas obras estão além de sua compreensão;
e, por não poderem explicar isto pelas leis naturais, a história bíblica é
considerada indigna de confiança. Os que duvidam da fidedignidade dos relatos
do Antigo e Novo Testamentos, muito amiúde vão um passo além, pondo em dúvida a
existência de Deus e atribuindo à Natureza o poder infinito. Tendo perdido sua
âncora, são deixados a chocar-se contra as rochas da incredulidade. Assim
muitos se desviam da fé, e são seduzidos pelo diabo. Os homens têm-se esforçado
por ser mais sábios do que o seu Criador; a filosofia humana tem tentado
devassar e explicar mistérios que jamais serão revelados por todas as eras
eternas. Se os homens tão-somente pesquisassem e compreendessem o que Deus
tornou conhecido a respeito de Si mesmo e de Seus propósitos, obteriam uma
perspectiva tal da glória, majestade e poder de Jeová, que se compenetrariam de
sua própria pequenez, contentando-se com aquilo que foi revelado para eles
mesmos e seus filhos.” O Grande Conflito, 523
Mesmo Jó não entendendo o seu sofrimento e não obtendo a
resposta de Deus, Ele foi recompensado por Deus. Embora o que aconteceu com Jó
não seja uma garantia de que todos os justos que sofrem terão de volta as
bênçãos nesta vida, Deus assegura que aqueles que permanecerem fiéis, durante
as provações, serão recompensados no mundo Celestial que está por vir. Nem todos
teremos a mesma sorte de Jó, de termos a justiça sendo feita nesta vida, mas,
com certeza, Deus tem um fim maravilhoso para os Seus filhos. Bastar confiar e aguardar! Amém?
Luís Carlos Fonseca
Sem comentários:
Enviar um comentário