COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 10 (4º trimestre de 2015) A DESTRUIÇÃO
DE JERUSALÉM
VERSO ÁUREO: “E procurai a paz da cidade, para onde vos fiz
transportar em cativeiro, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz vós
tereis paz.” Jeremias 29:7
INTRODUÇÃO (sábado 28 de novembro) – Em sua tradição, Jerusalém tem um
significado muito especial para Deus e para os judeus.
Encontramos o povo de Israel em Jerusalém convivendo com os Jebuseus, já no
período da partilha das terras que Josué realizou: Veja este texto:
“Mas os Jebuseus que
habitavam em Jerusalém, os filhos de Judá não puderam expulsá-los; assim os
Jebuseus ainda hoje habitam em Jerusalém, ao lado dos filhos de Judá”. Josué
15:63. Até aqui temos os primeiros contatos do povo de Israel com a cidade de
Jerusalém, porém não de forma dominadora. Foi somente com Davi que a cidade
assumiu um caráter representativo para o povo judeu. Davi conquistou Jerusalém,
foi coroado rei de Israel e fixou nela a sua morada. Em II Samuel 6:13 menciona
que a arca do Senhor foi introduzida em Jerusalém pelo Rei Davi, e ali ela
permaneceu para sempre. Eis o texto: “Contou-se ao rei Davi que Jeová tinha
abençoado a casa de Obed-Edom e tudo o que lhe pertencia, por causa da arca de
Deus. Então Davi foi e trouxe a arca de Deus da casa de Obed-Edom para a cidade
de Davi com grande alegria.”
O seguinte texto menciona que Deus escolheu Jerusalém como
sua cidade: “E Roboão, filho de Salomão, reinava em Judá; de quarenta e um anos
de idade era Roboão quando começou a reinar, e dezessete anos reinou em
Jerusalém, na cidade que o Senhor escolhera de todas as tribos de Israel para
pôr ali o seu nome; e era o nome de sua mãe Naamá, amonita.” I Reis 14:21.
Curiosamente encontramos na Bíblia os atributos de Deus e de
Jerusalém, de forma muito semelhantes. Dado que Deus é a fonte de tudo,
Jerusalém, semelhante a Deus, tornou-se a base e a mãe de todas as nações. No
Salmo 87 lemos a esse respeito. A missão de Jerusalém deveria ser universal. É
a partir da terra de Israel que toda terra seria repleta da presença de Deus, e
é pelo povo de Israel que todos os povos seriam escolhidos e abençoados. Ver
Isaías 66:10-13. Como o povo de Israel falhou, como nação, Jerusalém deixou de
ser a cidade de Deus, Ele criou a Nova Jerusalém. A vida da Igreja primitiva era
basicamente centrada sobre o mundo do templo: “Perseverando unânimes todos os
dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza
de coração”. Atos 2:46. No livro do Apocalipse a cidade de Jerusalém é presente
a partir da experiência do Cristo ressuscitado. Ela permanece a morada de Deus
com os homens; o templo não existe mais, mas Cristo é o seu templo: por isso,
mesmo na Nova Jerusalém, a sua estrutura fundamental permanece! Interessante não
é?
A destruição da cidade de Jerusalém e do templo aconteceu e
foi seguida pelo exílio da Babilônia. O exílio, no entanto, não apagou da
memória do povo a existência da cidade de Jerusalém com seu Templo. Um exemplo
é o Salmo137. Foi a importância de Jerusalém, como fator centralizador, significando
o lugar da presença de Deus, presente na memória do povo, que o protegeu
como povo no exílio e o sustentou na esperança do retorno. Retornar a
Jerusalém, reconstruir a cidade, significava reconstruir a alma do povo, foi
como uma recriação do povo.
