domingo, 11 de outubro de 2015

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 9 (4º trimestre 2015) O JUGO DE JEREMIAS

COMENTÁRIOS DA LIÇÃO 9 (4º trimestre 2015) O JUGO DE JEREMIAS

VERSO ÁUREO: “E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me.” Lucas 9:23

INTRODUÇÃO (sábado 21 de novembro) – A situação do povo de Judá era lamentável e Jeremias pregou a palavra do Senhor e anunciou que o povo de Judá, como também os povos vizinhos que tentavam fazer uma aliança contra o rei da Babilônia, ficariam sob do jugo do rei da Babilônia.

A profecia de Jeremias, falando em nome do Senhor, deixou o povo e seus líderes espirituais revoltados. Jeremias teve a ousadia de profetizar uma mensagem ruim numa péssima época. Ele falou em pecado e castigo e todos ficaram irritados com Jeremias. O povo se ajuntou contra ele. Ver Jer. 26:9. Os líderes espirituais até queriam tirar-lhe a vida. Ver Jer. 26:16.

Deus deu uma ordem estranha ao profeta Jeremias. Veja este texto: "Faça correias e uma canga e coloque-as ao pescoço. E envia também correias e cangas aos reis de Edom, ao rei de Moabe, e a outros reis, anunciando-lhes que todos aqueles povos irão ficar debaixo do jugo do rei da Babilônia". Ver Jer.27:1-7. E o profeta de Deus cumpriu esta ordem do Senhor Deus. Ele pôs uma canga ao seu pescoço, mostrando ao povo de Deus que este continuaria servindo ao rei da Babilônia, o qual foi enviado por Deus para castigar seu povo. Também avisou aos diplomatas de Edom, Moabe e outros povos, que vieram à Jerusalém para fechar uma aliança política com o rei Zedequias contra o rei da Babilônia, que todos aqueles povos permaneceriam debaixo do jugo do rei da Babilônia. Assim Jeremias cumpriu a ordem do Senhor, dirigindo-se às nações e reinos, confirmando a supremacia do rei da Babilônia, ao mesmo tempo confirmando o castigo de Deus sobre os pecados de seu povo.

Certo profeta chamado Hananias, levantou-se e desafiou o profeta Jeremias. Ele, literalmente, quebrou a canga que estava sobre o pescoço de Jeremias e proferiu, na presença de todo o povo, uma profecia mentirosa. O falso profeta Hananias falou, em nome do Senhor, uma mensagem totalmente contrária à mensagem de Jeremias. Jeremias disse: “Vocês continuarão servindo ao rei da Babilônia”. Hananias disse: “Isso não vai acontecer de modo algum! Dentro de dois anos vocês estarão libertos do domínio do rei da Babilônia”. Para além de mentir, o falso profeta Hananias deu uma demonstração de determinação e força. Ele falou em nome do Senhor, na presença de todos e sem nenhuma hesitação. Ele contrariou abertamente as palavras do profeta Jeremias, e até mesmo arrancou a canga do pescoço dele e a quebrou. O profeta Jeremias foi afrontado dentro da casa do Senhor. Ou seja; Hananias desmentiu o profeta Jeremias na presença de Deus, na presença do povo e dos sacerdotes. E não só isso! Hananias falou "em nome do Senhor".

Mas Deus deu uma outra ordem a Jeremias. Ele recebeu uma mensagem de juízo para o povo e para o falso profeta Hananias: “E disse o profeta Jeremias ao profeta Hananias: Ouve agora, Hananias: Não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Portanto, assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; este ano morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês.” Jeremias 28:15-17. Neste caso, Hananias recebeu uma canga de ferro, pois morreu!

