segunda-feira, 28 de novembro de 2016

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 13 (4º trimestre de 2016) O CARÁTER DE JÓ

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 13 (4º trimestre de 2016) O CARÁTER DE JÓ

VERSO ÁUREO: Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.” Tiago 2:22

INTRODUÇÃO (sábado 17 de dezembro)Qual é a diferença entre carácter e reputação? Reputação é o que as pessoas dizem a seu respeito ou de alguém. Caráter é aquilo que você verdadeiramente é; a sua essência pessoal. No mundo pós-moderno existe um grande interesse nas pessoas em construir uma reputação. As pessoas querem construir um bom nome e as instituições querem consolidar as suas marcas. Todos procuram criar uma boa imagem de si mesmos, onde sejam exaltadas as suas qualidades, conquistas e prestígio. Mas, muitas vezes a construção do carácter não acontece.

Veja parte de um poema do teólogo William Hersey Davis, com o título: “Reputation and Character” e repare na diferença entre os dois:

“As circunstâncias em que você vive determinam a sua reputação, a verdade em que você acredita determina o seu caráter.
A reputação é o que se supõe que você seja, o caráter é o que você é.
A reputação é a fotografia, o caráter é o rosto.
A reputação vem sobre você de fora, o caráter cresce de dentro.
A reputação é o que você tem quando chega a uma comunidade nova, o caráter é o que você tem quando vai embora.
A sua reputação é conhecida em uma hora, o seu carácter não aparece em um ano.
A reputação é feita em um momento, o caráter é construído em uma vida.
A reputação cresce como um cogumelo; o caráter cresce como um carvalho.
Uma única notícia de jornal dá a sua reputação, uma vida de trabalho dá o seu caráter.
A reputação fará você rico ou pobre, o caráter fará você feliz ou miserável.
A reputação é o que os homens dizem de você junto à sua sepultura; o caráter é o que os anjos dizem de você diante do trono de Deus.”

Jó construiu o seu carácter e não se preocupou com o que os amigos e outras pessoas diziam a seu respeito. Jó não compreendia a razão porque sofria, ele tinha uma íntima comunhão com Deus e esse ponto lhe dava certeza de que não vivia na prática de pecados. Jó expressou raiva pelo que lhe estava acontecendo, ele discutiu com o próprio Deus perguntando a razão do seu sofrimento e mesmo sem entender, ele continuou confiando em Deus e em obediência. Isso é ter caráter.

Nós também somos convidados a construirmos o nosso caráter com a colaboração e bênçãos de Cristo. Somos convidados a parecermos com Jesus. Veja este texto: “Porque aqueles que já tinham sido escolhidos por Deus ele também separou a fim de se tornarem parecidos com o seu Filho. Ele fez isso para que o Filho fosse o primeiro entre muitos irmãos.” Romanos 8:29. Como então podemos construir o carácter? Observando as atitudes de Cristo e imitando-as, como o apóstolo Paulo e outros faziam: “Sigam o meu exemplo como eu sigo o exemplo de Cristo.” I Coríntios 11:1. Temos o Espírito Santo para nos convencer de nossas atitudes pecaminosas, e assim, aperfeiçoar o nosso caráter. Independentemente de nossa reputação atual; somos filhos de Deus, e isso exige um carácter semelhante a Cristo.

“A formação do caráter é obra de uma existência, e é para a eternidade. Se todos pudessem compreender isso, se despertassem para o pensamento de estarmos decidindo individualmente nosso próprio destino para a vida eterna ou a eterna ruína, que mudança se havia de realizar! Quão diversamente havia de ser ocupado este tempo de graça, e que caracteres diferentes encheriam nosso mundo! Na formação do caráter é da máxima importância que cavemos fundo, removendo todo lixo, e construindo na inabalável, na sólida Rocha que é Cristo Jesus. O fundamento firmemente posto, precisamos sabedoria para saber como construir. ... Em Sua lei nos deu Deus um modelo, e é segundo esse modelo que devemos edificar. A lei é a grande norma de justiça. Ela representa o caráter de Deus, e é a prova de nossa lealdade para com Seu governo. Na construção do caráter, a integridade é necessária ao êxito. Importa haver sincero desejo de executar os planos do Construtor-Mestre. As vigas empregadas precisam ser sólidas; nenhuma obra descuidosa, que não seja digna de confiança, pode ser aceita; isso arruinaria o edifício.” The Youth’s Instructor, 19 de Fevereiro de 1903. Nossa Alta Vocação, 80

DOMINGO (18 de dezembro) O HOMEM DE UZ – Veja como os textos de hoje falam sobre o caráter de Jó: “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.” Jó 1:1.