Como aconteceu a
destruição de Jerusalém? A destruição de Jerusalém custou muito para Deus,
pois era a Sua cidade querida. Na época de Nabucodonosor, rei da Babilônia,
depois dele ter destruído os egípcios em Carquemis, no ano 605 a. C., ele tomou
Jerusalém e obrigou Jeoaquim, rei de Judá, a submeter-se. Porém, Joaquim, em
598/597 e Zedequias em 597-586, últimos reis de Judá, quiseram vingar-se e
organizaram uma coligação contra a Babilônia, aliando-se ao Egito. Nabucodonosor
depôs Joaquim e Zedequias, revoltou-se contra Judá e tomou Jerusalém,
destruindo-a e incendiando o templo de Salomão. Por volta de 536 a. C., os
judeus começam a regressar à Jerusalém, depois de longos anos no cativeiro da
Babilônia, sob o comando de Neemias e Zorobabel, dando-se início à reconstrução
do templo e da cidade.
DOMINGO (29 de novembro) – CHORANDO TAMUZ – Quem foi Tamuz? No seu livro: “As Duas
Babilônias”, “The Two Babylons”, o Dr. Alexander Hislop identifica Tamuz com
Ninrode, fundador da cidade de Babilônia, cerca de 180 anos após o dilúvio.
Ninrode era bisneto de Noé, ver Gênesis 10:1, 6, 8-12 e Ninrode tornou-se
conhecido como poderoso caçador e pastor de ovelhas em oposição a Deus. Ele
liderou a construção da Torre de Babel, para frustrar a ordem de
Deus, de que o povo se espalhasse e enchesse a terra.
Segundo os babilônios e
os sírios, Tamuz era o deus da vegetação. A Enciclopédia Britânica cita
Semíramis como uma personagem histórica a quem se atribui a fundação de
Babilônia e a primeira suma-sacerdotisa de uma religião pagã. Ela era casada
com Ninrode e, como já vimos, a Bíblia diz que Ninrode foi o fundador da
Babilônia. Semíramis esperava um filho quando Ninrode morreu. Quando o filho
nasceu, ela declarou que o menino, que se chamou Tamuz era a reencarnação de
Ninrode. Aí está o fundamento do espiritismo, com a reencarnação, que tem
marcado quase que a totalidade das falsas religiões existentes no mundo. Esse é
só um exemplo de culto a Tamuz, aquele que recebeu o espírito reencarnado de
Ninrode, para entendermos sua migração da Babilônia para outras culturas, e
Judá assimilou essa perversão religiosa.
Tamuz prometia riquezas na agricultura e na pecuária, com
muitos grãos e ovelhas, mas é só Jesus que nos concede a vida em abundância.
Ver João 10:10. A tradição diz que Tamuz era um pastor, mas só Cristo, o bom
Pastor, deu a vida por Suas ovelhas. Ver João 10:11, 18. Cuidado com a
idolatria de hoje, pois qualquer forma moderna de idolatria elimina Deus dos
nossos planos!
O falso deus Tamuz é mencionado no livro de Ezequiel. O profeta descreve uma visão que teve,
dizendo: “O Senhor me levou à entrada da porta do norte da casa do Senhor,
e eu vi mulheres sentadas lá, lamentando o deus Tamuz". Ezequiel 8:14.
Deus chama a prática idólatra de chorar por Tamuz uma coisa
"detestável". E pior; estava acontecendo dentro do templo em
Jerusalém. Em Ezequiel 8:12 lemos assim:
“Então me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel
fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? Pois dizem: O
Senhor não nos vê; o Senhor abandonou a terra.” Ezequiel 8:12. Aqui dá a
entender que os líderes caíram em apostasia ao ponto de adorar os ídolos
colocados no interior do templo. Ver também II Crônicas 36:14. Que terrível!
Veja o que nos diz a
Palavra de Deus a respeito dessas práticas pagãs: “Guarda-te, que não te
enlaces seguindo-as, depois que forem destruídas diante de ti; e que não
perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações os
seus deuses, do mesmo modo também farei eu. Assim não farás ao Senhor teu Deus;
porque tudo o que é abominável ao Senhor, e que ele odeia, fizeram eles a seus
deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimaram no fogo aos seus deuses.
Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem
diminuirás.” Deuteronômio 12:30-32
“Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho dos gentios,
nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações.
Porque os costumes dos povos são vaidade; pois corta-se do bosque um madeiro,
obra das mãos do artífice, feita com machado.” Jeremias 10:2,3
“E não vos conformeis
com este mundo, mas transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que
experimenteis qual seja a boa , agradável, e perfeita vontade de Deus. ”
Romanos 12: 2.