Hoje, nós devemos seguir o exemplo de Jeremias, devemos pregar a mensagem que Deus nos incumbiu que é Cristo crucificado! Para o mundo, essa pregação é uma demonstração de fraqueza. Todos querem ouvir promessas confortáveis, seja de políticos, cientistas ou de religiosos. A nossa pregação é diferente. Nós não prometemos milagres, nem pregamos prosperidade e riquezas. A nossa pregação é a mesma do profeta Jeremias, que foi humilhado e perseguido. Que o Senhor nos guarde de pregarmos um outro evangelho, pois assim estaremos pregando rebelião contra o Senhor e o juízo será certo. Pregamos a Palavra de Deus e por isso precisamos carregar o jugo de Cristo que é o caminho estreito, mas também é; “Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve". Mateus 11:30.

DOMINGO (22 de novembro) UMA VIDA DE SOLIDÃO – Deus tinha dado ordens claras para Jeremias não se casar e não ter filhos. Depois da rejeição ao profeta Jeremias, do povo e liderança, ele ficou sozinho. Leia o texto para hoje que está em Jeremias 16:1-13.

Gênesis declara que quando Adão foi criado; Deus disse: “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” Gênesis 2:18. Os humanos foram criados para estar ao lado de pessoas e depender delas. Watchman Nee disse: "A solidão é a marca da autoridade". Certo pastor e mestre, recentemente falecido, dizia que pastorado é o chamado para uma caminhada, muitas vezes, solitária. Conheço pastores que têm amigos de verdade, mas a maior parte deles luta com seus próprios problemas, sem encontrar um amigo de confiança com o qual possa desabafar. Eis a razão por que os pastores aprendem a sofrer calados. Gostariam de ter um amigo por perto para desabafar, mas desabafar com quem? Arredios e acostumados a serem traídos, inteligentemente se calam. Por outro lado  o evangelista John Wesley dizia que os pastores “são chamados para viver uma fé solidária e não solitária”. Isso indica que quando o pastor está envolvido com as necessidades das pessoas, ele deixa de ser um solitário! Os pastores, até certo ponto, podem ser comparados com o profeta Jeremias, dado a semelhança das funções sagradas de profeta e pastorado.

Diversos servos de Deus na antiguidade passaram por circunstâncias em que se sentiram solitários. Deus era para eles uma fonte de amparo e consolo. Veja, por exemplo, o caso de Jeremias, que foi convocado para ser profeta quando ainda era moço. Entre os 40 escritores da Bíblia, Jeremias foi, provavelmente, quem mais escreveu a respeito de suas emoções. Ele se achava tímido e inadequado para cumprir sua primeira designação, recebida de Deus. Para cumprir a missão de profeta ele teve de confiar plenamente em Deus. Certamente Deus estava com ele como um poderoso guerreiro. Ver Jeremias 1:18, 19 e 20:11.  

Cerca de 300 anos antes de Jeremias, quando a Rainha Jezabel ficou sabendo da morte dos profetas de Baal, jurou que Elias seria morto. Ele percorreu cerca de 450 quilômetros, fugindo para Horebe, na península do Sinai. Chegando lá, ele entrou numa caverna para passar a noite, e Deus lhe fez a seguinte pergunta: “Que estás fazendo aqui, Elias?” Ele explicou que se sentia como se fosse o único adorador de Jeová em todo o Israel e o único profeta que era zeloso pelo serviço de Deus. Deus assegurou-lhe que não estava sozinho, que Deus estava com ele e mais 7.000 de seus conterrâneos também estavam com ele, embora Elias não soubesse disso. Deus  consolou e reanimou Elias e edificou sua fé. Ele tocou o coração de Elias, encorajando-o a não desistir de seu ministério profético. Ver I Reis 19:4, 9-12, 15-18.

Assim como Elias e Jeremias, as vezes, sentimo-nos solitários em um mundo que exclui Deus, e; nessas circunstâncias podemos orar a Deus e pedir que Ele nos fortaleça, sabendo que Deus existe e pela fé podemos acreditar em Suas promessas. Além disso Deus nos deixou a nossa família e membros da igreja para nos apoiar. Veja estes textos: “Rogamo-vos, também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos.” I Tessalonicenses 5:14.

“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” Hebreus 10:24,25.