“E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.” Jó 1:8.

O livro de Jó mostra que pessoas fiéis a Deus também sofrem nesta vida. Jó 1:1 define, do ponto de vista de Deus, o caráter de Jó como vimos. O sofrimento entrou no mundo por causa do pecado, ver Gênesis 3, aprendemos em várias passagens bíblicas que a dor e a tristeza atingem as pessoas boas e dedicadas. Jó, um homem íntegro, sofreu muito. Paulo, que foi dedicado a Deus, sofreu muito mais do que a grande maioria dos ímpios, ver II Coríntios 11:23-27. Mesmo quando Paulo pediu à Deus, querendo alívio de algum problema, Deus recusou seu pedido, ver II Coríntios 12:7-9. O próprio Jesus sofreu na carne, ver Hebreus 2:9-10,12. O diabo vê o sofrimento como uma grande oportunidade para derrubar a fé de alguns filhos de Deus. Ele aceitou o desafio de tentar destruir a fé de um dos homens mais fiéis do mundo; Jó.

Deus exaltou algumas qualidades de Jó. Ele era íntegro ou perfeito. O que significa ser perfeito de acordo com este texto? Jó vivia em conformidade com a vontade de Deus, pois tinha alcançado o nível espiritual que Deus esperava dele. Deus sempre nos incentivou a prosseguirmos para a perfeição de caráter, buscando alcançar a obediência plena aos Seus reclamos. E o Espírito Santo nos livra das tentações, mas não nos cabe dizer que somos perfeitos. Jó tinha certeza que não vivia na prática do pecado e isso era ter certeza da salvação, e não dizer que era perfeito. Nós também devemos ter certeza da salvação, caso contrário estaríamos desprezando o amor de Deus em nos perdoar e restaurar. Veja este texto inspirado: “Não podemos dizer ‘estou sem pecado’, antes que este vil corpo seja transformado segundo a semelhança de Seu corpo glorioso.” Ellen G. White, Para Conhecê-lo, 359.

Jó era reto. Isso quer dizer que ele era um bom cidadão. Este segundo ponto está relacionado com a sua reputação. Jó era temente a Deus. Temer a Deus, não é ter medo de Deus! Temer a Deus é respeitar e honrar a Sua pessoa e Palavra. Quando um jovem é temente a Deus, ele guarda os mandamentos de Deus e procura fazer toda a vontade de Deus. É interessante que as pessoas que temem a Deus são sábias: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo a prudência.” Provérbios 9:10.

“Enganosa é a beleza e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa sim será louvada.” Provérbios 31:30.

Jó afastava-se do mal. Jó levava Deus e sério e desviava-se do mal, ele não brincava com o pecado e não fingia que servia a Deus. A palavra de Deus menciona que temos que fugir do pecado que tão de perto nos assedia. Temos o exemplo de José, que para não cometer adultério fugiu da mulher de Potifar: “Porém ele recusou, e disse à mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão tudo o que tem. Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?” Gênesis 39:8,9.

“A abnegação, que é o princípio do reino de Deus, é o princípio que Satanás odeia; ele nega até a existência do mesmo. Desde o início do grande conflito tem-se ele esforçado por provar que os princípios pelos quais Deus age são egoístas, e da mesma maneira ele considera a todos os que servem a Deus. A obra de Cristo e a de todos os que adotam o Seu nome, tem por fim refutar esta pretensão de Satanás. Foi para dar com Sua própria vida um exemplo de abnegação, que Jesus veio em forma humana. Todos os que aceitam este princípio devem ser coobreiros Seus e demonstrar na vida prática esse princípio. Escolher o que é reto porque é reto, estar pela verdade ainda que isto importe no sofrimento e sacrifício — “esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que vem de Mim, diz o Senhor”. Isaías 54:17. Muito cedo na história deste mundo, apresenta-se-nos o relato da vida de alguém, sobre o qual se desencadeou essa guerra de Satanás. A respeito de Jó, o patriarca de Uz, o testemunho dAquele que pesquisa os corações, foi: “Ninguém há na Terra semelhante a ele, homem sincero e reto, temente a Deus, e desviando-se do mal.” Educação, 154 e 155