Comentário inspirado:
“Enquanto Jeremias continuava a dar o seu testemunho na terra de Judá, o
profeta Ezequiel foi suscitado entre os cativos em Babilônia, para advertir e
confortar os exilados, e também para confirmar a palavra do Senhor que fora
exposta pelo profeta Jeremias. No sexto ano do reinado de Zedequias, o Senhor
revelou a Ezequiel em visão algumas das abominações que estavam sendo
praticadas em Jerusalém, dentro das portas da casa do Senhor e até mesmo no
átrio interior. As câmaras das imagens, os ídolos pintados, “toda a forma de
répteis, e animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel”
(Ezequiel 8:10), tudo passou em rápida sucessão ante o olhar atônito do
profeta. Os que deviam ter sido líderes espirituais entre o povo, “os anciãos
da casa de Israel”, setenta homens, foram vistos oferecendo incenso perante as
representações idólatras que tinham sido introduzidas nas câmaras secretas
dentro dos recintos sagrados do átrio do templo. “O Senhor não nos vê”, lisonjeavam-se
os homens de Judá ao se entregarem a práticas pagãs: “o Senhor abandonou a
terra” (Ezequiel 8:11, 12), declaravam em blasfémia”. Profetas e Reis, 228
SEGUNDA-FEIRA (30 de novembro) O INFELIZ REINADO DO REI
ZEDEQUIAS - Zedequias reinou em Jerusalém a pedido de Nabucodonosor que concedeu-lhe o trono de Judá, depois que levou preso o rei Joaquim. O seu reinado foi entre a
segunda e terceira deportação; de 597 à 586 a. C. Ele foi o último rei de Judá
e também fez o que era mal perante o Senhor. Sempre que o Deus mandava um
mensageiro à Zedequias, ele zombava, desprezava a Palavra de Deus e prendia os
profetas; o povo aumentava mais e mais as transgressões, cometendo todo tipo de
abominação. Nabucodonosor fez Zedequias jurar fidelidade, e isto também foi um desagrado
ao Senhor. Nove anos depois o rei se revoltou contra Nabucodonosor, que, por
esse motivo, subiu contra Jerusalém. Jeremias, o profeta, aconselhou Zedequias
a que se rendesse, mas ele recusou e a cidade foi tomada. Zedequias fugiu, mas
foi preso na planície de Jericó, foi levado à presença de Nabucodonosor, que
então estava em Ribla da Síria, e ali viu matar os seus filhos, sendo-lhe
depois tirados os seus próprios olhos e levado atados com duas cadeias de
bronze para a Babilônia. Depois disso, Nabucodonosor mandou queimar o templo do
Senhor e a casa do rei, assim como todas as casas de Jerusalém, seus muros
foram derrubados, levou cativo para a Babilônia alguns de Judá que tinham
ficado na cidade e a outros, pobres, deixou-os como lavradores de vinhas.
Nomeou a Gedalias governador sobre eles, e tudo quanto Salomão tinha feito para
o templo do Senhor foi levado à Babilônia. E assim, Judá esteve em
cativeiro Babilônico por setenta anos, conforme a profecia. Ver II Reis 25:1-21
Através de Jeremias, Zedequias e todo Judá, inclusive os que
tinham sido levados para Babilônia, foram aconselhados a se submeterem
pacificamente ao domínio temporário de seus conquistadores. Em Jeremias 37:1-10
menciona que Zedequias ignorou os avisos de Deus sobre a invasão de Babilônia e
fez alianças políticas com o Egito. Ver também Ezeq. 18.15-18. Zedequias, no
início do seu reinado, desfrutou inteiramente a confiança do rei de Babilônia,
e teve como experimentado conselheiro ao profeta Jeremias. Se tivesse
prosseguido numa conduta honrosa para com o rei de Babilônia, e atendido às
mensagens do Senhor por intermédio de Jeremias, ele teria conservado o respeito
de muitos em posição de mando, e teria tido oportunidade de comunicar-lhes o
conhecimento do verdadeiro Deus. Assim os cativos já exilados em Babilônia
teriam sido postos em terreno vantajoso e granjeado muita liberdade; o nome de
Deus teria sido honrado em toda parte, e os que haviam permanecido na terra de
Judá teriam sido poupados a terríveis calamidades que finalmente vieram sobre
eles.