A Palavra de Deus está repleta de conselhos práticos que podem nos ajudar a superar a solidão. Leia Romanos 15:4 e Salmo 32:8. Por exemplo, a Bíblia nos exorta a não pensar a nosso respeito mais do que é necessário. Ver Romanos 12:3. Precisamos fazer ajustes na maneira de pensar a fim de aplicar esse conselho. Humildade e modéstia são atributos necessários na vida do filho de Deus, e isso vai nos ajudar a criar expectativas equilibradas e razoáveis. A Palavra de Deus também nos aconselha a desenvolver um interesse genuíno pelos outros. Veja este texto: “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.” Filipenses 2:4. Essa é uma pista de mão dupla: à medida que você se importar com os outros, eles se importarão com você. Esse companheirismo saudável nos ajuda a aliviar a sensação de vazio, dá sentido à vida e elimina a solidão.

Ás vezes necessitamos solidão para lidar com a nossa dor pessoal. A Bíblia diz em Mateus 14:13: "Jesus, ouvindo isto, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, à parte; e quando as multidões o souberam, seguiram-no a pé desde as cidades." A solidão, as vezes, pode ser muito útil na nossa vida. A Bíblia diz em Mateus 14:23-24 "Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho." A Bíblia diz em Marcos 1:35 "De madrugada, ainda bem escuro, levantou-se, saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava." Se Jesus necessitava de momentos de solidão para poder meditar calmamente, também nós necessitamos, sabendo que Deus sempre ampara os Seus filhos. Veja este texto: "O Senhor, pois, é aquele que vai adiante de ti; ele será contigo, não te deixará, nem te desamparará. Não temas, nem te espantes." Deuterenômio 31:8. A Bíblia diz em Salmo 27:10 "Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá."

SEGUNDA-FEIRA (23 de novembro) O JUGO DE JEREMIAS – O texto para o estudo de hoje está em Jeremias 27:1-18. Veja partes deste texto: “Assim me disse o Senhor: Faze uns grilhões e jugos, e põe-nos ao teu pescoço. E envia-os ao rei de Edom, e ao rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de Tiro, e ao rei de Sidom, pela mão dos mensageiros que vêm a Jerusalém a ter com Zedequias, rei de Judá.” Jeremias 27:2,3

“E agora eu entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei de Babilônia, meu servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. E todas as nações servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se servirão dele. E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo Nabucodonosor, rei de Babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do rei de Babilônia, a essa nação castigarei com espada, e com fome, e com peste, diz o Senhor, até que a consuma pela sua mão.” Jeremias 27:6-8

“Mas a nação que colocar o seu pescoço sob o jugo do rei de Babilônia, e o servir, eu a deixarei na sua terra, diz o Senhor, e lavrá-la-á e habitará nela.” Jeremias 27:11.

“E não deis ouvidos às palavras dos profetas, que vos falam, dizendo: Não servireis ao rei de Babilônia; porque vos profetizam mentiras. Porque não os enviei, diz o Senhor, e profetizam falsamente em meu nome; para que eu vos lance fora, e pereçais, vós e os profetas que vos profetizam.” Jeremias 27:14,15

A mensagem deste texto é clara; o jugo que Jeremias colocou sobre o seu corpo, e que enviou aos reis vizinhos, era um sinal claro da humilhação que a nação sofreria e sofreu nas mãos dos inimigos babilônicos. Em Deut. 28:48 e I Reis 12:4 vemos que o jugo é sinônimo de opressão. E Jeremias experimentou fisicamente o que seria e foi a opressão babilônica. Imagine, todas as vezes que as pessoas perguntavam para ele o que era aquilo que usava no corpo, ele tinha que explicar o que aconteceria em breve!