SEGUNDA-FEIRA (19 de dezembro) PASSOS LAVADOS EM MANTEIGA – O título de hoje é curioso e reflete a declaração de Jó, de como ele vivia antes da calamidade o assolar. Ele disse: Quando lavava os meus passos na manteiga, e da rocha me corriam ribeiros de azeite.” Jó 29:6.
Jó era muito rico, vivia muito bem e sabia disso. A lição de hoje dá ênfase à lembrança de Jó, dos seus dias maravilhosos antes da calamidade o assolar e a sua família. A Bíblia mostra que Jó, sendo muito rico, sempre pensou no próximo. Ele distribuía a sua renda de forma que as viúvas e órfãos eram atendidos em suas necessidades e ele era muito respeitado por todos. 

Vamos ver alguns textos: “Os moços me viam, e se escondiam, e até os idosos se levantavam e se punham em pé, os príncipes continham as suas palavras, e punham a mão sobre a sua boca; a voz dos nobres se calava, e a sua língua apegava-se ao seu paladar.” Jó 29:8-10.

“Porque eu livrava o miserável, que clamava, como também o órfão que não tinha quem o socorresse. A bênção do que ia perecendo vinha sobre mim, e eu fazia que rejubilasse o coração da viúva.” Jó 29:12,13.

“Eu me fazia de olhos para o cego, e de pés para o coxo. Dos necessitados era pai, e as causas de que eu não tinha conhecimento inquiria com diligência.” Jó 29:15,16.

Jó praticava as boas obras em favor da humanidade sofredora e ele se tornou um símbolo de Cristo que levou uma vida de pleno serviço em favor da humanidade. Ver Mateus 25:31-46. E como Jó era dedicado às necessidades dos outros, Deus o recompensava com recursos e riquezas. Ele disse: “A bênção do que ia perecendo vinha sobre mim, e eu fazia que rejubilasse o coração da viúva.” Jó 29:13. Jesus disse: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.” Mateus 5:7. Exercer misericórdia significa lançar o coração na miséria do outro e estar pronto em qualquer tempo para aliviar a sua dor. A palavra hebraica para misericórdia é chesed: encontramos em, Barclay Mateus, 112. A seguinte definição: “Misericórdia é a capacidade de entrar em outra pessoa até que praticamente podemos ver com os seus olhos, pensar com sua mente e sentir com o seu coração. É mais do que sentir piedade por alguém.” Jó era assim! Ele tinha “os pés lavados em manteiga”, sinal de riqueza, mas ele distribuía os seus bens aos necessitados.

Jesus foi o maior exemplo de quem praticou a misericórdia. Ele curou os doentes, recebeu as crianças, alimentou os famintos, foi amigo dos pecadores, tocou os leprosos. Etc… Paulo disse que exercer misericórdia com os necessitados é uma graça que Deus nos dá em vez de um favor que praticamos. Ver II Co 8:1-5. Qual é o seu nível de participação em aliviar o sofrimento das pessoas?

“Há duas classes de pobres as quais temos sempre dentro de nosso alcance: os que se arruínam a si mesmos por sua própria conduta independente e prosseguem em sua transgressão e os que, por amor à verdade, têm sido levados a uma situação de angústia. Devemos amar a nosso próximo como a nós mesmos, e assim por ambas essas classes devemos adotar o procedimento certo sob a orientação e conselho de sã sabedoria.” Beneficência Social, 178

“Onde quer que uma igreja seja estabelecida devem os seus membros fazer fiel trabalho pelos crentes necessitados. Mas não devem parar aqui. Devem ajudar também os outros, sem referência de sua fé. Como resultado de tal esforço alguns receberão as verdades especiais para este tempo.” Beneficência Social, 180

“Os necessitados e pobres devem ser cuidados. Não devem ser negligenciados, seja qual for o preço do sacrifício para nós. Youth"s Instructor, 26 de agosto de 1897. B. Social, 182.