De Zedequias nos é dito que perdeu de vista o seu alto
privilégio de honrar o nome do Deus vivo: "Fez o que era mau aos olhos do
Senhor seu Deus; nem se humilhou perante o profeta Jeremias, que falava da
parte do Senhor. Demais disto, também se rebelou contra o rei Nabucodonosor,
que o tinha juramentado por Deus. Mas endureceu a sua cerviz, e tanto se
obstinou no seu coração, que se não converteu ao Senhor, Deus de Israel."
II Crôn. 36:12 e 13.
É pena que sobre Zedequias esteja relatado que ele estava na
dianteira, entre os que estavam rapidamente levando a nação à ruína.
Desprezando inteiramente os conselhos do Senhor dados por intermédio dos
profetas, esquecendo a dívida de gratidão jurada a Nabucodonosor, violando seu
solene juramento de submissão feito em nome do Senhor Deus de Israel, Zedequias
se rebelou contra os profetas, contra o rei de Babilônia e contra seu Deus. Na
vaidade de sua própria sabedoria ele foi em busca do auxílio do antigo inimigo
da prosperidade de Israel, "enviando os seus mensageiros ao Egito, para
que se lhe mandassem cavalos e muita gente".
Jeremias aconselhou Zedequias a que se rendesse, mas ele
recusou e a cidade foi tomada. Fugiu Zedequias, mas foi preso na planície de
Jericó. Foi levado à presença de Nabucodonosor, que então estava em Ribla da
Síria, e ali viu matar os seus filhos, sendo-lhe depois tirados os seus
próprios olhos e levado atados com duas cadeias de bronze para a Babilônia.
Veja este texto
inspirado: “Assim diz o Senhor: Maldito o homem que confia no homem, faz da
carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor! ... Bendito o homem
que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor. Jeremias 17:5, 7. À
semelhança dos judeus nos dias de Cristo, muitos hoje ouvem e crêem, mas não
estão dispostos a subir à plataforma da obediência e aceitar a verdade como é
em Jesus. Receiam perder vantagens mundanas. Sua mente concorda com a verdade,
mas obedecer significa erguer a cruz da abnegação e do sacrifício, e deixar de
confiar no homem e fazer da carne o seu braço; e se afastam da cruz. Poderiam
sentar-se aos pés de Jesus, aprendendo diariamente dAquele ao qual conhecer
devidamente é vida eterna, mas não estão dispostos. Todo aquele que é salvo
deve renunciar a seus próprios planos, a seus projetos ambiciosos, que
significam glorificação pessoal, e seguir aonde Cristo conduz. O entendimento
precisa ser submetido a Cristo, a fim de que o limpe, refine e purifique. Isso
sempre será feito quando se dá o devido acolhimento aos ensinos do Senhor
Jesus. É difícil para o próprio eu morrer diariamente, mesmo que a maravilhosa
história da graça de Deus seja apresentada com a profusão de Seu amor, o qual
Ele desdobra à necessidade da alma.” Este Dia Com Deus, 611-613
TERÇA-FEIRA (1º de dezembro) A QUEDA DE JERUSALÉM – A
invasão dos babilônios à Jerusalém foi inicialmente anunciado pelo profeta
Isaías à Ezequias, rei de Judá, por volta do ano 700 a.C. Naquele tempo o rei
Ezequias ficou muito doente. A sua doença era mortal e, inconformado, Ezequias
chorou e orou a Deus para ser poupado da morte, uma vez que ele sempre tinha sido fiel e
fazia o que era agradável aos olhos do Senhor. Deus o poupou e lhe concedeu
mais 15 anos de vida. Ver II Reis 20:8-11. A profecia da destruição de
Jerusalém demorou quase um século para ser cumprida. Nem o rei Ezequias e nem o
profeta Isaías presenciaram o seu cumprimento. O último rei de Judá, Zedequias,
tinha sido orientado a submeter-se pacificamente ao domínio temporário de seus
conquistadores e que ele não desse ouvido aos falsos profetas. Ver Jeremias
27:1-11. Nada, porém, adiantou. O rei Zedequias fez o que era mau aos olhos de
Deus e rebelou-se contra o rei Nacubodonosor. Ver II Crônicas 36:11-20.