Deus criou o homem com capacidade de tomar decisões. Deu-lhe a liberdade de usufruir de tudo o que havia no Jardim do Éden e colocou somente a proibição de não comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Adão e Eva optaram pela única e pior escolha, e sofreram o jugo da desobediência. A partir daí, o homem ficou sob o jugo do pecado e da morte eterna, carregando fardos difíceis de levar. O jugo exige a adaptação de quem está sob ele, para atender os objetivos estabelecidos. É exigido do crente sacrifício pessoal para se adaptar ao reino dos céus. Se estamos sob o jugo do pecado, agora devemos nos adaptar a nova realidade para deixarmos o jugo do pecado e vivermos no jugo de Cristo que é “leve e suave”. Ver Mateus 11:30. Não importam quais seus princípios, quais suas deficiências e necessidades, adaptação ao reino dos céus é necessária. Se não há adaptação, há castigo e toda adaptação gera algum sofrimento.

O jugo de Cristo, que é leve e suave, não implica ausência de dificuldades ou tribulações, mas, sim, na restauração do poder de decisão do homem segundo a Palavra de Deus. A leveza está no convite que Jesus faz ao homem para deixá-lo entrar em seu coração. O jugo de Cristo liberta o homem do que o escraviza, destrói e perturba, e o restaura para a vida eterna.

Você vive sob o jugo de algum pecado ou sob o jugo de Cristo?

“A vida cristã é mais importante do que muitos crêem. Não consiste somente em delicadeza, paciência, doçura e bondade. São essenciais estas graças; mas há também necessidade de coragem, força, energia e perseverança. O caminho que Cristo nos traça é um caminho estreito e exige abnegação. Para entrar nesse caminho, e passar pelas dificuldades e desânimos, requerem-se homens fortes. Precisam-se de homens de fibra, homens que não estejam à espera de ver seu caminho aplanado e removidos todos os obstáculos; homem que alentem com zelo novo os desfalecidos esforços dos trabalhadores desanimados, e cujo coração esteja inflamado de amor cristão e cujas mãos sejam fortes para a obra do Senhor.” Filhos e filhas de Deus, 203.

TERÇA-FEIRA (24 de novembro) A GUERRA DOS PROFETASEste é o texto principal para o estudo de hoje: “E sucedeu no mesmo ano, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, no ano quarto, no mês quinto, que Hananias, filho de Azur, o profeta que era de Gibeom, me falou na casa do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o povo, dizendo: Assim fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, dizendo: Eu quebrei o jugo do rei de Babilônia. Depois de passados dois anos completos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da casa do Senhor, que deste lugar tomou Nabucodonosor, rei de Babilônia, levando-os a Babilônia. Também a Jeconias, filho de Jeoiaquim, rei de Judá, e a todos os do cativeiro de Judá, que entraram em Babilônia, eu tornarei a trazer a este lugar, diz o Senhor; porque quebrarei o jugo do rei de Babilônia. Então falou o profeta Jeremias ao profeta Hananias, na presença dos sacerdotes, e na presença de todo o povo que estava na casa do Senhor. Disse, pois, Jeremias, o profeta: Amém! Assim faça o Senhor; confirme o Senhor as tuas palavras, que profetizaste, e torne ele a trazer os utensílios da casa do Senhor, e todos os do cativeiro de Babilônia a este lugar. Mas ouve agora esta palavra, que eu falo aos teus ouvidos e aos ouvidos de todo o povo: Os profetas que houve antes de mim e antes de ti, desde a antiguidade, profetizaram contra muitas terras, e contra grandes reinos, acerca de guerra, e de mal, e de peste. O profeta que profetizar de paz, quando se cumprir a palavra desse profeta, será conhecido como aquele a quem o Senhor na verdade enviou.” Jeremias 28:1-9.

O texto acima é claro em mencionar o falso profeta Hananias desmentindo as palavras que Jeremias tinha dito. Por um lado Jeremias tinha profetizado que o povo de Deus seria levado cativo para Babilônia e que iria sofrer a escravidão estipulada por Deus, e; por outro lado o falso profeta Hananias mencionou, em nome de Deus, que Deus havia quebrado o jugo de Babilônia e que os cativos judeus e utensílios do templo iriam voltar à Jerusalém. E agora, em quem acreditar? 