TERÇA-FEIRA (20 de dezembro) CORAÇÃO E OLHOSO tema de hoje está relatado no seguinte texto: “Se os meus passos se desviaram do caminho, e se o meu coração segue os meus olhos, e se às minhas mãos se apegou qualquer coisa.” Jó 31:7. Jó tinha sido acusado pelos amigos de ser um grande pecador. Mas ele fez declarações incríveis, que muito contribui para o nosso crescimento espiritual e entendimento do pecado.  

No capítulo 31 Jó quer tratar de sua inocência. Ele disse que tinha feito um pacto com os olhos, de não olhar com cobiça para moças: “Fiz aliança com os meus olhos; como, pois, os fixaria numa virgem?” Jó 31:1. Este texto é suficientemente claro e dispensa qualquer pesquisa adicional mostrando que Jó não permitia que seus olhos se demorassem sobre o que lhe pudesse sugerir pensamentos que turbassem sua comunhão com Deus, mantendo seus desejos sob domínio do Espírito Santo. Jó guardou as janelas da alma, que são os olhos, para não pecar contra Deus e disse que não seria abençoado se não vigiasse os olhos: “Que porção teria eu do Deus lá de cima, ou que herança do Todo-Poderoso desde as alturas?” Jó 31:2. Jó sabia que o pecado da cobiça é tão grave como o ato propriamente dito.

Jó sabia que é “de dentro, do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura.” Mc 7:21 e 22. Este princípio é fundamental para entendermos o problema do pecado. O pecado é classificado em uma condição do coração e em atos. O pecado é uma condição humana de alienação de Deus e um princípio interior propulsor para o mal. Ver  Isaías 59:2; Efésios 2:1-3 e 5. Esse princípio se manifesta exteriormente através de atos pecaminosos. Tanto o pecado como condição ou ato são iguais aos olhos de Deus. Antes do pecado ser uma transgressão da lei; ver I João 3:4, ele é uma condição do nosso coração. Ver Salmo 55:1.

Embora todos os pecados sejam ofensivos a Deus, existem pecados do pensamento que não trazem repercussões exteriores graves. Por exemplo: não podemos afirmar que o pecado de alguém que teve apenas um desejo pecaminoso acariciado, seja tão ofensivo a Deus como o pecado premeditado de Davi com Bate-Seba e Urias. Ver II Samuel 11. A despeito dos pecados serem distintos entre si, todos eles refletem a mesma essência maligna; a alienação de Deus. Jó sabia da sua real comunhão com Deus, por isso, pôde dizer várias vezes que estava sem pecados.

Devido a comunhão que Jó tinha com Deus isso lhe dava base para dizer coisas interessantes. coisas essas que hoje não precisamos e nem devemos falar, pois temos o cânon Bíblico completo que nos orienta a sermos humildes perante Deus e a não ostentarmos a nossa santidade. Pois são as pessoas que percebem em nós o nosso caráter. Devemos ter certeza da salvação, isso sim. E ter a certeza da salvação é acreditar no perdão de Deus. É simples!

A partir de Jó 31:5, por quase quinze vezes, Jó diz mais ou menos isso: “Se for encontrado em mim algum pecado ou mal comportamento, que se abata sobre mim uma maldição.” Ele defendeu sua integridade e diz que as acusações de ser falso e enganador, como os amigos repetidamente o acusavam não tinham fundamento e invoca ao próprio Deus que o avalie imparcialmente: “Pese-me em balanças fiéis, e saberá Deus a minha sinceridade.”Jó 31:6.

Em Jó 31:13-15 Jó declara estar justo diante de Deus em relação ao atendimento aos pobres. Jó acreditava na igualdade de todos os seres humanos. Jó sabia perfeitamente que Deus nos criou todos iguais e todos tem os mesmos direitos debaixo do sol. Jó estava muito na frente das pessoas dos seus dias e dos nossos dias também, não tenho dúvidas. Ele disse: “Se desprezei o direito do meu servo ou da minha serva, quando eles contendiam comigo; então que faria eu quando Deus se levantasse? E, inquirindo a causa, que lhe responderia? Aquele que me formou no ventre não o fez também a ele? Ou não nos formou do mesmo modo na madre?” Jó 31:13-15.