A Bíblia menciona que o exército de Babilônia, durante o
reinado de Nabucodonosor, realizou três expedições de invasão à Jerusalém,
sendo que de cada vez infligiu castigos mais severos à cidade. A sua primeira
visita aconteceu em 606/605 a.C., quando Nabucodonosor levou consigo boa parte dos
utensílios preciosos que encontrou no templo bem como um bom número de reféns,
jovens provenientes da mais alta classe social judaica, inclusive Daniel e seus
companheiros foram encaminhados à Babilônia. Nesse período da história, o reino
de Judá era um aliado do Egito. Babilônia havia derrotado um posto militar
avançado do Egito, localizado em Carquêmis e com a perda desse apoio militar, o
Egito praticamente perdeu o controle que mantinha sobre a Síria e a Palestina,
permitindo que Nabucodonosor marchasse livremente sobre Jerusalém. Nabucodonosor
forçou Jeoaquim a renunciar ao tratado com o Egito e a assinar um termo de
compromisso com Babilônia. Após a morte de Jeoaquim e durante o breve reinado
de seu filho Joaquim, que durou apenas três meses, em 597 a.C., a cidade de
Jerusalém foi novamente atacada e uma segunda leva foi encaminhada à Babilônia
que levou milhares de cativos e todos os artífices e ferreiros, com a mão de obra especializada. Ninguém ficou, senão o povo muito pobre da terra. Ver II Reis 24:8-16. A terceira investida e
deportação de Babilônia ocorreu em 586 a.C., durante o reinado de Zedequias. Nesta ocasião, Jerusalém caiu e o templo foi destruído. Ver II Reis 25:8-9 e II
Crônicas 36:17-21.
Novamente apenas os pobres dentre o povo foram deixados na
terra de Judá. Ver Jeremias 39:10. Neste episódio ocorreu um fato curioso com o
profeta Jeremias. Certamente, por providência divina, ele foi libertado do
cativeiro e teve a oportunidade de optar em ficar na terra de Judá. Ver
Jeremias 39:11-14 e 40:6.
Em todas as épocas os verdadeiros profetas têm anunciado com
alguma antecedência os juízos de Deus. É-nos dito, através o profeta Amós, que “o
Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus
servos, os profetas.” Amós 3:7. Os avisos eram muito claros. A destruição de
Jerusalém foi anunciada com antecedência quando da invasão do exército de
Babilônia. Ela seria devastada e queimada e seriam afligidos castigos cada vez
mais severos à nação de Judá. O templo que Salomão construiu seria destruído e
o reino de Judá cairia. Um poder mundial, o império babilônico, estava surgindo
e depressa lançaria sombra sobre todas as nações.
A triste realidade é que a maioria dos judeus resolveu não
amar e nem obedecer a Deus. À semelhança de muitos cristãos da atualidade, eles
se recusaram frequentemente até mesmo a manterem-se em paz uns com os outros.
Pecados como; idolatria, assassinato de pessoas inocentes, práticas do mal,
ouvidos fechados à voz de Deus, zombarias, desprezo para com os profetas de Deus,
desprezo para com pobres, órfão e viúvas e transgressão do sábado eram
cometidos pelo povo e liderança de Judá. Conseguimos
notar alguma semelhança daquele tempo com o cristianismo atual?
O crente pode cair e separar-se de Deus facilmente. A
desobediência a Deus leva os Seus filhos a se separarem dele. O orgulho é outro
ponto de queda. Saul construiu um monumento em sua própria homenagem, não
reconhecendo que a vitória nas batalhas vinha do Senhor! Através de sua atitude
Saul se enganava a si próprio. Muitas vezes através de nossas atitudes estamos
nos enganando também. A espiritualidade vazia e falsa de Saul conduziu-o à sua
queda assim como ao povo de Judá. A Bíblia menciona: "Aquele que está em pé cuide para que não caia." Que cuidados devemos tomar para permanecermos em Cristo?