Na época de Jeremias havia falsos profetas, que desencaminhavam o povo com profecias enganosas. Mesmo quando as perspectivas eram tristes, eles acalmavam o povo. Suas declarações eram muito positivas e soavam edificantes, até mesmo encorajadoras aos ouvidos das pessoas. Eles prometiam muito, inclusive a vitória e até o retorno do cativeiro antes do tempo designado por Deus. Os ouvintes recebiam as mensagens de Jeremias como destrutivas e de juízo. O falso profeta Hananias apresentava uma mensagem maravilhosa e ele tinha a ousadia, e até mesmo a insolência, de proclamá-la abertamente, como vemos no texto acima. Para Jeremias a única opção era o afastamento. Mas o Senhor orientou-o para que voltasse até Hananias e lhe dissesse, entre outras coisas: “...O Senhor não te enviou, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da terra; morrerás este ano, porque pregaste rebeldia contra o Senhor. Morreu, pois, o profeta Hananias, no mesmo ano...” vs 15-17. Todas as profecias mentirosas de Hananias foram soterradas pela areia da fantasia, pois Jerusalém foi definitivamente conquistada e todos os utensílios foram retirados do templo.

Jeremias chamou a atenção do povo quando escreveu esta carta aos líderes: “Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Não vos enganem os vossos profetas que estão no meio de vós, nem os vossos adivinhos, nem deis ouvidos aos vossos sonhadores, que sempre sonham segundo o vosso desejo; porque falsamente vos profetizam eles em meu nome; eu não os enviei, diz o Senhor” Jer. 29:8-9. É interessante a proximidade significativa entre as falsas profecias e a adivinhação!

A situação hoje não é muito diferente: profecias bíblicas estão para se cumprir. A princípio, as perspectivas não são boas, pois as nuvens da tribulação se aproximam são cada vez maiores no cenário político, social, económico, financeiro e religioso! Estamos cercados por más notícias. E, indo ao encontro disso, prega-se em muitos lugares um evangelho puramente positivo e sem tribulações onde os avivamentos e curas são prometidos em larga escala, e depois das reuniões, os doentes são tirados dos palcos ainda nas mesmas cadeiras de rodas e quase ninguém nota isso. Prega-se um cristianismo próspero, caso se dê ofertas e dízimos pródigos e sem se importar em obedecer os mandamentos de Deus. É a guerra dos falsos profetas, e muita gente é enganada!

“Enquanto Jeremias continuava a dar o seu testemunho na terra de Judá, o profeta Ezequiel foi suscitado entre os cativos em Babilônia, para advertir e confortar os exilados, e também para confirmar a palavra do Senhor que fora exposta pelo profeta Jeremias. Durante os anos que restaram do reinado de Zedequias, Ezequiel tornou muito clara a loucura de confiar nas falsas predições dos que estavam levando os cativos a esperar para breve o retorno a Jerusalém. Ele foi também instruído a predizer, por meio de uma variedade de símbolos e solenes mensagens, o cerco e posterior destruição de Jerusalém.” Profetas e Reis, 228

QUARTA-FEIRA (25 de novembro) O JUGO DE FERROEis o texto para hoje: “Mas veio a palavra do Senhor a Jeremias, depois que Hananias, o profeta, quebrou o jugo de sobre o pescoço de Jeremias, o profeta, dizendo: Vai, e fala a Hananias, dizendo: Assim diz o Senhor: Jugos de madeira quebraste, mas em vez deles farás jugos de ferro. Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Jugo de ferro pus sobre o pescoço de todas estas nações, para servirem a Nabucodonosor, rei de Babilônia, e servi-lo-ão, e até os animais do campo lhe dei.” Jeremias 28:12-14.