“Como pode alguém ser considerado justo diante de Deus? Como pode o pecador ser justificado? Somente por meio de Cristo podemos ter harmonia com Deus e com a santidade; mas como chegar a Cristo? Muitos fazem a mesma pergunta que outros fizeram no dia do Pentecostes, quando, convencidos do pecado, exclamaram: “Que faremos?” A primeira palavra da resposta dada por Pedro foi: “Arrependei-vos”. Atos 2:37, 38. Em outra ocasião, logo depois disso, ele disse: “Arrependei-vos [...] para serem cancelados os vossos pecados”. Atos 3:19. O arrependimento inclui a tristeza pelo pecado e o afastamento dele. Não abandonaremos o pecado enquanto não reconhecermos quão perigoso ele é. E enquanto não nos afastarmos sinceramente do pecado não haverá mudança real em nossa vida. Muitas pessoas não compreendem a verdadeira natureza do arrependimento. Lamentam seus pecados e até procuram fazer alguma mudança na sua forma de viver por medo de que seus erros lhes causem maiores sofrimentos. Mas isso não é arrependimento, no sentido bíblico. Essas pessoas querem evitar o sofrimento, mas não o próprio pecado.” Caminho a Cristo, 17.

QUARTA-FEIRA (21 de dezembro) UMA CASA NA ROCHAEste é o texto principal para hoje: “Se no ouro pus a minha esperança, ou disse ao ouro fino: Tu és a minha confiança; se me alegrei de que era muita a minha riqueza, e de que a minha mão tinha alcançado muito; se olhei para o sol, quando resplandecia, ou para a lua, caminhando gloriosa. E o meu coração se deixou enganar em oculto, e a minha boca beijou a minha mão, também isto seria delito à punição de juízes; pois assim negaria a Deus que está lá em cima. Se me alegrei da desgraça do que me tem ódio, e se exultei quando o mal o atingiu (também não deixei pecar a minha boca, desejando a sua morte com maldição; se a gente da minha tenda não disse: Ah! quem nos dará da sua carne? Nunca nos fartaríamos dela. O estrangeiro não passava a noite na rua; as minhas portas abria ao viandante. Se, como Adão, encobri as minhas transgressões, ocultando o meu delito no meu seio; porque eu temia a grande multidão, e o desprezo das famílias me apavorava, e eu me calei, e não saí da porta.” Jó 31:24-34.

As declarações acima, mostram que Deus tinha razão para dizer que Jó era justo e reto. Jó viveu claramente a sua fé, e as suas obras revelaram a sua fé e comunhão que tinha com Deus. Com isso Jó tornou-se muito duro em suas reivindicações. Ele disse: “Por que razão tudo isso está acontecendo comigo?” O patriarca conseguiu reagir positivamente ao sofrimento por causa da sua fé. Ele construiu a sua casa na Rocha. Veja como o seguinte texto nos motiva a seguirmos o exemplo de Jó: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.” Mateus 7:22-27.

Todos nascemos na condição de pecadores e, naturalmente, não desejamos manter qualquer contato com Deus, mas, da mesma forma, todos que se aproximam de Deus recebem pela “graça” a redenção, ou seja o perdão dos pecados e a restauração da comunhão com Ele. Foi isso que Jó fez e foi um grande vencedor. Veja estes importantes textos sobre o que o evangelho pode fazer por nós: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus.” Romanos 3:23,24.

“Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” II Timóteo 2:1,2.

Em nossa caminhada para o céu, precisamos manter íntima comunhão com Deus, fugir das tentações e praticar boas obras como Jó fazia. Veja este texto: “Edificamos sobre Cristo mediante o obedecer a Sua Palavra. Não é o que meramente se compraz na justiça, o que é justo, mas aquele que pratica a justiça. A santidade não é enlevo; é o resultado de entregar tudo a Deus; é fazer a vontade de nosso Pai celeste. Quando os filhos de Israel se achavam acampados nas fronteiras da Terra Prometida, não lhes era necessário apenas ter conhecimento de Canaã ou cantar os hinos de Canaã. Isto só por si não os levaria à posse das vinhas e olivais da boa terra. Só a poderiam tornar deveras sua, pela ocupação, mediante o cumprimento das condições, o exercício de uma viva fé em Deus, o apoderarem-se de Suas promessas, enquanto Lhe obedeciam às instruções. A religião consiste em praticar as palavras de Cristo; não praticá-las para granjear o favor de Deus, mas porque sem nenhum merecimento de nossa parte, recebemos o dom de Seu amor. Cristo faz depender a salvação do homem, não meramente da profissão, mas da fé que se manifesta em obras de justiça. Agir, não simplesmente dizer, eis o que se espera dos seguidores de Cristo. É por meio da ação que se edifica o caráter. “Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus esses são filhos de Deus.” Romanos 8:14. Não aqueles cujo coração é tocado pelo Espírito, não aqueles que de quando em quando se submetem ao Seu poder, mas os que são guiados pelo Espírito, são os filhos de Deus.” O maior Discurso de Cristo, 149