QUARTA-FEIRA (2 de dezembro) TODO O VOSSO CORAÇÃO – Este é o principal texto para hoje: “Porque
assim diz o Senhor: Certamente que passados setenta anos em Babilônia, vos
visitarei, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando a trazer-vos a
este lugar. Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o
Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais.
Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me
buscardes com todo o vosso coração.” Jeremias 29:10-13.
O povo de Deus tinha caído tão profundamente em seus pecados
que já não tinha retorno, o cativeiro babilônico era a única solução para
eliminar os pecados daquela geração pervertida. Somente depois de 70 anos seria
possível Deus refazer o Seu povo. Depois de quase todos terem morrido e a outra
geração ter aprendido a lição, era que as promessas de renovação espiritual poderiam
ter o seu cumprimento. Mas era necessário o povo buscar o Senhor de todo o
coração.
O coração do homem não é simplesmente um músculo, ele é o
centro da nossa própria vida. O coração é o órgão mais perigoso e corrupto que
possa existir em todo o universo. Por quê?
Em Mateus 15:19 diz: “Porque do coração procedem maus desígnios,
homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias”. Dentro
de nós existe uma fonte impura. Dela procedem os maus desígnios, que não é possível
estancar e nem bloquear porque irrompem “ maus desígnios, homicídios,
adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias”.
Em Jeremias 17:9 temos essa mesma declaração de uma forma enfática: “Enganoso é o
coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o
conhecerá?". Aqueles em quem Deus está trabalhando são pessoas que buscarão e
encontrarão Cristo. Jesus disse: “Ninguém
pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer” João 6:44.
Em Provérbios 13:12 diz: “A esperança que se adia faz
adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida”. Todo coração tem o
desejo de auto realização; alguns tem a esperança de fazer um curso, cantar em
um coral, casar, etc…O coração adoece quando não concretizamos a realidade da
esperança. A Bíblia menciona que quando alcançamos o desejo do nosso coração,
isso é “árvore da vida”. Mas a maior realização que o ser humano pode alcançar
é a entrega do coração a Jesus. Quando fazemos uma entrega a Jesus, somos
verdadeiramente felizes, mas para isso é necessário recebermos de Deus um novo coração. Deus quer arrancar o nosso coração amargurado, ressentido
e duro e deseja conceder-nos um novo
coração. Essa é a nova vida em Cristo!
As pessoas que se entregam totalmente a Cristo, e vivem com
Ele, recebem as Suas bênçãos na sua plenitude. Durante os experimentos, a bordo
do ônibus espacial "Columbia", os cientistas descobriram que há vinte
e seis lagos debaixo do deserto do Saara. É importante pensar nas pessoas que
estão passando fome e morrendo de sede, porque esses recursos ocultos ainda não
foram explorados. De forma semelhante, há sequidão na vida de certos cristãos
porque simplesmente não tem tido um relacionamento profundo com Cristo, em
outras palavras não se entregam a Cristo. Leia Deut. 30:1-4
Veja estes textos
inspirados: “Os que professam ser cristãos mas não seguem os passos de
Cristo, tornam sem efeito Suas palavras, e obscurecem o plano de salvação.”
Refletindo a Cristo, 57
“Ou somos cristãos decididos de todo coração, ou nada
somos.” Test. Seletos, v. 1, 26
“A vida cristã é uma batalha e uma marcha. Mas a vitória a
ser ganha não é obtida por força humana. O campo de luta é o domínio do
coração. A batalha que temos a ferir, a maior de quantas já foram travadas
pelo homem, é a entrega do próprio eu à vontade de Deus, a sujeição do coração
à soberania do amor. A velha natureza, nascida do sangue e da vontade da carne,
não pode herdar o reino de Deus. As tendências hereditárias, os hábitos
antigos, devem ser renunciadas.” O Maior Discurso de Cristo, 141
QUINTA-FEIRA (3 de dezembro) OS SETENTA ANOS - A Bíblia
relata que o exército de Babilônia, durante o reinado de Nabucodonosor,
realizou três viagens a Jerusalém, sendo que de cada vez infligiu castigos mais
severos à cidade. As sucessões dos fatos, que culminaram no exílio, encontram-se
em II Reis 24 e 25 e II Crônicas 36. As datas são fornecidas pela história
secular e não pela Bíblia. Depois de vários avisos por meio de profetas, eles
foram levados cativos em três sucessivas deportações: Em 605 a.C., Jeoaquim,
foi amarrado com cadeias de bronze e exilado para a Babilônia. Ver II Crôn.