Após o povo de Judá ter rejeitado as profecias de Jeremias, e Hananias ter quebrado o jugo de madeira do pescoço de Jeremias, Deus pediu para Jeremias avisar Hananias que as pessoas receberiam jugo de ferro. Isso era o simbolismo de que a paciência e misericórdia de Deus tinham chegado ao fim e que a nação seria mesmo levada cativa à Babilônia. Hananias podia quebrar o jugo de madeira, mas quem poderia quebrar o jugo de ferro? Quem não escuta a voz do amor, experimenta a dor da vara da disciplina. Ou somos guiados pela palavra de Deus ou pela disciplina. Israel foi entregue nas mãos da Assíria e Judá nas mãos de Babilônia. Eles foram derrotados pelos seus pecados e não pela força do adversário. Até mesmo a disciplina foi um ato do amor responsável de Deus em favor do Seu povo.

Aqueles que se voltam para Deus, arrependidos, sempre são recebidos e perdoados. Na hora da angústia, quando o povo de Deus clamava ao Senhor, Ele os ouvia, os perdoava e enviava-lhes um libertador. Deus, através das Suas misericórdias, livrou o Seu povo muitas vezes da opressão dos inimigos. O cuidado de Deus tem como base aquilo que Ele é não em quem nós somos. Se Deus nos tratasse como merecemos estaríamos desamparados. Suas misericórdias são a causa de não sermos consumidos. Somos poupados porque Deus é perdoador, clemente, misericordioso, tardio em irar-se e grande em bondade. A direção de Deus, na vida do Seu povo, é fruto da Sua imensa misericórdia. O povo de Judá, fruto do nosso estudo, tornou-se rebelde. Eles fizeram ídolos e os adoraram. Eles cometeram toda sorte de devassidão. Mas, por causa da multidão das misericórdias divinas, Eles receberam o profeta Jeremias para os advertir, e como não deram ouvidos, foram castigados com o jugo de ferro.

Quando o homem rejeita a Deus, também rejeita a Sua Palavra e quando rejeita a Palavra, rejeita o profeta. Os judeus se revoltaram contra Deus, viraram as costas à lei e desprezaram Jeremias que foi preso e jogado numa cova. Hoje muitos rejeitam a Deus e Sua mensagem quando negam a sua veracidade, outros rejeitam a Deus e a Sua mensagem quando negam a sua suficiência.

“E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve agora, Hananias: Não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei de sobre a face da Terra; este ano morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. E morreu Hananias, o profeta, no mesmo ano, no sétimo mês”. Jeremias 28:13-17. O falso profeta tinha fortalecido a incredulidade do povo em Jeremias e sua mensagem. Impiamente havia-se declarado mensageiro do Senhor, e sofreu a morte como consequência. No quinto mês Jeremias profetizou a morte de Hananias, e no sétimo mês suas palavras se provaram verdadeiras pelo seu cumprimento." Profetas e Reis, 227.

Assim como o povo de Judá foi desobediente e foi provado com o cativeiro babilônico, nós também o somos de alguma maneira. O fato de sermos chamados a suportar algumas provas mostra que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa de precioso que Ele deseja desenvolver. Se nada visse em nós que pudesse glorificar o Seu nome, Ele não desperdiçaria tempo para purificar-nos. Deus não lança pedras sem valor na Sua fornalha. É o minério precioso que Ele depura. O ferreiro põe o ferro e aço no fogo, a fim de provar que qualidades de metais são. Assim também o Senhor permite que nós sejamos provados para realizarmos uma obra aceitável ao Seu reino.

QUINTA-FEIRA (26 de novembro) CONFIAR EM MENTIRASEste é o texto principal para hoje: “E disse o profeta Jeremias ao profeta Hananias: Ouve agora, Hananias: Não te enviou o Senhor, mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras.” Jeremias 28:15.