QUINTA-FEIRA (22 de dezembro) A MULTIFORME GRAÇA DE DEUS – Multiforme significa tomar várias formas, que se manifesta por diversos modos, então a multiforme graça de Deus é a graça de Deus que se manifesta de várias maneiras. E foi o que vimos na vida de Jó e vemos na nossa vida. A lição de hoje dá ênfase à afirmação de Elifaz quando ele perguntou a Jó, de forma irônica, se Deus tinha prazer na sua retidão de caráter: “Ou tem o Todo-Poderoso prazer em que tu sejas justo, ou algum lucro em que tu faças perfeitos os teus caminhos?” Jó 22:3.

Como o seguinte texto ajuda a responder a questão que Elifaz levantou contra Jó? “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mateus 5:16.

Na verdade, Elifaz estava desafiando Jó a permanecer fiel a Deus diante de tanto sofrimento. Nem Elifaz e nem Jó sabiam do conflito, entre Deus e Satanás, que existia em torno do sofrimento de Jó. Jó saiu vitorioso e provou que é possível, com a multiforme graça de Deus superar as tentações do diabo e os problemas da vida. A multiforme graça de Deus é distribuída gratuitamente entre todos os Seus filhos, e Deus pede que sejamos fiéis mordomos em distribuirmos a graça de Deus através dos nossos dons espirituais: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus.” I Pedro 4:10.

Jó, para além de receber a graça de Deus através de sua íntima comunhão com Ele, ele também foi um fiel despenseiro de tal graça. Assim também nós devemos entreter comunhão regular e saudável com Deus para, não só, superarmos os nossos problemas, mas também podermos ajudar o próximo com suas mazelas. A maior ajuda que podemos oferecer a uma pessoa é mostrando-lhe o evangelho de Cristo. 

Veja como seguinte texto fala da sabedoria e graça de Deus que necessita ser mostrada aos anjos: “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus.” Efésios 3:10. Tanto os demônios como os anjos de Deus estão ativos ou na nossa perdição ou na salvação. Veja este texto: “Nesta pequena Terra manifesta todo o universo celeste o maior interesse; pois Cristo pagou preço infinito pelas almas que aqui habitam. O Redentor do mundo ligou a Terra ao Céu por laços de compreensão; pois aqui estão os remidos do Senhor. Seres celestiais ainda visitam a Terra, como nos dias que andavam e falavam com Abraão e Moisés. Em meio da atividade rumorosa das grandes cidades, por entre as multidões que se apinham nas ruas e casas de negócio, onde os homens trabalham da manhã à noite, como se negócio, esporte e prazer fossem tudo na vida, onde tão poucos contemplam as realidades invisíveis — mesmo aqui tem o Céu os seus vigias e santos. Agentes invisíveis observam cada palavra e ação dos seres humanos. Em toda assembléia de negócio ou prazer, em toda reunião de culto, há mais ouvintes que os que podem ser vistos pelos olhos naturais. Freqüentemente os seres celestiais retiram o véu que tolda o mundo invisível, para que nossos pensamentos se retraiam do burburinho da vida e considerem que há testemunhas invisíveis de tudo quanto fazemos ou dizemos.” Parábola de Jesus, 90.

Como podemos atingir o nível espiritual de Jó que, mesmo em face de grande sofrimento, permaneceu fiel a Deus?