36:6,7. Na ocasião, alguns judeus também foram deportados, como Daniel, seus companheiros e
Ezequiel, que mais tarde se tornaram célebres na história do povo de Deus. Em
597. a.C, Joaquim, filho de Jeoaquim, foi levado, por Nabucodonosor, para
Babilônia. Em 586 a.C aconteceu a terceira deportação.
A desolação de Jerusalém não significa que a terra de Judá
ficou desabitada. Veja este texto:
“Mas Nebuzaradã, capitão da guarda, deixou ficar na terra de Judá somente
alguns pobres dentre o povo, que nada possuíam. E deu-lhes vinhas e campos”. Jer.
39:10. O rei de Babilônia também ordenou que Jeremias ficasse em Judá. Ver Jer.
40:6. E houve nisso um propósito divino. Ao contemplar as ruínas de Jerusalém,
o profeta escreveu o livro de Lamentações. Josefo afirma: “O país (Judá) ficou
deserto por 70 anos”. Deserto, sim, de profetas, de atalaias de Deus, de
pregadores da palavra da verdade, mas não de pessoas e acontecimentos.
Depois que o povo estava cativo, ficou 70 anos em Babilônia
em cumprimento da profecia. Como consequência dos pecados do povo de Judá, Deus
estabeleceu que o povo e os habitantes de Jerusalém teriam que servir ao rei de
Babilônia pelo período dos setenta anos. Veja
este texto: “E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto; e estas
nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos.” Jeremias 25:11.
O certo é que toda
separação entristece o coração divino. Não é Deus quem Se separa de nós, mas
somos que nos nos afastamos de Deus. As nossas iniquidades fazem separação entre
nós e Deus. Ver Isaías 59:1-2. Quando os 70 anos estavam para terminar, o
profeta Daniel dirigiu uma oração enaltecendo a justiça e a misericórdia de
Deus. Ele reconheceu que Jerusalém e seus habitantes foram punidos por causa
das muitas iniquidades praticadas contra Deus. Ver Daniel 9:1-19. Da mesma
forma o profeta Jeremias elevou a sua voz aos céus, apelando por mais luz sobre
o propósito divino com relação ao Seu povo. Ver Jeremias 32:17-24. Logo em
seguida Deus deu a resposta. Ver Jeremias 32:26-44.
O cristão não vive no cativeiro do pecado. O verdadeiro cristão deve resistir o pecado até o sangue. Ver Hebreus 12:4. Ele
prefere morrer do que ser cativo do
pecado e de Satanás. Prefere arriscar sua vida como Daniel o fez, do que participar
das iguarias do mundo. Ele prefere ir à fogueira como os amigos de Daniel o
fizeram, do que ser infiel a Deus. O crente verdadeiro refere ir preso, como José do Egito, mas com a
consciência limpa, do que manchar a sua alma e pecar contra Deus. O crente autêntico não consegue
viver com máscaras como Judas. Quem está em Cristo é nova criatura, ou então não
está em Cristo. Se somos de Jesus, devemos andar como Jesus andou. Ver I João
2:6. Se somos nascidos de Deus, não vivemos na prática do pecado. Ver I João
3:9. O verdadeiro crente não transige com o pecado como Geazi, o
servo de Eliseu, não vive com o pé no laço do passarinheiro nem com o pescoço
na coleira do pecado. O verdadeiro crente não consegue viver no cativeiro do
pecado.