No texto acima Jeremias diz à Hananias, depois de voltar de seu caminho por ordenança divina, que Deus não era com Hananias e o falso profeta Hananias conseguia fazer que o povo acreditasse e confiasse em suas mentiras. Em consequência de suas mentiras, o Senhor iria antecipar a sua morte. Apesar de a rebelião ser ostensivamente contra a Babilônia, na verdade também era contra Deus. Ver Deut. 13:5. Hananias tinha a fama de ser profeta naquela região e logo tratou de apresentar a sua mensagem à Jeremias como vinda de Deus, num verdadeiro sentido de confrontação mesmo. A mensagem falsa foi apresentada da mesma maneira que a verdadeira, e Hananias desafiou Jeremias aberta e veementemente com uma mensagem que contradizia as palavras do profeta do Senhor. Ver Jerm. 27:16-22. Hananias disse que, em nome do Senhor, Deus quebraria o jugo da Babilônia e que dentro de dois anos, um período insignificante quando comparado com os setenta anos anunciados por Jeremias, ver Jer.25:11-12, todos os judeus voltariam do cativeiro com os utensílios do templo.

Em Marcos 13:22 lemos: “Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos”. Assim como no passado, hoje existem falsos profetas e o crente necessita estar informado dessa realidade. Em Mateus 24:11 e 24, Jesus adverte que nem toda pessoa, que professa a fé cristã, é um crente verdadeiro e que nem todo escritor, cantor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros oficiais de igreja são aquilo que dizem ser. Eles podem até ter uma mensagem firmemente baseada na Palavra de Deus e expor altos padrões de retidão. Podem parecer sinceramente empenhados na obra do Senhor e no Seu reino, podem demonstrar grande interesse pela salvação dos perdidos e professar amor à todas as pessoas. Podem até realizar milagres e ter grande sucesso e multidões de seguidores, mas veja o que Jesus fala a respeito dos falsos crentes e profetas. Ver Mat. 7:21-23; 24.11,24 e II Cor 11:13-15. Esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos. Ver Deut 13:3; I Reis 18:40; Neem. 6:12; Jer. 14:14 e  Oseias 4:15.

Os fariseus também foram condenados por Cristo porque, longe da vida religiosa eles se entregavam à rapina e iniquidade. Ver Mat. 23:25 e 23:27 e 28

Encontramos quatorze vezes nos Evangelhos, Jesus advertindo os discípulos a se precaverem dos falsos profetas. Eis os textos: Mat. 7:15; 16:6,11; 24:4,24; Marcos 4:24; 8:15; 12:38-40; 13:5; Lucas 12:1; 17:23; 20:46 e 21:8. Em vários lugares da Bíblia, o crente é exortado a pôr à prova mestres, pregadores e dirigentes da igreja. Ver I Tes. 5:21 e I João 4:1.

Como podemos fazer o teste do verdadeiro profeta? O verdadeiro profeta e líder espiritual têm uma vida de oração perseverante e manifesta uma devoção sincera e pura a Deus. Manifesta o fruto do Espírito relatado em Gálatas 5:22,23. Ama os pecadores e aborrece o pecado das pessoas. Ver Heb. 1:9; Mat. 23 e Luc. 3:18-20. Conduz a igreja à santificação. Ver Atos 26:18; I Cor 6:18 e II Cor 6.16-18. Produz os frutos da vida eterna, pois os frutos dos falsos pregadores, comumente, consistem em seguidores que não obedecem a toda a Palavra de Deus. Ver Mateus 7:16. Crê e ensina que os escritos originais do A.T e do N.T são plenamente inspirados por Deus e os obedece. Quando examinados à luz das Escrituras, os falsos profetas modernos falham a cada volta. Alguns deles podem ser capazes de enganar milhões de pessoas para que aceitem e apoiem os seus ensinos, mas grandes números de seguidores não podem transformar o erro em verdade.