SEXTA-FEIRA (23 de dezembro) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 13 (4º trimestre de 2016) O CARÁTER DE JÓ – Conta-se que nos tempos antigos havia um leilão de escravos às margens do Mississipi. Abraão Lincoln certo dia esteve ali perto e viu as lágrimas, a angústia e a dor causadas pela separação. Ele cerrou os punhos e disse: “Se um dia eu tiver a oportunidade de desferir um golpe contra isso, fá-lo-ei com todo vigor!” Ele o fez assinando com o próprio punho a proclamação da libertação dos escravos nos Estados Unidos da América do Norte. Certa vez, antes da libertação, o velho escravo Joe estava sendo vendido em praça pública. Ele viu muitas coisas e começou a dizer baixinho: “Não irei trabalhar.” Os compradores ouvindo o que dizia o escravo Joe, perderam o interesse por ele. Um homem, porém, pagou o preço pedido e levou em sua carruagem o escravo Joe. Seguiram em direção à fazenda. Chegaram a um pequeno lago onde havia um bangalô com cortinas, flores e uma calçada de pedras. O comprador de Joe disse: “Joe, esta é sua nova casa.” Joe quase não podia acreditar no que estava vendo e ouvindo. Perguntou, então: “mas eu não irei trabalhar?” O fazendeiro disse: “Você não irá trabalhar mais, você não é mais escravo, eu comprei você para torná-lo livre, você é livre.” Ouvindo que era um homem livre, o escravo ajoelha-se aos pés de seu Senhor e diz: “Eu o servirei para sempre.”

A vida de Jó é um grande exemplo de liberdade e santificação. Jó viveu separado para Deus e para a obra de Deus. Ele levou uma vida de santificação porque conhecia os princípios de Deus e os cumpria perfeitamente, da sua geração ele era especial; uma pessoa íntegra e que deixava as coisas e pessoas da sua vida nas mãos de Deus. Jó era reto em seus pensamentos e atitudes. Temos que ser desta maneira também, íntegros em nossos relacionamentos com Deus e com as pessoas. O problema é que muitos crentes atuais relativizam a Palavra de Deus. Para alcançarmos o nível de integridade com Deus, como Jó, necessitamos ser absolutos no cumprimento da Palavra de Deus na nossa vida. Alguns dizem mais ou menos assim: na área espiritual, profissional e financeira Jesus pode interferir, mas área emocional, como namoro, amizades, Deus não pode mexer. Jó deixou Deus agir totalmente em sua vida. 

A vida de Jó facilita a nossa compreensão de santificação e das boas obras que praticamos. O processo em direção ao céu em que seguem os filhos de Deus, após a justificação ou perdão dos pecados, chama-se santificação. Os que trilham por esse caminho são chamados de santos. Em Romanos 6:22 encontramos que somos servos de Deus, dando frutos para a santificação. Portanto resta ao crente viver sua nova vida, em que o passado é esquecido e tudo é feito novo: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Coríntios 5:17.

Somos promovidos por Deus a sermos herdeiros do lar celestial quando aceitamos a Cristo como Salvador. Como Salvador, Ele nos perdoa quando nos arrependemos e confessamos os nossos pecados e nos leva à santificação. No processo de santificação, aceitamos a Cristo como Senhor. E como tal, Ele dirige nossa vida e nos conduz os nossos pensamentos, emoções, sentimentos e ações. Deus santifica o nosso viver diário. Veja estes textos: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver.” I Pedro 1:15.

“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” I Pedro 3:15

“A luta contra o próprio eu é a maior batalha que já foi ferida. A renúncia de nosso eu, sujeitando tudo à vontade de Deus, requer luta; mas a alma tem de submeter-se a Deus antes que possa ser renovada em santidade. O governo de Deus não é, como Satanás nos quer fazer parecer, fundado sobre uma submissão cega, um domínio irrazoável. Ele apela para o intelecto e a consciência. “Vinde, pois, e arrazoemos” (Isaías 1:18) é o convite do Criador aos seres que formou. Deus não força a vontade de Suas criaturas. Não pode aceitar homenagem que não seja prestada voluntária e inteligentemente. Uma submissão meramente forçada impediria todo verdadeiro desenvolvimento do espírito ou do caráter; tornaria o homem simples máquina. Não é este o propósito do Criador. Ele deseja que o homem, a obra-prima de Seu poder criador, atinja o desenvolvimento mais elevado possível. Propõe-nos a altura da bênção à qual nos deseja levar, por meio de Sua graça. Convida-nos a entregar-nos a Ele, a fim de que possa efetuar em nós a Sua vontade. A nós compete escolher se queremos ser libertados da escravidão do pecado, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus.” Caminho a Cristo, 43


Luís Carlos Fonseca

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