Veja este texto:
“Os que continuarem no pecado estarão entre os condenados e os que perecem…Terrível
condenação está reservada ao pecador, e, portanto, é necessário que saibamos o
que é pecado, para que possamos livrar-nos de seu poder. João diz: “Todo aquele
que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão
da lei.” I João 3:4. Fé e Obras, 104 e 105
Jeremias foi o profeta que incutiu esperança aos cativos.
Conforme Jeremias 29:1-14, o profeta enviou as seguintes instruções de Deus aos
cativos, com o propósito de levá-los a ter esperança: 1) Deviam viver uma vida
normal, construir casas, casar-se e procurar a paz ou bem-estar da cidade onde
Deus os havia colocado, segundo a sua providência, porque só voltariam à terra
prometida no fim dos setenta anos. 2) Não deviam dar ouvidos aos falsos profetas
que prediziam um exílio de curta duração. 3) Os que ficaram em Jerusalém
sofreriam muito pela sua obstinada rebelião contra Deus. No fim dos setenta
anos de cativeiro, o remanescente buscaria a Deus em favor da restauração de Jerusalém. 4) Deus atenderia a sua intercessão por causa dos Seus planos para
aquele povo.
Assim como no passado Deus respondeu a intercessão de seu profeta,
hoje Deus também responde as nossas orações, as nossas necessidades e sempre
nos oferece uma resposta que nos remete a ter esperança no futuro!
SEXTA-FEIRA (4 de dezembro) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO 10: A
DESTRUIÇÃO DE JERUSALÉM – O povo de Judá cometeu vários pecados que o afastou
de Deus, e, em consequência disso, Jerusalém e o templo de Salomão foi
destruído e o povo foi levado ao cativeiro babilônico.
Para nós não desistirmos
de seguir Cristo, e não nos separarmos dele, devemos colocar nossa única
esperança no coração e vontade de Deus. Assim estaremos cooperando com Deus
hora a hora e dia a dia. Não nos é possível obedecer o eu, amar as coisas
pecaminosas deste mundo e ainda assim entrarmos no reino de Deus. Para
alcançarmos a santidade devemos renunciar o próprio eu e receber a mente de
Cristo no nosso coração. O orgulho e a suficiência própria devem ser colocados
aos pés de Cristo. Estamos nós dispostos
a pagar o preço que nos é exigido? Estamos
dispostos a pôr nossa vontade em perfeita conformidade com a vontade de Deus?
Até que estejamos prontos a assim fazer, não pode a transformadora graça de
Deus manifestar-se em nós. Temos mesmo que decidir deixar o Espírito Santo nos
transformar.
Veja estes textos
inspirados: “O caminho para a vida, porém, é apertado, e estreita é a
porta. Se vos apegais a qualquer pecado que vos rodeia, achareis o caminho
demasiado estreito para poderdes entrar. Vossos próprios caminhos, vossa
própria vontade, vossos maus hábitos e práticas, devem ser abandonados, se
quiserdes prosseguir no caminho do Senhor. Aquele que quer servir a Cristo não
pode acompanhar as opiniões do mundo ou satisfazer-lhe as normas. A vereda do
Céu é demasiado estreita para as riquezas e as posições nela desfilarem,
demasiado estreita para a ostentação de egocêntricas ambições, íngreme e
acidentada demais para ser escalada pelos amantes da comodidade. Labuta,
paciência, sacrifício, vitupério, pobreza, a contradição dos pecadores contra
Si, eis a porção de Cristo, e o mesmo deve ser nosso quinhão se queremos entrar
um dia no paraíso de Deus.” O Maior Discurso de Cristo, 138
“A estrada pode ser áspera, e a subida escarpada; pode haver
precipícios à direita e à esquerda; talvez tenhamos de suportar fadiga em nossa
jornada; quando cansados, quando ansiando repouso, poderemos ter de labutar
ainda; talvez tenhamos de combater quando já desfalecidos; quando desanimados,
precisamos ter ainda esperança; mas, com Cristo como nosso guia, não deixaremos
de alcançar o desejado porto afinal. O próprio Cristo trilhou o rude caminho
antes de nós, e suavizou-o para os nossos pés.” O Maior Discurso de Cristo, 140.
Luís Carlos Fonseca
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