“Sempre há segurança em ser manso, humilde e compassivo; mas ao mesmo tempo devemos ser firmes como a rocha no que concerne aos ensinos de Cristo. Suas instruções devem ser seguidas estritamente. Não deve ser perdida de vista uma que seja das Suas palavras. A verdade permanece para sempre. Não devemos confiar em mentira ou pretensão alguma. Os que assim procedem verificarão que o fizeram a custo da vida eterna. Devemos fazer veredas retas para os nossos pés, para que o coxo não se extravie. Quando os coxos se apartam do caminho seguro, quem será responsabilizado senão os que os desviaram? Em troca das obras enganosas que têm por autor o pai da mentira, anularam o conselho dAquele cujas palavras são vida eterna.” Testemunhos Seletos, vol 3, 295

SEXTA-FEIRA (27 de novembro) LEITURA ADICIONAL DA LIÇÃO. O JUGO DE JEREMIAS – O povo de Judá sabia que Deus é grande, poderoso, fiel e justo, mas desafiou a Deus, rebelou-se contra Ele, fechou os ouvidos à Sua lei, rejeitou, aprisionou o profeta Jeremias e no coração desprezou ao Senhor. Eles tinham a teoria, mas praticavam outra coisa! Eles professavam uma fé e viviam em desacordo com essa fé. O pecado começou com a liderança e se estendeu ao povo. Na verdade, o pecado começou com os líderes; reis e sacerdotes. Todos eram culpados do pecado da soberba, desobediência, idolatria, assassinato, omissão e ingratidão.

A mensagem de Jeremias vinha diretamente de Deus. No início do reinado de Zedequias, o profeta Jeremias colocou sobre seu pescoço uma canga de madeira com tiras de couro. Ver Jer. 27:1,2; 28.10,12,13 e foi enviado por Deus para auxiliar o Seu povo, exortando-o à submissão ao rei de Babilônia. Assim como o boi é dominado pelo jugo de seu dono, as nações deveriam sujeitar-se ao domínio dos caldeus, pois seria inútil tentar livrar-se de Nabucodonosor. Mas, o falso profeta Hananias, no mesmo ano em que o Senhor transmitiu essa mensagem por meio de Jeremias, desafiou Jeremias no templo de Jerusalém diante do povo e dos sacerdotes. A Palavra de Deus adverte-nos de que haverá entre nós, na própria igreja cristã, falsos profetas como Hananias. Ver II Ped. 2:1,2; Atos 20:30; I Tim. 4:1 e I João 4:1.

A ousadia de Hananias acarretou ainda mais a ira divina. Deus mandou Jeremias voltar e declarar ao falso profeta: “Jugos de madeira quebraste. Mas, em vez deles, farei jugos de ferro”. Dessa forma, a servidão seria ainda pior, pois, agora o jugo seria de ferro, ou seja, ninguém poderia quebrá-lo no cativeiro. O início do confronto entre o verdadeiro e o falso profeta aconteceu no quinto mês e Hananias morreu no mesmo ano, no sétimo mês. Isso mostra que a profecia de Jeremias cumpriu-se em menos de dois meses. Hananias foi desmascarado e morto; Jeremias, confirmado como profeta de Deus. 

Por que o povo de Judá não se arrependeu de seus pecados, e continuou a confiar nas mentiras dos falsos profetas? Os rebeldes escolhem acreditar apenas naquilo que lhes agrada. Essa é a tendência do ser humano!

“O Senhor testificou através de Jeremias que os falsos profetas seriam entregues às mãos de Nabucodonosor e mortos perante seus olhos. Não muito tempo depois esta predição foi literalmente cumprida. Até ao fim do tempo levantar-se-ão homens para criar confusão e rebelião entre os que se declaram representantes do verdadeiro Deus. Os que profetizam mentiras, encorajarão os homens a que olhem o pecado como coisa sem importância. Quando os terríveis resultados de suas más ações forem manifestos, eles procurarão, se possível, tornar responsáveis por suas dificuldades quem fielmente os tem advertido, exatamente como os judeus acusaram a Jeremias de ser o responsável por suas desventuras. Mas tão certamente como foram as palavras de Jeová vindicadas no passado por meio do Seu profeta, assim serão Suas mensagens estabelecidas hoje.” Profetas e Reis, 225.


Luís Carlos Fonseca

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